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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

President Trump






Faço parte dos cidadãos do Mundo que têm observado a campanha americana com o sensor de tédio ligado ao máximo. Corrijo: faço parte dos cidadãos do Mundo cujo sensor de tédio há muito que discretamente me afastou dos desenvolvimentos da campanha presidencial americana. No outro dia, por desfastio, liguei a televisão e estava a passar uma gaja pausada, cheia de comprimidos. Rapidamente compreendi que ela se estava a candidatar contra um outro, bastante descomprimido e cheio de gajas, e que aquilo era o estado presente da coisa americana. Nada de estranhar, como nada é de estranhar, depois de Obama. Ela falava no mesmo tom com que as jeovás apocalipsam o fim próximo do Mundo, e ele no tom de quem acredita que é mesmo o Fim do Mundo, o que, da parte dele, é uma forma de imodéstia a mais.

A realidade é que no estado em que o Mundo está dá muito trabalho acabar com ele, ele, Mundo, e não Trump, e, depois de um pouco de observação, percebi que a senhora não tinha mais programa do que deixar que o Mundo não acabasse já, e o tipo, do que andar assustar a senhora com o trabalho que estava a conseguir dar a ela. Na verdade, numa termodinâmica de economias e consumos, ele gasta muito menos do que ela, já que, de cada vez que ladra, logo ela acorre a fechar todas as portas e janelas, o que é um colossal dispêndio de energia, para um simples ladrar. A coisa, ao fim de semanas, converteu-se num mero patético espetáculo de bancada, em que um apenas toureia os receios do outro, para que, por detrás do boneco da outra, logo venha uma multidão imensa compor o boneco, para se fingir que ela não está completamente borrada de medo, com o medo do boneco dele.

Acontece que, na nossa sociedade teresoaguilhermada, o boneco Trump até tem graça, e a graça do boneco Clinton é uma perfeita desgraça. E onde nada disto tem graça é que não estamos num reality-show, mas durante o processo de eleição para um dos cargos mais poderosos da Aldeia Global.

Alguns céticos comparam este processo penoso à fase catalética da Academia Sueca, e, num raciocínio de transitividade elementar, dar a Casa Branca ao Trump acaba por estar para o Donald, como o Nobel recentemente esteve para o Dylan, ou seja, o apertar de mão de duas formas muito próprias do vazio. O problema desta forma de analogias, é que, estando o Donald para o Dylan, também o Saramago teria estado para a Clinton, e isto começa a aproximar-se muito da realidade, já que radiografa a contemporaneidade americana, do mesmo modo que, ao longo dos tempos, o Nobel da Literatura nos foi revelando o relatório clínico da sua longa agonia.

Há muitos que preferiram lançar o Dylan no anedotário, mas o Dylan é uma coisa séria, aliás, ele é rosto de um estado de coisas muito sérias, tal como o Trump é a cara chapada de um certa seriedade do estado atual das coisas. Tudo o resto é axiomático, já que a morte da Literatura conveio muito bem à morte do Nobel da Literatura, depois de um processo em que o próprio Nobel procurou adiar a sua morte, aliando-se a alguns escritores, para depois se ter o inverso, com alguns escritores nado-mortos a procurarem no Nobel um impossível fôlego para a sua triste agonia, para chegarmos ao presente estado das coisas, em que este duplo velório mais não pode ser adiado.

Acontece que, como não sou pessimista, e a análise da coisa está mesmo num impasse, é importante que se lhe traga uma grelha mínima de leitura, e retomamos, ninguém duvida do estado moribundo da Literatura e do estado ainda mais moribundo do Nobel da dita cuja, e, não duvidando deste estado de coisas, era urgente que algo se fizesse, e assim se fez, atirando-se o prémio numa direção imprevista. A Academia fez o seu coming-out, e deu um salto kitsch, numa direção francamente hyppie. Mais friamente, e como caminhamos para uma Nova Idade Média, cheia de Webs Summits, onde a narrativa dos artefactos traz muito mais imaginação do que todos os milénios da Literatura -- sobretudo quando nessa literatura, como o Saramago, nenhum milénio estava guardado para qualquer poesia ou imaginação, -- a Academia resolveu atribuir o prémio a um bardo, relembrando que, nos anos da outra Idade Média, também a voz literária gravitava entre lugares da luz, só mantida pela voz dos trovadores, e aqui regressamos ao tema central, em debate nestas presidenciais, o próximo regresso à nova Idade Média.

Para os apologistas de que os políticos mais não são do que fantoches nas mãos dos interesses que os colocam lá, lanço agora o desafio de acreditarem piamente nas suas palavras, e olharem com os próprios olhos da sua perspetiva, na direção de Trump e da Senhora Clinton, já que, numa forma aguda, eles não representam mais do que o estado previsível dessa infeção. Para os seguidores de debates -- eu continuo a preferir os combates tradicionais de gladiadores --, esquecidos de que aquilo mais não é do que uma forma não muito sofisticada de entretimento, deve ter sido interessante perceber as jigajogas que estavam por detrás de um e de outro, sendo talvez a maior curiosidade destes eventos que, num puro desespero de causa, a viuvinha Clinton tenha desistido de defender qualquer ideia, e acabado a dizer que mais não era, afinal, do que o bastião final de defesa do atual estado de coisas.

Curiosamente, esse é o maior capital do Trump, uma personagem que se pensaria impossível, antes de termos assistido ao Putin, ao Barroso, ao Erdogan, ao Kim jong e a uns quantos outros que agora se instalaram pelos vários pelouros da contemporaneidade, já que, de cada vez que a outra se arroga vir, para defender todas as coisas tal qual como estão, imediatamente engrossam as fileiras dos cada vez mais prejudicados pelo establishment, e são muitos, e todos frutos das muitas facetas de tal estado insuportável de coisas. Trump é o Ronald Reagan possível de hoje.

Atrás, enganei-vos, quando vos disse que a Literatura estava morta. Não está, apenas mudou de palco, e escreve e continua a escrever, como eu acabei de fazer, e durante mil anos ela fez, rabiscando glosas e escólios na margem dos pergaminhos. Vocês caíram no erro e leram, validando a minha tese, e assim impugnando dylans, nobeles e saramagos, e assim vamos continuar. Creio que do desastre Clinton/Trump igualmente emerge uma leitura fria, que é a da agonia da Política. Depois de terça-feira, é provável que também regresse à margem dos pergaminhos, em glosas e escólios, queira lá isto dizer o que quer que seja. 


É óbvio que os perfis radicais podem ser perigosos, e, sem chegar a perorar, como certas cassandras, que é da massa dos Trumps que sempre se fizeram os hitlers, a verdade é que sempre foram as massas das clintons a permitir, no limite, que emergissem cada vez mais trumps, e eles são hoje, como se sabe, mais do que as mães. Está por comprovar que da massa das clintons emerjam quaisquer hitlers, mas não podemos dizer que dessa água não beberemos. Na verdade, as bolsas não têm hoje qualquer paciência para hitlers, e os catalisadores são-lhes indiferentes, desde que não colidam com a lógica dos mercados: quem se lhes oponha surge e evapora-se em dois dias, como os palermas do "Brexit", e este é o verdadeiro prognóstico da Era Trump, uma coisa que aí vem, independentemente do Trump. Depois de terça feira, iremos ver como é fraco o ladrar de qualquer político, perante as vozes de fundo das correntes que os mandataram, ou, mais frio do que isto, como essas correntes já podem prescindir do ladrar dos políticos para fazerem ouvir diretamente as suas vozes.



Aparentemente, tudo indica que o paradigma pós industrial está a querer mostrar, em direto, que já não precisa mais de atores públicos para se fazer representar social e politicamente, e isto é um ato profundamente político, já que terça irão eleger um balão vazio, perante uma plateia que está no mesmo estado do "À espera dos Bárbaros", do Kavafys, que nunca teve o Nobel. A isto chama-se "Era Trump", cuja maior encenação cenográfica, e preparação, tem sido, com bastante sucesso, o Daesh dos subúrbios.



O final deste texto é técnico. O sistema eleitoral americano -- que, no fundo, irá aproveitar esta oportunidade para mostrar que, contrariando tudo o que escrevi atrás, felizmente está vivo, mas na peculiar maneira -- assenta numa sólida topologia de alternância. A grande lógica do seu modelo matemático é uma invariância global dos ciclos de sístole/diástase, o que, trazido para a linguagem política, fala de uma estabilidade do modelo de sucessão entre períodos democratas e períodos republicanos. Por outras palavras, é o ciclo de alternância que é imutável, e são apenas os seus protagonistas que vão variando, assegurando sempre o mesmo programa eleitoral, petróleo, fabrico de armas e status quo. Os eleitores limitam-se a validar vagamente um xadrez de colégios eleitorais, e a isto se chama por lá democracia. A última demonstração da frieza deste sistema revelou-se quando Bush, a quem tinha sido incumbida a Missão Nine Eleven, teve mesmo de vencer Al Gore, independentemente da contagem local dos votos. Se é certo que este mesmo modelo revela algumas exceções, elas estão sempre associadas a períodos fortemente atípicos, que é o que aqui nos interessa, já que esta eleição, em novembro de 2016, apenas nos vai dar o sinal de estarmos perante um ciclo de estagnação, ou de necessitarmos mesmo de uma emergência de rotura, capaz de inverter a lógica do ciclo. Deste modo, creio que nos devemos serenamente concentrar em apenas três questões: "processa-se esta eleição num período de tal modo crítico que o ciclo de alternância se veja coagido a alterar-se momentaneamente?"; "É a Senadora Clinton de tal modo extraordinária que permita uma extensão anómala do ciclo democrata?" e "É Donald Trump realmente tão mau que mereça destruir a própria lógica profunda da alternância?".

Se respondeu uma vez "sim" a pelo menos uma destas questões, eu, e todos nós, já ficamos imediatamente a saber onde o meu caro leito iria votar. Pela minha parte, e sem querer ser pessimista, prefiro continuar a responder "não" às três questões, sendo certo que também não voto, nem quereria, num cenário destes. Certo é que todos nós, na próxima terça feira, nos iremos espantar com mais uma irónica solução da História.

Lá estaremos para ver, companheiros :-)




Quarteto da Era Trump, no adormecido "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e no "The Braganza Mothers"

sábado, 2 de abril de 2016

Daesh in the sky with diamonds





Dedicado ao soldado Alex Pushin, que nos devolveu as primeiras flores de Palmyra




Agora que o filme está a chegar ao fim, o Obamismo nada conseguiu produzir, exceto Donald Trump. É justo, por que a eleição de Obama sempre teve um programa de marasmo previsto, e Trump é uma forma de marasmo como qualquer outra, talvez com a diferença de que mais vale um Donald Trump do que o Obamismo ter parido coisa alguma, e arriscava-se agora a chegar ao fim, deixando-nos de mãos completamente vazias.

Semelhante ao Obamismo, só a deriva, rezam os livros de História, de Jimmy Carter, fraca figura, que, na segunda metade dos anos 70, deixou o Mundo à beira de cair nas mãos do Império Soviético: nunca Moscovo chegou tão longe, com a conquista da Indochina, a queda do Negus da Abissínia, uns grupelhos vermelhos a incendiarem a Península Ibérica (então, uma "geringonça" monopartidária, para quem se lembre...), uma Grécia à beira do soviete, uns acidentes pelas Caraíbas e o Afeganistão, finalmente, onde os porcos pós estalinistas se afundaram em miséria, como todos os invasores se tinham afundado, bem antes deles. Pior do que isto, só os solavancos maoístas e os gritos de perfeição do gueto albanês. Naquele tempo, se aquilo não era o fim, então, o que seria o fim, mas mais iria haver para ver.

Graças à Apple que a versão presente é mais iPhónica, e o preto americano é uma loa bem diferente da coisa sinistra que foi Ronald Reagan. Como diria Aristóteles, a velhice está para a juventude, tal como o crepúsculo está para a manhã, e assim estará Trump para Obama, como Reagan esteve para Carter. No final disto tudo, também há, e sempre houve, um títere Putin, com esse ou outro nome. Há quem lhe chame analogia, mas eu prefiro acreditar que é bem a voz de Spengler a falar da bela Decadência do Ocidente.

O Ocidente escolheu decair de formas diversas, e algumas delas inesperadas. Roma, quando soçobrou, transformou-se num subúrbio; o Ocidente preferiu acabar numa epopeia de suburbanos, gente gira, na ótica da Teresa Guilherme, gente fatal, na ótica dos poucos, que, como eu, estamos a viver a coisa na sua inevitável literalidade.

É inevitável que voltemos a Bilderberg e ao seu programa de "normalização" pela base. Com Bilderberg, apenas tenho um ponto de contacto e uma única coincidência, a de que o Mundo está superpovoado, e superpovoado por representantes da espécie cada vez mais desinteressantes e perigosos. Infelizmente, as religiões, que se apresentam sempre como tão sábias, foram sistematicamente incapazes de girar a chave do problema, através da enunciação de um simples "não procriarás"... De aqui deriva, embora não se ouse estabelecer a conexão, que a tão falada inevitabilidade de uma geração inteira a ir ter de viver pior do que geração que a antecedeu não é mais do que uma resposta dos programadores dos figurinos do Mundo a esta cultura do enxame multiplicado num mundo despovoado de recursos. Os sensores estão todos em sintonia, e há uma lógica do senso comum que realmente conflui numa conclusão inevitável, a de que a desenfreada multiplicação da espécie humana, uma das espécies mais tóxicas do planeta, é incompatível com uma igualdade de posse dos meios. Por outras palavras, chegamos à axiomática de que já não chegaria uma Terra inteira para produzir os bens do fascínio das grandes ilusões destas massas todas.

Mais interessante do que tal evidência é se terem tornado esquivos os corolários do anterior, já que, se as coisas não chegam para todos, então, a quem chegarão, e a resposta é extraordinária, posto que se não rege por um princípio do mais apto, mas pela lógica de Bilderberg, em que sobreviverão os piores, ou para dar rostos às coisas, sobreviverão os protagonistas e finalistas dos reality shows da, e vou repetir, Teresa Guilherme.

Como já deverão ter percebido, a Teresa Guilherme é aqui completamente irrelevante, já que ela não passa de uma espécie de Wally de todas as teresas guilhermes deste mundo. Ela não é mais do que um bodisatva de um budismo perverso e imprudente, que prega o desprezo por todas a regras do mundo e um salve-se quem puder assente nas volatilidades de um corpo com uma semivida de vinte anos, e dois ou três orgasmos falhados no chuveiro. Na realidade, esta insuficiência na posse plena de todos os recursos do planeta é espantosamente resolvida numa oval forma colombiana, do já que eles não podem ter tudo, e não podem desconfiar de que tudo já não é possível que esteja na posse de todos, então dêem-lhes o onírico às postas, simplesmente, invertendo a lógica do indispensável.

Esta gente foi filha de uma gente para quem a educação, o emprego, os cuidados de saúde, o estado social, as reformas e a estabilidade na velhice eram os pilares maiores de uma aventura da finitude. A grande aposta dos sabotadores do Mundo foi diminuir-lhes a esperança de vida, acenando com as glórias do êxito fácil, e os quinze minutos de fama do Wahrol, os quais foram esticados durante meses, a baixo custo, piores expectativas, e plena intoxicação da TVI: só tatuam os braços do cotovelo até às mãos aqueles que sabem que isso vai contra uma política de certos empregos e castas, e essa mimese é própria daqueles que subliminarmente já estão a ser preparados para a exclusão. Também a saúde não é importante, por que as doenças são problemas da velhice, e a velhice é um horizonte quimérico, uma coisa de que falam os avós, avós que nós nunca seremos, mas dos quais tanto continuamos a depender, durante os curtos anos da nossa sobrevivência.

Curiosamente, e por um princípio de entropia, este empobrecimento em massa repercutiu-se a montante, afetando a geração anterior, forçada a sustentar esta massa enorme de desempregados, de desapossados do teto próprio, e nos quais é sistematicamente necessário injetar os capitais que permitem os sinais efémeros de sobrevivência: a representação social das roupas, dos eventos musicais, das discotecas, e da troca, segundo a moda, dos tablets e smartphones, e a droga, necessária à permanente anestesia. É um interminável narcisismo, afundado no vazio, na virtualidade e no combustível das substâncias. Vales e és o tamanho do teu Facebook. Tudo o resto se tornou irrelevante, e não integra a cultura da deseducação. Desde que os pais paguem, os filhos podem concentrar-se na posse dos poucos objetos que os validam na vacuidade contemporânea. Na verdade, nós não quereremos imaginar o que vão ser os filhos destes filhos, criados no caos e na precariedade, mas acreditamos que já virão dotados de um princípio de amnésia, que os fará esquecer de que as coisas nem sempre foram assim. No final disto tudo, estará uma guerra, entre os que ainda têm e os que nunca tiveram, entre os que ainda se lembram e os que já não guardam memória, e, sobretudo, entre aqueles que vivem do não esquecimento e os que sabem que o registo da memória é um incidente letal. A violência começa no estádio, e estende-se até Palmyra. E é aqui que chegamos ao ponto essencial deste texto, já que nós viemos aqui para falar de guerra.

Sendo a História perigosa para estes sistemas, é fundamental que regridamos no tempo, e regressemos à memória, ou seja, ao ponto em que, historicamente, este cenário foi manipulado, para chegar à desagregação que preparava. Não voltaremos a falar das derivas neoliberais, por que são já do senso comum, mas importa recordar que esse é o big bang do colapso presente, ditado pela irracionalidade do salve-se quem puder, mesmo que, no final, ninguém se chegue a salvar. Esse é um dos cenários de Bilderberg, ditados pela lógica do extermínio, e nós vamos alegremente nessa direção.

O princípio do empobrecimento global, que entre nós teve muitos rostos, gera imparidades crescentes, já que a lógica do pântano não é sincrónica com o afundamento de todas as camadas da sociedade. O subúrbio da exclusão, com o seu princípio de reconquista dos centros abandonados, é uma das maiores glórias desta nova idade média: começou-se por caçar os picas e acaba-se a decapitar no teatro de Palmyra.

A falácia seguinte assenta na representação, e nos valores visuais da representação, já que a lógica do subúrbio tem heráldica, uniforme e ritos: ninguém, melhor do que o neoliberalismo, importou para os cânones do visual os estigmas do novo nomadismo: as mochilinhas, os capuchinhos, os óculos escuros, as barbas a despropósito, e a mais recente estética dos pés em forma de martelinhos de cordas de pianoforte, a emergirem na ponta das calcinhas lycradas e apertadas. De aqui aos fundamentalismos das madrassas de Kandhaar e de Fahti é um passo, e este cortejo dos falhados do Ocidente, que invadiram as nossas ruas e praças, nada mais é do que um generalizado cavalo de tróia do nosso colapso civilizacional. Só se espantarão os incautos de que os servos do aeroporto de Zaventem tenham celebrado os atentados de Paris. Toda a superpopulação gera violência. Faltava-lhes ainda o enquadramento religioso, e nisso os bilderbergers falharam, já que não bastou a "geringonça" de dois papas fundamentalistas e um totó para subverter séculos de aggiornamento e laicização. Porquanto todo o empenhamento fanático e a cruzada antierótica de Woytila e Ratzinger não foram suficientes para fazer o Ocidente empolgado atravessar o limiar da jihad. Esse teria sido o cenário de guerra ideal, em que um Ocidente fundamentalizado se apropriasse dos recursos das civilizações vizinhas. Mas, como a guerra era indispensável, foi necessário, encontrar um casulo mais radical, que, impossibilitado de se encostar aos fanatismos sionistas, encontrou bom porto nas derivas ortodoxas do Islão. O Islão não é senão uma segunda escolha de cenário, falhada a tentativa do fundamentalismo cristão. Para aqueles que dizem que o Daesh é um subproduto das políticas de relaxe do capitalismo selvagem tem de se fazer o reparo de que esta gangrenosa infiltração dos tecidos sociais por elementos estranhos e radioativos é, pelo contrário, fruto dos laxismos das culturas da integração e da mestiçagem, os piores flagelos das sociedades rendidas às "geringonças", que, no limite das suas necessidades de defesa, acordam nas formas estranhas dos donalds trumps destes mundos.

Esta é uma guerra que não assenta na posse de territórios, mas na uniformização do pensamento. O seu fim final é o colapso da Democracia e o fim da herança ateniense. Brevemente, que é o hoje já, todos teremos integrado os argumentos das correntes extremistas e totalitárias como postulados elementares das nossas mesas de café. Ao nosso lado, todos os que se sentarem e não partilharem do nosso pensamento estarão ao alcance da rapidez de autos de fé tecnológicos e literais, perpetrados pelos novos escravos do precário e dos 500 €, e imediatamente publicitados no Twitter e no Instagram.

Foi esta cultura nómada da mochilinha obsessiva que nos tornou invisível o bombista suicida do metro de Lisboa. Foi esta cara tapada pelos óculos, pela barba e pelo capuchinho, que tornou o nosso vizinho do lado vizinho do militante do Daesh, encarregado de se vir fazer explodir nas rotundas do Colombo e nos saldos do El Corte Inglês. É o puro triunfo da estupidez, replicado e assistido por milhões, nas cenários da ninfómana, Teresa Guilherme, que marca a irrelevância da educação, e que permite que se tenham dinamitado os templos de Palmyra, tal como se dinamitaram os Budas afegãos. Brevemente, não haverá livros, mas apenas estádios de futebol. Sabemos que o Sr. Balsemão, como muitos, gosta disto e aplaude. Talvez goste menos, quando chegar a vez de ser a sua cabeça decapitada a decorar a capa de alguma edição extraordinária do "Expresso"...



(Quarteto da esplendorosa Tadmor-Palmyra, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")



terça-feira, 25 de agosto de 2015

A Europa, entre Bárbaros e Breiviks, desmonta a sua velha Muralha da China







Quando a Europa voltar de férias, estará em guerra. Minto: a Europa, quando partiu para férias, já estava realmente em guerra, e impotente para verbalizar tal problema de todos nós.

Resumidamente, enquanto o continente dormia, alguém o pôs na ratoeira do cão que morde a própria cauda, ao mesmo tempo que poderosas máquinas de invasão nos bombardeavam diariamente com infindáveis mísseis humanos.

Na ótica da Física, o cenário pode explicar-se pelo próprio princípio dos vasos comunicantes, e, linguisticamente, por uma certa osmose e baralhar das etiquetas. O resultado foi uma verdadeira miopia genérica, que irremediavelmente nos ofuscou a Realidade.

Por um lado, as décadas de suburbanização acabaram por substituir todo o padrão metropolitano pelo pensamento da gaiola económica, entre o guarda roupa da tribo e as insuficiências culturais, até ao eclodir das piores anomalias sociais. Cansados de repressão e da impossibilidade de imporem a sua lei da selva nos HLM de Paris, nos devolutos de Bruxelas e nas florestas pós industriais de Birmingham, todos os excedentes populacionais da Europa foram pastar o seu flagelo, na forma da mulher submissa e velada, nas penas de talião, no Fim da História, atolado nas pulsões do Presente, mais ISIS menos ISIL, e a anarquia do Esquecimento constituiu-se na única cartilha dos novos bárbaros, enfiados nas mais recônditas aridezes da Síria e do Iraque, 

Com uma Civilização minada pelos fracos poderes, dos quais Obama se constituiu na epígrafe histórica mais medonha, instaurou-se a impotência, e, depois da impotência, chegou agora a vez do Caos presente.

Se este é o retrato, a montante, da comunicação dos vasos, o seu refluxo na direção da Europa é muito mais assustador. Na verdade, quando Odisseu construiu o cavalo encarregado de minar Tróia, mais não estava do que a abrir a boceta de pandora de todas as mimeses e metáforas futuras do nosso próprio fim. Sistemática e estrategicamente, todos os cavalos de tróia do presente estão agora a ser enfiados por todas as frestas do pensamento, numa confusão de impotência de valores e maré de invasão. A insidiosa substituição da Realidade por sucessivas narrativas da complacência cumpriu todos os quadros do politicamente correto, e as minudências da quotidianização da História tomaram de assalto os canais da comunicação global. Agora, é só uma mera questão de tempo para que todos os invasores se convertam em histórias personalizadas de pietás com os filhos chorosos ao colo, perante nós, irremediáveis culpados de todos os males do Mundo.

A Europa descarregou os seus excedentes nos desertos, e o Mundo vingou-se, e vomitou-nos os excessos dele por cá.

O Império acabou assim, como todas as civilizações, que não perceberam que a complacência e a impassividade não eram compatíveis com a ideia da integridade cultural, acabaram por ser submersas pelas marés do Estranho. Seria interessante ver Roma a acolher de braços abertos os Hunos, e a levar ao colo a mulher e filhos de Átila, entre choros e pedidos de desculpas, por que é essa miserável imagem a que hoje assistimos.

Numa análise mais assertiva, enquanto os estertores do politicamente correto se deslocaram do senso comum para os construtores de narrativas da comunicação social, também, pelo mesmo princípio dos vasos comunicantes, se assistiu a uma transferência das reticências dos pensamentos radicais para o senso comum das populações. Curiosamente, quando Breivik fez a sua Matança Norueguesa, a preocupação maior foi sobre o seu distúrbio psíquico. Hoje, fica por saber até que ponto esta cruel explosão a montante não era mais do que premonitória, e, quando tivermos a resposta, vai-nos assustar muito estarmos porta sim, porta sim, com bárbaros e breiviks, o que, no fundo, conduz ao mesmo. Se há um silêncio ditado pela paralisia, toda a gente sabe que a História não é complacente com estes momentos de suspensão. O novo rosto do Terrorismo são estas ondas de "refugiados", que estão a trazer fortunas a quem os empurra. Brevemente, num tempo próximo, num lugar qualquer, este incrédulo passeio pelas televisões acabará numa chacina, e alguém finalmente perceberá o desastre a que nos deixamos, silenciosamente, conduzir. Não terá qualquer graça, nem futuro.



(Quarteto do impossível e do inacreditável, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

terça-feira, 14 de julho de 2015

O Tratado grego de Versailles, sob a astrologia judiciária do Signo de Câncer





Imagem do Kaos



Julho de 2015 vai entrar para a História por várias efemérides, e comecemos já pelas privadas, já que são as que não passam na televisão, e são muito mais interessantes do que uma televisão centrada em branquear capitais, com o nome de Casillas.

Julho é, no Calendário Gregoriano, o segundo dos cinco meses em que Laura "Bouche" se desloca do seu Belvedère da Gulbenkian para o Petit Trianon da Quinta do Lobo. Escusado será dizer que este ano, com o outro na Cela 44 e o amigo empulseirado eletronicamente em casa, falar de "Lobo", no ALLgarve é de arrepiar, mas Laura já não se arrepia com nada, posto ter visto todos os formatos do Mundo, e prefere dedicar-se, quando não está a escrever as memórias dos seus quinze minutinhos de viuvez de Umberto d'Italia, com os seus longos meses de casamento platónico com o Tó Champalimaud, que deus tenha, à Astrologia Judiciária, ciência ávida e hábil desde sempre. Para a saison 2015, lançou uma espécie de Relatividade Local, em que afirma que todos os nascidos no Signo do Câncer ou passaram a vida a arruinar a vida dos outros, ou a conseguir destruir a sua própria. A lista é longa e merece meditação, já que inclui Angela Merkel, Aníbal Cavaco Silva, D. Manuel Clemente, D. Miguel, Pinto Balsemão, Ricardo Salgado, Arménio Carlos, Joe Berardo, Teresa Guilherme, Mexia (tanto o filho da puta da EDP, como o Nuno Mexia, que são primos), Henrique Granadeiro, Celeste Cardona, Pedro Santana Lopes, Miguel Sousa Tavares, António Costa, Jorge Coelho, Álvaro Barreto, José Pedro Aguiar-Branco, João de Deus Pinheiro, Vítor Bento, Américo Amorim, Paulo Macedo, Manuel, de dia, Maria, de noite, Carrilho, António Mota, Eloísa Apolónia, Teresa Patrício Gouveia, Freitas do Amaral, Sá Carneiro, os  brochistas Abel Dias e George Michael, o drogado Michael Phelps, o cientologista Tom Cruise, o impotente Sylvester Stalone, Olga Cardoso, Armani, Augustus e Henrique VIII, a Égua Parker-Bowles, mais a gaja que encornou, a Lady Di, e o respetivo filho, entre tantos outros. Depois, há os que falsificaram a data de nascimento, puxando para trás, como o Quim Barreiros, ou como a Amália Rodrigues, para (ainda) poder nascer no tempo de vender a ginja, quando, na verdade, também era uma carangueja panteónica, ou Passos Coelho, que, para disfarçar, escolheu nascer já em 24 de julho, o Miguel Escreves um Nojo, de 25, ou o Tsipras, ainda mais manhoso, que se empurrou todinho para 28 de julho, como a Maria de Belém Roseira, ou mais para a frente, como o traste do Rui Rio, ou a Ana Malhoa, a Né Ladeiras e o Melancia, que já são, por mimese, de agosto. Escusado será dizer que os grandes ditadores, como Mussolini, ainda disfarçaram um dia mais, para 29 de julho, enquanto os outros cabrões, como Salazar, Hitler, Ricardo Araújo Pereira, Carlota Joaquina, Robespierre, Paulo Pedroso e Woytila, ainda mais camaleónicos, se enfiaram no Touro, ou no Escorpião, como Estaline, Saramago, Asco Falido Poluente, Miguel Cadilhe, Duarte Lima e (quase) Pinochet. Na verdade, e para passar a uma teoria generalizada, Laura concluiu que os que não eram assumidamente Câncer se tinham mimetizado com todos os outros Signos do Zodíaco, o que torna todo o ano, e para todo o sempre, suspeito, já que eles, como o outro dizia, estão por toda a parte. Esta é a Teoria do Todo, e creio que será medalhada vagalmente, no próximo 10 de junho, pelo alarve que sucederá a Aníbal de Boliqueime, e que ainda se desconhece quem seja, excetuada a certeza de não ser Sampaio da Nódoa.

O Caranguejo, de que talvez seja o exemplo mais célebre o cancro da Democracia Portuguesa, Aníbal de Boliqueime, nunca anda para a frente, anda sempre para o lado e para trás, e, quando parece que está a andar para a frente, é para, logo a seguir, recuar duas vezes. Se lhe juntarmos o Balsemão, o Durão Barroso (um dos camaleões de outros signos), o Ricardo Salgado, o Granadeiro, o Mexia, o Américo Amorim, a Celeste Cardona ou o Álvaro Barreto temos uma história breve da destruição económico financeira de Portugal.

A verdade é que enquanto Laura escrevia a sua teoria, completamente nua, desnuda, pelada, à poil e stark naked, nas dunas dos vales e quintas dos lobos, a realidade continuava a passar, na forma de brasileiras aputalhadas, que vão passear os seus caniches pelo areal, os pincher e os chihuahua, as raças verdadeiramente perigosas de cães de Portugal, já que são elas que mais rastejam e poluem as praias. Com a sorte de Laura, o chihuahua foi mordê-la nas mãos, e fez sangue, o que levou a que insultasse as brasileiras do pior que havia, e elas a fazerem-se de desentendidas. Com o tarifário MEO de 1 cêntimo, imediatamente chamou a GNR (parece que dos bons) e, em vez de resolverem o caso, pediram a identificação às putas, para se certificarem de que o eram, de fa(c)to, e como não a tinham, lá se entenderam, por que descobriram que eram todas amigas da "Vanessa" (!), uma que já devia ser conhecida por fazer turnos da noite com a guarda inteira. Sendo que não havia efetivos, e a jurisdição da duna era da PSP (!), aconselharam Laura a ir à esquadra, enquanto acompanhavam o trio de putas a casa, para se certificarem da residência, e não só. Laura foi recusada na esquadra, já que a duna é, realmente, da GNR, e por lá havia uma montanha de queixas do empurra-empurra PSP-GNR, incluindo cães perigosos e putas brasileiras, especializadas em aviarem africanos (vistos gold, brasileira que se preze não toca em miniaturas de chineses...) da quinta e vale do lobo, sendo que acabou no Instituto de Medicina Legal, para se comprovar que não tinha pegado nenhuma doença ao cão, e não seria condenada a indemnizar, por acréscimo, a puta brasileira. Escusado será dizer que os nossos impostos pagaram esta cena toda.

Isto, obviamente, é Portugal, mas eu diria que antes Portugal, que nunca passou do registo do Solnado do que a Grécia, onde uma carangueja, Merkel, e o Schäuble, um perigoso Caranguejo disfarçado de Virgem, conseguiu uma proeza pirrónica com o Tsipras, e ainda agora a procissão ortodoxa vai no adro. O Grego entrou para falar de Dívida, e, no entretanto, alguém lhe explicou que, como já não há dinheiro, mas apenas prateleiras virtuais de números, era melhor não tentar falar de Realidade, e voltar para a Fantasia, já que tentar tornar palpável o inefável podia ser uma calamidade para ambos os lados, no fundo uma retoma da parábola da Ilha dos Cegos. Resumindo a coisa: do ponto de vista matemático, estivemos, durante uns meses, perante um umbigo hiperbólico, a "Vaga", da Teoria das Catástrofes, de Thom, com três parâmetros de desenvolvimento, à entrada, e apenas dois eixos de saída, como esperados, a Grécia e os Credores. Pelo meio, o referendo era topologicamente irrelevante, já que a morfogénese seria sempre independente, por cobordismo, desses acidentes. Para os menos apreciadores destes estranhos recantos da Matemática, podemos dar-lhes uma explicação mais mitológica: os novos Argonautas foram em busca do Tosão de Ouro, e acabaram por voltar para casa tão só com uma Medeia merkeliana, desmazelada, tronchuda e com as mãos sujas de infanticídio e do que mais ainda nós iremos ver.

Creio que a isto se chamou Europa, outrora democrática, doravante, neoliberal.




(Quarteto astrológico, claramente neofascista, no "Arrebenta-Sol", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers"

terça-feira, 5 de maio de 2015

A TAP, ou o BPN alado






Dedicada ao Filipe Moraes Alçada, pela excelente semana de companhia, fora deste buraco, no triângulo das cidades civilizadas, Londres, Paris e Bruxelas (se havia greve, não demos por ela...)




É sabido que em Portugal não há Ciência, mas milagres da Fé e causas naturais, pelo que a greve da TAP não pode ter causas científicas, mas ser um fenómeno natural ou uma exceção ditada pela Fé. Como sou generoso, escreverei um texto que agradará a ambas a correntes, e vamos já às causas naturais, que são antigas, e remontam aos tempos em que o Sereníssimo D. João V, nos primórdios do joaninha, avoa, avoa que o teu American Express foi para Lisboa, mandou queimar a "Passarola", do Padre Bartolomeu de Gusmão, pelos acidentes eucarísticos que diziam que um padre não devia voar, muito menos nas vizinhanças reais, e ainda menos nas alturas e paranças em que sua Majestade Catolicíssima estava a mocar com freiras e madres nas moitas: a coisa, vista de cima, ainda era mais indecente do que aquela mulher da vida que o José Rodrigues Miguéis, muito divertidamente, e em boa escrita, cosa rara, diz que os beatos pastorinhos confundiram com a Santa com Cara de Saloia, que depois deu origem aos rastejantes de 13 de maio. Sendo mais cultural, por que a Cultura não ocupa lugar, quando o Papa Freiras mandou queimar a "Passarola", já Ahmed Çelebi tinha 100 anos antes voado, para espantar o alcoólico Murad IV, do alto da Torre de Gálata até Scutari, onde o sibarítico Gulbenkian viria a nascer. Como Murad preferia o álcool às freiras, não queimou a passarola do outro, mas resolveu recompensá-lo, o que prova que a Civilização é sempre civilizada, e tudo o resto são quintais.

Salazar foi mais modesto, e aproveitando a boleia de Humberto Delgado, resolveu criar uma legião de passarolas que ligassem o atraso de vida peninsular aos seus atrasos de vida coloniais. Vi, no outro dia, num zapping, que a TAP se chamava "Linha Aérea Imperial", o que nem lhe ficava mal, não fosse o Império a miséria em que o miserabilismo de séculos a tornara, mas isso era irrelevante, já que Salazar, um homem de tradições, resolveu levar mais além o sonho de D. João V, e, já que não comia freiras, resolveu colocar as freiras a voar, e eu aqui explico este salto, que pode parecer impróprio de um sobredotado, como eu, para se encaixar na realidade. Na verdade, e eu não sou dessas eras, havia profissões em que as mulheres, antes da Abrilada, não se podiam casar, entre as quais, tanto quanto me lembro, estavam as enfermeiras e as hospedeiras. Sem enfermeiras até passamos bem, já que o Passos Coelho as convidou todas a emigrar; já quanto às hospedeiras, o Vacão de Santa Comba, pôs-lhes asas e um selo na rata, quer dizer, não era bem um selo, já que havia um intervalo epistemológico entre o não casar e o não levar na cona. Daí deriva, creio, que nas alíneas dos contratos das Linhas Aéreas Imperiais vinha expressamente dito, "não casarás", mas nunca uma interditação ao implícito convite do "mas... foderás".

Para os incautos, que até hoje procuravam causas naturais para o elevado nível de fornicação associado às companhias aéreas, se terá de dizer que foi obra de Salazar, e alimentou os sonhos de gerações: quantas e quantas vezes o voo chegava do Lobito, ainda a cheirar a catinga, e já multidões de jovens mancebos, daqueles que depois iam deixar os braços e as pernas na Guerra do Ultramar, se acotovelavam nas pistas da Portela, para darem brutas canzanadas nas hospedeiras que vinham das Angolas, a precisarem de consolo no hangar. Nem Carlota Joaquina, nos cais do Rio de Janeiro, quando chegavam as naves de marujos da Europa...

Como não sou sexista, e também sei daquela terrível dificuldade que sempre houve em contratar comissários de bordo, já que, uma vez feito o teste da cadeira furada, medido o grau gutural da voz e tateada a maçã de adão, uma vez apanhados no ar, e com o contrato na mão, abriam o uniforme, mostravam as mamas, e davam ao cu -- e o cu -- aos gritos de surprise e we will surive!.., coisa que tanto levou depois a Troika a falar na necessidade de flexibilizar as leis laborais, já que a TAP, coitada, abria 10 lugares de Comissário de Bordo, e, pelo menos 8 eram verdadeiras hospedeiras, com contrato para o resto da vida... Para as feministas, aqui fica este pequeno carinho: devem defender a TAP com todos os vossos esforços, pois deve ser uma das empresas mais femininas de Portugal, tirando os cabeleireiros e os Alunos de Apolo.

Deve-se aos Capitães de Abril a ordem para casar das hospedeiras. Acontece, e aqui creio que tivemos um milagre da Fé, não foi com a libertação do casamento que se conseguiu privatizar a arte de bem levar na cona, e antes diria que a coisa enveredou por um neoliberalismo desenfreado, com atos de cópula a 32 000 pés, nos wcs, e nos porões de repouso -- esses lugares mágicos onde tudo acontece, e que tão pouca gente frequenta, mas eu tenho nas memórias mais carinhosas do meu coração, sobretudo, quando se deixa pelas costas o farol de Fernando de Noronha, e, pela frente estão as quatro horas de escuridão, até ao espaço aéreo de Dakar, ai, sódades, sódades... :-) -- mas vou voltar ao texto, senão perco-me...

Tudo isto seria fantástico se não desse prejuízo, e a TAP começou a dar prejuízo. Durante anos, creio que isto constituiu o chamado Terceiro Segredo da Portela, já que, com linhas em regime de quase monopólio, com a tutela dos chulos de Bruxelas, e as viagens pagas da Inês de Medeiros para Paris, onde ia esfregar o grelo lesbo, travessias de longo curso por preços insuportáveis, vije maria, como poderia isto dar prejuízo, não se tivesse a TAP BPNizado, ou seja, tudo o que havia de mau se pendurou ali. A reportagem sobre Lino da Silva -- custou, porra!... -- e a sua demissão, mostram que há sempre um je ne sais pas quoi que consegue ser pior do que tudo o que é evidente, um pouco como aquelas mortes súbitas, que vegetam pela sombra. Tal como no BPN, tal como no BES, tal como nas PPP há sempre um número muito limitado se sombras capaz de destruir uma grande empresa e lucrar com a desgraça dos outros, a questão é agarrar numa vara, desentocá-los e apontar-lhes um holofote bem forte, em cima. O caso de Shakaf Wine, outro filho da puta, do calibre do monhé Zeinal Bava, é só mais um. Eles estão por todo o lado e minaram não só o país como o planeta inteiro.

Sem que se perceba bem como, a TAP, ao BPNizar-se, enquanto BES Air, fez um pouco o percurso da PT-Telecom: permitiu a um punhado de pulhas tornar-se milionário, naquela estranha posição do Colosso de Rodes, com um pé na favela portuguesa e outro pé na favela brasileira, enquanto os colegas, a empresa e o próprio país eram atraídos para o vórtice. Estas coisas, evidentemente, têm rosto, e alguns azares que foram infortúnios da Fé. Fernando Santos -- que devia estar preso, sobreviveu a nove ministros dos transportes e a cinco primeiros ministros -- foi lá posto para fundir a TAP com a Varig, com o azar da Varig ter falido, e as despesas, os salários e os prejuízos ficarem do lado português, e os canalhas, como Carlos Costa Pina -- que devia estar preso -- a voarem para outras gestões ruinosas. Tudo isto, como reconhecerão, faz parte dos milagres da Fé e das causas naturais portuguesas, todavia, como faz falta uma parte de realismo nestas coisas, devemos relembrar que tudo aquilo que, tal como no BPN e no BES se não podia fazer diretamente, passou para as mãos de filiais discretas, a Air Luxor, que traficava diretamente a coca, e desapareceu, deixando o lugar das velhinhas de Arraiolos para as rastejantes de Boliqueime: nasceu a Hi Fly, a coca é a mesma, e as velhinhas de 70 anos foram substituídas por gajas com brutas mamas, que agora trazem a branca implantada nas tetas, e até o Efromovich, que queria que a coisa fosse feita a descoberto, e voltará, e justamente, ou conseguirá mandar um ainda pior, para o fazer por ele.

Este texto poderia tornar-se infinito, por que tudo isto se assemelha às metástases, mas às metástases de um cancro político, posto que, não estando a empresa privatizada, todos os governos que participaram neste carnaval deviam estar detidos e condenados por crime económico  ou uma coisa mais direcionada, antigamente conhecida por crime de lesa pátria. Tal como o BPN e o BES, a TAP é agora um excelente pretexto para limpar a Classe Política, pelo que, como já poderão imaginar, nada acontecerá.

Num patamar acima, e respondendo às dúvidas do Filipe sobre como é possível manter máquinas locais, ou gigantescas, a despenderem esforços e recursos, para rotas e finalidades que todos já identificaram como de desastre, as empresas cujo fim não é o lucro, mas o prejuízo, como Lino da Silva sonhava, vem a resposta lúgubre, da velha teoria da conspiração: tal como Bilderberg preconiza, é fundamental que enormes falésias de civilização se desmoronem, para que a sociedade dos escravos, com que o grupo há tanto sonha, se instale, e a Nova Idade Média, onde os grupos, cada vez mais isolados, se sintam estrangulados, enveredem pela necessidade de canibalismo e tracem o admirável mundo devastado. Como nas Eleições Inglesas, vencerá o pior. Esses serão os amanhãs que vão cantar, onde tudo o resto são meras telenovelas, a que, creio, nós que vemos, assistimos incrédulos. Os outros já há muito perderam os olhos.



(Quarteto do colapso aéreo, no "Arrebenta Sol", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Bilderberg 2014, na forma das "rapidinhas" de um mundo cada vez mais estupidificado, para quem ISIS, Maddies, Ucrânias, MH 370 e abdicações españolas são só milagres da fé e causas naturais de um ensaio geral do pior que para aí vem







Creio que só para os incautos as reuniões do Clube de Bilderberg ainda são entendidas como uns chás de amigos, e não como sinistros encontros, para decidir os figurinos de extermínio primavera/verão, dos anos em que ocorrem.

A novidade deste ano é que se tornaram menos discretos, abriram página, e tudo, e resolveram olear as coisas, para serem mais despachadinhas e terem efeitos mais rápidos.

Da Maddie, acho que nem vale a pena falar, porque já toda a gente percebeu que aquilo tresanda a satanismo e odor de cadáver, por tudo quanto é fresta. O Gonçalo Amaral já lhes começou a dar o tratamento devido, e devia convidar a Kate Healy para o "Bairro Alto", para ela experimentar a célebre bebida do "Pontapé na Cona", que entretanto já fechou, mas a Maddie também, embora as Sombras até a Scotland Yard tenham conseguido pôr em campo -- isso custa uma fortuna, não custa?... --, para chegarem a uma conclusão extraordinária: pesquisaram uns quintais, e como não encontraram cadáver, a Maddie estava viva!... O Aristóteles iria adorar incluir, no seu "Organon", este tipo de silogismo (?), e Santo Anselmo suspiraria, por saber que, em pleno século XXI, continuava a ter seguidores, e tem.

A seguir, vêm as coisas grotescas, um Goya do nosso século, com Juan Carlos, "El d'Elephantes", a ser discretamente substituído por um Felipe Cinco e Meio, de onde se augura que os Bourbons de España começaram com um Filipe e acabarão com outro. Acho-o uma figura para lá deste Mundo, uma espécie de Cristiano Ronaldo, sem lesões, mas empolado de vazios e vaidades, e casado com uma esferográfica, parideira de fendas com ovários, com ar de meninas do "Shinning", e que ainda não percebeu o virote que vai levar. Para os apreciadores de História, o Rey de España representa Castela, e a Rainha, Aragão, ou seja, a Monarquia é bicéfala, e em regime de paridade, e por mais constituições fanhosas que depois tenham feito, Sofia representa a longa linhagem da Casa da Dinamarca, e Letízia os cenários de uma televisão de segunda escolha. A escolha, portanto, mal Sofia se divorcie do vexame que foi a sua humilhação por Juan Carlos, chama-se Aragão, ou seja, Cataluña, o que anuncia um curioso divórcio, mas mais não digo. Fica para os próximos episódios.

A seguir, vêm as coisas piores, porque implicam execuções, genocídios e extermínios, dentro da lógica de Bilderberg. Os Neo Zelandeses resolveram pôr em livro, e o que virá sobre o ato de guerra que representou o MH 370 não agradará, nem na generalidade, nem na especialidade, a ninguém, embora talvez abra um pouquinho mais os olhos a quem costuma ver o solzinho a dançar, ou tenta ignorar que a Interpol está a desmentir estar a investigar o asco que é a COPA 2014, entre búzios e biliões.

A Ucrânia é outra etapa da tentativa de destruição da Zona Euro e do Espaço Económico Europeu. Foi para isso que Obama e Durão Barroso foram eleitos, e têm cumprido bem os seus papéis, sobretudo nesta fase final dos seus mandatos. Todavia, tenho uma vaga ideia de que vão falhar, e o primeiro voltará à sua condição inicial de escarumba hipócrita, e o segundo à de maoista não licenciado. Putin, pelo seu lado, já está a ser contornado, e ainda não percebeu bem, mas deixa-me calar a boca.

O pior dos problemas, na verdade, por que incontrolável, imprevisível e sem fronteiras ainda definidas, chama-se "ISIS", ou lá que nomes lhe foram dando, e começou por ser um ensaio de uma coisa que, como nascida da coxa de Zeus, "naturalmente" Bilderberg pôs a circular em tudo o que são televisões assalariadas, como se desde sempre lá tivesse estado. Assim, contada por alto e às criancinhas, eram uns bandoleiros que, em três dias, percorriam milhares de quilómetros, e conquistavam um país, sem que ninguém desse por nada, nem sequer os célebres satélites contadores de alfinetes da NSA. Vieram não se sabe de onde, já com nome e tudo, e conquistaram a Síria, o Iraque, e fizeram dos mauzões de Teherão uns possíveis aliados. Como se sabe, o negócio da venda de armas não tem senão uma regra, a de vender, e desde logo Ingleses e Americanos descobriram que podiam vender em novos mercados. Ao mesmo tempo, arranjaram-se uns excessos populacionais de Londres, da Holanda e de Madrid, para se irem lá alistar: livram-se deles com ligeireza, e não têm de descer à indignidade do canalha Passos Coelhos, de os "mandar emigrar".

A solução foi tão maquiavélica que nem a Maquiavel lembraria, e, em vez de andar a enviar e a trazer para casa riqueños, monhés e outras raças consideradas "inferiores" pelos Americanos, com uma perna, umas mãos ou uns olhos, a menos, o melhor, mesmo, era explorar as dissensões religiosas entre os próprios muçulmanos, e porem-se a matar-se uns aos outros, poupando os filhotes das mães gordas do Michigan. No fundo, é um ovo de Colombo, e nem está mal visto, uma jihad entre jiahdistas, que tornou o Irão respeitável, poupou mísseis a Israel, e pode estar a caminho de cortar o pior dos nós górdios da região, o célebre tratado de totós anglo-francês, que dividiu a região entre os Estados que tinham petróleo e os que não tinham. Como já escrevi, e é a posição (im)possivelmente oficial do Patriarca Siríaco de Antioquia, os Ingleses ficaram com o petróleo, e os Franceses com o resto, chamado Síria e Líbano, entre outros, para os que tinham o petróleo depois virem bombardear e destruir, e fazer com que esses países ficassem nas mãos do Banco Mundial, para pagarem durante décadas a destruição inflingida.

A coisa foi bem estudada, deve ter rasteirado o próprio Czar Putin, que vai acordar mal, e permitiu fazer a reentrada do velho Irão Persa, no xadrez dos "estados amigos". Brevemente a macaca de Washington apalpará, com carinho, o cu a alguma madame de algum harém de algum ayatolah conservador; os Curdos terão o seu país, retalhado nalguns desertos da Síria e do Iraque, e não haverá homens louros e de olhos azuis mortos no terreno, mas tão só uma drástica diminuição de excessos populacionais muslim, e um aumento muslim de multidões de cegos, amputado, castrados e extropiados.

Parece que, desta vez, o alvo é mesmo o cancro da região, a Arábia Saudita, pátria e banca do terrorismo internacional.

Talvez Bilderberg tenha decidido a queda da Casa de Saud, com a mesma ligeireza com que o dos elefantes abdicou, mas como isto é por episódios, iremos aguardar os próximos, com toda a certeza de que nada do que está a acontecer é o que nos querem fazer acreditar. Será que a Caaba Santíssima será destruída por uma nuvem de drones?... Será que Michele Obama irá para o harém do Emir do Qatar?... O que é certo é que vamos assistir à entrada em cena das poderosas armas informáticas, já ensaiadas no "acidente" do MH 370. Mas o que interessa isso, perante as penosas amarguras do Raul Meireles, das mais pura escumalha portuguesa, e os tiques de favela do Fábio Coentrão?...


(Quarteto da Fraude ISIS, Osiris e Hórus, santíssima tríada dos Illuminati, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Obama, a Virgem dos Prados, e a nova padroeira da Guerra Global, no Oriente


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Imagem do Kaos

Paris faz-me sempre bem, apesar de terem demolidos Les Halles, e do Louvre estar encerrado, dia sim, dia não, por causa das crianças carteiristas de Leste. As Ucranianas continuam a deixar cair pseudo anéis de ouro, perto da Ópera Garnier, para sacarem esmolas grandes às chinesinhas idiotas, e, brevemente, está previsto um atentado, para fazer inveja aos Americanos.
Felizmente estamos na Era Hollande, mais uma période vache, senão, ainda mandavam uma carta com rícino à Carla Bruni, e a gaja punha-se a snifar aquilo, pensando que era coca com corante,
todavia,
tudo isto são trocos, perante o almoço com os guias espirituais do Mediterrâneo Oriental, o Patriarca Siríaco de Antioquia, mon ami, Ignace Joseph III, os Bispos Maronitas, e, sobretudo, le très beau Grégoire III, Laham, Patriarca da Igreja Melkita, do Rito Monárquico do Oriente, mais uns nomes que estou inibido de colocar aqui, por óbvias razões.

Como estes encontros não são exatamente os conselhos de ministros extraordinários da sarjeta portuguesa -- para substituir Relvas por relvinhas -- nem decorrem num HLM lisboeta, chamado Presidência do Conselho de Ministros, coisa que envergonharia qualquer povo com dois olhos na cara, que também não confundisse os ganidos da Mariza com canto, e os farrapos do Saramago com leitura, os temas também foram preocupantes, já que suas reverências, os ilustres, os eméritos, as santidades, e os excelentíssimos, bon dieu, quando falam, é mesmo para falar das causas profundas do abismo para que estamos a caminhar. 

As causas são claras, os processos típicos, e o semear dos sinais tão evidente que só não os vê quem não quer. Na América, entregue ao nirvana escarumbista de Obama, também conhecido pelo ópio do povo, a máquina de guerra está em plena organização: já começaram as cartas armadilhadas, os atentados de cozinha, para pôr os varões do Tennessee com vontade de ir perder as duas pernas e um olho, nas muralhas de Diyarbakir, pátria do fabuloso, inimitável, inigualável, altíssimo Leonardo da Vinci do glorioso Islão Medieval, Al Jazari, para depois poderem trazer uma medalha póstuma, para a sua boca da servidão, anafada de burgers-king, e as suas crias, de Q.I. 75.

Como se sabe, a Ultradireita Americana não brinca em serviço, nem qualquer dos seus braços armados europeus, que acabou de enterrar uma das mais pútridas carcaças do último quartel do séc. XX, a criminosa Margaret Thatcher, cujos restos deviam ter sido dados aos porcos, só para ver a repugnância dos focinhos, a afastarem-se dos despojos, mau grado a fama de comerem tudo...

Comerem tudo, realmente, só certos portugueses, entre Cristianos Ronaldos, Mourinhos e Joanas Vasconcelos, o que é altamente conveniente para as fabulosas máquinas de fabrico de armamento, como a Americana e a Inglesa, que já estão a produzir, em força, para avançar para Oriente.

Como é sabido, as decisões de guerra não vão ser convencionais, nem os meios, já que a virulência informática já decidiu os destinos. Importa, todavia, que os estragos civis, e nas infraestruturas,  sejam elevados, como referia Sua Reverência Joseph III, já que, estando a Síria em puro equilíbrio de contas, face ao Banco Mundial, é fundamental que as ruínas sejam de tal dimensão que entrem na escravidão da servidao das empresas euro-americanas de reconstrução, e seus arredores russos e chineses, durante décadas, um pouco como a Troika entre os saloios portugueses, mas com menos devastações patrimoniais. Os Sírios vão agradecer, vão fabricar vários mártires bomba, e vão andar pelas cidades do Ocidente a mutilar velhinhas e caniches, para maior horror, e entretimento, das manhãs da paneleira do Goucha e da histérica da Júlia Pinheira. A Síria, onde Saddam depositou as armas químicas que todas as potências do género lhe venderam, como atestam os recibos, e Carlos Moedas é disso testemunha, já que datam da sua passagem pela escola do crime da Goldman Sachs, vai ser a porta de entrada para todos os horrores, que só cessarão em Teerão. Pelo meio, como suas eminências reverendíssimas atestam, está toda a mistela islâmico-cristã, velha dos Basileus Bizantinos e das Cruzadas Falhadas dos Templários, que vai ser envolvida num arrastão genocida, que quebrará equilíbrios centenários, e os mais recentes, quando a Inglaterra, esse estado pária, decidiu partilhar o Oriente entre os países que tinham reservas de petróleo e os que não tinham. Ficaram com os primeiros, e os últimos, comme d'habitude, sobraram para a França, que prefere semeá-los de Corbusiadas, para a máquina militar inglesa vir depois destruir, e as empresas do Velho Amigo Americano reconstruir. Os milhares de mortos e mutilados são meros efeitos colaterais, como um pouco, por todo o lado, mas quem se importa, com o Chelsea, em ascensão?

É evidente que tudo isto é História, e, como História, traição, já que o Califado não foi reconstruído, tal como prometido à nobilíssima família dos descendentes do Profeta, que governa a Jordânia, mas antes caiu nas mãos da pior máquina fundamentalista e assassina, que são os plebeus da Casa de Saud, que, a partir de Riad, subvencionam todo o terrorismo mundial. Se o Ulrich ganha por minuto um salário mínimo, os assassinos sauditas fabricam, por minuto, um futuro fundamentalista assasssino.

Depois da Síria, e de deitadas as mãos às novas reservas de gás descobertas nas suas costas mediterrâneas, como referiu Monseigneur XXXXX, será a vez de a Argélia, com as suas multidões de jovens desempregados, a meia centena de quilómetros das frágeis fronteiras europeias -- que os obamistas juraram destruir, quer politicamente, quer financeiramente -- com o ataque ao Euro e os desembarques, em massa, de desgraçados, em Lampedusa. As compras mensais de 40 000 000 000 de euros da Reserva Federal Americana não são ingénuas: bastará despejar isso, de uma só vez, nos mercados, e aquelas moedas feias e frouxas passarão a valer... nada, tal como previsto pelos tentáculos da Goldman Sachs, e dos genocidas de Bilderberg.

Fortificada a Turquia, a Europa ficará de joelhos, com um novo Israel no Próximo Oriente, o Estado Curdo, finalmente talhado nos escombros da Síria, do Iraque e do Irão: uma velha nação com novas fronteiras, prestes para desempenhar o papel do estado-cuco, numa região perpetuamente instabilizada. 

O diálogo com o Islão, como referem os altos teólogos das Igrejas do Oriente, não é hoje mais do que uma das fabulosas fraudes intelectuais do Ocidente, a quem Ratzinger, que tinha tanto de inteligente como de facínora, passou a maior de todas as rasteiras, que foi deixar o Titanic nas mãos das mafias cardinalícias, e dizer, roam-lhe agora os ossos, posto que já devoraram a carne... Como é de prever, será um emérito de vida breve, com muito pouco Falla, e o Francisquinho nem dará por isso, com a sua demência própria e o seu andar de ganso coxo, as suas batinas transparentes, para poupar nos tecidos, e os seus vergonhosos sapatos pretos.

Há quantos séculos é que a mafia jesuíta sonhava com sentar-se no Trono de Pedro, hein?... Pois... já se sentou... :-) 

Diz que quer uma Igreja pobre, para ajudar os pobres, como se qualquer igreja que fosse pobre tivesse meios para ajudar na Pobreza, para além dos mitos obsoletos das cadelas de leprosos, como a de Calcutá, cúmplice dos maiores miseráveis instigadores da ultrapobreza, como Woytila, Thatcher e Reagan. Como se sabe, até isso passou de moda, e o que vem aí é demasiado mau para caber nestas linhas: o próximo sinal será a abdicação de Beatriz da Holanda, uma das cabeças da Górgona do Clube de Bilderberg, fundado pelo seu querido e criminoso papá.

O diálogo entre religiões cessou, como dizia o nosso grande amigo de L'Oeuvre d'Orient, desde o momento em que os falsificadores das novas versões do Corão retiraram as suras em que se dizia que o Profeta Jesus morrera na cruz, para salvar os homens, e as subsituiram por aquelas em que a salvação do Mundo viria com a ressureição de Maomé, do qual Cristo não seria senão um reles seguidor. Isto não passaria de mera Teologia, se não entrasse pela contabilidade, já que, sendo o número de suratas e os ayaf equilibrado, foi preciso estender o tipo da caligrafia, para esconder as passagens eliminadas. Quando as religiões chegam a este estado de decadência, para quê os pseudo diálogos?

A conclusão é a Guerra, pelo que este texto não é humorístico. Passa-se nas muralhas bizantinas deste fim de estação, e, lá em baixo, um novo Maomé II se prepara para abater as muralhas do Prefeito Antémio.



(Quarteto patriárquico siríaco melkita, de Antioquia, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers") 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Balsemão, um cancro português




Imagem do  Kaos, com corteia do "Desenvolturas e Desacatos"


O texto é tão extraordinário que dispensa escólios: sai pelo "Jornal do Crime", mas devia ser um suplemento do "Expresso". Digamos que é uma gota de água do irreal quotidiano deste desastre nacional, que nos aconteceu. À justa altura e medida da Cauda da Europa, que precisa urgentemente de se refundar democraticamente, e acabar com este lixo.





"PINTO BALSEMÃO - A COCAÍNA E A TRAIÇÃO DA EX-MULHER COM CARLOS CRUZ


 por Carlos Tomás


O relatório apreendido pelas autoridades ao “ex-espião” Jorge Silva Carvalho contém pormenores sórdidos sobre o patrão da SIC. “1970 – 1ª mulher inicia relação com Carlos Cruz.” Este é o título de mais um capítulo do relatório apreendido pelas autoridades ao ex-responsável do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Jorge Silva Carvalho, no âmbito do processo das secretas, cuja acusação foi deduzida recentemente, e onde são feitas considerações sórdidas sobre a vida privada do patrão da SIC. “A 1ª mulher, Maria Isabel Silva (Belixa) Lacerda Rebelo Pinto da Costa Lobo inicia uma relação com o apresentador Carlos Cruz (não é claro se a mesma tinha começado antes ou depois de Belixa se separar de Balsemão). De assinalar que, durante o depoimento do processo Casa Pia sobre esse período, Carlos Cruz tem o cuidado de nunca referir nem o nome de Maria Isabel, nem de Balsemão, nem dos filhos de ambos. A relação entre Balsemão e Cruz não era a melhor, dada a vontade deste em levar a Mónica e Henrique para Nova Iorque, ideia a que Balsemão se opôs”, escreveu o espião Paulo Félix, a quem Jorge Silva Carvalho ordenou que fizesse o relatório. Segue-se uma nota feita pelo próprio Paulo Félix, a que ele denominou “coincidências”: “Circula na internet uma mensagem com o título ‘coincidências’. Refere que a SIC foi a única estação que esteve no Parlamento quando o juiz Rui Teixeira ali entregou o pedido de levantamento de imunidade a Paulo Pedroso. Refere depois uma série de relações pessoais ou profissionais de pessoas da SIC: Daniel Cruzeiro, chefe de redacção, é filho do advogado de Paulo Pedroso e é casado com Rita Ferro Rodrigues, também ela da SIC e filha do secretário-geral do PS; Sofia Pinto Coelho, jornalista, é casada com Ricardo Sá Fernandes, da defesa de Carlos Cruz; Ricardo Costa, editor de política, é irmão de António Costa, dirigente do PS. A que se somam estes factos: Cruz era apresentador da SIC até à eclosão do caso Casa Pia; Marta Cruz, filha do apresentador, era presença constante num programa da SIC; Herman José, arguido no mesmo caso, era apresentador de um programa da SIC.” E o espião cita outras fontes para continuar com as “coincidências”: O dono da SIC, onde Carlos Cruz trabalhava é Pinto Balsemão; o dono do semanário Expresso, que denunciou o caso, é Pinto Balsemão. O primeiro-ministro em 1982, altura em que a secretária de Estado da Família, Teresa Costa Macedo, teve acesso ao relatório da Casa Pia com o nome de Carlos Cruz, era Pinto Balsemão. Balsemão é amigo e visita da Casa Redonda de André Gonçalves Pereira, que era o ministro dos Negócios Estrangeiros naquele mesmo ano de 1982 em que foram descobertas crianças na casa do embaixador Jorge Ritto. André Pereira é sócio de Balsemão.” Outro episódio referido no relatório “secreto” prende-se com o nascimento de um filho de Isabel Supico Pinto, de nome Francisco Maria: “A criança só foi reconhecida pelo pai (Balsemão) após ordem do tribunal”, lê-se no documento elaborado por Paulo Félix, que relata depois a criação, em 1973, do semanário Expresso, e as perseguições da PIDE a Balsemão e ao falecido Sá Carneiro. “Balsemão usou o Expresso para defender as suas ideias políticas, usando uma perspectiva puramente instrumental e utilitária de um órgão de Comunicação Social.” O relatório analisa ainda a suposta má relação de Balsemão com Vasco Pulido Valente, que apelidou o patrão da SIC como “Francisquinho, o medíocre mensageiro”, passa pela fundação do PSD, pela admiração de Balsemão por Mao Tse-Tung e pela visão pessimista da entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia (CEE). É igualmente abordada uma possível ligação de Balsemão e de jornalistas do Expresso à KGB, a secreta da ex-URSS, em 1980 e a sua nomeação para primeiro-ministro. A TV da Igreja Uma parte extensa do relatório elaborado para Jorge Silva Carvalho prende-se com a promessa de Pinto Balsemão, em Janeiro de 1982, de uma televisão para a Igreja: “Quando foi primeiro-ministro, Francisco Pinto Balsemão prometeu um canal de televisão à Igreja, mas mudou de ideias quando regressou ao seu grupo de comunicação, admitindo apenas a concessão do canal 2 da RT, uma vez que tinha então interesse na criação do seu próprio canal. Atualmente, o presidente da Impresa está contra a criação de mais TV’s, por temer os efeitos de mais concorrentes em sinal aberto.” Pinto Balsemão, assegura o relatório, terá mesmo impedido que Cavaco Silva cumprisse a promessa que ele próprio terá feito à Igreja. “Já em 2009 Pinto Balsemão afirmou, perante deputados na Assembleia da República, ter fortes dúvidas sobre a existência de mercado publicitário para todos os canais em sinal aberto. Hoje, é um dos maiores opositores à privatização da RTP, que vê como séria ameaça à sobrevivência da SIC, mergulhada em dificuldades financeiras”, acrescenta o relatório agora na posse das autoridades. A espionagem feita a Balsemão fala igualmente da sua desavença com Marcelo Rebelo de Sousa, tudo porque o professor terá tratado Balsemão por Francisco e este exigido a Marcelo que o chamasse primeiro-ministro. Apesar disso, lê-se no documento, Balsemão entregou o Expresso a Marcelo e este acabou por se revelar um crítico feroz do Governo. “Talvez para afastar Marcelo do Expresso, talvez por querer aproveitar o seu talento nas negociações parlamentares, talvez pelas duas coisas, Balsemão chamou-o ao Governo. Não demorou a arrepender-se. Na semana das autárquicas de 1982, decisivas para o futuro do moribundo Governo, Marcelo comunicou ao seu amigo Francisco que iria demitir-se do Governo. O primeiro-ministro não gostou de ver o seu protegido abandonar o barco que se estava a afundar, mas este prometeu manter a boca fechada. Dois dias depois a notícia estava escarrapachada na capa do DN. Balsemão chamou-o logo a S. Bento e deu-lhe um violento raspanete.” Grupo Bilderberg O grupo de Bilderberg é outro assunto tratado no relatório de espionagem ao dono da Impresa: “Balsemão tem-se revelado, ao longo dos anos, como um agente de influência, sabe-se lá ao serviço de quê e controlado por quem. A sua participação em encontros de Bilderberg é disso exemplo. Trata-se de uma organização nada transparente e que, por isso mesmo, muitos rumores e teorias da conspiração tem suscitado, mas que, independentemente dos objetivos específicos, é um concentrado de gente com claras ambições de controlo de tudo o que de importante se passa no globo, sem que se conheçam as suas motivações, nem objetivos, sabendo-se apenas que são os seus objetivos particulares que os movem. Aos encontros de Bilderberg, Balsemão, que funciona como porteiro português do grupo, tem levado inúmeras personalidades portuguesas. Ele escolhe o convidados do grupo desde 1988.” O diferendo com Emídio Rangel é igualmente abordado no relatório, ficando a saber-se que Balsemão considerava o então diretor da estação de Carnaxide “um gastador”. As críticas a Rangel terão motivado uma cisão na SIC, que culminou com o afastamento do diretor. O consumo de cocaína As referências pouco abonatórias no relatório mandado elaborar por Jorge Silva Carvalho sobre Pinto Balsemão surgem ainda referências sobre os hábitos do empresário. Uma delas prende-se com o alegado consumo de cocaína: “É pública a história de que, depois de um voo de 12 horas, vindo de Macau, Balsemão foi jogar golfe. Em 2001, ao Expresso, justificou a proeza com a sua resistência física. Resistência que ainda hoje é provada pelas horas que passa a trabalhar. Facto atribuível, segundo fontes bem informadas, a uma operação de Relações Públicas. Outras fontes ligam esta resistência física ao consumo de cocaína.” E o relatório vai mesmo mais longe: “Associado ao caso Casa Pia surgem rumores do consumo por Balsemão de cocaína.” E Paulo Félix cita um documento do GOVD – Grupo Operacional de Vigilância Democrática: “As testemunhas são falsas, mentirosas, treinadas e pagas com o dinheiro da droga, as duas moedas que também pagam Felícia Cabrita. Ela é, como é público, alcoólica e cocainómana em adiantado estado de dependência. Daí as suas intimidades com Pinto Balsemão de quem também é fornecedora”. Outra nota da espionagem vai para um alegado negócio de gestão danosa de Balsemão e que teve alegadamente a ver, em 2009, com o facto da Impresa ter perdido 5,8 milhões de euros com a alienação da Iplay por um euro: “Este é um negócio que configura, no mínimo, uma situação de gestão danosa por parte de Balsemão. 5,8 milhões de euros foi quanto custou à Impresa a alienação da editora discográfica Iplay (…). O valor resultou de perdas de imparidade de 1,7 milhões e prejuízos de exercício de 4,1 milhões, montante que foi registado em atividades descontinuadas nas contas referentes a 31 de Dezembro de 2008 da Impresa”. A Iplay acabou por ser alienada à Fantasy Land e à Lemon por um euro. A empresa tem, segundo o espião, uma situação positiva, conforme revelaram os novos donos. O relatório elaborado por ordem de Jorge Silva Carvalho termina com um perfil de Belmiro Azevedo, onde se descrevem todos os cargos por ele ocupados ao longo da vida, os seus dados pessoais, as suas raízes beirãs, as suas características pessoais, onde se inclui o gosto pelo golfe e por tocar bateria. E destaca-se uma frase do próprio Pinto Balsemão: “Se obtive êxito como empresário, foi pelo facto de me sentir acima de tudo jornalista.” *O jornal "o CRIME" desta semana revela todo o dossier secreto e aquilo que os restantes órgãos de Comunicação Social divulgaram de forma fraccionada e dissimulada, apesar de a maioria ter todo o documento mandado fazer pelo ex-diretor do SIEDM nas mãos. E se no Expresso, SIC e VISÃO isso se percebe, por estar em causa o PATRÃO, já nos restantes órgãos a forma tímida como deram a notícia foi confrangedora."


(Quarteto do e isto é só uma pontinha da Realidade, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")