terça-feira, 31 de maio de 2011

O Facebook de Cavaco



Imagem 10% do Kaos, o resto é meu...


Os antigos viviam mergulhados em profecias, augúrios e presságios. em delfos, a pitonisa, completamente drogada, soltava uns disparates do género dos de catroga, ou das sentenças das pontes de entre os rios e do isaltino de morais. em cumas, a sibila, viciada em despachar homens, mantinha debaixo do seu terror os barrigudos romanos e as devassas esposas, e decidia se os abortos iam ser, ou não ser clandestinos, ainda a palavra "referendo" não se aplicava aos úteros alheios. pior do que tudo, todavia, eram os mistérios de elêusis, onde só entravam os bilderbergers da altura, pagando balúrdios, numa cena mal ajeitada, que metia túneis escuros, a velha perséphone a aparecer, de repente, no meio dos lutos, de perna aberta, e a mostrar os grandes lábios. tinha espigas, anões e animais, uma coisa misto velasquéz da silva com goya e sade, e um pouco da beatificação da irmã clara do menino jesus. aparentemente toda a gente saía de lá convencida de que ia ser imortal, mas durava o mesmo do que os outros, ceifada pela gota, por tromboses, envenenamento pelo chumbo, cirroses e bactérias transmitidas por pepinos. o tempo passou, e a primeira igreja associou os oráculos à pior crendice, até que com o desenvolvimento das necessidades de financiamento do "bussiness", voltou a haver atrasadas mentais, geralmente acamadas, com o córtex frontal atrofiado, ou dadas a visões do tipo "oxi", "crack", ou "ecstasy", vendo solzinhos, e outras coisas piores, a dançar.

aparentemente, com o advento da idade tecnológica, no nosso caso, "uma cabeça-um magalhães", essas coisas tinham sido atiradas para um certo limbo da sarjeta, até que, nos dias mais recentes, nós que sempre fomos dados a descobertas extraordinárias, pelo menos, desde o fim da baixa idade média, "inventámos" uma coisa que era a presidência por palpites.
não é de estranhar o tique, num povo atavicamente dado a comentários de bancada, boatos, e anedotas corrosivas, sem qualquer graça, e destruidoras de reputações, como os anormais do eixo do mal ou os gatos fedorentos. nós sempre fomos dados a novidades, como quando o oligofrénico do pacheco pereira inventou o "abrupto" e não havia dia em que não houvesse um telejornal que não começasse com uma flatulência do neo maoista, até se perceber que aquilo não era nada, a não ser uma hipóstase de uma estação de tratamento de resíduos sólidos. cansados disso, e com a blogosfera nauseada de si mesma, depois de perceber que aqueles heróis da sombra, aqueles infatigáveis lutadores da independência, afinal, só estavam à espera de se pendurarem numa boleiazita do partido mais à mão, como a medíocre helena matos e o gordo do "blasfémias", que lá apareceram a fazer de túbaros das listas do psd, ou o remendeiro, a quem chamam... "escritor", francisco josé viegas, que também vai ser pau de cabeleira de um partido qualquer. se a coisa se espalha, também o "kaos" aparecerá como cabeça de lista do cds/pp, por viseu, e eu, como lugar elegível do partido dos animais, ou uma merdunça afim...

a miséria dos comentadores políticos tem sido, aliás, outros dos sintomas do declínio de fim de estação da agonia da III república, porque, para lá da cortina de ferro que proíbe, como um tabu, o emergir de novas caras e de novos discursos, leva a que já conheçamos, e reconheçamos, tudo, de cor e salteado. com o marcello, por exemplo, brilhante na oratória e nalguns raciocínios, eu ponho o cronómetro a contar até ao momento em que ele, dando voltas geniais a premissas inconciliáveis, lá soltará a sua fórmula canónica... "ter de votar no psd".
parece que já houve gente a chatear-se com isso, mas acho que perdem tempo, porque aquilo não é defeito, é feitio, e façam como eu, acompanhem o que é relevante e construtivo na sua retórica, e desliguem, mal suspeitem de que ele vai entrar na frase... "psd".
a constraça cunha e nhanha, outra das "horizontales", levantada pelo álcool e por um vergonhoso casamento com um homem que gosta tanto de mulheres como a senhora de mota amaral, ou o antónio vitorino, incapaz de brilhantes oratórias, e maneirinha como os flashes de coca do miguel sousa tavares, tem de incluir, em qualquer análise que faça, uma conclusão... "psd/cds/pp", e, como ela, há miríades, numa pirâmide decrescente de talento, como aquele luís não sei das quantas, ou, pior do que tudo, aquele roberto que passa horas a vomitar vazio sobre o vazio do futebol.
enfim, é para isso que são pagos, e cumprem, como podem, as suas corveias, mas vem tudo isto para dizer que voltámos às profecias, oráculos e prenúncios, mas de uma forma, como eça escreveria, "modernaça", e na ponta dos dedos de um gajo que nunca deverá ter usado um computador para mais do que para substituir as suas velhas "messa", com que escreveu, na declaração da pide, "perfeitamente integrado no regime", aliás, o seu verdadeiro milagre foi continuar a permanecer imutavelmente integrado num regime, que, historicamente, tinha sido pontapeado por uma revolução, mas, ou não percebeu, ou fingiu que não sabia, como é seu hábito. mais grave, ainda, ou não se pronuncia, porque ainda não é o momento próprio, ou as suas profecias são feitas no posto de primeiro magistrado da nação, onde 25% dos portugueses, entre esclerosados de placas, anquilosados, alzheimerizados, avêcizados, coxos, manetas, pernetas e dedetas, videntes e atrasados o puseram, no início deste anos, para enorme penar do restante do país.

Como já devem estar a perceber, estou a falar do sr. aníbal de boliqueime, que chegou a presidente da fase terminal da república, enchendo depósitos e vendendo frutos secos, e que já devia estar afastado da política, pelo menos, desde 1986, quando permitiu que o país fosse arruinado, ao ponto de chegar ao estado de pré bancarrota em que presentemente se encontra. para os esquecidos, vêm a "petite histoire", que, soubesse eu o que sei hoje, e tivesse a idade e a maturidade para o fazer, deveria ter feito e alertado, naquele bocal de denúncias anónimas, que a CEE tinha, e que passo a relatar: o dia em que o meu amigo CXXXX DXXXX foi demitido pelo cadastrado Mighà Amhâgàl do posto de diretor geral da indústria, com o seguinte argumento, aliás, melhor... com uma estranha escolha, "ou o sr. engenheiro fica, e faz a sua carreira, ou sai, porque, dado o seu perfil, sabemos que não poderá fechar os olhos a todas as coisas que vão acontecer a partir de agora..." obviamente que o cxxxx dxxxx se foi embora, e que as coisas estranhas começaram a acontecer. levei anos até perceber a enormidade e profundidade da coisa, mas suponho que todos o sabem hoje: era o sr. aníbal de boliqueime a dar, pela mão de um dos facínoras seu ministro, ordem plena para a desaparição dos fundos estruturais, desmantelamento da agricultura, mineração, indústria e pescas, transformando portugal nesta penosa coisa, uma nação exclusivamente importadora, e sem dinheiros para pagar agora o que importa para sobreviver.
nesse dia, alguém devia ter abatido, como um cão tinhoso, o sr. cavaco, mais a sua corte de ladrões, provincianos, pedófilos, escroques, ignorantes e retardados, que atiraram com isto tudo para detrás da grécia, que já não era país que, então, se recomendasse.
é, portanto, normal que, de cada vez que fecha uma empresa, para se comprar um novo ferrari, ou colocar o dinheiro safo da "falência", "lá fora", nós percebamos que isso vai contribuir para o crescer das dívidas, dos encargos, e do aperto do estado, porque estes despedidos não vão para as coutadas dos carrapatosos, dos zeinais bavas ou dos jardins gonçalves, mas ficam sempre na mão da caridade dos contribuintes, já que o chamado "privado" é bom, enquanto está na fase do lucro, e mal se torna incontrolável, "bêpêéna-se", e volta a integrar a brutal despesa do estado. é por isso que eu ando encantado com o fmi, quando diz que, até fim de agosto, vão ter de pôr um travão nas célebres "parcerias público-privadas", uma coisa tipicamente lusitana, onde os lucros, quando os há, zeinalbavam-se, e os prejuízos, quando são cada vez maiores, vão para o buraco do estado. portanto, quando se pergunta como, durante o declínio de sócrates, puderam os números passar de cósmicos a astronómicos é muito simples: criar um emprego, um mísero emprego, pode fortalecer uma nação; destruir um emprego, não só destrói o país como aumenta, para números incomportáveis, os mecanismos de almofadamento da situação. toda a máquina do estado é um sistema de burocracia e de governo, de suporte da saúde dos cidadãos, do ensino, da cultura e da previdência. quando nada existe por debaixo, e estamos a falar de máquina produtiva, era como terem cortado a máquina produtiva da alemanha, e deixado só os serviços de bem estar e administração: um belo dia, não haveria alemanha, mas só despesa, tal como aconteceu no portugal mutilado do sr. cavaco, ah, pois, claro que isto tem um dia em que estoura, e estourou agora, com o azar de ter a cara de sócrates, que nem me é simpático, e também sacou a sua parte, mas teve o azar de pagar a fatura histórica de muitos gajos que deveriam estar presos, depois de se terem abarbatado com a verdadeira parte do leão.

tudo isto já vocês sabem, e vai condicionar, draconiamente, as pessoas que vou penalizar, com o meu voto de 5 de junho, um dos melhores votos da minha vida, já que vou forçar os responsáveis pelas coisas a ficarem com o menino ao colo, por mais que isso lhes desagrade, porque a verdade é que, se fossemos um país e não uma história extraordinária, uma miserável fábula, para contar pelos corredores da europa, esse senhor aníbal nunca deveria ter voltado em 2005, e nunca deveria ter sido reeleito em 2011. trata-se de uma criatura nociva, um espetro alheio à modernidade, um gajo para quem a história não passou. cobarde, como em todos os momentos decisivos da nossa aventura, e que mandou, não ele, mas o dias loureiro, disparar sobre o povo que o toureava no garrafão da ponte, e que, depois, foi apeado, à força, cobarde, dizia eu, neste momento grave, em que precisávamos de uma figura forte, que, todas as semanas viesse apresentar sugestões, mediar soluções, fazer valer em todas as frentes do exterior o seu prestígio de primeira figura do estado, prefere ficar a emitir oráculos, no facebook, enquanto joga, farmer e outras merdas afins. nenhum estadista que tal nome merecesse, se esconderia por detrás destas novas máscaras de carnaval veneziano, quando é fundamental que alguém incuta força nas hostes. talvez isso explique a inesperada ressureição de sócrates, perante um povo sem apoio e apavorado. pior do que isso, a "coisa" presidencial nem deve saber o que seja o facebook, que, para ele, é equivalente à viatura blindada em que se fazia transformar, durante os 10 anos em que foi carrasco absoluto da ruína de portugal. alguém lho assoprou, e ele não se opôs, porque, no facebook não se lhe vêem as mãos transpiradas, nem aquela tendência para desmaiar, ter acidentes neurológicos,  ou mijar-se pelas pernas abaixo, coisa grave, que já levou a que tivesse sido aumentado o número de sanitários de corredor, no palácio de belém...
atrás do "seu" facebook, preenchido por aqueles gatos pingados da "servilusa", que custam ao estado mais do que a presidência dos estados unidos, as monarquias inglesa e española, enfim, toda aquela corte de goyas, que nos fazem temer o pior, e que vão preenchendo aquelas penosas linhas de profecias ultrapassadas, de palavrinhas cautelosas, e, sobretudo, de não comprometimento, não vá alguém assacar-lhe responsabilidades por aquele longo percurso, que conduziu ao total descrédito internacional deste país, e à sua próxima bancarrota.
bem pode pôr "gosto", por debaixo dos focinhos de leonor beleza, dias loureiro e duarte lima, que há multidões, em portugal, que, sempre que vêem essas aparições de um passado distante, sentem calafrios, e vontade de virar as costas. essa é, talvez, a pior das maleitas de passos coelho, um gajo que até poderia simpático, não tivesse aquela tendência para mudar de cor de cabelo todas as semanas, do louro ao caju, com odor de cabeleireiro de bairro. infelizmente, passos coelho tornou-se um peão menor do facebook do senhor aníbal, onde almas negras peroram sobre um passado velho de vinte anos, e um regime morto em 75.

não há facebook que torne novas velhas almas de fátima, nem aparições de 1917, e, muito menos, miguelismos, de quem já nem sequer sabe quem foi miguel.

bem pode ser moderno o facebook, que tudo o que medíocres assessores de cavaco lá vertem, em nome da abelha-mestra, só revela a sua atávica cobardia em dar a cara nos momentos cruciais da crise da nação. cavaco não foi, e nunca será, um motorista: cavaco é um inválido do banco de trás, um lastro que, depois de salazar nos ter feito perder meio século da nossa história, lhe vai acrescentar mais 20 anos de retardamento.
70 anos de atraso equivale a fazer penar um país quase um século, e isso é muito grave: acabou com fuzilamentos, na roménia, e matanças, no magreb. por cá, aníbal discute as roupinhas da irmã clara do menino jesus e saber se os seus poderes na ilha do pico poderão vir a afetar os seus fracos picos de poder.
o seu verdadeio facebook é ESTE e ESTE, toneladas de lixo visual, de onde se tirará o futuro álbum de horrores desta vergonhosa contemporaneidade.

gostaríamos de saber, não pelo facebook, mas olhos nos olhos, o que pensa cavaco do bpn, e o que vai fazer, quando não o conseguir privatizar em julho, e como vai explicar aos portugueses, em agosto, que as tais parcerias público-privadas mais não são do que os impostos de quem os paga a serem usados, não na educação, não na saúde, não na cultura nem no progresso nem no bem estar, mas nos prémios do bava, do vara e outros canalhas quejandos, de cujos nomes nem nunca ouvimos falar.
para mim, um radical desapaixonado, e que execro cavaco como nunca execrei ninguém, nem salazar, ler o facebook de cavaco está o nível das mensagens sórdidas de portas de sanitário, uns dias ligeiramente acima, outros, francamente abaixo. para isso, prefiro ir diretamente às fontes, e não acrescentar crédito a um penar tecnológico de uma mente de crendices, neurologicamente afetada e assumidamente pré-lógica.

que o dia 5 de junho lhe traga as piores surpresas, sr. aníbal.

(pentatlo do 5 de junho, no "arrebenta-sol", no "democracia em portugal", no "uma aventura sinistra", no "klandestino" e em "the braganza mothers", em pleno, e assumido, toque a rebate)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O regresso do Cavaquistão, ou a Portugalia Monumenta Pornographica



Imagem do Kaos, com dedicatória de parabéns, aos 26 anos, feitos hoje, de um dos mais brilhantes criadores desta miserável terra


Hoje, venho para escrever um texto que vai chatear muita gente.
(Domingos)
Paciência, e começo já por uma fábula de La Fontaine dos tempos modernos.

Era uma vez uma festa de aniversário, em que um grupelho de gente, que se achava país, mas mais não era do que um ajuntamento mal afamado de pessoas, combinou ir fazer um jantar de aniversário. Como vocês sabem, os jantares de aniversário têm várias etapas protocolares, umas boas, e outras menos boas, do tipo da do Obama a gaguejar, enquanto tocava "God save the Queen".
Uma delas passa pelo aniversariante chegar sempre atrasado, para permitir que as pessoas incompatíveis, que se vão sentar à mesa, se tratem como a água e o azeite, e se afastem, antes de estragarem a festa. Consequentemente, há quem chegue primeiro, e comece a pedir whiskies e martinis, gins tónicos e essas pequenas coisas, baratíssimas em qualquer restaurante, ou multipliquem as entradas, os carpaccios, as amêijoas à bolhão pato, os presuntos de parma, e há sempre uma ansiosa, que está de três meses e desejos, que quer 1/4 de Dom Pérignon, para ver se é tão bom se diz, ou ouviu dizer. Entretanto, como se sabe, já começam a chegar aqueles que se guardaram da fome o dia inteiro, para se desforrarem à pala do orçamento dos outros, e querem logo começar a pedir pratos.
Há dois tipos de pessoas nestas mesas, as do estado social, que pedem os pratos mais baratos, porque já sabem que aquilo vai sair da carteira de todos, e que nem todos têm a carteira recheada da mesma forma, e as outras, que vão sempre para o prato mais caro, já que aquilo, por norma, irá sair dividido pelos restantes, que devrão alombar com a crise.
Isto é só a primeira metada da fábula, porque, entretanto, ao chegar o aniversariante, já os martinis e os gins se multiplicaram, e os gulosos do primeiro prato já estão a contabilizar, e a enfardar, o segundo.
O álcool, como Manuel Alegre sabe, é como as cerejas, e, a meio do banquete, já toda a gente se adora desde sempre, adorará para sempre, e retoma memórias do tempo em que Saddam Hussein era o Herói do Ocidente. É este o tempo dos retardados, quando começam a abancar os que tiveram atrasos, engarrafamentos, mentiras de última hora, ou vêm só para a sobremesa, para poder manter a linha... da carteira.
Não sei quanto tempo pode durar esta fase, liguem vocês o cronómetro, e façam contas, porque eu sou péssimo delas, e nelas, mas, no final, quando a parábola entra na euforia descendente, e os casais se levantam, porque amanhã é dia de trabalho, ou têm uma goela aos berros em casa, só deus sabe se não tornada já em Maddie, e os solteiros têm uma queca marcada para de ali a meia hora, e começa alguém a dizer que é preciso fazer contas, e os empregados a forçarem com as luzes que se apagam, e, nestes entretantos, toldados pelo etílico, como o Ruben de Carvalho, antes das Assembleias Municipais de Lisboa, enfim, nestes entretantos, descobre-se que muita gente já deu à sola, e só ficou à mesa, sentado sob o olhar feroz do gerente, um grupo de palermas, que acabará por arcar com a conta inteira.
Suponho que não tenha sido exagerado no que narrei, pelo que passamos à analogia, e, depois, ao lado científico da coisa.

O início deste jantar chamou-se Cavaquismo, em que a Europa nos enchia de milhões a fundo perdido, milhões para melhorar habilitações, para melhorar especializações, para erradicar analfabetismos, para melhorar vias de comunicação rodo e ferroviárias, para criar infraestruturas, para abrir o País ao exterior, tornando competitivas as exportações, e dando espaço para que as nossas pequenas maravilhas agrícolas, vinícolas, artesanais, industriais e cerebrais se tornassem visíveis na Comunidade Europeia. Os homens que iam pescar na Terra Nova voltariam mais depressa, e com pescado para colocar, qualidade demarcada, nos novos mercados europeus. Os nossos génios inventivos já não teriam de penar ver as suas brilhantes ideias roubadas e patenteadas por outros, por falta da miserável quantia de as poder registar a nível mundial. O queijo da Serra teria mercados mais vastos e certificação, através de poderosos investimentos seletivos. Os portos de Portugal, assim como os seus estaleiros, iriam passar a praticar taxas altamente competitivas, tornando as primeiras costas da Europa uma atraente zona de passagem para o resto da Europa, acessada por uma teia viária excelente, barata, e acompanhada por uma rede de alta velocidade, que nos ligasse aos consumidores do Centro e Norte da Europa. Que tal colocar os nossos melhores vinhos, em seis horas de viagem, nos seletivos armazéns de Paris, Londres, Milão e Bona?... Magníficas universidades, a lançar nos mercados europeus crâneos poliglotas, doutorados em áreas de ponta, e todas as editoras recauchutadas e aliadas com o mercado brasileiro, para fazer ecoar as nossas melhores vozes da escritas nos escaparates das capitais onde ainda se lê. Um calçado excelente, e parcerias de modelismo e moda, capazes de criarem marcas rivalizadoras com as Lacoste, as Boss e as Armani. Os cristais da Stephens e da Marinha Grande melhorados, e os nossos tecidos a monopolizarem as procuras dos maiores estilistas mundiais. Uma rede informática a ser desenvolvida a alta velocidade, a par com a pesquisa euroamericana, e os nossos excelentes litorais a serem explorados por cadeias portuguesas de turismo de alta qualidade e preço acessível, para turistas de classe média e alta, da cansada Europa, e, ah, sim, a recebermos o melhor do intercâmbio da juventude, tornando Portugal uma referência incontornável nos lazeres dos outros povos trabalhadores. Urânio, Ferro, Volfrâmio, Ouro, Prata, Estanho e Lítio, sim Lítio, com pesquisas internas, para saber onde está o nosso petróleo, e grandiosas centrais de energia eólica e solar, unidas com o geotérmico das ilhas, com forte aposta no biodíesel.

A Europa sonhava alto com o progresso de Portugal, mas estava enganada, porque Portugal, recém saído das mãos do FMI, estava a ser governado pela maioria absoluta de uma das mais estúpidas, retrógradas, atrasada e cega ao rumor da contemporaneidade, criatura, que conhecêramos. Era um Salazar sem virtudes, cuja corte de medíocres nos fazia ressaltar, um passo em frente, e dois atrás, até ao fundo da Cauda da Europa.

Chega de lamúrias históricas, e vamos ao pragmatismo: não tenho acompanhado, senão com náusea, aquilo a que vulgarmente chamam a "Campanha Eleitoral", aliás, a campanha eleitoral é um mero pretexto para vadiar as coisas do costume, com os intervenientes da pura saturação, e vamos começar a provocação:

O Sr. Sócrates destruiu a Agricultura de Portugal?
O Sr. Sócrates destruiu os estaleiros navais de Portugal?
O Sr. Sócrates fechou as minas de Portugal?
O Sr. Sócrates fechou a Indústria Têxtil de Portugal?
O Sr. Sócrates desmantelou a rede ferroviária nacional?
O Sr. Sócrates atrasou 20 anos a ligação dos centros portugueses à alta velocidade europeia?
O Sr. Sócrates abateu a indústria pesqueira dos portugueses?
O Sr. Sócrates criou cursos fantasma, onde os "formadores" se abotoavam com os dinheiros da formação e davam "diplomas" sem saída?
O Sr. Sócrates permitiu que cadastrados, como Cardoso e Cunha, chegassem a Comissários Europeus e Esbanjadores da Expo-98?
O Sr. Sócrates reduziu o Teatro nacional a lixos La Feria?
O Sr. Sócrates deixou que o Vinho do Porto passasse a ter a etiqueta "Made in California"?
O Sr. Sócrates deixou que o país se cobrisse de eucaliptos, após o abate sistemático de oliveiras e sobreiros?
O Sr. Sócrates criou um sistema de escravos clandestinos, que vinham, em forma de pretos, cobrir o país de betão, para depois serem lançados porta fora, ou em guetos cheios de ódio e desintegração social?
Foi o Sr. Sócrates que impediu que Leonor Beleza fosse julgada, como em outros países se foi, por contaminação voluntária, ou involuntária, de doentes, com HIV?
Quem permitiu que uma "reforma fiscal" criasse um monstro financeiro, equivalente à Fraude Madoff, e chamado BPN?
Quem deu imunidade, e impunidade, a gente como Valentim Loureiro, Ferreira do Amaral, Mira do Amaral, Dias Loureiro, Duarte Lima, e aos pedófilos Eurico de Melo e Valente de Oliveira?...
Foi o Sr. Sócrates?...

Não, o Sr. Sócrates só chegou no fim do jantar, sacou a sua parte, e, quando pediu a conta, verificou que o Cavaquismo e arredores tinham sabotado o terreno para lá de tudo o que era possível. Era uma conta astronómica.

Culpem, pois, Sócrates do que é culpado, e assaquem as responsabilidades a quem antes o pôs em tais lençóis.

É bom que o FMI tenha voltado, no tempo da criatura que mais o temia, Aníbal Cavaco Silva.
Quando a organização internacional se sentou e pediu para ver as contas, não deverá ter percebido como se podia ter criado tal abismo salarial entre as bases, trabalhadoras, horas infinitas, de tarefas inúteis, num país sem agricultura, indústria, pescas, minas, nem nada que se pudesse exportar, e as cúpulas, miseráveis, sem habilitações, autocontemplativas, estranguladoras e sufocadoras de qualquer iniciativa, mas banhadas em dinheiro.

Sim, não era possível cortar salários a quem já os tinha os mais baixos da Europa, não era possível atirar com bombas de impostos a quem já tinha uma das mais barrocas cargas fiscais do tecido do Espaço Comum. Que fazer a um povo que não contraiu uma dívida, e está a ser vítima de uma dívida contraída por uma corja que viveu muito acima das suas possibilidades e das possibilidades dos restantes?... Por que é que em Portugal não havia um único culpado deste descalabro preso?... Por que é que identificados os madoffs, aind aestavam todos em Cascais, nas suas fortalezas de luxo?... Onde paravam quase trinta anos de fundos de reformulação de um país atrasado legado por Salazar, que agora estava atrasado, e legado por alguém que não assumia essa responsabilidade?... Como se podia circular num pais onde as estradas violavam todas as regras da segurança, e tinham custado dez vezes mais do que em qualquer lugar do Mundo?... Como era possível ter existido uma suspeita pedófila sob todo o Estado, e haver cinco gatos pingados a pedirem para ser indemnizados, pelo seu nome estar... sujo?... Como é que circulavam, nas estradas de um país que não produzia nada, tantos carros topo de gama?... Como é que havia tantas casas de luxo, num país sem mercado industrial, nem qualquer pretensão a praça financeira de referência?... Por que é que Portugal era, impunemente, a principal porta de entrada de tráfico de droga, de clandestinos para a prostituição, de armas e de combustíveis radioativos?...
Quem é que, afinal, governava Portugal, ou, em Portugal, o Estado estava entregue a si mesmo?...

O Sr. Sócrates, por quem nunca nutri grande admiração, apareceu no fim deste repasto. Quem construiu esta aberração foi um provinciano, chamado Aníbal Cavaco Silva, que traiu o seu País, o seu Partido e a nossa história coletiva. Em qualquer outro país civilizado, teria sido chamado ao banco dos réus da História. Em Portugal, uma vergonha europeia, foi eleito com 25% da população deste "país", à beira da Bancarrota, de que ele foi pai e avô... "Presidente da República"...
É, portanto, a estes estranhos 25% que este texto se dirige, considerando os restantes meros assistentes, e vítimas, de um ato público de agressão, à sombra, e a pretexto de um escrutínio: estas mesmas pessoas, que tanto acreditaram na credibilidade, e "hònestidàdë", do homem que destruiu Portugal, devem, agora, dar-lhe um braço amigo que o apoie, nos tempos difíceis que se avizinham. Estes 25% de Portugueses, as forças vivas do país moribundo, devem, pois, reeleger José Sócrates, para que ele possa apoiar o seu padrinho de Boliqueime, mas eu, aqui, estou a desviar-me da violência do texto, que quero retomar: Passos Coelho, que não representa ninguém, mas à sombra do qual se recomeçaram a perfilar as piores sombras do Passado, que pense no seguinte: de cada vez que forem desenterrar um cadáver mal condenado do Cavaquismo, os Catrogas, as Belezas, os Loureiros, os Cadilhes, o anão discípulo de Eurico de Melo, e lhe o puserem ao lado, estão a desencadear, em certas gerações que foram trituradas pela destruição do PSD, do País e da nossa Esperança, as mais amargas memórias. O Cavaquismo não é alternativa a nada: o Cavaquismo é um período que deveria ter tido direito ao seu Julgamento de Nuremberga, e não teve, e, se há Sócrates, é porque já tinham sido instaladas, pelo Cavaquismo, as mais sólidas raízes para o seu eclodir. o Sr. Passos Coelho tem de decidir, de uma vez por todas, se é o candidato do regresso do Cavaquismo, ou do chamado Partido Social Democrata, porque, as dívidas públicas e os desempregos não se tornam astronómicos em 6 anos; o descrédito mundial, sim, quando os emprestadores se questionam "para quê emprestar a uma gente que, quando recebeu de graça, foi, durante décadas, incapaz de acautelar o seu futuro?..."

Aníbal Cavaco Silva governou, ou governou-se, ou deixou que uns tantos se governassem, sempre convencido de que saltaria do barco no momento do naufrágio: Teve azar: 25% de pessoas que não pensam, ou que estavam tão chocadas com ter Presidenciais onde havia uma sanita e dois bidés, por esta mesma ordem, Cavaco, Alegre e Nobre, atrelaram-no, de novo, à nossa demência histórica. Acho que fizeram bem. Devem, pois, completar o par, e sentar à mesma mesa quem consumiu, e quem ficou, no fim, para pagar, ou seja, o Sr. Aníbal, mais o seu insuportável Zé, de Vilar de Maçada.

Pelo que escrevi, devem perceber que encaro o 5 de junho como uma réplica do horror de 25 de janeiro, com algumas oscilações, mais radiotividade e imprevisíveis tsunamis: José Sócrates é a figura forte e ressuscitada, e tira-lhe o chapéu quem tanto o combateu; Passos Coelho é o joguete de gente que o trucidará caso, mal, perca; Portas representa a tal terceira via, que provocou descalabros nos espetros eleitorais da Europa, e espero que o faça; o PCP ensimesmou-se, e pagará por isso, e o Bloco de Esquerda vai ver algo parecido com outra fábula, a da cigarra e da formiga.

Pelo meu discurso, já perceberam onde não vou votar, mas ficam sem saber onde votarei. Como disse, adoraria ver a cara saloia de Cavaco a ter de dar posse ao Sócrates que traiu, há dois meses. Uma coisa rápida, assim, do estilo do ganha um dia, e no dia seguinte já não ganha, só para ver a cara do outro. Será um cenário penoso, como penoso seria que Sócrates perdesse, e tivéssemos um Governo, uma Maioria, um Incontinente.
Com o meu voto, tentarei ainda tornar este cenário mais penoso, para o espetro de Belém.
Espero que, com o vosso, façam exatamente o mesmo, ou pior, se para isso tiverem imaginação :-)

(Quinteto pr'á desgraça, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Uma Aventura Sinistra", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Não é para todos: 78 000 000 000 de broches do FMI, em forma de CNOs, e a 5% ao ano!...





Imagem do Kaos


Toda a gente sabe que acredito mais num diploma de um CNO do que no diploma de Sócrates. No entanto, acredito mais no diploma de Sócrates do que nas dúvidas de Pedro Passos Coelho sobre os diplomas dos CNOs. Mas, quando comparo os diplomas do PREC, reparo que as dúvidas de Passos Coelho, quanto a certos diplomas, são legítimas, já que estamos num segundo PREC. Por exemplo, qualquer diploma comprado na "Independente" é melhor do que o diploma de Durrão Barroso, arranjado, de megafone do M.R.P.P., em cima das mesas da Clássica, o que, curiosamente, faz de Sócrates melhor Engenheiro do que o "Advogado" Barroso, que sabe falar Francês, porque o Livrinho Vermelho, de Mao Tse Tung, proibído (e muito bem), durante a Longa Noite Fascista, tinha de ser devorado em francês. Quanto ao Inglês Técnico de Sócrates, está ao nível de uma bordadeira de Lafões, que saiu CNOízada num Centro de Emprego da área.

Como dizia um velho chavão, "Cultura é tudo o que fica, depois de ter frequentado um CNO", noves, fora, nada, mas a diferença entre os CNOs, a "Independente" e a Clássica, em 75, é que os CNOs são mais recentes, ou seja, é a diferença, como no Egito, entre a Ignorância Antiga, a Ignorância Média e a Nova Ignorância.

Eu, que sou um coração romântico, acho que a competência de uma vida deve ter um atestado de certificação, assim como as bestas da Política, Catroga incluído, deviam ser marcadas com um ferro em brasa, para que, em cada eleição, o eleitor lhe pudesse pedir para baixar as calças, e mostrar se tinha, ou não, o ferrete da ignorância, mas vamos voltar ao estilo Álvaro de Campos: o "Mestrado" Americano da Isabel Alçada vale tanto como o Diploma de Sócrates e como a patente do "Major" Valentim Loureiro, ou, ainda, como o "Doutoramento" de Clara Pinto Correia, há é poucas pessoas a sabê-lo, oooooooooooooooooooh, e o vento lá fora... e foi por estas e por outras, ou seja, por estas permanente oscilações de valores, sem bitola, e num cenário do tudo vale e tudo é possível, que o FMI nos entrou pela porta, um dia, adentro.
Apesar de, como qualquer pessoa normal, odiar FMIs, acho que, agora, quando vamos ter de prestar contas de três em três meses, que o FMI se devia ter instalado cá há muuuuuuuuitos anos, mais concretamente, desde 1985, desde que os Fundos Comunitários começaram a jorrar na Cauda da Europa.
Fazendo contas, se o FMI tivesse vindo então, nós teríamos tido de prestar contas 104 vezes, o que teria impedido a proliferação de marginais como Mira Amaral, Ferreira do Amaral, Miguel Cadilhe, Jo Berardo, Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Vítor Constâncio, Jorge Jardim, Rendeiro, Jorge Coelho, Isaltino de Morais, Ferreira Torres, Duarte Lima, Pinto da Costa, Zeinal Bava, Armando Vara, Rui Pedro Soares, Fátima Felgueiras e tantos outros, enfim, todos aqueles que fizeram o melhor CNO de todos, o do Chupismo Comunitário.

O único problema do FMI, como sabem, é aquela tendência atávica para nos pôr de joelhos, em gargantas fundas, como aconteceu com o recente exemplo do seu máximo patrão.

Claro que eu não vou desenvolver a história por aqui, porque seria banal, mas vou antes posicioná-la numa ótica mais complexa, a do tal Socialismo Fabiano, que rege as altas patentes de Bilderberg, os Senhores do Mundo. Como subitamente ficou à vista, quando alguém acendeu, de repente, as luzes, é que o "Engenheiro" Sócrates estava a fazer bem o trabalhinho de casa, que lhe tinham encomendado, como a Europa bem falante toda concordou, deixando, "suddenly", toda a Oposição, exceto Portas, descalça, porque se percebeu que a teatrada que nos vendiam todos os dias era mesmo uma teatrada, quando as entradas eram todas em Karaoke, e, quando o palco caiu, e as personagens desapareceram de vista, só ficou a gravação, de fundo, a correr, altíssima e desamparada.
A gravação de fundo é a seguinte: o Euro tornou-se, em dez anos, uma moeda forte, que enfrenta o dólar com enormíssima facilidade, num momento em que o dólar cada vez mais tem dificuldade de se impor como moeda de referência no sistema mundial de agiotagem. Quando os Franceses quiseram pôr o petróleo a ser negociado em francos franceses, atiraram-lhes para cima maio de 68, que os pôs a rastejar uma década. Quando o Xá quis fugir ao dólar, lançaram-lhes para cima o horror do Islamismo, que bem caro estamos a pagar hoje. Quando Saddam Husseim sugeriu que o petróleo fosse vendido em €, inventaram as armas químicas e um genocídio sem fim. Agora, que, no horizonte, se perfila a força do Yuan, o ataque ao Euro tornou-se tão brutal e evidente que só os ceguinhos da Cauda da Europa insistem em chamar-lhe... "crise".

Sim é a crise de solidariedade entre a metade americana e europeia do Hemisfério Ocidental, que, no fundo nem sempre foi honesta, aliás, raramente o foi, e agora deixou claramente de o ser, com um queniano sentado na Casa Branca, a fazer o papel do Preto.

O Papel do Preto é tal como a história do FMI, que devia ter vindo em 85 e não em 2011: a haver um Obama, devia ter sido no tempo do Martin Luther King, não uma espécie de mestiçagem Benetton, ao gosto de Senis de 68, que aplaudiram o carrasco do seu sistema de comodidades, inaugurado ao longo de longos anos de fundação do Estado Social. Até uma guerra temos agora, na Líbia, e só resta saber onde, quando, e em que escala, virá o 11 de setembro europeu. Obama ficará "zangado" e nós... aterrados.

Esta máquina é poderosa, e gosta de manter os seus atores escolhidos. As sociedades secretas são mesmo assim, e os cadastros não existem, quando há finalismos. Sócrates, decididamente, faz parte da escatologia de Bilderberg, o que quer dizer que, dia 5 de junho, vamos ter uma espantosa surpresa, em cujo estribo Paulo Portas já se pendurou. Cavaco fará as bocas dele, mas resistirá, porque quer acabar o seu mandato rural num estado de Alzheimer que ainda lhe permita distinguir os netos pelo nome.

Costuma dizer-se que há os ventos da História, e há: eles são como as bruxas. A diferença é que, agora, são descarados, e voltamos ao célebre broche de Strauss-Kahn: toda a gente sabia que o homem, como qualquer mente masculina normal, adorava cenas clandestinas de hotel. Até aí, nada de mal, porque os europeus sempre foram favoráveis a esses atos. Os americanos, em contrapartida, à frente de uma das mais dissolutas nações da História, adoram o toquezinho puritano, muito mais do que o toquezinho retal. Acontece que, para mim, sempre que há uma acusação que meta sexo fico logo desconfiado, e sei logo que nasceu dos setores ultraconservadores de quem manda, POR DETRÁS, na América.
É gente que odeia o que eu mais adoro: sexo como arma de subversão e clandestinidade. 
Quando quiseram queimar o Assange, também lhe inventaram imediatamente uma "violação" de suecas (!), quando toda a gente sabe que a possibilidade de uma sueca ser violada é igual à de nadar no Sahara. Quanto ao Strauss-Kahn, como dizem os franceses, "on l'a carressé au sens du poil", ou seja, deram-lhe uma cenário para atuar como gostava. Caiu que nem um patinho, diplomado num CNO, ou na "Independente". Reconheceram-lhe as competências em pôr camareiras islamitas de joelhos, e, quando saiu do banho, com o chicote a dar que dar, e a dizer para a gaja, que, obviamente, NUNCA poderia estar num quarto ocupado, como sabe toda a gente que frequenta os hotéis do Mundo, que queria que ela lhe fizesse um trabalhinho de joelhos, passaram-lhe um diploma muito caro, que pode arrastar consigo a unidade da Europa, a sobrevivência do Euro, e o fim da nossa sociedade solidária.
Só a uma cabeça doente, judaica, poderia dar para obrigar uma muçulmana "Ophelia" Famotidina (lindo, parece Shakespeare...) ou, Nafissatou Diallo, ou a puta que a pariu, a fazer um broche :-)

Como isto já sou eu a delirar e a ser pessimista, tudo o que escrevi atrás era mentira: Strauss-Khan andou foi a ler bués blogues e quis ir conhecer pessoalmente, a Rikers Island, Renato Seabra, de quem tanto se falava, e passar alguns dias de cu para o ar, a aviar negrões do Bronx. No fundo, é uma variante, às tediosas reuniões do FMI, e o juro, dizem, é 0%.

Um luxo, bem melhor do que um Porsche, aliás...

(Quinteto da mamada sionista, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Uma Aventura Sinistra", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers", cada vez mais  cínico e cético)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Vídeos caseiros, com Pinóquios, Catrogas, Osamas e Obamas, Kates e James Middleton, ao som dos "Homens da Luta"



Imagem do Kaos


Há um lugar comum da História que diz que aquilo a que chamamos "História" não passa de uma enorme colagem de narrativas, em redor de factos, mais, ou menos, emblemáticos, que nos é depois vendida como realidade passada.
Podia começar aqui a perorar sobre o caráter vetorial de cada uma dessas perspetivas, a narrativa tépida, a empolgante, a pseudolúcida, a heróica, a épica, a lírica, a fantasiosa, a realista e a hiperalista, com todas as suas tonalidades que a levam à banalidade, mas não quero. Façam vocês.

O nosso tempo, medíocre como raras épocas da História Humana, prefere o banal, versão "soft" & "light", para não chatear muito, porque o nosso sonho é transformar tudo numa espécie de "Morangos com Açúcar" retroativo , incluindo a Renascença e o Período Medieval, como já deixa anunciar aquele miserável vídeo do "What the Finns need to know abot Portugal", que depois reatualizámos aqui, com os cortes do autor.
Esses solavancos nacionalistas são muito típicos daquelas épocas em que estamos realmente de gatas, e começamos a cantar "Contra os Bretões, marchar, marchar", e depois lá arranjamos um desgraçado de um Gungunhana, para vir exposto, em forma de leitão assado, nas vielas de uma das cidades mais porcas da Europa Ocidental.
Claro que o que estava mal não era o exterior, e o regime caiu de podre, para ressuscitar, três dias depois, ainda bem mais podre.

Esta introdução serve para o seguinte: estando nós a cavalgar o séc. XXI, de uma forma completamente desgovernada, alguém resolveu agarrar naquilo que estava escrito nos manuais, já desde os anos 50, nos Barthes, nos Foucaults, nos Baudrillards e nos etc. parecidos, já para não falar de Marx, Freud e Nietzsche, que são mais remotos, e aplicar ao Presente a mesma metodologia ficcional, adotada pela História.
A coisa é dramática, porque, tal como os meus textos espelham, em qualquer ficção, o intervalo hermenêutico entre a verdade e a mentira é nulo, o que quer quiser que a quantidade de movimento das palavras é infinitamente mais importante do que veracidade, autenticidade, ou sequer, existência, dos factos nela relevados.
Usando uma palavra bem portuguesa, isto é uma porcaria, e nós andamos alegremente a chavascar nela.
No passado fim de semana, por exemplo, assistimos a três fraudes de enfiada, e engolimos e calámos, e saturámos os motores de busca, à procura de coisas sórdidas, como a Kate Middleton, uma processadora de texto banalíssima que as comentadores, estúpidas como as casas, comparavam com a Princesa Grace, sem saberem quem era Grace, uma atriz lindíssima, que um Princípe de uma coisa com o tamanho de um quintal e com ar de ruela mal afamada, foi um dia buscar a Hollywood, para que ela lhe transformasse a enxovia numa coisa com brilho, e esplendor. Dir-se-á que conseguiu, até que as filhas devolvessem ao lugar o aspeto de um lupanar de gajas drogadas e grosseiras, mas isso é outra história, mais Middleton.
A seguir veio aquela cena de necrofilia, que mostra que Ratzinger, uma das figuras mais indecentes da História, tem uma vaidade do tamanho do Mundo, ao ponto de ir desenterrar uns ossos velhos, para confundir o cheiro da podridão com o o odor da santidade. Mais um beato disforme, e o Mundo imerso em estupidez.
Finalmente, como se já não chegasse, Obama, uma das figuras menores da História Humana, ao descarrilar ferozmente nas sondagens, resolveu fazer como nas bandas desenhadas do superhomem, e, depois de morto o vilão, ressuscitou-o, para o matar outra vez, e fazer de caçador de vilões, tal como o Ratzinger deu em fabricante de santos.

Se o antes era fedorento, aqui, já estamos no domínio do piolhoso, porque, sendo a narrativa atual, e o intervalo hermenêutico, entre a realidade e a falsidade, como disse, nulo, é indiferente se Bin Laden foi morto ali, se já estava morto, se continua vivo, se alguma vez existiu, ou se a freira que tinha Parkinson e agora toma Viagra feminino, para aguentar com a grossura de tanta beatitude, ou, mesmo, se a Kate Middleton se casou, para esconder a paneleirice do irmão, ou se foi o vice versa. Pelo sim, pelo não, o William já voltou às brigadas de salvamento, que é disso que ele gosta, porque é lá que tem as amizades viris e a cachaça, e ela finalmente conseguiu ir para os supermercados, passar cheques, até mais ver, com cobertura, em nome da Duquesa de Cambridge. Suponho que isto incarne o sonho supremo de qualquer mulher a dias, e, agora, já só falta a narrativa dos cornos e do divórcio, mas deve vir para breve, quando a Inglaterra ficar sem a Escócia, ou patinar na Bancarrota. Quanto ao Obama e ao Osama, a diferença está mesmo no "S": o Osama conseguiu ter um dia de celebridade, no inenarrável 11 de Setembro, que tanto lamento, enquanto o seu quase homónimo bem se esforça, mas nunca conseguirá nenhum dia para além do morno. Paciência: brevemente irá para a gaveta da História, com rótulo secundário.

Por cá, a coisa está horrorosa, com um país endividado até aos cabelos, e que ainda se deu ao luxo de passar pela vergonha de chamar gente para emprestar dinheiro, e depois dizer, "mas eu não quero assim, quero assado, e aquele ali é que é culpado, porque eu não fiz nada, portanto, para nós é assim, mas com algumas diferenças, senão não queremos, etc..."

Nunca fui do FMI, nem quero ser, mas, se fosse, fazia uma pausa, e dizia, "olha, pessoal, vamos parar um bocadinho, vocês chamam um limpa chaminés e um desentupidor de esgotos, e, depois, continuamos, ou... não".
Por mim, não continuava, e fazia como os Alemães, que mandaram os Gregos vender as Ilhas, e fossem pedir dinheiro a quem o sacou, as ações do Cavaco, os "off-shores" da Família Kusturica de Vilar de Maçada, o Dias Loureiro, o Zeinal Bava, o Catroga, o Carrapatoso, o Sarnoso, o Piolhoso, e pusessem o Cristiano Ronaldo em hasta pública. O Mourinho é mais difícil, porque já foi comprado muuuuuuuitas vezes, e está à beira de ser abandonado pela Mafia Russa.

Politicamente, as eleições de 5 de junho têm apenas uma coisa certa, que é a presença de Paulo Portas no Governo, dependendo o cangalho que se lhe vai pendurar no braço, direiro, ou esquerdo, de umas minudências, na casa das centésimas, ou, mesmo, das milésimas. O PCP fez uma triste figura, e recuou aos idos de 75, e o Bloco de Esquerda, brevemente, vai ter os seus brilhantes oradores completamente roídos pelo carunho que lhe serve de alicerce.

Quanto as eleitores de Lisboa, o meu caso, e onde tudo se decide, têm duas maravilhosas coisas para engolir: os do PS, o de votarem em Ferro Rodrigues, que, por acaso, até tem um sósia de paneleirice, que ataca no Cais do Sodré, ao fim da tarde. Aqui fica o convite aos interessados, para irem verificar o fenómeno, mas não invalida que o cabeça de lista, por Lisboa, esteja na lista negra das coisas da Ética, mas, como a Ética não existe em Portugal, isso até é indiferente; os do PSD, por sua vez, apanharam com petisco idêntico, um carreirista, chamado Fernando Nobre, podre como todas as coisas podres que este país consegue produzir, e até podem ir votar nele. Os de Oeiras também não votam no Isaltino?..., Portanto, estejam à vontade, que é tudo vosso, amiguinhos.

As pessoas inteligentes, desapaixonadas, desiludidas, céticas, boquiabertas, nas quais presentemente me incluo, como muitos dos meus leitores, estão naquela franja do voto errático, apostado em provocar o máximo de estragos possíveis, e -- vou falar agora de mim -- capazes de molestarem a figura politica que mais detesto em Portugal, Aníbal Cavaco Silva, o Vovô Bancarrota. Não vou voltar a despejar aqui todos os horrores que essa  criatura ignominiosa fez a Portugal, sempre com o mesmo ar saloio, imbecil e mediano, mas juro que me daria um enormíssimo prazer vê-lo a empossar um governo totalmente hostil à sua sombra degenerada, sobretudo, com o Sr. Sócrates, sobre o qual eu já escrevi os piores horrores que alguém já escreveu em Portugal, mas que eu adoraria ver a tomar posse como Primeiro Ministro, para ver se o "homem honesto", que só admite concorrência de gente que tenha nascido duas vezes, fosse mesmo honesto e coerente, e se demitisse, depois de empossar o mesmo homem a quem tirou o tapete, na pior altura.

Eu sei que estão a detestar, mas eu também já detesto muita coisa há muito, e hoje apetece-me desabafar, e vou ser cruel: se, dia 5 de junho, José Sócrates ganhar as eleições, nós vamos engolir sapos, cobras e lagartos, mas vai-me saber tão bem ver as fuças do Aníbal e da sua enfermeira, Maria... ai, sim... e... ah, aviso já que, com a massa crítica negativa que o Passos Coelho, que até nem acho mau gajo, ao contrário do Zé de Maçada, leva, também vamos assistir a um estanpanço, a 200 à hora, contra um muro de granito. Será outro cenário delicioso, pelo que, como podem imaginar, os dois eventos pelos quais estou ansiosamente à espera são, hoje, o Festival Eurovisão, e o 5 de junho.

A Geração à Rasca, um fenómeno que começa nas favelas do Rio, passa por Ciudad Juàrez, pelo Norte de África, e acaba nos meninos que pagaram 400 € de propinas, na Católica, na Lusófona e afins, e ficaram a viver na casa dos pais, não é um começo, nem um axioma, é, antes, um corolário de um estado de coisas, no caso específico de Portugal, de uma geração que se aproveitou de uma Revolução, para ocupar os lugares de topo deixados pela elite, e substitui a elite, por mais duvidosa que fosse, pela ralé presente, com a agravante de que ocupou e NUNCA MAIS DE LÁ SAIU, e podíamos despejar aqui os nomes todos, a badalhoca Clara Ferreira Alves, que, camaleonicamente, tenta andar sempre a fingir que não teve nada com a coisa, o Medina Carreira, que gosta é de festas, e faz de conta que está no contra, toda a Geração Soares, a Geração asquerosa do Cavaco, os sobrinhos, em forma de "Cherne", de "Festa do Avante" e opusdeidados do Guterres, os belmiros, os amorins, os dias loureiros, o eterno Pinto da Costa, os aventalados, os Carrilhos, os Constâncios, pai e filho, a corja toda dos CTT, da PT, da Galp, da TAP, da ANA, da EDP, da REN, da CP, o "lobby" do ISCTE, que precisa de ser severamente castigo, sobretudo, na pessoa daquele António Barreto, umas das bocetas de pandora deste curral, e por aí fora, por aí fora, que não me apetece gastar mais teclado. Como Aristóteles ensinava, duas coisas não podem, simultaneamente, ocupar o mesmo espaço, pelo que, quais as esperanças de um nova geração vir a ocupar o nichos onde estão grudadas lapas velhas e bafientas?... Deixo aqui uma sugestão, para os que estão mesmo enrascados, que é a de fazerem render os atributos. Até eu pensei pôr a cabeleira da Lola Chupa, e pôr-me a ganhar dinheiro aqui... :-)

(Nota: já lá apanhei ontem um Juiz do Tribunal Constitucional. Vão ver e pode ser que o encontrem...)

Volto sempre àquele célebre tirada do Lincoln, que diz que se pode enganar toda a gente, durante um certo tempo; que se pode enganar, todo o tempo, alguma gente, mas não se pode enganar, o tempo inteiro, toda a gente.
O Sr. Obama, num nível de estupidez inferior ao do Sócrates, continua a pensar que pode enganar toda a gente, todo o tempo e que ainda há quem aplauda.
Não pode, mas nós vamos pagá-lo caro, porque ele tem, sempre teve, um mandato para destruir, depois da América, a Europa e o Euro. Está a trabalhar afanosamente para isso, ofereceu-nos uma guerra, na Líbia, que poderá acabar com armas químicas e uma bomba suja, numa metrópole europeia, e arranjou agora o episódio de ficção Bin Laden, para que nós, que ainda não tivémos a... "coisa", saibamos o que é um 11 de setembro europeu. Como o caneco se vai embora em 2012, temos um ano para ver a profecia cumprida: ou é a Torre Eiffel, ou o Túnel da Mancha, ou S. Pedro ou... sei lá, os sanitários de Santa Apolónia.
A esperança é que os "Homens da Luta", incarnando todo o mal estar geracional que mina o Hemisfério Ocidental ganhem a Eurovisão. Como isto é uma ficção, seria interessante. O contrário será apenas adiar um pouco mais o holocausto fundamentalista a que vamos assistir, ainda este ano.

(Quinteto das deolindas, 40 anos depois, já com ar de cavacas velhas, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Uma Aventura Sinistra", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers")

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Autópsia de um crime consentido, no início da segunda década do séc. XXI: João Paulo II, santo súbito, santo já




Josef Staline deixou o Mundo com 50 000 000 de mortos na consciência (?). Hitler foi mais modesto, se não o lermos como uma pederástica comadre de Estaline. A Santa Inquisição ficou por 2 000 000 de corpos; a Peste Negra ceifou 25 000 000 de vidas. Pol Pot assassinou 2 000 000 de pessoas. Mao Tse Tung, grande inspirador de Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia, foi mais audaz, e limpou 70 000 000 dos seus conterrâneos. Os 800 000 mortos de Bagosora são uma bagatela, e o próprio Milosevic só conseguiu extripar 200 000, enquanto a PIDE ficou por umas dezenas de milhar. Bush filho só conseguiu limpar 152, Leonor Beleza foi ainda mais modesta, com o sentenciar dos seus 32 hemofílicos, e Jack, o Estripador, bateu todos em fama, mas com apenas 5, comprovados.
Comparativamente, o papel do cidadão polaco, Karol Wojtyla foi um misto de extensão, com intenção, já que, entre o início do seu pontificado e 2009, tinha provocado 25 000 000 de mortos, muitos dos quais já depois de ter entregue a alma ao Demo. Antes de uma estatística afinada, poderemos afirmar que, até 2005, ano em que a Besta nos abandonou, já tinham morrido cerca de 20 000 000 de seres humanos, com a promessa de que os tempos os permitiriam replicar.
Eu sei que a soma de todos os mortos, atrás enunciados, pode parecer enorme, mas tem uma pequena diferença: estas chacinas nunca foram premiadas, exceto em dois casos, o de Leonor Beleza, que se refugiou na Presidência de uma Fundação, e na do mineiro Wojtyla, que foi o único que chegou a... Santo.

Não há memória, na História da Igreja, longa de crimes e abusos, do nome de um qualquer Papa que tenha ficado associado a tão grande genocídio. Perverso, mesmo depois da morte, a herança que deixa é a de a mancha se poder continuar a perpetuar, alastrando e disseminando, para que o nome do seu padrinho jamais se apague da face da Terra. Faz bem: como diz o outro, porque mais vale ter mau hálito do que hálito nenhum.

A memória que o cidadão livre guardará deste ser é a do exemplo de como se não deve viver, e como se não deve morrer. Tudo, nele, foi contrário ao ensinamento lapidar do Cristo: "vive, e deixa viver". Desrespeitoso para com as mulheres, procurou apagar a memória da sua vida sexual, anterior à celebridade, e recusou qualquer forma de afetividade que não fosse a mais conservadora, excetuada a pedofilia. Ensinou que a Fé é demasiado elevada, para multidões que se contentam com a crendice, e transformou a Santa Madre Igreja Católica Apostólica e Romana num enorme empório de venda e revenda de indulgências.
Ao reintegrar a Miséria, mas uma miséria medieval, como um dos lugares possíveis do longo caminho de penitência do Ser Humano, igualmente validou a Riqueza, como um dos espaços de impunidade da desgraça do Homem.
No final do seu pontificado, cada ser humano estava consideravelmente mais empobrecido e tinha-se tornado num polícia fundamentalista de si próprio e do Outro.
Incapaz de perceber a renovação dos tempos, deixou que o sua dignidade apodrecesse com o seu corpo, arrastando o Papado para uma crise só comparável à da pré Reforma e dos Grandes Cismas medievais.
Se João XXIII colocou Deus e a Igreja ao serviço da felicidade do Homem, e Paulo VI travou a felicidade do Homem para a colocar ao serviço dos dogmas da Igreja, João Paulo II foi mais longe, e colocou "Deus", a Igreja e o Homem ao serviço das trevas de uns poucos.

Nada devemos a João Paulo II, exceto o exemplo daquilo de que nos devemos desviar: autoritário, omnipresente, esmagou o Mundo inteiro com a sua obsessiva presença. Permanentemente coligado com o pior da oligarquia dos humanos, não há, na sua biografia, um único momento de humildade, e apenas um, de remorso, o de ter percebido que deveria perdoar ao homem que tentara livrar a Humanidade do flagelo da sua presença.

A Igreja perdeu um quarto de século com a sua persistência no Trono de Pedro, o que equivaleu a mais de 100 anos de regressão de doutrina. Pior do que ele, só a sombra que o construiu e sustentou, Ratzinger, cuja vaidade de anticristo permitiu uma subversão nunca ousada em 2000 anos de Cristianismo: agarrar na carcaça podre do seu antecessor, para a beatificar, ainda em tempo útil, assim mostrando que as coisas divinas já nada tinham a ver com o domínio da Fé, mas tão só da impertinência de certos homens sombrios, entregues à deriva da decadência do Ocidente, no início do séc. XXI.

Esta manhã, Lúcifer foi acordado mais cedo: tinha à porta uma delegação da última Monarquia Absoluta do Mundo, a Cidade do Vaticano. Queriam levar, do Último Círculo, o Gelado, a Alma de Wojtyla, para ser exposta à Necrofilia, à Idolatria e à Vaidade do Mundo, no esplendor da Basílica de Pedro, o Pescador. Certo de que Cristo não estaria presente, o Senhor das Trevas terá acedido, com a condição de que o penitente lhe fosse devolvido ao fim da noite, para continuar a sua pena eterna, que, como se sabe, é muito longa, sobretudo, na sua extensão final.

À hora a que escrevo este texto, Wojtyla já deverá ter regressada à sua lúgubre e profunda morada. Que lhe seja infinita.

(Quinteto dos muitos milhões de mortos, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Uma Aventura Sinistra", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers")