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sexta-feira, 5 de abril de 2013

O começo do Relvismo, como enciclíca menor, das enciclícas maiores das fraudes académicas generalizadas, em Portugal





Imagem do Kaos


É com profundo pesar que recebo a notícia da demissão de Miguel Relvas, por razões que são simples, e estão muito limitadas pelo meu inconsolável romantismo: ao contrário das figuras pardas que enformam as comissão de gestão angolana, que rege o enclave de Cabinda Norte (Portugal), e que não me conseguem despertar o menor sorriso, caso do facínora Carlos Moedas, do boca torta do Miguel Macedo ou do sinistro Nuno Crato, o Relvas era uma anedota, e uma referência.

Num país sem humor, haver um palhaço de que nos pudéssemos rir diariamente, era saudável, ao contrário da sensação que nos percorre, de cada vez que o Gaspar vem comunicar, com voz de boneco de corda, as últimas diretivas da seita para que trabalha, a Goldman Sachs, destinadas a mergulhar os níveis de vida dos nossos concidadãos em padrões piores do que os do Salazarismo.

É péssimo que a licenciatura de Relvas venha a ser anulada, porque isso vai pôr em causa o Reitor da Lusófona, Fernando Santos, corrido da FCT da UNL por uma longuíssima série de semestres de faltas -- tal o "Professor" Cavaco, quando o escroque João de Deus Pinheiro o salvou do processo disciplinar que tinha no lombo, na Nova -- e, é isso que me toca ainda mais profundamente, pode vir a pôr em causa as provas de agregação de equivalências por orgasmos, das Vice Reitora, Clara Pinto-Correia, conhecida pela sua ascensão horizontal, ao contrário de Cristo, que subiu aos Céus, de pé, e de braços abertos.


Desde Aristóteles que estas coisas se chamam "catarse", ou seja, uma forma engenhosa de descomprimir panelas de pressão forçadas muito para além das resistências das suas paredes, só que, como os tempos mudaram, e estávamos, e estamos, em riscos de uma intervenção militar, para recompor a ordem constitucional, esta pequenina catarse não vai servir de nada, porque os seus verdadeiros motivos são nulos: o Relvas sair, ou não sair, é totalmente indiferente, porque, de facto, já não estava lá, o que estava lá era um governo de tal forma decomposto e desacreditado que até permitia ter Relvas no seu seio. Muito mais me preocupam os dividendos que Nuno Crato, uma sinistra figura pós (?) maoísta, com licenciatura típica, possa vir a tirar deste enxovalho público, do seu colega, já que um Nuno Crato, fortalecido pelo linchamento do idiota Relvas, pode ser prejudicial para o país inteiro, posto que o Relvas ter licenciatura, ou não, era-me totalmente indiferente. Já não me é indiferente o destino que o pernicioso Crato tenha para multidões de licenciados deste país, e para jovens em busca de formação, meramente regido por critério de economicismo, que, na lógica de Bilderberg, nos querem voltar a fazer afundar numa nova Idade Média.

Numa frase, tudo o que fortaleça o Crato é muito mau para Portugal.

O resto ameaça ser pior, porque a tal ideia da "remodelação", que se pressupunha vir depois do chumbo do Constitucional, mas que, ao ter começado hoje, deixa pouco espaço para remodelações maiores, tirados os rumores da Opus Dei, através de Paulo Macedo, se ir deslocar da Saúde para a Economia, de onde sairá a anomalia Santos Pereira, e outras baixaria afins. Ou seja, uma vez chumbadas as contas no Constitucional, as tais contas que evitaram pegar o touro pelos cornos, esse touro, que se chama encarar o BPN, os "offshores" e as parcerias público privadas, que deveriam já, há muito, ter conduzido à prisão de Aníbal de Boliqueime e de muitos dos facínoras políticos que estiveram em campo, nas últimas décadas, pouco fica para fazer, exceto o essencial. 

Mais sucintamente, se fosse séria, essa tal remodelação deveria incluir Cavaco Silva, Passos Coelho e afins, ou seja, limpar o Regime, e isso, obviamente, só à força, não com paninhos quentes: tudo o resto é andar a entreter os ingénuos.

Não vamos assistir a nada disto: como o Professor Marcelo, o oráculo das banalidades, já anunciou, parece que querem ir buscar o cadáver do Fernando Nogueira, enfiado até ao pescoço nos interesses de Angola, para substituir o Relvas. Em linguagem cinematográfica, vão trocar um canastrão por outro, mantendo o enredo do filme sem qualquer alteração.

Nisto tudo, uma palavra de carinho para Paulo Portas, que Laura "Bouche", através dos oráculos da "Sheila", já antevê no Palácio de Belém. Terá uma vantagem: pela primeira vez, na História de Portugal, não vamos ter de gramar com a galeria de aberrações da "Primeira Dama", e talvez tenhamos acesso a paisagens renovada de escort-boys, ou atletas em pelota.

Outras remodelações, mais modestas, valem-se de truques velhos como o Mundo, como o célebre "golpe da barriga". Quem se atreverá, no meio da ruína da Agricultura, a pôr na rua a prenhe Assunção Cristas, que, depois de cuspir cá para fora o seu pequeno neanderthal, ainda terá direito a licença pós parto, e seis meses de repouso pagos, como mérito de ter despejado para o Mundo mais um foco de poluição humana?... Com um pouco de sorte, continuará Ministra, depois de todo o Governo ter caído.

Ah, o filho vai-se chamar Coreia Cristas, em honra da guerra próxima.

(Quarteto ad majorem angola gloriam, no empancado "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Laura Diogo, Margarida Marante, a Opus Dei e as Eleições Presidenciais antecipadas




Imagem do Kaos


Há uma súbita vertigem, nos órgãos de intoxicação social, através dos notáveis comentadores, que, em nada, contribuíram para a destruição de Portugal, numa necessidade de um Governo de "União", onde "todos os Portugueses se reunissem, para salvar Portugal".

Estou totalmente de acordo, com a ressalva de dois pontos, o primeiro é que a expressão "todos os Portugueses" teria de ser reescrita como "todos os Portugueses, exceto os que trouxeram até este ponto de dissolução da identidade nacional", e é uma ressalva entre o ético e a necessidade política. A segunda é muito mais de natureza técnica: constitucionalmente, os Governos da III República necessitam da existência de um Presidente, que lhes dê posse. Acontece que o mandato de Cavaco Silva é dos eventos mais bem balizados de toda a História de Portugal: começou no dia em que teve o "ataque" e acabou ao som dos gritos da Luísa Trindade, em 5 de outubro de 2012, dia no qual, com toda a dignidade com que sempre soube desempenhar o cargo, nem parou, nem mexeu um músculo, enquanto uma só voz gritava por 10 000 000 de conterrâneos.

Ora, é consequência do anterior que, estando o Palácio de Belém desocupado, urge convocar Eleições Presidenciais antecipadas. Para os "troikistas" ortodoxos, o evento, em nada, desestabilizaria os mercados, bem pelo contrário, mostraria que os Portugueses estão atentos, e que têm autonomia suficiente para proporem os necessários reajustamentos políticos, sempre que tal se revele necessário. A alternativa, como se sabe, é os militares virem para a rua, e obrigarem a uma alteração menos suave da Desordem Constitucional, instituída pelos grupos de pressão em campo, Lojas de cariz maçónico-criminoso, Clubes Angolares, Círculos Sino-Indianos, fanáticos do chicote, da Opus Dei, os Amigos de Chávez, as diferentes mafias, sempre em complexos equilíbrios homeostáticos, e o Aurora Dourada dos medicamentos pela porta furada.

Uma vez eleito o Presidente da República, que não poderia provir do eixo Maçonaria-Opus Dei e estar completamente desvinculado de qualquer atividade política anterior, poderia proceder-se ao levantamento das pessoas capazes de constituir esse "Governo de Salvação Nacional", cujo filtro, por exemplo, também poderia incluir a cláusula de nunca terem sido entrevistados pela Margarida Marante.

Como nos concursos-surpresa, ao contrário da "Casa dos Segredos", onde já se sabe que irá ganhar o "Rosso Escort", Cláudio Fernandes, um Renato Seabra bem comportado, estive a entreter-vos com este texto, quando, na realidade, o que me apetece pôr aqui hoje é um outro texto, que está a fazer furor nos emails, sobre o cariz e o carisma da defunta, atrás citada, e passo a transcrevê-lo, tal como o recebi: "A morte [...] da jornalista Margarida Marante, vitima de um ataque cardíaco fulminante, não deixa de suscitar interrogações sobre a hipocrisia desta vida. Traçam-se agora os maiores encómios à atividade passada de Marante, como entrevistadora corajosa, desde que começou a carreira, aos 20 anos, no semanário o ‘Tempo’, e, mais tarde, na RTP, onde se distinguiu nos programas de grande entrevista política, tendo integrado a equipa fundadora da SIC, onde apresentou programas como ‘Sete à Sexta’, ‘Contra Corrente’, ‘Cross Fire’ e ‘Esta Semana’. Mas esquece-se o maior drama da sua vida, que, provavelmente, levou à sua morte precoce! Fala-se dessa carreira emérita mas esquece-se que o esquecimento a que foi votada por muitos amigos e familiares (houve excepções!) a levou a rumar para os caminhos perigosos do consumo de drogas que arruínaram a sua vida profissional e pessoal. Nem a desintoxicação numa clinica em Navarra,paga pelo seu amigo do Opus Dei, Jardim Gonçalves, a levou a deixar esses caminhos torturosos, ela, que tinha tudo para ser feliz: apresentadora temida em programas de TV, presença habitual nas revistas «cor de rosa» onde surgia ao lado do marido, Emídio Rangel, com amigos influentes – entre os quais, o ex-marido, Henrique Granadeiro, pai dos seus três filhos, homem forte da PT, que sempre a acarinhou, mesmo nas horas infelizes - passando por José Sócrates e a ex- namorada deste (?), Fernanda Câncio, habituais frequentadores de sua casa, tendo-se Fernanda Câncio tornado testemunha presencial de cenas dramáticas a que foi sujeita. Inexplicavelmente, ligou-se a Fernando Farinha Simões, um cadastrado com ligações ao Caso Camarate (que denunciou agora através de uma carta as várias implicações deste crime que continua impune), que dizia ter em seu poder vídeos comprometedores para personalidades influentes do meio social e político, a quem fornecia droga, e apanhara em grandes orgias. Os alvos principais foram Margarida Marante e o marido, Emídio Rangel, o jornalista que conhecera quando ainda estava na prisão, onde cumpria pena por tráfico agravado de droga e que o convidara a participar, como informador, num programa na forja da SIC sobre o Caso Camarate. Repudiado na sua relação amorosa com a jornalista, depois de se ter envolvido nove meses com ela, resolveu contactar o jornal «O Crime» para se vingar. O «tiro» havia de lhe sair pela «culatra»: antigo colega nos anos oitenta de Marante no semanário «Tempo», o jornalista que Simões contactara reatou o contacto com a antiga apresentadora. E foi ela quem acabou por lhe revelar todo o seu drama, recebendo-o, em sua casa, com lágrimas nos olhos, aliviada por saber que «o monstro que lhe atormentara a vida estava de novo preso». Fernando Farinha Simões, que deverá sair muito em breve da prisão, era um cadastrado capaz de se dar bem com Deus e o Diabo. Antigo motorista de Sousa Cintra, foi considerado um «chibo» (informador) nas prisões por onde passou. A sua aparente simpatia e inteligência fizeram com que mantivesse relacionamentos surpreendentes, até junto dos mais altos quadros da PJ, onde gozava o «estatuto» de infiltrado junto do DCIT, o órgão de combate ao narcotráfico. Nos finais dos anos noventa, a passagem pelo estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz tornar-se-ia penosa para este personagem: «Estava sempre a levar estaladas por se chibar», confidenciou um seu antigo companheiro de cárcere. Tony, o ex-namorado de Arlinda Mestre, a concorrente da «1ª Companhia», um indivíduo que esteve ligado ao grupo de traficantes do colombiano Pablo Escobar, foi um dos que afogou as suas mágoas na cara de Simões. Aliás, esta faceta de denunciante e de «fura-vidas» também se revelou no decurso dos trabalhos da V Comissão de Inquérito Parlamentar ao caso Camarate, quando Fernando Farinha Simões foi à Assembleia da República, conduzido sob escolta, fazer revelações surpreendentes. Sem pejo, FFS denunciou José Esteves, seu antigo companheiro nas redes bombistas do chamado «Verão Quente de 75», como tendo sido o homem que fabricou a bomba que fez cair o Cessna que transportava o então primeiro-ministro. Mais tarde, numa entrevista à revista «Focus», Esteves confessou ter sido um dos autores do atentado, lançando as culpas da autoria moral para as chefias militares, sobressaltadas com a iminência da revelação de comprometedora documentação na posse Adelino Amaro da Costa envolvendo-as nos desvios dos dinheiros do Fundo de Defesa do Ultramar – uma espécie de «saco azul» destinado a financiar ações ilegais, entre as quais, soubemos, a compra de armas para a guerra Irão/Iraque. Foi com o intuito de procurar tirar dividendos desses seus conhecimentos sobre o mistério Camarate, pensando num atenuação da pena, que Fernando Farinha Simões testemunhou na Comissão de Inquérito na Assembleia da República. Ao mesmo tempo, ofereceu os seus préstimos a Artur Albarran e a Barata Feyo (então responsáveis do programa «Grande Reportagem» da SIC e que preparavam um trabalho sobre a morte de Sá Carneiro). Foi desta forma que conheceu o director de informação daquele canal: «O Rangel soube que o Fernando Simões estava a par de muitas informações sobre o que aconteceu em Camarate. Resolveu contratá-lo como informador para um documentário com 12 episódios sobre o caso. Chegava a mandar o motorista da estação de TV buscá-lo num Mercedes a Pinheiro da Cruz quando ele saía nas precárias. E de informador passou a ser seu companheiro mais chegado, acompanhando-o nas noitadas», referiu Margarida Marante. O tal seriado sobre Camarate terá custado uma pequena fortuna a Pinto Balsemão – Margarida fala em 50 mil contos na moeda antiga (250 mil euros actuais) – mas a mini-série nunca foi para o ar, e apenas um episódio terá sido produzido. O relacionamento de FFS com a jornalista iria perdurar muito para além do seu divórcio atribulado com o ex-diretor da SIC. Marante explicou os motivos pelos quais acedeu relacionar-se intimamente com um indivíduo de passado mais que duvidoso: «Encontrava-me fragilizada depois de anos e anos de um casamento marcado pela violência com o Rangel. Por outro lado, a minha formação católica – sabe, sou do Opus Dei? – levava-me a acreditar na redenção humana. Todo o homem, por mais miserável que seja, deve ter uma segunda oportunidade. Apreciava a forma com ele, amava a sua neta. E pus-me a pensar: será que eu devo duvidar de um homem que tem este comportamento tão humano, que me ampara a mim e aos meus filhos, que se mostra tão dedicado para connosco?». A alma e a carne são frágeis. E Marante, vulnerável, assumiu esse relacionamento que acabou por se tornar demasiado íntimo. Havia também outros interesses em jogo. Atentemos no que escreveu um dos juízes relatores no acórdão da sentença da 2.ª Vara Criminal, que condenou Fernando Farinha Simões a seis anos e meio de prisão pelos crimes cometidos contra Marante, justificando os motivos pelos quais achava que o arguido deveria também ser penalizado por tráfico de droga: «Foi manifesto das suas declarações que a assistente sempre dependeu de outrem para obter cocaína (primeiro, do seu então marido, depois do arguido) não sendo em meu entender líquido que tivesse recursos para procurar outra fonte de abastecimento, antes se deixando entregar às mãos do seu “fornecedor”, pelo menos enquanto o pudesse fazer, como fez, por ter recursos financeiros para tanto». Fernando Farinha Simões acabou por ser condenado por três crimes de sequestro, dois por coação grave, três por violação de domicílio, os quais praticou quando a apresentadora pretendeu acabar com a relação que se ia tornando cada vez mais obsessiva. E aí começou o terror: «Queria mandar em tudo, até na minha conta bancária, nos cartões de crédito, na escolha dos meus amigos… Assumo que foi um erro ter ido para a cama com ele… talvez o tenha feito por me sentir revoltada. Os dias passavam e cada vez me sentia mais angustiada. Queria vê-lo fora de casa, longe dos meus filhos (que deixaram de a frequentar) e ele não me largava. Até que o proibi de ir a minha casa. Mas ele nem assim desarmou: introduzia-se no meu apartamento, passando pela varanda de um andar ao lado, depois de ter subornado o porteiro do prédio. Comecei a viver dias e noites de autêntico terror. Por várias vezes, acordava durante a noite, com ele no meu quarto, aos pontapés à cama. Cheguei a barricar-me no meu quarto, mas ele partiu a porta aos pontapés», contou Margarida Marante. Das «invasões» do domicílio às agressões e ameaças foi um pequeno passo. A antiga apresentadora chegou mesmo a ser intimidada com uma faca, que FFS lhe encostou ao rosto, e, numa outra ocasião, como nos revelou a jornalista, o cadastrado introduziu-lhe o cano de uma arma «Glock» no sexo. Na 21.ª Esquadra da PSP, de Campolide, choveram várias queixas de Margarida. Mas as suas súplicas não eram atendidas. «Provavelmente, pensavam que eu não estava boa da cabeça», sublinhou. O rapto e sequestro para a Figueira da Foz, onde, durante o trajeto, Margarida -- contou ela. numa carta que enviou a amigos, alertando-os para o seu drama -- chegou a ser a amarrada a uma árvore, enquanto FFS lhe encostava uma arma à cabeça, poderá ter «sensibilizado», de forma definitiva, a Polícia a agir. As brigadas Anti-Crime da PSP e a DCCB da PJ entraram em campo, e foi emitido um mandado de detenção contra o ex-presidiário. Este acabou por ser detido em Cascais, mas, aproveitando uma ida à consulta no Hospital de São José, acabou por se evadir. Foi durante este interregno que Fernando Farinha Simões contactou «o Crime» para um encontro num café nas proximidades do jornal, dizendo estar na posse de provas comprometedoras para Margarida Marante e Emídio Rangel. Mas o único documento que acabou por exibir foi, precisamente, o mandado de detenção emitido por um juiz do TIC, para ser conduzido, sob custódia, no âmbito de uma queixa apresentada pela jornalista. Nos dias seguintes, FFS deixou de dar notícias. Havia uma explicação para o facto: é que fora detido na noite de 28 de Janeiro de 2006, à porta do prédio onde reside Margarida Marante, quando se aprestava, uma vez mais, para invadir o seu domicílio. Mais tarde, Margarida Marante haveria de confessar os motivos que a levaram a tornar públicos estes factos (que criaram muitos «estilhaços» nos meios onde se movimentam as nossas vedetas das TV, entre as quais, o consumo de droga era assunto sigiloso) uma atitude pouco comum nas figuras em destaque nos vários quadrantes da sociedade. «Foi por causa das chantagens que o Farinha Simões me fez, ameaçando incriminar amigos próximos, alguns deles bastante influentes na sociedade portuguesa, ameaças que iam desde o fornecimento de droga, a suspeitas sobre a sexualidade. Por outro lado, quis expiar os meus pecados. Quero voltar à vida». Um propósito que está a ser difícil de concretizar: a jornalista nunca mais foi estrela nos ecrãs da TV.  Morreu agora, triste e só, esquecida pelo grande público, longe dos holofotes da fama que ela tanto ansiava voltar a recuperar. Era de facto uma grande jornalista mas escolheu mal as suas companhias que arruinaram a sua vida. Paz à sua alma!" (Lucas Carré)

O texto é interessante, e até poderíamos criar as verões vegetariana e/ou picante, se acrescentássemos à porcaria dos nomes que aí pairam, os restantes, os do costume, as ferreiras alves, os catrogas, os mexias, os bavas e todas as gentes sérias que têm uma opinião e comentam a nossa desgraça, e até a alimentam, o que, de facto, implica uma limpeza geral, antes da formação de qualquer "Governo de Salvação Nacional".
Há que, de facto, reconstruir, primeiro, a "Nacionalidade", definir o que é "salvar", e, só então, já com um Presidente da República digno desse nome, avançar para uma fórmula governamental. Como estão a ver, é quase elementar, embora os Portugueses se pudessem sentir órfãos de não reconhecerem nenhuma das caras da permanente paródia televisiva.

Sei que me estão a fazer sinais, a dizer que me esqueci da Laura Diogo. Não esqueci, não, foi discretamente substituída por uma camada mais jovem, a recibos verdes, e continuam a ser rebentadas, quando não nos estão a rebentar a nós, pelo "Clube de Angola"


(Quarteto da Margarida Marante, fazes cá tanta falta como uma viola num enterro, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

sábado, 29 de setembro de 2012

Dos lambe botas aos lambe golas




Imagem do Kaos


Há os que servem, os que gostam de servir, e os que nem sabem o que estão a fazer.
À segunda categoria, o vernáculo português sempre chapou com o carimbo de "lambe botas", o que, muitas vezes, era uma ofensa ao respeitável calçado, vários furos acima do miserável recheio.
Estimado leitor, se olhar em seu redor, imediatamente poderá fazer uma considerável contabilidade de lambe botas, já que a pirâmide social, ou, mais propriamente, a Mediocracia, é visualmente constituída por uma pirâmide de línguas, que se estende para cima, e mais para cima, patamar após patamar, até chegar às botas do Asco Supremo. Como Deus, o lambe botas está em toda a parte, desde a Loja do Cidadão até ao mero cidadão da Loja, sobretudo na fase em que ainda se encontra no estádio do cinturão aventalado branco.

O lambe botas pode chegar alto, como Manuel (de dia) Maria (de noite) Carrilho, que agora lançou a sua biolambedografia, de como conseguiu ascender na Universidade, de uma média de 10, a sucessivas nomeações em Diário da República, que o levaram à Cátedra. Com se diria, no Direito Canónico, foi uma arrelvação antes da arrelvada, e chegou a Ministro das casas de banho, o topo da base de todos estes pingentes. Brevemente a sua carreira meteórica também inspirará Joana Vasconcelos, que incluirá no Jubileu Carrilho o célebre episódio da telefonista da UNL, que desinfetava as mãos, sempre que ele era chamado ao PBX, "ai, senhor doutor, nunca se sabe se se pode apanhar alguma doença aqui..."

Juro que o álcool não era pago pelo Conselho Nacional de Ética.

Tudo isto é parodiado, porque, como se sabe, em Portugal a tendência é para as coisas encontrarem sempre uma subcave de si mesmas, de que são epifania Teresa Guilherme, as prosas de Clara Ferreira Alves, ou os "romances" de Miguel Sousa Tavares, pelo que, esgotado o lambe botas, o Portugal Profundo resolveu dedicar-se ao Inteligent Design do... lambe golas.

Para que não haja dúvidas sobre de o que estamos a falar, quando falamos de "lambe golas", devemos soletrar "lambe golas", como lambe
go
las,
categoria que, quando os Estados tinham a dignidade, que, sucessivamente, lhes foi retirada por Putines, Barrosos, Sócrates, Sarkozys, Berlusconis, Merkels, Rajoys, Chávez, Dos Santos e escroques afins, era geralmente taxada de "vende pátria", ou "traidores da pátria", uma categoria muito baixa, na hierarquia social, e, sobretudo na história moral dos povos, quando a havia.

Em Roma, eram levados à Rocha Tarpeia, enquanto Lisboa agora se contenta com enfiá-los no Conselho de Estado.

Um lambe golas é um indivíduo, ou respetiva fêmea, que, estando em Portugal, está ao serviço,  mais ou menos descaradamente, de interesses estrangeiros.

O Darwinismo português, desde que Portas não se demitiu com o escândalo da "Moderna" -- o primeiro de todos os políticos portugueses a nunca mais se demitirem, sempre que um escândalo os colocava, na lógica do bom senso, imediatamente fora do tabuleiro da credibilidade -- leva a que os lambe golas cada vez trafiquem, mais às claras, com as potências a que servem.
Evidentemente, não trabalham para o Canadá, exceto Álvaro dos Santos Pereira, que foi tão boa porteira, lá, que resolveram empossá-lo na mesma categoria, cá. Ouvi-o, no outro dia falar inglês, e notou-se que deve ter dito "good morning, sir" e "good evening, mistress" a várias gerações de gente civilizada, a quem fechava a porta do ascensor, assim absorvendo polidez e alguma cultura palatina.
Há os lambe golas, da variante lambe selas, quando traficavam (josés) "magalhães" com o ditador oligofrénico, de Caracas, das Venezuelas, e depois passaram a tentar traficar tudo, TAP incluída, na forma de lambe lombas, ou lômbias, das Colômbias. Havia, e há, o Luís Amado, que lambe de lado, e está ao serviço da América, como é universalmente sabido, mas a pior categoria, é definitivamente, a dos lambe golas, que têm o cromossoma neandertalês típico do lusitano, mas a alma, o coração e a conta, com vista para os musseques.
Dividem-se entre os evidentes, os escandalosos e os que já estão tão metidos naquilo que nem se dão conta.

Miguel Relvas, uma anomalia espaciotemporal, que se consegue estender, dos delírios de Hawking, à mais perfeita das teses quânticas, a do Príncipe de Broglie, é o paradigma do lambe... go...las profundamente escandaloso. Supomos que seja devido à fratura da placa australiana, que o tenha levado a uma deslocação forçada, no tempo e no espaço, porque, a ser-se justo com a era que inaugurou, deveria ter sido colega de Sócrates nos bancos da "Independente", para ter obtido o canudo da catinga, no tempo das licenciaturas gordas. Teve azar, e sobrou para a Universidade dos Orgasmos, onde lhe deram equivalências magras em tudo o que tinha de fraudes, crimes económicos e de lesa pátria, e até saiu barato, porque parece que pagou a propina mínima em kwanza, para que a mulata soltasse uma lagriminha, que nem António Gedeão, com as suas transmutações poéticas, hoje conseguiria converter, de lágrima de sangue, em choro de água chilra.

O lambe golas criminoso, uma subvariante do escandaloso, nesta taxonomia do declínio, é o evidente Migâ Amâghâl, a quem a Glória de Matos, se não estivesse já jubilada, deveria dar aulas de contenção de perdigotos, como deu ao Professor Aníbal, nos tempos em que arruinava Portugal, a partir de uma passeata pela Figueira. Resta-lhe o "personal trainer" de Miguel Esteves Cardoso, que lhe terá de ensinar a aparar as babas dos cantos da boca com a extremidade da língua, sempre que vier defender que, depois do BPN, vendido por uma cortesia, a mulata sonha agora com a Caixa Geral de Depósitos, mas na versão integral.

Sonhar não custa, desde que isso não provoque pesadelos nos alheios, e a situação já passou a fronteira do suportável. Dia 29, os lambe go...las vão ser todos remodelados na rua, se não lhes acontecer algo de pior, porque o Povo já entrou na fase do "Ça Ira!...", por mais que a Maria Cavaca os mande comer pastéis de Belém, já que pão não tem. Sábado será um dia de surpresas, até para Arménio Carlos, que, subtilmente, sonha com pôr os Indignados a reboque dos açaimos da sindicalização.

Já se passou essa era, e quem vai ser rebocado será o politicamente correto, das bandeiras sindicais, por uma maré única de gente, em forma indiferenciada de protesto.

Os lambe go...las vão rememorar uma terrível lição da História, que, no tempo dos nossos pais, e avós, foi ter de, justa ou injustamente, ir defender uma fronteira, nos confins de África, e muitas em Angola, dos lambe... golas, incluídas. Se muitas vozes então se ergueram contra a forma apressada com que os lambe tudo deixaram as fronteiras do último dos Impérios, nem os lambe golas sonhem hoje com uma colonização inversa: se não forem os militares, serão uma coisa bem pior, os populares, a passearem-lhes a cabeça na ponta de chuços, com a autoridade moral do peso de dezenas de milhar de mortos e mutilados, que coletivamente herdámos, desse lúgubre, e indelével, momento.

(Quarteto de abate imediato dos lambe golas, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A extinção da Fundação BPN, como contrapartida para a manutenção dos presépios de Maria Cavaco Silva




Imagem do Kaos


Como já Salazar dizia, extinguir uma fundação dá de comer a um milhão de portugueses. Ora, como Salazar já passou, e estamos numa era de políticos infinitamente mais consistentes, persistentes e subservientes, há certas fundações que dão de comer milhares de milhões a um punhado de escroques cada vez menos escrutinados.

Para mim, criado no  bom gosto de uma Fundação Gulbenkian, percebo perfeitamente que, na deriva do país degradado, existam coisas como a Fundação Sousa Cintra, a ver-se intocada, sinal de que o Conde Caria, tinha uma visão de futuro, de cada vez que parava o ascensor entre dois pisos, para aviar de boca o então "lifter", que acabou como fundador da Fundação. Todavia, tudo isto são trocos, já que o leitor, como eu também, já terá recebido, por email, aquela célebre descrição da maior fundação de todas, ou pessoanamente, a Fundação-todas-as-Fundações, também conhecida por BPN.

Dizem as más línguas que dava para fazer não sei quantas pontes, dar a volta à Europa em TGV, pagar subsídios até ao séc. XXII, e até fazer o impossível, como fazer o Cavaco nascer duas vezes, ou devolver a virgindade à Teresa Guilherme, mas vamos ao que interessa: o Governo, num ato de inusitada coragem, que revela a altíssima craveira da nata que nos governa, extinguiu hoje a Fundação BPN, assim retirando, dos ombros dos contribuintes, o mais pesado dos fardos com que arcava.

A decisão é politicamente dura, corajosa, e tem imediatas consequências, posto que, como é sabido, os seus quadros sempre se esmeraram em integrar tudo o que eram os resíduos sólidos do Primeiro Cavaquismo, e, mesmo, as entradas, canapés e aperitivos, do Segundo.
Mas tenhamos calma, e não nos assustemos: Mira Amaral, um criminoso, que pilhou o Estado dos fundos próprios e dos Fundos Estruturais, no meio daquelas babas com que se borra todo de boca, nas televisões, já garantiu um pensionato próprio, assegurado pela bielo-russa ou cazaquistaneza, ou lá de que merda é, Isabel dos Santos, uma empresária de sucesso, dos salões da Nova Desordem Mundial, embora haja muitos que vão ficar de fora, ou a engrossar as fileiras dos fundos de Desemprego.
Sabe-se que a decisão não foi consensual, já que os barões do PSD, depois de queimarem Passos Coelho, dificilmente encontrarão um idiota da mesma estirpe, para representar pacificamente os interesses que nos governam, e a coisa tem de aguentar-se mais uns mesitos, perdão, mais umas semanitas, sei lá, uns dias, até que se ponham a salvo alguns capitais, que o filtro de Cabo Verde -- aquilo é territorialmente pequeno -- ainda tarda em escoar.

Decisivo, foi o telefonema de Belém, em que Cavaco Silva, o padroeiro da "Coisa" disse que já tinha desistido de acabar com decência o mandato, e já se contentava com acabá-lo "de qualquer forma".

Aqui, já o tema começa a tornar-se interessante, posto que o "de qualquer forma" já está na rua, e cada vez mais atento: as caras, as expressões, o movimentar, a adrenalina, o acumular do ódio, o derrubar de todas as barreiras, representam o despertar de um Portugal Profundo, atávico, e assustador, porque imprevisível, que, ao longo da História, atirou, do alto da Torre da Sé, o Bispo de Lisboa, em 1383-85, correu com uma puta, que andava a estender os falópios a um castelhano, e foi por aí fora, defenestrou, maria da fontinhou, regicideu, e até sidonizou.

O país está agora coberto de padeiras de aljubarrota e de alas dos namorados, e, de cada vez que um escroque ministerial tenta sorrir, e pôr a penca de fora, logo tem de engolir uma vaia monumental.

Já não há assessores de imagem que consigam corrigir o incorrigível, e, por mais cosméticas que as televisões sejam pagas para fazer, neste tempo de Penélope, tudo o que eles urdem, durante o dia, é imediatamente despedaçado, pela calada da noite, por uma antiga maneira de estar, muito Portuguesa, a da rebeldia e rebelião.

Nas ruas, as "gorduras" do Estado já não são engolir incolumemente os cortes nas pensões de 300 € da Dona Alzira, mas querer ver, por exemplo, o Ferreira do Amaral, esse suíno, espetado naqueles grelhadores da Pita Shawarma, a limparem-lhe os sebos, com um cortador.


Os não alinhados, os que nada têm a perder, os que não estão em pleno emprego, nem em semi, nem em nenhum, por não serem das seitas, dos conúbios, das promiscuidades, decidiram trazer o esboço da Nova Ordem para a rua, por mais que isso chateie os comentadores do "Expresso", as Claras Ferreiras Alves deste... perdão, desse Mundo, e o lambe solas António Barreto, mais os seus números encomendados.

Eles estão desempregados, e sem futuro, e isso é perigoso, porque têm todo o tempo do Mundo, para virem fundar, pelas praças, a Nova Democracia.

Eles são as formigas que querem os postos de trabalho que as cigarras extinguiram, para poderem continuar a cantar o seu autista fado antigo.

Como Mandelbrot previu, nós estamos perante um "Cisne Negro", uma coisa nunca vista, muito menos, para os comentadores do politicamente correto, e as danças de mãos dos sete véus do sofista Marcelo, e das velhinhas ternurentas, que ainda o escutam, enquanto adormecem.

Não se assustem, todavia, os Portugueses. Continua a haver valores seguros, como a virgindade (com mulheres) da Senhora de Mota Amaral, o sacar de bolas da Santa Casa da Misericórdia, da Serenela Andrade, as mamas descaídas até aos joelhos, da Teresa Guilherme e dos seus cobridores de aluguer, dos "Rosso Escort", de só haver um único condenado do Futebol, Vale e Azevedo -- que a Conceição diz que todos eles odeiam, "porque é chique", e é capaz de ter razão... --, as visitas de Dias Loureiro à casa do criminoso agente de Angola, o não diplomado Miguel Relvas (e faço aqui um parêntesis: quando é que a Associação de Agentes da P.S.P. se digna proteger este seu membro, sempre a guardar a porta, que, ao ver entrar, pela garagem, um ladrão, procurado por todos os cantos do mundo, e, sem logo poder sofrer represálias, imediatamente deveria informar a esquadra, de Belém, de que Dias Loureiro estava ali, e para ir a conselho, com Miguel Relvas, para que a boa nova, a seguir, chegasse ao Palácio Cavacal, onde o inconsolável Aníbal já não pode receber o seu protetor do Garrafão da Ponte, de onde mandava disparar sobre a multidão?...) e dia 13 de outubro, se lá chegarmos, a Santa com Cara de Saloia vai voltar a passear-se, no seu andor, com aquele descair de cabeça sobre o ombro, que lhe é tão característico, e representa quase 100 anos de atraso mental dos Portugueses, pura oligofrenia coletiva, sem que um "snipper" lhe faça pontaria à porcelana, e a transforme numa poeira sentimental, isso era bom demais, e não vale a pena sonhar tão alto.

Olhemos, antes, para o calendário, e vejamos o correr dos dias: cada dia é hoje uma efeméride, e, cada efeméride, uma multidão, e tantas haverão de sair para a rua que esta canalha acabará por cair, a bem ou a mal, redonda, no chão.

(Quarteto do Madrid é uma festa, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers")