sábado, 19 de abril de 2008

O lixo residual no futebol

O que se passa no futebol português é vergonhoso! A reunião de ontem na Liga de Clubes é um quadro perfeito da javardice e imundice em que está mergulhado o futebol, que fica a dever estes "magníficos" serviços prestados, exclusivamente aos dirigentes desportivos. Mais uma vez o presidente do Benfica quis ser um dos protagonistas, vestindo o fato (que lhe fica curto) do "bonzinho" que vai salvar o futebol português e fez o papel de papagaio de repetição do costume ao lançar para o ar meia dúzia de frases feitas em que o tema gira sempre em torno da suspeição, mas como é de seu apanágio, sem nunca chamar "os bois pelos nomes". Ora, isto teve o condão de levar o major Valentim Loureiro, que todos sabemos que é uma pessoa idónea, a amuar e a abandonar a reunião. Para mim o descrédito é tanto, que só me dá vontade de rir quando eles apelam para que as pessoas encham os estádios. Eu acho que hoje em dia só um palerma é que vai à bola! Veja-se o caso do Boavista, e este é só o exemplo mais mediático destes últimos dias. O Boavista corre o risco de fechar portas, pois está agora a pagar a factura do dirigismo mafioso do major, que não contente com o seu desempenho, o deixou como herança para o filho que levou à letra o célebre ditado: " Quem sai aos seus não degenera". Devido à crise que o clube atravessa, vulnerável a oportunismos e a oportunistas, entrou em cena um tal de Sérgio Silva, empresário, que qual santo milagreiro, se dispunha a injectar no clube 39 milhões de euros mediante certas contrapartidas. O Boavista com a corda ao pescoço, através dos seus dirigentes, escancarou-lhe as portas para "o mecenas" entrar e salvar o clube. Num último instante, os dirigentes do Boavista "abriram a pestana" e o "mecenas" em vez de entrar para história como o salvador, entrou para a história como o homem que foi levado pela PJ para interrogatório. Quando a Red Bull quis investir no clube, João Loureiro não o permitiu, pois a referida marca de bebidas energéticas exigia uma auditoria às contas do clube, queria uma parceria com o Boavista clara e honesta... foi barrada devido às suas boas intenções! Este, como referi acima, é apenas um em milhares de exemplos da decadência do nosso "futebolzinho". Não vislumbro nenhuma intervenção divina milagreira, até porque não acredito em santos nem em milagres. Pedir que o Governo interfira, misturar ainda mais a política com o desporto, é alimentar mais as relações de promiscuidade já existentes. Creio que nem uma ETAR consegue limpar os detritos, esses rejeitos do lixo que estão acomodados e alojados há demasiado tempo no futebol português...

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