quinta-feira, 8 de maio de 2008

As metempsicoses de Manuela Ferreira Leite

Dedicado ao Quink644 (não te trates, não, filho, que um dia destes ainda vou ter de te levar ao Centro de Desintoxicação do Cartaxo...)
Hoje, tudo o que eu vou escrever é mentira. The Braganza Mothers são como os Cretenses: todos os Braganza Mothers são uns grandes mentirosos, e isso já era velho no tempo em que Platão inventou Sócrates, que era o "Arrebenta" dele, e até parece que neto, mas essas coisas só confirmadas pelo teste do ADN, ou no "Alcibíades III", um livro tão maravilhoso que nunca chegou a ser escrito, como a "Comédia", de Aristóteles, que achava que a vida, já nessa altura, era um Vale de Lágrimas, e uma perpétua contenção orçamental.
Por razões várias, tenho andado a tentar evitar escrever este texto. A primeira, porque a casa continua desarrumada; a segunda, porque sempre acreditei em que fazia falta, em Portugal, uma mulher à frente um Partido; a terceira, decorrente da segunda, porque lá por ser mulher não era argumento para que fosse uma qualquer, e eu não tinha, assim, a absoluta certeza de ir escrever sobre uma mulher, e aqui entra outra vez Platão, embora a coisa já fosse velha desde Pitágoras e as crendices hindús, e mais atrás.
Falo, obviamente, de Manuela Ferreira Leite, e das suas Metempsicoses.
Para além das coisas que correm por todas as más-línguas, que não é o meu caso, numerário da Opus Dei e servidor de motoristas da Carris em dias de folga, em regime de "franchising", herdado da Amélia da Marmitas, sempre houve qualquer coisa no fácies da Man'ela que me inquietava, não sabia se era chuva, se era gente, mas coisa boa não era, certamente, ora, sensação semelhante só quando deixo, de Ferrari, a Lola, na sua esquina de trabalho, e, mal me vira as costas, penso, "há meia hora, ainda rapavas os pelos as pernas, agora olhando bem para esses silicones, até pareces a Sovício Aparício..."
A razão, estava, como sempre, na leitura dos Clássicos: Manuela Ferreira Leite estava numa das metamorfoses da sua longa Metempsicose. Platão, misógino até à quinta casa, se me não falha a memória da leitura do "Alcibíades III" -- esse Alcibíades, se tivesse vivido hoje, era daqueles que iria trocar uns favores no Jardim de Belém, por um ténis da "Nike", com a Felícia Cabrita a assistir a tudo, sem perceber que se tratava do Mercado Livre, a funcionar, enfim... -- Platão, "dizia eu de que" começava por afirmar que as almas incarnavam, não sei lá de onde, no Homem, depois, o Homem morria de fome, devido à especulação dos bancos, cheios de crédito mal-parado, em redor dos alimentos, e nascia, reincarnado em Mulher, para depois se finar, intoxicado em botoxes e dietas radicais, e vir renascer num leão -- suponho que daqueles do Sporting --, e depois lá seguia por ali fora, de animal em animal, até passar pela lesma, pela alface e até pelos pedregulhos da calçada.
Platão era um gajo cheio de imaginação, porque suponho que cada uma destas transmigrações da Alma, apesar de serem em sentido descendente, implicava um renascer, coisa impossível hoje em dia, porque um tipo decente apagava-se, e, apesar de renascer em Paula Bobone, tinha logo à perna um gajo do B.E.S. a lembrar-lhe que ainda tinha 25 anos de crédito à habitação para pagar, e os gajos são ferozes, porque consta que perseguem tudo, até aos cães sarnentos, e até estar liquidada, ou a alma, ou o último cêntimo, com precedência para o segundo.
Manuela Ferreira Leite, se formos à "Wikipédia", secção do Comboio Fantasma, começou por ser um tal de José Dias Ferreira, Chefe de um dos Governos em que a Monarquia já estava mais para lá do que para cá. Aparentemente -- e isso é um sinal da sua modernidade -- tentou reincarnar em vários homens, mas sem sucesso, já que o Demiúrgo lhe tinha reservado aquele inigualável fácies de equídeo, que tanto a celebrizou nos derradeiros anos do séc. XX. As metempsicoses de Ferreira Leite levaram-na, então, a ser Secretária de Estado do Orçamento de um dos Governos do Cavaco, de onde foi corrida, como profundamente incompetente, e onde logo morreu, para reincarnar, um pouco mais abaixo, já como Secretária de Estado Adjunta e do Orçamento, aliás, dos Três Orçamentos, já que Cavaco governava com o de Estado, o das Privatizações e o dos Fundos Comunitários.
A par com Mira Amaral, foi assim que conseguiu o prodígio de nos colocar na Cauda da Europa de então, o que muito lhes agradecemos, ainda hoje em dia.
Nessa fase, já a degradação ia tão avançada, que teve de se metempsicosar num dos postos mais decadentes de qualquer Governo, o cargo de Ministra da Educação (!), o que representou o abandonar definitivamente a sua anterior forma humana, para se transformar num dos chamados Ministros do Enche-Chouriços -- a par da Pasta da Cultura -- onde ganhou a camada capilar escura que a celebrizou, a Ministra do Mato Grosso e das Retenções. Desse período animalesco, vem a célebre autorização da declaração de Utilidade Pública da defunta Universidade "Independente", que tanto jeito deu a tanta gente boa, de ambas as cores de pele, uns mais de cá, outros mais de Angola. Foi a chamada Era da Academia do Diamante, com esplendores do Diploma comprado de Huíla.
De degradação em degradação, foi depois Ministra de Estado e das Finanças do pior Governo de Portugal, antes de Sócrates, no Período da Tanga, o que até pareceu uma ascensão, mas não era: era tão-só o palco que estava ainda mais embaixo do que outroras-eras...
A sua mente brilhante inventou então um objectivo para Portugal, que era o "Deficit", que já estava em Freud, que dizia que o período sado-anal, de retenção das fezes no esfíncter, relacionado com a Poupança, representava uma estranha forma de vida, ou de prazer, como a defunta Amália diria.
Como cantaria o Outro, o Príncipe Orlowsky, no "Morcego", de Johann Strauss, "chacun à son goût", não fosse a megera achar que 10 000 000 de Portugueses deveriam partilhar com ela o prazer da retenção das fezes, na sala-de-estar do cólon...
Obviamente que tanta rentenção, ou dava um volgo, ou um estouro.
Como Portugal é um país muito imaginativo, uma espécie de Finlândia de Cacilhas, deu ao mesmo tempo o estouro e o volgo... O estouro é o que estamos a viver agora; o volgo chama-se José Sócrates, e corresponde, mais coisa, menos coisa, a expelir pela boca as fezes muito tempo retidas no aparelho digestivo. Eu sei que soa mal, mas é a Real Politik, ou "é a vida", com diria o Guterres.
Nesta fase, já Ferreira Leite se tinha metempsicosisado num agrião mal lavado, e preparava-se, mesmo, para se transformar num grelo definhado, em forma de Farda Mortuária Final da Servilusa, ponto, pt, quando o Patrão de Bilderberg se lembrou de a reincarnar numa coisa ainda mais vil, a candidata do PSD de Rui Rio, Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa e outros dos responsáveis pelo Desastre Nacional.
Em Platão, tudo o que já tinha sido bom degenerava; em Portugal, tudo o que sempre foi péssimo... promove-se.
Eu sei que esta ficção ainda poderia ser pior, e ela ter reincarnado, pelo caminho, em Vítor Constâncio, Paulo Teixeira Pinto, Proença de Carvalho ou Vasco Graça-Moura, mas vamos ficar por aqui.
Por mim, tudo bem, sendo já dado adquirido que o vencedor das próximas eleições será o novo partido, o Partido de Bilderberg, nas suas duas epifanias: ou Sócrates, todo bom e todo-poderoso e todo absoluto e reforçado -- se até lá o Mundo não se tiver extinguido... -- ou Sócrates coligado, no Centrão, com o Mamarracho do P.S.D.
Balsemão já pensou em tudo: para que nada falte aos dois, a próxima metempsicose de Ferreira Leite vai ser um lançamento simultâneo da metempsicose de Sócrates: vão ser geneticamente modificados, e vão nascer siameses, colados pela rata e pelo abdómen, de modo que vão passar quatro anos a dar linguados um ao outro.
Não se ria, prezado leitor: por cada beijo, cada um deles terá de cuspir de nojo para o lado, e as cabeças nas quais eles irão cuspir serão as nossas, como está previsto no tal Sistema Chinês do escarro Cultural.
Muito boa noite, e espero ter-vos estragado o resto da semana.
(Edição Pentagramática hermética no "Arrebenta-Sol","A Sinistra Ministra", "Democracia em Portugal", "KLANDESTINO" e "The Braganza Mothers". Um verdadeiro asco...)

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