sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Wikilikear é preciso; viver não é preciso





Imagem do Kaos


Dedicado a toda a equipa das "Wikileaks", os heróis anónimos da década, e a Julian Assange, provavelmente o mais importante bastião do Iluminismo, no séc. XXI

Fui daquelas pessoas, que, desde sempre, achou que o obama devia ir apanhar no pacote, ele mais a gaja que lhe faz as limpezas lá em casa, a clinton, que foi incapaz, em nome do carreirismo, de tomar a defesa do marido, e dizer que se estava zenitalmente borrifando para ele ser brochado pela outra bocarra guimarães americana, na sala oval.

Qualquer americano normal, independentemente das suas tendências políticas e sexuais, adoraria mamar, ou ser mamado, na casa branca, pelo que a inveja fica muito mal aos caráteres, e era aí que a madame clinton devia ter mostrado que era uma senhora, mas preferiu grelhar o marido em vida. Teve azar, e agora chegou a vez dela, porque esta porcaria em que a américa está atascada, por muito antiga que seja, e nós sabemos que sempre foi assim, vai custar ao caneco a reeleição, e ela vai coser meias, com um bocado de azar, as meias da palin, que será a fossa das marianas da política americana, mas eles merecem, e nós também, que ainda andamos a acreditar em pais natais.

Isto é o que corre lá fora, e corre bem, porque o séc. XXI andava a precisar de um novo paradigma de informação, aquele em que os cidadãos da globalidade, para lá das crises, dos impostos e de outras comodidades, passassem a ter direito a saber a verdade, e toda a verdade.

No fundo, a verdade nem é grande coisa, são umas larachas que toda a gente sabe, correm de boca em boca, nos cafés, e que são sistematicamente transformadas em boatos, mentiras, calúnias e difamações, por uns gajos e umas gajas sem vergonha, nem coluna vertebral, pagos para fazerem o frete, nas revistas, jornais e televisões.
Chamam-lhe órgãos de comunicação social, mas comportaram-se mais como pífaros do que como órgão.
Assange, o que preferia foder suecas a foder umas borrachinhas fedorentas, inventadas pelo cabrão do reagan, do joão paulo ii e da puta da tatcher, a par com uns soldados fartos de ficarem sem dedos, sem pernas e sem olhos, resolveu despejar cá para fora o que havia para despejar, quer dizer, a ponta do icebergue, porque o que aí vem é infinitamente pior, e não nos devemos esquecer de que, por muito "arrebenta" que pareça a linguagem dos telegramas de embaixada, eles foram teclados por gente do corpo diplomático, geralmente cordata, e com um nível de polimento, com a qual até me dou bem, excetuados os casos daqueles países párias, de pele escura, que tornaram luanda a cidade mais cara do mundo.
Na verdade, acho que não estaríamos preparados para as verdadeiras "wikileaks", faladas em língua de "liga dos últimos", das intimidades do "major", ou nas tonalidades em que o pinto da costa grunhe, quando está a fingir ejaculações. Isso, sim, seria, será, sórdido, e vai ser o episódio que se segue, como pessoa diria, a realidade da realidade, ou a as wikileaks das wikileaks,
dá b'jinho à bijou, dá bebé, bilou bilou bilou.

A síndroma de assange é muito semelhante ao murro no estômago que a fotografia deu na pintura: deve ter feito os intoxicadores sociais sentirem-se em risco de desemprego, já que toda a gente preferirá agora ler um semanário lançado pelo assange, ou email que circule, em spam, com as últimas, do que as escorrências sebáceas do "expresso", os gemidos da câncio, e as exaltações da clara ferreira alves.

Essa gente, para todos os efeitos, morreu, neste ano de 2010, e não deixa cá saudades nenhumas, ao contrário de outros espaços de informação, os famosos CINCO, que já deram a volta ao filme, e se aliaram ao novo estado de coisas (puexem lá pela cabecinha, e percebam por que é que o "expresso", nem que os cinco fossem dez, poderia ser escolhido para a... aventura.

Cheira mal, cheira a balsemão.


A "Time", ao não aceitar a nomeação de assange para homem do ano, automaticamente, transformou-o no homem da década :-)

Portugal, todavia, como país de castelos, também é país de fantasmas, e adora continuar a fingir que não percebeu que algo aconteceu, porque isto, para todos os efeitos, como diria o senhor kuhn, é uma rotura de paradigma, e depois de se ler um texto wikileakeado, acabaram os argumentos das prescrições, dos erros processuais, das nulidades das escutas, das provas que não são provas porque um gajo qualquer, a soldo da corja, decidiu que não eram provas, e tudo o que parece que é, e é, ao simplesmente ser, acabou agora com esses disfarces ridículos, esses contorcionismos da mistificação, e essa negação do evidente. Pode doer, mas está a ser transmitido em direto, e contra um direto não há quaisquer argumentos, meus caros amigos.

O séc. xviii gerou revoluções pela prosa. O séc. xix viveu revoluções pela música; o séc. xx foi de arrasto pelas brutalidades da pintura; o séc xxi anuncia-se ser revirado pela informação direta.

Por cá, e porque não me apetece wikileakear muito, coisa que já ando a fazer há anos, e a ser insultado e apodado de tarado e ordinário, só vos peço que prestem atenção às últimas danças de cadeiras do velho regime: à beira de eleições, com aquele mamarracho do aníbal, que dava um bom concorrente para o américo thomaz, e o alegre, uma rábula do solnado, mais o das enfermeirinhas e um que eu nem sei o que seja, mas deva não passar de um torresmo qualquer das sobras dos outros, à beira de eleições, dizia, um pântano, um vergonhoso pântano, que devíamos usar como momento de protesto, colocando a tal "república" (não escrevo bananas, porque estão implícitas...) na situação de república sem presidente, tal como naqueles concursos literários, onde, por falta de qualidade, se decide não atribuir o primeiro prémio.

É verdade que gostaria que, no dia 26 de janeiro, fosse título das imprensas mundiais que portugueses decidiram não eleger presidente da república, por falta de nível dos candidatos, entrando em período de sede vacante, com a maria a fazer de palhaço, em regime de duodécimos, mas, infelizmente, ainda não estamos maduros para isso, e os servidores do sistema, as vozes de comentadores, os construtores de manchetes, os desviadores de atenções, os miguéis sousa tavares, os marcelos... não... estou a ser injusto..., esse até está, embora maquiavélico, uns furos bem acima..., bom, "há dem" reparar como continuam a rebentar escândalos oportunistas, uns a beneficiar o aníbal, outros, o de vilar de maçada, e nunca nenhum a beneficiar-nos a nós.

Relembro que estou coberto de medalhas, na guerra contra sócrates, mas a minha guerra, a verdadeira guerra de todos os portugueses, a batalha de todas as batalhas, tem hoje um nome diferente, e é para aí que devem concentrar as vossas atenções, e wikileakear tudo o que tiverem para wikilekear até lá: dia 25 de janeiro deverá, por cidadania e respeito para com a nossa dignidade nacional, o dia de vexar o homem que nos destruiu as esperanças de modernidade, que assassinou a política e, sobretudo, o partido do qual foi bernardo-eremita, o psd, e tornou portugal na cauda da europa, quando o tempo era de mudança, e esperança, a última esperança de portugal.

Falo de aníbal de boliqueime, evidentemente.





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