domingo, 30 de novembro de 2008

Maria de Lurdes Rodrigues e o Efeito Doppler

Imagem do KAOS
Ninguém me poderia dizer que, há duas horas atrás, eu viria começar esta crónica nocturna com o Espectro Electromagnético, mas a vida leva tantas voltas que me vou deixando andar.
Antes de mais, um pequeno desvio por um tema que agrada a toda a gente: Maria de Lurdes Rodrigues. Pelo fausto e pelo fado, cruzei-me, esta semana, numa das minhas sete vidas, com alguém que me disse conhecer muito bem a senhora, e ser amiga da família... Falou-me de uma pessoa afável, e eu fiquei de boca aberta, enfim, nem por isso: pus aquela blindagem do tempo em que concorria, no Palácio das Necessidades, para integrar o Protocolo de Estado, e fiz um assentir de cabeça, cordato, diplomático e serenador, de quem concordava com todas as palavras. Sou, de facto, suficientemente polido para poder aceitar todas as opiniões e testemunhos, sobretudo, aqueles que são timbrados na voz da primeira pessoa, e esta era só mais uma, embora no limite do suportável. (Deus me perdoe, até email e telemóvel anotei, para reatar estes extremos da minha boa educação, e cumprir uma função de transmissor: suponho que os embaixadores dos Gregos a Xerxes se tenham sentido exactamente na minha pele...)
De Lurdes Rodrigues, que tutela uma zona fragilíssima das franjas sociais, onde os Valores se constroem e os exemplos têm de ser exemplares, tenho a opinião do comum dos mortais, acrescentada, das minhas outras sete vidas, onde sou forçado a teclar no pantanoso terreno da Filosofia da Educação: que Educação se pode dar a uma juventude que assiste, em directo, a uma face específica do Poder Político, que, sistematicamente, desautoriza o papel do Educador, e mostra que os valores DE CIMA podem ser marcados pela arbitrariedade, pela insolência, pela prepotência, pelo insulto, pela traição e pela pública delapidação?...
Embora não o seja, por vezes, enfio-me na pele do Português comum, e começo a pensar: que exemplo poderá transmitir-se aos filhos, quando a imagem do educador é de tal modo denegrida, e fica patente um Sadismo de Estado, filho de baldes de água de infâncias em Casas Pias, de abandonos de pais incógnitos, de complexos de inferioridade de percursos académicos, já evidenciado em frases que fizeram história, como o "tivémos de fazer algumas "maldades" à Função Pública (!)", por acaso, na boca de alguém que também tutelou o Ensino; de outro que diz que "ou a Função Pública cumpre as leis, ou é "trucidada" (sic.)", isto, já para não falar da célebre frase do miserável Cavaco, quando disse que a solução para a Função Pública era "esperar que morressem todos (!)".
Creio que a Função Pública, neste momento, pensa exactamente o mesmo, desse eméritos cavalheiros.
Quanto a Lurdes Rodrigues, depois do desastre da Entrevista ao "Público", que, como é habitual, não li, logo, estou apto a comentá-la, fica-se por coisas extraordinárias, como o confessar que, por detrás daquela figura com ar de viúva de Gato Pingado, está uma alma "anarquista".... Era frase para fazer de Bakunine um novo Lázaro, mas, e isto é um título entrevisto entre duas cabeças de cabeleireiras tardias, um grande título -- adoro grandes títulos de jornais, porque me deixam antever o que lá está dentro, sem ter de ler mais uma linha... -- onde ela diz que "as pessoas estão cansadas, mas ela também está".
Com o cansaço dela posso eu bem, com o meu... cada vez menos, e o meu cansaço já não se chama cansaço, chama-se "náusea" e chama-se também... "repulsa".
Mas voltemos ao Protocolo de Estado, e ponhamo-nos na pele da senhora. Ela vem das Ciências Flácidas, onde há sempre, como Comte previa, uma Expectativa da "Acção": os cenários são desenhados por grandes fluxos históricos, e subitamente, aparece uma mente iluminada, que, julgo, ela se imagine, e isso até poderia ter algo de Estético, como Borges o antecipa -- o Belo, a iminência de uma revelação (que bem que eu estou a falar hoje...) -- mas o verdadeiro problema não está no que ela, Lurdes, se julga, porque, neste momento, não consigo ver nela mais do que uma figura completamente metralhada, que uma multidão de mãos, por detrás do seu cadáver, usando abusivamente de um desgaste político insustentável, a continua a empurrar para a frente.
Lá me desculparão, mas é contra essas mãos cobardes, bastante mais do que contra Lurdes Rodrigues, que hoje vocifero: são os chamados "peões rotativos", o pedófilo do Trabalho, que lhe dá toda a razão, mais o das Finanças, que nos intervalos dos fedorentos Conselhos de Ministros lhe sussurra, "veja lá, que isso das Avaliações tem mesmo de ir para a frente, porque nós não podemos promover todos os excelentes, mas apenas os Afunilados da Excelência", e mais o Augusto Santos Silva, que finge que dialoga com o Parlamento, mas lhe rosna que "tens mesmo de avançar", e mais os Lindos Olhos da "Mariana", que está a usar o Secundário como laboratório de ensaio para o descalabro em que vai lançar o Superior, e mais o Justino, ex-vereador do Isaltino, e Assessor do Presidente da Bandeira de Croché protegida por uma Marquise de Belém, e o próprio Aníbal, em si, a hipóstase mais acabada do atraso cultural, político, financeiro, económico e social de Portugal.
Neste cenário, Lurdes Rodrigues é uma mera sombra de Teatro Tailandês, e todos devemos solidarizar-nos com o seu afastamento, já que mantê-la no cargo é um típico exemplo da violência doméstica de um Governo que enveredou pelo Alcoolismo Crónico, e bate na mulher, a sua Lurdes.
Quanto ao Doppler, é uma velha história de Hubble, um ignaro a quem ainda não tinham ensinado que o Universo era uma plataforma plana, sustentada nas costas de uma tartaruga, perpetuamente navegando no Oceano Primordial. O homenzinho, que não teve a sorte de frequentar o ISCTE, a "Independente" e as Novas Oportunidades, ainda achava que o espectro das galáxias distâncias, ao afastar-se, se distendia, arrastando um desvio das riscas para o Vermelho... -- olhem, sinceramente, não me apetece dar lições de Astrofísica a esta hora, dirijam-se ao "Google" mais próximo... --, pelo que a Política Portuguesa acabou, com a Crise Mundial, por ser apanhada num Efeito Doppler, ou, sendo mais culinário, imaginem um belo bolo de noiva, muito bem preparado, por camadas, que, de repente, apanha um safanão, e aquilo desliza tudo por camadas, na horizontal, deixando os remoques e alicerces à vista.
O Sr. Sócrates e a sua pandilha, apoiados no Great Portuguese Disaster, instalado em Belém, com o advento da Crise (?) Mundial apanharam com uma coisa semelhante àquelas pessoas que, furtivamente coladas com as paredes, subitamente levam com um holofote em cima, e ficam totalmente a descoberto.
Eu explico: neste vai não vai, do resiste não resiste, da manipulação da informação, dos telefonemas histéricos paras redacções dos jornais e televisões, da afinada máquina de controlo da circulação nos circuitos sociais, a meta era 2009. Até lá, reinava Átila e os seus discípulos; depois, com a validação da Segunda Maioria, começava a Cornucópia da Abundância e as generosidades de um Estado Providência de segundas núpcias.
Teve azar: o Cavaquistão desmoronou-se, através de escroque, chamados Oliveira e Costa, Cadilhes, Dias Loureiro e outros tantos, e as tais fortunas privadas, dos Balsemões e anexos, com porta-vozes do calibre do Júdice -- esse é como Deus: é um horror que está por toda a parte... -- e o Estado viu-se forçado a desbloquear fundos só deus saberá se não já do Último Quadro Comunitário de Apoio, para impedir as Grandes Fortunas de fugirem pelo ralo, enquanto o Português Comum penava com todos os estigmas da Cauda da Europa: Iliteracia, Pobreza, Doença, Má Nutrição, Desfasamento Histórico e Índices de Desenvolvimento Humano indignos de uma das Nações mais antigas da Europa.
Passo a passo, Sócrates está agora forçado a tirar, antes de tempo, os seus fraquitos coelhos da cartola: uma vez, a ameaça de nacionalização da Banca do Branqueamento, outras, com Orçamentos de Desatar a Rir de Chorar, outra, mais grave ainda, com tirar completamente o tapete ao Sistema Financeiro, passando, atrever-me-ia a dizer "estalinisticamente", a distribuir directamente dinheiro a empresas, num estatuto de semi-nacionalizadas.
No meio disto tudo, Portas discursa à PCP, e o Bloco de Esquerda encosta ao Oportunismo, com a sua mais maravilhosa epifania, Sá Fernandes.
Sim, eu sei, leitor, o texto vai longo, sobretudo para mim, que o estou a fazer de chofre, pelo que o vamos deixar por aqui, não sem antes vos dar uma palavrinha de esperança: para a semana ainda será pior...

( Gôndola Lúgubre, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"The Freaks", ou Hipopótamos há muitos, seu palerma!...

Imagem de Luís Alves da Costa, dedicada à Margarida (miúda, temos mesmo de voltar às artes...) e a todos os Professores do Norte, mais uma vez vexados por uma criatura que antes devia estar a lavar pratos, com todo o respeito para quem tem mesmo de viver a lavá-los
Os dias sucedem-se em glória, parece que voltámos à Era do Diploma: mal se levanta uma pontinha do cobertor, vem de lá um cheiro que nos relembra toda a falta de higiene de trinta e tal anos de Democracia mal sedimentada. Há nisto tudo uma mistura da "Fantasia" de Walt Disney com o grande clássico, "The Freaks". Por um lado, temos licenciados, do Norte, a serem ameaçados, por um Hipopótamo, que, ainda por cima, nem dançar sabe. Simplificando: mais uma gaja de habilitações deficitárias, e arrogância correlacta, a ameaçar com processos disciplinares (!), se houver professores a entrarem em qualquer coisinha que se atreva a ser uma sms de convocação para a desobediência e o direito de indignação a ter de assistir ao vergonhoso espectáculo em que se tornou a espinha dorsal de qualquer nação civilizada: a Educação das gerações futuras.
Por mim, só não mando as sms que não posso.
Vai daqui, de Lisboa-Capital, um abraço gigantesco, e um convite a que todo o Portugal se una, para correr, já, com esta corja toda dos postos-chave.
O Primeiro-Ministro está em fase de demência precoce, e insiste em ver triunfos, de cada vez que as cabines do nosso "Titanic" apanham com mais uma golfada de maré gelada. Faz o papel de circo da Doida Ninfomaníaca. Vive no virtual, e nos vapores das saunas do "Clube 7". Como dizia o outro, para lá do Héron-Castilho e do "Clube 7", tudo o resto é província, mas é nessa província que estão obrigatoriamente acotovoladas 10 000 000 de almas inquietas, que só agora perceberam que o Poder é exercido por gente que oscila entre o turvo, o suspeito, e a falta de pulseira electrónica.
Caso clínico, e que me tem levado a passar dias inteiros lavado em lágrimas é a o Fenómeno do Entroncamento, chamado Aníbal Cavaco Silva de Dias Loureiro.
Sim, eu sei que vocês não sabem, mas saíram hoje do Hospital da Cuf-Descobertas... Foi mau... Eu estava sentado no banquinho, couro do melhor, ar condicionado, e a belíssima Katia Guerreiro, a miar o seu último êxito de cavalariça branda, saem os médicos, e olham para mim com o ar daqueles programas da manhã da TVI, em que todos os casos clínicos da nossa avançadíssima patologia social obriga a soltar, não lágrimas de crocodilo, mas lágrimas de Carlos Cruz.
Sim... estava "desenganada": Aníbal e Dias Loureiro eram duas siamesas inoperáveis: passaram-me as TACs para as mãos e estava lá tudo: intestino, estômago, pulmões, alma e coração... tudo era comum. Só a inteligência divergia: um era um saloio do Sul, e estúpido, o outro era um grunho, armado em chico-esperto, que achava que, no País da Camorra, ser mafioso dava lugar a Conselho de Estado.
Dava e deu.
A verdade é quanto mais o Presidente da Bandeira de Croché se colar aos negócios do "Pai, já sou Ministro!..." menos crédito terá, se é que ainda de algum goza. Aliás, Aníbal arrisca-se a ter um futuro extraordinário, e a ser o primeiro Presidente da República, após 1974, a não ser reeleito, e é muito, muito, muito bem feito, mas isso é um problema dele: por mim, conto ansiosamente pela chegada dessa hora.
Neste circo de aberrações, Constâncio faz o papel do anão trapezista: o importante é a tal fortuna que ganha todos os meses, para varrer para debaixo do tapete todos os escândalos financeiros que são a espinha dorsal dos bancos portugueses. Agacha-se e tenta passar pela fresta da porta, por mais apertada que a fresta seja. Aliás, vou mais longe: a única função de Vítor Constâncio é ter posto o Banco do Estado a branquear os branqueamentos de capitais de todos os bancos dos arredores, e nesta frase fica tudo condensado.
Em qualquer país com Opinião Pública amadurecida, com movimentos de cidadãos a processarem sistematicamente esta Mafia, por violação da Constituição, da Carta dos Direitos Humanos, dos Códigos de Processo Administrativo, e tantas outras ancoragens e suporte legais, os tribunais já teriam bloqueado esta agonia do Estado de Direito, e enfiado na jaula um punhado de tipos destes, e não vou aos nomes, porque todos vocês os conhecem de cor.
A nota final é ainda mais subversiva: muitos dos que me lêem pertencem a uma das classes mais ultrajadas, desde que Durão Barroso, Ferreira Leite e Sócrates tomaram o Poder, a Função Pública. Soou, por aí, que ter a Caixa Geral de Depósitos sido obrigada a engolir as brincadeiras-BPN dos meninos do Cavaquistão nos vai cair nos bolsos, sobretudo dos clientes da Caixa, essa mesma Função Pública, que por aí é "forçada", mensalmente, a receber salários e pensões de reforma.
Está aí a vir o Subsídio de Natal.
A mim, e a muitos como eu, não apetece, claramente, vir a pagar em comissões acrescidas de uso de multibancos, cartões de crédito, transferências bancárias, carregamento de telemóveis, pagamento automático de créditos, ou débitos automáticos de águas, luzes e gás, as falcatruas e os negócios obscenos que colaram essa escória da baixa finança aos nossos medianos rendimentos.
Querem dar uma boa prenda a esses cavalheiros?...
Então, vamos todos a uma acção cívica concertada: toca de levantar o cacau todo da Caixa e pô-lo em bancos que sejam fiáveis -- ai, não custa nada sonhar... -- e deixá-los a digerir o seu BPN sozinhos.
Em três dias vinham Aníbais e Sócrates, de joelhos, implorar, por favor não façam isso...
Ora, muito boa noite, como dizia o defunto pianista António Melo, que no tempo do meu paizinho, acompanhava maravilhosamente os programas do António Lopes Ribeiro.
"Muito bôa nôte."

(Pentagrama de teatro de revista, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

domingo, 23 de novembro de 2008

Nota brevíssima

Lá me desculparão a impertinência, mas esqueci-me, no meio desta balbúrdia toda, que o núcleo inicial do "The Braganza Mothers" tinha começado a sua actividade, AQUI, em Novembro de 2005, contra a candidatura do Aníbal.
3 anos depois, viu-se que tínhamos razão.
A única coisa que em Portugal está de pedra e cal são os escândalos e a corrupção e... ah, sim, Lurdes Rodrigues, esse espantalho que se presta a todos os enxovalhos, e parece que ainda ninguém percebeu por quê.
Como prometi, a nota será breve, até porque já todos terão verificado que, sempre que se atira uma bola à boneca de trapos, imediatamente emerge um Augusto Santos Silva, um Sócrates, um imbecil qualquer, para a defender.
O último, por acaso, veio trazer alguma luz, às "orchestral manouvers in the dark" que, por detrás dela se ocultam. Aquele crápula, incompetente, do Politécnico da Covilhã e das faltas injusticadas de Penamacor, sonha, e é um sonho partilhado por muitas mentes minúsculas do Crime Organizado que nos governa, e já deve ter sido escrito em N lugares, mas eu volto a repeti-lo, é transformar os Professores, do Ministério da Educação, em "Formadores", do Ministério do Trabalho, Escravos preparadores de novos escravos, com recibos verdes, a 5 € à hora. De certo modo é o "Brave New World", onde as habilitações mais elevadas acabarão nuns semestes de mão-beijada, eventualmente dados por ilustres licenciados da Independente, como Armando Vara, ou Doutorados da Lusófona, como Vasco Franco.
Não corram com ela, não.
Será uma agradável nova Idade Média, para si e para todos.
(P.S. - Desculpem-me não escrever mais, mas estou com os auscultadores a ouvir "La Cetra", op. 9, de Vivaldi, para evitar olhar para o espelho e desatar a chorar, à minha pala e de mais 10 000 000 de condenados...)


(Pentagrama vivaldiano, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

sábado, 22 de novembro de 2008

A Semi-Sinistra Ministra

Imagem do KAOS
Tenho tido uma semana particularmente divertida, com todas aquelas figuras que são os meus ódios de estimação a serem enxovalhadas por tudo quanto é sítio: ele é o Dias Loureiro, ele é a Sinistra Ministra, ele são as "gaffes" do Sócrates, ele é o Teixeira dos Santos a ser considerado o pior Ministro das Finanças do Espaço-Euro, ele é a cabeça do Constâncio em vias de rolar, deus meu, só docinhos, uma pessoa a enfardar assim ainda acaba numa barrica anã, tipo António Vitorino.
Acima de tudo, claro, o meu carinho vai para Lurdes Rodrigues, que, brevemente, irá abandonar a Pasta da Educação, para voltar ao sector onde é especialista: limpezas e desentupimento de chaminés. Consta, no I.S.C.T.E., ilustre casa de Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues, entre outras das gangrenas do Estado, que mal o "Casa Pia" termine, com a condenação do "Bibi", já está reservada uma verba, no Orçamento-2009, para a plástica de ambos, para que possam voltar a ter uma vida de cidadãos decentes. Seria injusto que Lurdes Rodrigues, até ao fim dos seus dias, fosse atormentada em cada rua, cada loja, cada restaurante, por gente que a mimoseasse com aqueles carinhos com que os Portugueses são exímios em tratar os árbitros. Quanto a Valter Lemos, prevejo um futuro mais sombrio, já que o dinheiro não dá para tanta plástica. Com um bocadinho de sorte, e com aquele pelinho encaracolado de caniche, acabará num canil para animais desvalidos, da zona de Sintra. Sintra por Cintra, talvez o Sousa Cintra o adopte... para abate.
Finalmente se percebeu, pelas ruas, e por todos os recantos deste país, que a malta se está borrifando para a Avaliação, e do que se trata agora é de REJEIÇÃO e de que é fundamental colocar no olho da rua a figura mais odiada de toda a história da III República.
Boas novas, para não ser tudo negativo, chegou às lojas o computador original, que o "Magalhães" plagiou. Pode comprar AQUI. O Sr. "Engenheiro" nem sabia que ele existia, porque a publicidade exigia conhecimentos aprofundados de Inglês Técnico, coisa na qual ele é profundamente falho.
Quanto às novidades, são escassas: corre aí o boato de que esta súbita explosão de informação toda, tão liberal, esfusiante, e, aparentemente, fidedigna é uma mera cortina de fumo para andarmos entretidos e não podermos vislumbrar o lá bem no fundo, onde se estão a perfilar coisas mais sinistras. Que venham. Aparentemente, este Governo já não existe, e o Estado está entregue a si mesmo, o que é saudável, enfim, desde que nos paguem.
A outra boa nova tem ar de ser bem mais fiel: correm uns zunzuns de que a Mota-Engil, em queda a pique, está interessada nas instalações militares da Rua da Madeira, para instalar uma nova sede, aliás, quartéis à venda sempre são uma maneira de evitar que, de dentro de Lisboa, parta a ideia de alguma, enfim... aventura chavista, que apeasse a Camorra de Estado.
Lá para 2009, com a Maioria Absoluta reforçada, ou o Centrão instalado, a dupla Sócrates/Ferreira Leite, ou Sócrates/Sucessor de Ferreira Leite já estará mais segura, e poderá fazer o que a Alemanha fez aos seus militares: cortar-lhes, duro e puro, o Subsídio de Natal.
Aliás, em 2009, quando a Corja for reconduzida no Poder, todos nós seremos militares...

(Pentagrama ensonado, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Interrupção Voluntária da Paródia

Imagem topo de gama do KAOS
Basta olhar para a imagem para perceber que era demasiado boa para não me inspirar. Do meu ponto de vista, só peca por um pequeno defeito: a nossa realidade é, hoje, ainda mais chocante, e bem pior.
Vamos por partes, como fazia o Jack, às moças que estripava:
Comecemos por Dias Loureiro. Tenho Dias Loureiro no mesmo patamar de execração de Proença de Carvalho, embora em baço, para usar uma sinestesia, e os baços, os pardos, os sonsos, como toda a gente sabe, são os piores. Este é, objectivamente, o juízo da mesa de café. O institucional, substancialmente mais grave, é que essa... coisa tem assento no Conselho de Estado, que é uma espécie de mini-Senado que o Presidente da República, quando existe -- o que não é o caso presente, em 2008 -- consulta, para tomar decisões dramáticas, como foi o caso do Golpe de Estado dado por Jorge Sampaio, contra a coligação PSD/CDS. Ora acontece que eu acho que o Sr. Loureiro devia estar na cadeia, e não em posição de poder aconselhar um homem fraco, cobarde e enfermo, como Aníbal, sobre qualquer golpe de rins político que lhe possa passar pela testa.
Podem perguntar-me o que sustenta Dias Loureiro, e só me vêm à cabeça andaimes sinistros, como os que mantêm Pinto da Costa, embora esse seja mantido por instituições que nos são mais familiares, como as Mafias Italiana, Russa e Turca, gente séria, portanto.
A deriva vai agora para a primeira novidade da noite, porque há uns passarinhos que me trazem, de quando em vez, umas novidades e rumores, que tenho o maior prazer em compartilhar, nesta hora tardia, convosco. Essa novidade é que -- e aqui vai um grande abraço para o Xatoo, uma das pessoas com informação superlativa, na Blogosfera, que, numa célebre noite de Novembro de 2005, me forneceu, por email, as conexões entre o suporte eleitoral de Cavaco Silva e a Opus Dei. Esse email valeu-me a limpeza radical de um computador, uma invasão de telemóvel, e o varrimento de um PDA e destruição de um Ipod, a 6000 Kms desta chafarica. Mal eu sabia que era a ponta do icebergue.
Muito se tem escrito sobre o BPN e as suas estranhas conexões. O que me chegou hoje, e investigue quem quiser, é que essa nobre instituição injectou milhões, para que o "lobby" cavaquista conseguisse colocar na Presidência da República aquela pungente assombração que por lá agora se arrasta. Dando um dos meus saltos, nós, Portugueses, estamos a pagar, com os nossos impostos, a campanha eleitoral de um manequim da rua dos fanqueiros, completamente obsoleto, humana, ideológica e politicamente.
Tomem e embrulhem, como diz a ralé.
A segunda novidade é um tal de BPP, Banco Privado Português, onde umas modestas 3000 famílias depositavam as suas "economias", e que vai agora avançar para a muleta financeira do Estado, que nós vamos pagar, ou seja, não havia dinheiro para as reformas das velhinhas, a Segurança Social ia falir, as urgências e maternidades fechavam, as auxiliares de 400 € por mês eram congeladas, mas, "suddenly last October", apareceu um fundo de maneio para impedir que as "economias" de 3000... desculpem-me a expressão, CABRÕES, fossem pelo ralo adentro. Ao ouvir o cavalheiro que geria essa porcaria, e que se dava com gente simples, honesta e de respeito -- ouvi, por alto, Berardo, Jardim Gonçalves e Sousa Cintra (o ex-amante do Conde Caria) -- a dizer que ia escrever um livro, só me lembrei do poema "TÃO", do outro gajo, do BCP, e fiquei tão cheio de vontade de agarrar numa metralhadora e desfazer a televisão que só tive pena de não ser um No Name Boy. Infelizmente, sou um público With Name Man, mas a vontade cá fica, bem forte e contida.
Nesta escalada do País das Maravilhas, à beira de uma coisa má que vai acontecer, mais dia, menos dia, entramos no tema preferido dos nossos quotidianos, a Educação, não no sentido clássico do termo, mas no sentido de "hoolliganismo" de que o termo hoje se revestiu. As sms entre alunos tornaram-se frenéticas, e todas apontam, sempre, no sentido de uma espécie de forma de GPS, a tentar informar onde, quando e por onde a Sinista Ministra e os seus sicaios vão viajar, ou estar, para os fazerem passar por sucessivos actos de humilhação e violência.
Tudo isto é insustentável, e tudo isto aponta para um intervenção, que, se não vier do Palácio da Bandeira de Croché -- senhores radicais, quando saltam a barreira e apeiam, simbolicamente, aquele vexame da Nação?... -- terá, inevitavelmente, de vir de qualquer lado.
A novidade, hoje, parece que era um email-isco, das DREs, a pedir, informaticamente, que se preenchessem grelhas de objectivos. Conheço gente que respondeu, laconicamente, com "FALECIDO", "JÁ NÃO MORA CÁ", ou "DEITAR ABAIXO, ATÉ DEZEMBRO, O ESCÂNDALO QUE OCUPA A 5 DE OUTUBRO".
Valentes exemplos.
As melhores, todavia, estão para vir: neste frenesi de sms e emails, que não repercute só o mal-estar de milhões de Professores, Alunos e Encarregados de Educação, que têm as costas quentíssimas, mas pelo apoio generalizado da Função Pública -- 700 000 -- diz-se, que estão a ver no que isto dá, para avançarem em outras frentes, mais os Médicos, que também serão "avaliados" (!), a Magistratura e as Forças Armadas, garante da Democracia, que estamos a ver por um canudo, ah... sim, dizia eu... no meio deste frenesi de sms e emails, chegou qualquer coisa de extraordinário, que se terá de confirmar, e que é o Currículo da Incompetente da Educação, publicado por Ilídio Trindade: "a Drª Maria de Lurdes tirou o antigo 5º (actual 9º) ano e ingressou no Magistério Primário (naquele tempo eram dois anos de curso). Deu aulas na Primária até se inscrever no ISCTE (com o 5º ano + 2 anos de Magistério Primário! ). Ao fim de 5 (CINCO) anos de estudos em curso nocturno, saiu com um DOUTORAMENTO que lhe permitiu dar aulas(?!) no ISCTE, por acaso onde o sr. engenheiro fez após-graduação (mestrado?) a seguir à 'licenciatura' da Universidade Independente."
Tal como o Carrilho, nunca foi avaliada em coisa nenhuma, excepto na sua fidelidade canina ao ISCTE, comumente conotado com os "Ballets Bleux", da Pedofilia, e já que falámos do tema da Pedofilia, igualmente me chegou hoje um pequeno pormenor, "la petite histoire", que nos demonstra, dia atrás de dia, que a Realidade não é bem o que nos querem fazer engolir, e está no nível dos piores pesadelos.
Aproveito para dar os parabéns à SIC, que, desde que o Patrão de Bilderberg começou a obrigar os jornalitas a rescindir contratos, voltou a ser um Órgão de Informação correcto e militante. Brevemente, estarão todos no 5º Canal de Televisão, da Zon, a servir o Sr. Rangel, mas isso é um episódio próximo desta degradante telenovela. Foi a SIC que hoje nos mostrou os Sindicalistas a abandonar a reunião de 2 minutos com a Ogreza da 5 de Outubro, os alunos a insultarem-na generalizadamente, a CGTP a ser impedida de entrar nos CTT -- um dos maiores coios de mafiosos de que há memória neste país -- e onde está tudo o que é filho da Corja Política (até a minha prima, imagine-se...), e o tal gajo do BPP, que depois de ter gerido mal as fortunas, vai escrever um livro (!)
Uma das coisas mais saudáveis que Portugal tem é a facilidade com que se escrevem livros. Deve ser uma espécie de "Rio das Flores" do Colapso Financeiro...
Falávamos da SIC. Já roçou o sublime e a sabujice. Lembro-me da prisão de Paulo Pedroso, por mão própria do destravado Rui Teixeira. Deixo-vos mais uma pequena história, para vos fazer insónias. Lembram-se da anedota do pobre do Guterres que não sabia fazer contas?..., pois não sabia: acabara de sair do Hospital de Coimbra, com a certeza quase certa de que iria ficar sem a mulher. Experimentem fazer um discurso sereno, numa situação dessas...
Foram intoxicados até à medula com a versão de que a prisão do Pedroso, coitadinho, que também acha que a Avaliação Docente é para levar até ao fim... talvez sim, mas com a moeda de troca de levarem, também, o "Casa Pia" até... ao fim.
Aceita a aposta, Sr. Pedroso?...
Pois olhe, vou aqui também revelar aquilo que o Sr. até sabe, mas a maioria das pessoas deste país desconhece: Rui Teixeira foi ao Parlamento -- lembra-se desse dia de glória?... -- com o pretexto de o buscar, mas para esconder, mediaticamente, o que realmente lá ia fazer: interrogar, em gabinete privado, uma figura bem mais grada do que a sua cara de nádega, e da Direita Portuguesa.
Essa é a novidade com que vos deixo hoje, para que as vossas insónias ainda mais se agravem.
Investiguem, até onde quiserem.
Temos de ser uns para os outros, não é?...
Boa Noite.


(Pentagrama degradado, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

terça-feira, 18 de novembro de 2008

De como a Educação, em Portugal, acabou engolida por um Hipopótamo que sonhava apanhar uma geral dos "No Name Boys"

Imagem do KAOS
Sim, eu sei, isto parece o período do Diploma do Sócrates: é uma tentação não vir insultar diariamente os "zombies" da 5 de Outubro, mas eu tenho uma fixação ainda maior do que da Milú Rodrigues, que é a... pronto, vou confidenciar... a paixão da minha vida, Margarida Moreira, o Hipopótamo da DREN, que demitiu o Charrua, porque ele terá dito, em público que Portugal era "um país de bananas governado por um filho da puta".
Quando à parte do filho da puta, julgo que todos estamos conversados: há um consenso nisso, desde a Extrema Direita até aos Tiques do Louçã.
O problema, presentemente, começa no "país de bananas".
Acontece que Portugal é como aqueles burros mansos, que alomba, alomba, alomba, se deixa encher e picar por moscas, e alomba ainda, e deixa-se picar, e, de repente, passa-lhe uma coisa pelas orelhas e começa a disparar coices em todas as direcções.
Desconfiai dos povos mansos, pois eles são como as águas turvas, cujos fundos não vislumbramos.
Quando digo "não vislumbramos", estou a referir-me ao cidadão comum, aquele que acredita em que o Marco Paulo tem mesmo dois amores, e nenhum deles é um cabo-verdiano com 23 cms, que a Bocarra Guimarães foi virgem para o casamento, e depois continuou, e que o Sr. Vítor Constâncio é honesto. Há gente que acredita em tudo, e foi assim que a Irmã Lúcia, uma mentirosa compulsiva, sobreviveu eras, enfiada num convento, onde só teclava com Deus e com os Papas mais libertinos.
Depois, há o reverso da medalha, e parece que os Serviços Secretos estão a ficar inquietos com certas coisas que se sussurram por aí. Não... não vou falar de José Miguel Júdice, nem dos grandes traficantes de armas. Não vou citar os nomes dos bancos onde se faz o branqueamento do dinheiro da droga da Venezuela, onde parece que se trocam "Magalhães" por linhas da "branca"; nem vou falar das casas mais caras, que já estão vendidas, ainda em planta, enquanto a empregada de caixa do hipermercado acabou de declarar a sua insolvência à hipoteca do Millennium-BCP (boa safra, essa, também...)
Os Serviços Secretos estão inquietos porque consta que há franjas de descontentamento entre as elites do músculo, gente que foi atiradora especial na Bósnia, Comandos altamente preparados, para cenários de guerra dura, nada de polícias novatos que se suicidam, porque 600 € não pagam ter de enfrentar a Morte. Estamos a falar de gente que está farta, mas que não são reformados, nem professores, nem alunos, nem enfermeiros, nem mangas de alpaca da Função Pública, nem velhinhas que ainda acham que o Sr. Cavaco é um homem honesto. São pessoas de corpo invejável que tratam a Morte como um cão caseiro, e que têm convicções tão rígidas, como alvos certeiros.
Eu, pacato cidadão, subversivo, escritor nefelibata e de luva branca, fartei-me, à minha maneira, e disparo com a minha pior arma, a Escrita. Outros há que escrevem, como em todos os períodos críticos da História, com palavras que não são letras.
O rumor anda aí: começaram pelos Nacionalistas Radicais, que enfiaram na prisão, e o Povo olhou, sem ter percebido o que estava a acontecer. Neste momento, o pânico é mais visível: uns quantos cavalheiros, a cumprirem ordens, foram a um dos mais fervilhantes fóruns de insurreição de que o País dispõe: as claques futebolísticas, e resolveu agir... mal.
Desde Roma que se sabe que os estádios são meras metáforas para exercícios de outras virilidades. Está por aí escrito que nos anfiteatros e hipódromos se fizeram cair tiranos e Imperadores. Muitos houve que foram arrastados pelas arenas por ululantes plateias cansadas de coisas muito semelhantes ao nosso tempo.
Não percebo nada de Futebol, mas sou altamente sensível a rumores. Fartei-me de ligações lentas da Net, quando o assunto não convém, e de ecos de telefone, quando a conversa não agrada. Fecham-se bares, onde a adrenalina era descomprimida, e julga-se que os bebés vão para a caminha mais cedo. Proíbe-se, fiscaliza-se e oprime-se, para dar a ideia de que o Estado é eficaz e faz cumprir as Leis. Acontece que o Estado não é eficaz, e muito memos em cumprir as leis. As leis são para chatear o cidadão comum, e servir de pano de fundo a infindáveis noticiários de operações de balão-stop, onde ficamos com a vaga sensação de que a Ordem reina. Em Portugal, não reina a Ordem, reina a Ordem da Camorra, e o Estado está putrefacto, como vos relembram nomes como Paulo Pedroso, Vítor Constâncio, ou toda a chusma de corruptos, que diariamente, nos vem mostrar que há toda uma classe acima da lei. A definição de Democracia é a de Igualdade perante a Lei. Em Portugal, pelo contrário, reina uma devastada Impunidade de certos cavalheiros, na sua quotidiana actividade de Crime.
Como disse, nada percebo de Futebol, mas sei que, quando se prendem No Name Boys, a pretexto de não terem matrícula num cartório qualquer, o verdadeiro motivo está a ser iludido: há pessoas, nos mais altos postos do Estado que estão muito assustadas, e não com os rumores que eu ouço, mas com algumas peças da Realidade, que os Serviços Secretos lhes comunicam. Acontece que essas peças são isso mesmo... peças, peças esparsas de um estado de coisas muito mais vasto, que arrepiaria qualquer um que a eles tivesse acesso, na totalidade.
Nunca vi, mais gordos, os chefes dos No Name Boys, que agora insistem em deter. Eu prenderia primeiros os cavalheiros que vão jantar ao "Eleven" e a outros restaurantes semelhantes. Investigaria os passageiros de certos voos de Angola, Cabo Verde, Brasil e Venezuela. Passaria a pente fino alguns jactos particulares e as mercadorias que todos os dias, iludindo a Alfândega, passam as fronteiras aéreas de Faro; trataria da lista dos cartões de crédito dos cavalheiros que frequentavam os Sites Pedófilos, que o FBI nos enviou, e que nós imediatamente deitámos para o lixo, e outras coisas mais que não caberiam nos dedos todos das minhas mãos e pés.
Sou pouco de previsões, mas vou lançar outro rumor, para acabar, como comecei: parece que Lurdes Rodrigues arranjou uma paixão nova, disseram-mne, e tenho de confirmar, por quem anda por aquelas célebres... festas. Até lá, é boato; depois de confirmado, passará a ser explicação por mais este insuflar de vida, que lhe querem comunicar, e esta alegria branda, de uma mulher simples e de bom coração, que em público... se desculpa. Amanhã, com mais paciência, achincalharei essa "paixão". Agora, volto ao terreiro de caça: o país inteiro é uma maré de rumores, emails e sms suspeitos. Por outro lado, e para acabar, quando o Sistema, ainda este mês, lançar a bomba que vai ser o Branqueamento do Casa Pia, eu não gostaria de estar na pele de certas pessoas. Porque ainda há claques e são, deus meu, numerosíssimas, ocultas, incontáveis, incontíveis...

(Pentagrama em forma de panela de pressão, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

domingo, 16 de novembro de 2008

Exéquias Solenes k. 628a, para Maria de Lurdes Rodrigues, ou de como o Qualitativo pode mesmo engolir e subverter o Quantitativo

Imagem do KAOS
O alerta foi lançado hoje pelos Ambientalistas: Maria de Lurdes Rodrigues já não pode sair à rua. Não, não são alterações do "Deficit" (Continua tudo na mesma: o País falido, e Constâncio e os gestores das empresas públicas em dificuldades a ganharem o mesmo). Não, não se trata da Doença dos Pinheiros, e, menos ainda, da Corrupção na Justiça. Não, não são alterações climáticas, são coisas mais no âmbito da sua Cientologia Flácida: é a matriz sociológica de um país inteiro que sofreu uma reviravolta, mercê de uma figura lúgubre e de duas das suas arcadas orelhudas, que se tornaram na paródia de Portugal inteiro.
Quando Salazar teve o acidente da cadeirinha -- abençoada cadeirinha... -- o país das pessoas decentes encarregou-se de lhe fingir que nada tinha acontecido, e, enquanto o cinzento Marcello governava a Cauda da Europa, continuavam a fingir-se (!) Conselhos de Ministros, defronte do Maior Português de Sempre.
Para mim, alma piedosa, educada no São João de Brito, Membro Numerário da Opus Dei, quando me disseram que Dona Lurdes já tinha sido "desenganada" por todos os médicos, e estava por algumas horas, eu avancei, quixotescamente, e disse "tragam-me essa mulher!... Em boa verdade vos digo que nesta hora de angústia alguém haverá que se lhe apresente em face, e lhe diga, Lurdes, levanta-te e caminha, porque a Avaliação não parou!..."
Lurdes estava pálida, notava-se-lhe, no brilho dos olhos, que estava a caminho de contemplar aquela Luz que Deus reserva aos poucos que chamou para junto de si. Para quê, naquela hora extrema, dizer-lhe, então, que os próximos guarda-costas que teria já não seriam nomeados pelas Forças de Segurança do Zé de Vilar de Maçada, mas por Lúcifer, em pessoa?...
"Não, Lurdes, olha para cima, e contempla aquele infinito azul, porque é lá o teu lugar, não na Gehena dos Desvalidos..."
Era bonito ver-lhe nos lábios aquele sorriso: não, não era a versão pirosa do "Titanic", era mais a Eva Braun, que não acreditava que o seu Führer iria, a seguir, enfiar a pistola na boca e disparar.
"Lurdes", dizia-lhe o caniche Valter, "tens a certeza de que vamos mesmo para o Céu, não tens?...", mas perante o silêncio da mulher, em agonia, mais lívido ele ficava. Sim, poderia ter acontecido que entre tanta coisa, ela não tivesse acautelado esse item da própria Avaliação deles, e parecia que tinha acontecido mesmo.
"Deus te perdoe...", soltou o Pedrosa, naquele mesmo tom em que ela pedira desculpa a Portugal por ter transformado Portugal da Educação num Inferno.
Aproximou-se então o Padre, Feytor Pinto, de Valter, e disse-lhe, "nesta hora extrema, tens alguma coisa que queiras compartilhar entre mim e o Pai do Céu?..."
"Padre... só se forem as faltas injustificadas de Penamacor, e não ter tido fôlego, em vida, para as recuperar..."
Só Deus mesmo, o Deus sem rosto, poderia testemunhar de tantas lágrimas que se soltavam, em redor daquele esquife.
O Jesuíta, nosso Confessor, disse então: "esta mulher, cujo despojo aqui vedes, já estava prevista no Filósofo (Para quem não sabe, o Estagirita, Aristóteles, que afirmava que a Lurdes girava em redor do Zé e não o contrário, como "Cûpernïco", muitos séculos depois avançou), e todo o seu Reyno foi o sobrepor da Qualidade à Quantidade: nunca saberemos, por ordem dos Serviços Secretos e de Intoxicação das Comunicações, QUANTAS pessoas saíram às ruas para a crucificar, mas sabemos QUAIS, porque foram, à vez, e em simultâneo, todas, Professores, Alunos, Pais, Sindicatos, Ministros, Deputados, Jornais, Televisões, Especialistas Universitários na Área, Educadores e Técnicos do Mundo Inteiro. Teve, em vida, o que mais nenhuma mulher deste país saboreou, e assim morrerá em plenitude, se Deus quiser..."
E como a hora se aproximava, e já os olhos se reviravam todos no sentido do branco, eu aproximei-me, e disse-lhe: "Lurdes, sabes que te tive sempre como ídolo, e nunca te trocaria por nenhuma das outras pérolas deste país, chamasses-te tu Paulo Pedroso, Pinto da Costa, Proença de Carvalho, Cavaco Silva, Miguel Cadilhe ou Dias Loureiro... Lurdes... eu vou-te contar uma coisa..."
E ela soltou um gemido, que naquela hora soava como uma interrogação.
"... vou-te dizer uma coisa que mais ninguém sabe: aquele merda que se atira ao chão e não se parte, não recebeu o nome de "Magalhães" por causa do Fernão de Magalhães. Ela chama-se "Magalhães", em honra do José Magalhães, Secretário de Estado-Adjunto da Administração Interna, alta autoridade, há muitos anos, para a Internet, e que, quando tu estás a escrever e a ler textos como este e a Net vai abaixo, ou se torna lenta, e o teu telemóvel bloqueia, ou não te deixa enviar sms com a última anedota política do momento, ou fica cheio de ecos, esse, Lurdes, é o Verdadeiro Deus, o Cordeiro de Ouro que deverias ter adorado, não aquela lêndea de Inglês Técnico mal parido, que insiste em que lhe chamem... "Engenheiro".
Suponho, mas isso só a autópsia poderá confirmar, que foi este pequeno golpe maligno que lhe fez parar o bondoso coração, e a chegar a irreversível morte cerebral, que consta na Certidão de Óbito, mas de que ela já padecia há muitos anos.
Paz à sua alma.
P.S. - Para lá da ficção, há a Realidade. Leiam, passem e divulguem: Lurdes Rodrigues, de facto, já não se atreve a sair, e a reunião que tem marcada para amanhã, às 10 h., com os Conselhos Executivos de Lisboa-Capital, para lhe comunicarem que a Avaliação foi suspensa, "sine diae", foi deslocada para outro local, por causa dos ovos. E é justamente por causa dos ovos, que até poderão interessar -- só Deus sabe... -- a alguma alma piedosa, que aqui se revela o lugar secreto do encontro: as antigas instalações da F.I.L., em Alcântara, pelas 10 da manhã, se Deus e o estado de pré-insurreição do País o permitirem... Bem hajam.


(Pentagrama de carpideira, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

sábado, 15 de novembro de 2008

15 DE NOVEMBRO



(Pentagrama no "Arrebenta-SOL", na "Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO" e no "The Braganza Mothers" )

Contra o Aníbal, Contra a Ministra, Contra a Avaliação

Imagem do KAOS
Dedicado à Margarida, que me trouxe um pouco de luz...
A minha especialidade é o Humor Negro, não a Educação, e só volto à Educação, porque ela hoje se tornou num inesgotável filão de Humor Negro.
Em qualquer país com tradição democrática e Opinião Pública forte, Lurdes Rodrigues já estaria demitida há muito, com uma plástica à Bibi, e a viver nos antípodas da Lusitânia, para sua segurança própria. Acontece que nada disso acontece. Diariamente, o país é um terreiro de desacatos, e o tom é de tal ordem que já desceu ao nível mais baixo das nossas instituições, ao ponto de um tal de Sr. Aníbal, a quem muitos, por incultura, subserviência e falta de memória, ainda se referem como o "Presidente da República", ter decidido soltar alguns perdigotos sobre o tema.
Sou contra Aníbal, porque o considero o protozoário que deu origem a todo este estado de coisas: para quem tem memória curta, foi ele que transformou o País, a Economia, a Cultura e a Educação numa paródia, com a Formação Profissonal virada numa série de esquemas mafiosos, que, na sua fase homérica, se limitavam a desviar Fundos da C.E.E., directamente para coisas suspeitas, tipo "Acções de Formação" do U.G.T., e, depois, na fase sofisticada, se dedicaram a fazer a mesma coisa, com outros nomes, em Associações de Camorra, tipo Roleta-BPN.
Como dizia o Evaristo, BPNs há muitos, seu palerma, e os que não foram ministros do Sinistro Presidente -- bom nome para um futuro blogue... -- como Oliveira e Costa, Rui Machete, Miguel Cadilhe, e o Lúgubre dos Lúgubres, Dias Loureiro, lá andaram perto.
É melhor não nos dedicarmos a essa filogenia, para não morrermos de medo e insónias.
Hoje, o Sr. Aníbal veio apelar à calma, mas a calma que ele pretende não é a calma da Cidadania, nem dos Países Civilizados: é a calma de um cobarde, borrado de medo, com as mãos sempre transpiradas, que ensaia mil vezes, diante do espelho, as medíocres palavras que profere, e que cada vez mais tem pavor de que as tais centenas de milhares de pessoas, e bateladas de tomates e ovos, em vez de se concentrarem no Terreiro do Paço, em São Bento, ou na Rotunda do Marquês, se lhe reúnam, bem debaixo das janelas do Palácio da Bandeira de Croché, e lhe repitam aquilo que, em toda a sua vida, mais o apavorou: o Garrafão da Ponte, versão Belém, mas, desta feita, em FORTE.
Sei do que falo: esse senhor, neste instante, é o único que pode fazer aquilo que, vilmente, Jorge Sampaio fez, quando lhe agradou correr com Santana, para lá colocar Sócrates, o amigo dos pedófilos de Portugal, e não o faz, porque sonha com ser o Cabeça de Abóbora de um hipotético segundo mandato.
Tivesse Santana feito um décimo do que este Sócrates fez, e teria sido liquidado, sem remissão, mas a verdade é que, em quatro anos, a máquina tóxica foi tão eficaz que nós ficámos de tal modo entorpecidos que não conseguimos perceber que o País está infinitamente mais às escâncaras, os escândalos multiplicados por elevadas potências, e o funcionamento das instituições de tal modo paralisado que a evidência seria a necessidade de convocação de Eleições Antecipadas, mas isso é outro assunto, que não me traz hoje aqui, e nem me aquece nem arrefece.
Segundo ponto: venho declarar "cosa rara", que sou CONTRA A AVALIAÇÃO.
É curioso que, num país de baixíssimas habilitações académias, se sinta a necessidade de "avaliar" as suas camadas mais habilitadas. A avaliação dessas pessoas foi todo o seu percurso: ou foram boas e os seus alunos as respeitaram e vangloriaram, por todos os lugares da Terra, ou eram más, e o sistema deveria ter tido uma auto-regulação, ao logo de décadas, capaz de de elas se proteger, e de de elas se livrar, quando necessário.
Aparentemente, quando o queria fazer, vinha a cunha política, ou quejanda, e relembro a célebre Luísa Campos, ninfomaníaca, cleptómana, mentirosa, pedófila, que desviava os alunos menores para a prostituição, que lhes pagava para sexo, mas que, por protecção do duvidoso Almeida Santos, ainda hoje continua (!) a dar aulas. Chegou a passar na TVI, como um dos exemplos, no tempo da discussão aborto, de uma "docente" que já tinha tido de abortar... Bom exemplo, era sempre de cabo-verdianos, com 5 vezes a altura dela. Nesta altura, já deve ser "Titular", e estar a avaliar as colegas de Português/Francês, por índices e objectivos, em numa escola que acaba em... "flores." Daria uma excelente assessora para os sonhos da Equipa Educativa, isto, partindo do princípio de que se não conhecem já e até são íntimos... A gaveta política e a sordidez são sempre idênticas.
Já dei voltas à cabeça, e nunca percebi o que motivaria esta aversão, ministerial, do Professor, excepto processos mal assumidos de recalcamentos psicanalíticos, ou pós-traumatismos de situações mal resolvidas, de gente com consciência pesada, ou pesadíssima.
A avaliação, a existir, far-se-ia por cima: pedir-se-ia, por exemplo, ao tal docente que deu ao Primeiro-Ministro de Portugal uma Cadeira Técnica de Inglês, que avaliasse publicamente o seu discente na mesma área: prova pública, com júri transmitido, em directo, e direito de votação, pela Opinião Pública. Se o cavalheiro se revelasse incompetente, receberia "insuficiente", e teria direito a recorrer, se bem que, ao voltar a falhar, dois "insuficientes" imediatamente lhe garantissem um bom par de patins para fora do Governo, que é como quem diz, da Função Pública.
Lurdes Rodrigues, por exemplo, deveria avaliar o seu formando, pedindo-lhe que apresentasse objectivos e parâmetros de aferição, no tal MBA (?) que lhe deu no ISCTE, e que lhe valeu, por nepotismo retribuído, a Pasta da Educação, na qual, como é sabido, ela se revelou extraordinariamente incompetente, de onde um objectivo único para uma avaliação "simplificada" de Lurdes Rodrigues: conseguir impedir o abandono escolar dos docentes com maior experiência profissional. Foram, este ano, diz-se, 35%, número suficiente para que Lurdes Rodrigues recebesse um "Insuficiente", o qual, acrescido de todos os "insuficientes" que já acumulou para trás, lhe valeriam imediata rescisão do contrato político que mantém, como medíocre Funcionária Pública. É evidente que, se se recusasse ao processo, deveria ser imediatamente "trucidada", como já disse o seu colega, par e elegante, no Governo, ou que "morresse", como ficou celebrizado noutro dos poemas políticos dos perdigotos de Aníbal Cavaco Silva.
A parte séria da história é emocional: todos nós guardamos, como memória das mais preciosas, os professores dilectos que nos marcaram para sempre. Ao lançar uma suspeita sobre toda uma classe, ou a exigir "avaliá-la", essa mulher nem sabe que não está a falar da Classe, está a falar de si mesma, e de todos os traumas que acumulou, numa instituição que, respeitável, é célebre pelos baldes de água fria e humilhações que infligiu aos seus formandos.
Srª. Dª. Lurdes, não temos culpa de que o seu pai -- desconhecido -- a tenha deixado entregue à Casa Pia, e que lá tenha recebido tratamentos gelados e draconianos. A Escola serve para ensinar amor e não prepotência, e se se quer vingar de mazelas do seu passado, faça-o frontalmente, e desenterre das tumbas quem para si tenha sido carrasco, não utilize como efígie de punições retroactivas quem nunca a viu mais gorda, ou, se a tivesse visto, lhe tivesse, eventualmente, conseguido comunicar um pouco de Humanidade, já que é essa a primeira tarefa do Professor. E, já que gosta tanto de faltas e de recuperações, ponha essa sua figura anedótica, chamada Valter Lemos, o "Serafim Saudade", que parece uma rábula do Hermann, a fazer provas de recuperação, por cada três faltas injustificadas que deu em Penamacor: consta que não sobrariam dias suficientes, até ao Juízo Final, para que tal tarefa cumprisse.
A realidade é que as pessoas que ainda têm percursos transparentes, nessa teia de coisas estranhas que é a Máquina do Ensino, têm hoje, por si, um asco e um desprezo tais que se interrogam e fazem apostas sobre qual poderá ser a sua esperança de vida, mal seja corrida da Pasta que ocupa, porque cada cidadão decente, sempre que se cruze com a mulher VULGAR que você é, e então se sentirá, se verá, até ao final dos tempos, obrigado a insultá-la, molestá-la e a fazer-lhe reviver todos os crimes de que foi cúmplice, no seu doentio passar pela Pasta da Educação.
Já vou longo: consigo, Dona Lurdes, e com o seu penduricalho, José Sócrates, de Vilar de Maçada, "Engenheiro" à pressão, todos atingimos o cúmulo da degradação do Poder Político. Que pedagogia poderá essa classe transmitir às gerações futuras com os dois maus exemplos que representais?...: um homem que forja cadeiras, pela calada da noite, e deixa encerrar uma Universidade, tão-só para que fique incompleta uma investigação aprofundada sobre o seu duvidoso percurso académico, e uma ex-professora primária, que se envergonha de escrever isso no seu currículo?... Que culpa têm, Dª. Lurdes, as martirizadas Professoras do Básico, que a senhora sinta como nódoa, no seu percurso, esse momento da sua vida?... Tenho de lhe dizer que trocava todas as suas medíocres publicações e as repugnantes relações que mantém com os seus colegas universitários com poder voltar a ser criança e voltar a ter duas ou três professoras que me deram os primeiros anos da minha educação... Lembro Madame Julie, e a Professora Vicência, por exemplo. Onde andarão agora?...
Juro-lhe que haveria de ressuscitar todos os mortos da Terra, para poder reviver esses momentos. A isso chamo eu AVALIAÇÃO, o muitos anos depois podermos voltar a ressuscitar os grandes momentos de AMOR vividos num tempo ingénuo e definitivo. Essas pessoas nunca precisaram de preencher quaisquer papéis: estou eu hoje, muito tempo passado, a fazê-lo por elas, evocando a grandiosidade da sua memória, e a perpetuá-las, em linhas lapidares.
De si, Lurdes, e das aberrações que a rodeiam, já escrevi muito, demais, mesmo, e cada linha minha, e o assentimento que provocam em cada um dos meus leitores, são a sua derradeira avaliação: você não é insuficiente, nem má, nem péssima, você é hoje a sombra de uma triste PÁRIA de toda a trama emocional do Sistema Educativo.

(Pentagrama ditado pelo mais mais profundo desprezo, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Da semiótica dos penteados à ascensão do Hipopótamo da DREN à Pasta da Educação

Esta noite convidei Margarida Moreira para jantar. Como não sei qual a dieta de um hipopótamo, decidimos ir ao nepalês, vegetariano, que fica, ali, perto do Hospital dos Capuchos. É uma zona de travestis, mas com o ar que ambos temos, creio que poderíamos jantar discretamente.
E disse-lhe assim -- tratamos-nos por tu, desde aquela cena em que ela demitiu o Charrua, por ter dito que éramos um país de bananas, governado por um filho da puta -- Fui solidário com ela, nessa ocasião, porque, quanto ao Sócrates, ainda vá que não vá, agora não acho que se deva insultar um país da maneira que o Charrua fez. Amigos para sempre, portanto.
"Margarida, cada vez corre mais insistentemente que tu és o próximo nome para a Pasta da Educação..."
A Margarida é uma descaradona: se a quisesse descrever, seria um misto daquele hipopótamo que comeu, segundo Manethon, o primeiro faraó do Egipto, Menes de This, depois de 60 anos de reinado (deve ser horrível acabar 60 anos de reinado na boca de um hipopótamo, mas eram outros tempos, outras vontades...), um misto desse hipopótamo, com aquelas "motards" que dão baldas nas Festas da Cerveja, e com um toquezinho de Celeste Cardona, mas sem aquelas fardas azuis, de botões dourados, que a faziam passar, sempre que ia a Nova Iorque, pelos porteiros carregadores de malas do Waldorf Astoria: resumindo, um objecto "sexy", para qualquer comedor de bifanas, da Estação de Aveiras de Cima, para cima, e, com um bocado de imaginação, também para baixo.
Tenho de fazer aqui uma pausa, e debruçar-me um pouco sobre a semiótica dos penteados. Há em Sociologia, e, mais do que isso, na Estética da Sociologia, um axioma que diz que sempre que alguém muda de penteado é sinal de que vai ser, ou sonha com ser, "benesseado" com o Princípio de Peter, ou o da Ascensão da Máxima Incompetência. Temos exemplos recentes: quando o Arenque Fumado do PSD sonhou com ser Primeira-Ministra, imediatamente todos os secadores de inacreditáveis cabeleireiros de bairro, só existentes em Portugal, nas medinas de Tunis e nos bairros bácoros da segunda periferia de Istambul... e, ah, sim, também em Beirute, zona sunita, se debruçaram sobre a massa pilosa da mulher, atirando-lhe aquilo tudo para trás, bem esticado, em volutas da Igreja do Jesú, em Roma, e deixando a descoberto coisas terríveis, como quando se arrancam os azulejos de uma parede de casa-de-banho, e só ficam as pegadas da argamassa, marcas, rugas, e cavidades geológias que lhe deixavam ver derme e epiderme até ao tempo das Trilobites. Depois, com o tempo, e quando ela entrou naquela fase do jejum do silêncio, e de só dizer disparates, e, de dentro do Partido, a começaram a mimosear com coisas que nem a uma cadela se dizem, o penteado foi assentado, compondo-se mais de acordo com as cavidades fisionómicas, ao ponto de hoje já estar numa espécie de capachinho-fêmea, gorduroso, muito à Fernando Gomes ("Câmbra" Municipal do Porto) que já deixa antever, em pleno, o desastre eleitoral de 2009. Valter Lemos tem sido coerente, na sua capilaridade, e continua a viver o nirvana dos caniches, uma espécie de Serafim Saudade da Lúcia Piloto. Recuando, podíamos ir à Cabra Alta, esposa da "Chorona" de Sampaio e àqueles sacrários que ela tinha na testa, misto das Colunas de Bernini, em São Pedro, com o recheio de um daqueles colchões usados que as porcas põem à socapa, em noites de lua-nova, perto do latão verde do lixo. A Amostra Clínica, Maria de Belém, também cuidava dessa marca da sua imagem, já que o cabelo, sempre esticado para o lado, como nas Infantas de Velasquez, lhe garantia o seu carácter de Jerusalém Celeste, igual em comprimento, altura e largura.
Não nos percamos, porém, nas pilosidades, embora não possamos ignorar que o súbito reaparecimento de Margarida Moreira, o Hipopótamo da DREN, por tudo quanto é canal de televisão, COM PENTEADO NOVO, nada de bom augura.
Há nela algo de Sarah Palin, porque, quando abre a boca, não é como a Lurdes Rodrigues, que escrevia artigos em revistas anarquistas, "A Ideia", antes de dar em gaja com ar de redactora de epitáfios de infinita saudade da Agência "Servilusa" -- a sua alegria e permanência no Além -- mas é magnética, agita bem as pulseiras de prata de Salvador -- sinal de que também deita os búzios, e vai ouvir os oráculos de Iemanjá -- perto do Farol da fabulosa Baía de Todos os Santos ( e todos os pecados) e sabe soltar vacuidades que nos deixam em suspenso.
A verdade, confessou-me ela, é que o último lançamento de búzios lhe tinha vaticinado uma entrada para a equipa da Educação, para pôr em prática a tal grelha de avaliação do tempo do Salvador Allende, coisa actualíssima, e muito do agrado dos Professores, assim reduzidos à categoria de Alpacas e Lamas, ou mais mangas de alpaca caídos na lama.
Margarida Moreira está recauchutada: sente-se nela a energia de Celeste Cardona, quando era delegada sindical do PCP e dava baldas aos colegas da soldadura, nas sombras dos cavernames dos petroleiros em construção da Lisnave -- outras eras... -- e o alterar do penteado, cheio de nuances e volume, a anunciar uma futura Dona da Rua, deixam imaginar que a 5 de Outubro vai brevemente deixar de ter uma Gata Pingada, para ser ocupada por uma potencial Devoradora de Machos.
Eu sei que a Feira do Sexo encerrou e é necessário arrumar os excedentes em qualquer lugar, mas podiam ter evitado o Ministério da Educação.
O empregado, um tibetano típico, corava, de cada vez que ela abria as pernas e fazia chocalhar o pulseirão de prata, cheio de figas e orixás, aliás, àquela hora, qualquer orixá, que lhe passasse à frente, era figa e... marchava.
O momento mais alto do jantar foi quando a Margarida me revelou as suas intenções políticas: alteração imediata da grelha de avaliação, bordadeiras de Santa Rita de Cássia, pulseiras com "amarrações", e topázios contra o mau-olhado, ah, sim, e o Método "Tentativa-Erro", velho desde Héron de Alexandria, passando a constituir indicador o... tamanho.
"Luís, dizia-me ela, achas que os tibetanos têm o... indicador... grande?..."
e eu,
"Guida, a acreditar na pragmática de que quanto mais para Oriente se caminha mais o indicador... diminui, suponho que devemos apostar mesmo na Bahia, em Osum, em Yeye, para que a Educação acabe nas mãozinhas do Bonfim...
Era a hora da sobremesa.
Alta, a Lua marcava a bóbada dos Céus.
Sou um cavalheiro, paguei, e saí, de braço dado com a futura Ministra da Educação. Descemos a Luciano Cordeiro, esquina sim, esquina não, parava um carro e perguntava se alinhávamos em "swing", com casais. Eu respondia-lhes que não me chamava McCann, mas ela, mais liberal, mais efusiva, a mostrar que a Educação ia entrar num novo paradigma, abria as mandíbulas, e fazia um sorriso de hipopótamo, e respondia, com um hálito terrível: "e por que não?... Já se viu tanta coisa na 5 de Outubro..."
(Pentagrama obsceno, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

terça-feira, 11 de novembro de 2008

PROTESTO GRÁFICO



(Pentagrama gráfico, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

A angústia do Português, na véspera de desaparecer definitivamente da História



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De há uns dias para cá que a vontade de escrever é diminuta. Este blogue tem tentado manter uma veia satírica central, mas a sátira só é possível à custa de uma Realidade que pareça minimamente plausível..., sim..., nós sabemos que o Rei vai nu, mas, quando chegamos aos extremos a que ultimamente temos chegado, dos BPNs, das palhaçadas madeirenses, do silêncio do Chefe Supremo das Forças Armadas, da Dona Lurdes, que não percebeu que está humana e politicamente morta, da auditoria às contas da SIC, dos rumores do Montepio, da Caixa Agrícola, do BES e do BPI, dos almoços dos militares que se multiplicam, do aspecto das pessoas, nas ruas, nos transportes públicos, cabisbaixas e sem esperança, da enorme fantochada internacional, com o Bush a fazer as últimas, dizendo que queria abandonar a Casa Branca, mal pudesse e a saudar Obama (!), bom, não fica espaço para qualquer tipo de sátira, já que a Realidade é ela própria uma soturna sátira de si mesma.

Vítor Constâncio, toda a gente sabe, já devia estar demitido há muito, assim como Lurdes Rodrigues, o Cágado da Economia, e presos os Juízes todos que têm permitido o clima de impunidade do Estado de Não-Direito em que vivemos, mas não, a "Ordem" Democrática segue, e Constâncio vai mentir perante as Cortes.

Vou adorar.

Aparentemente, a Função Pública, os párias da Sociedade, nada eram, perante a pequenina ponta do lençol, que se levantou com o BPN, que, por sua vez, já era uma réplica do que sucedera no BCP.

Tudo, aliás, em Portugal, deve estar num estado parecido com o BPN e o BCP, mais coisa, menos coisa, a diferença é que, há meia dúzia de anos atrás, ainda se disfarçava a coisa, e agora já não se disfarça. Esperto foi o Guterres, que fugiu do "Pântano"...

O meu maior medo nem é interno. Estava a pensar em Tijuana, ou lá como é que aquela porcaria se chama, e Tijuana é, nada mais, nada menos, do que uma gigantesca favela de hispânicos, que se estende desde a fronteira do México até Los Angeles, e está, progressivamente, a invadir a grande cidade, tornando-se numa megalópolis de barracas e "desperados", que fazem surgir nos guias que aqueles lugares do nosso imaginário, Hollywood Boulevard, ou Sunset Boulevard já venham referenciados como "seguros apenas até ao número tal", e frequentável "apenas até à hora tal", Depois, vêm os desvalidos do Sonho Americano, com 14, 15, 16, 17 anos, assaltar os detentores de blusões de pele, de malas de marca, de jeans (!) -- sim, a "Lois" também fechou...-- assaltar quem podem. As lojas oscilam entre dois registos, quinquilharia, artigos de puta, quinquilharia, artigos de puta, quinquilharia, artigos de puta, ou uma versão "simplex", artigos de puta, artigos de puta, artigos de puta, artigos de puta, artigos de puta, etc...

Acho fantástico, enquanto o sistema funcionar, ou seja, não houver só putas, mas também clientes, mas a situação deve durar pouco, com o excesso de oferta.

Lindo vai ser o dia em que Obama, na iminência de uma insurreição generalizada e de uma guerra civil latentes, venha comunicar, não aos 15% de afro-americanos, mas aos 30% de "riqueños" que vão ter de ter muita paciência, mas o Sonho Americano acabou, e vão ter de passar a papar uma nova dieta, o Sonho Mexicano.

Vou adorar.

Ontem, o Paulo Pedroso, que anda outra vez ocupadíssimo, disse-me, ao telefone, que eu próprio andava numa deriva proto-neo-marxista, e às tantas até ando, embora só tenha lido a primeira página do "18 Brumário", e mais por causa de Napoleão do que de qualquer ideologia. Para vergonha minha, acho que, aos 15 anos, li "Mein Kempf" até meio, até perceber que aquilo era obra de uma mulher histérica de bigode, mas suponho que todas as ideologias tenham sempre uma mulher histérica de bigode à sua frente, seja ela Marx, seja ela Hitler.

Na realidade, isto está mau.

Naquele célebre sábado, lá desci a Avenida, em sentido inverso ao da Manifestação, para ver as montras da Boss, da Loewe e do Zegna, com toda a gente terrivelmente vestida, a anunciar um empobrecimento súbito de uma classe remediadamete média, até há uns anos, e acabei a tarde, com a Lena, a discutir o declínio da América Clássica, com a sensação de que aquelas 120 000 pessoas, uma das muitas classes que, neste momento, estão francamente mal, em Portugal, tinham sido discretamente ludibriadas. Havia uma gaja, daquelas histéricas, que berrava palavras de ordem num megafone, palavras nas quais ninguém pegava, e um outro gritava números, mas isto tudo soava ao pior carimbo que se pode pôr a uma coisa daquelas: "auto-complacência".

Foi a manifestação do Vazio e do Gelo.

Como dizem as línguas mais viperinas, para não darem aulas, os Sindicalistas seriam, e foram, capazes de vender a alma ao Diabo. Não sei se dar aulas já estará num patamar tal de degradação que tenha transformado qualquer lutador sindical num pequeno fausto, mas tal parece ser.

A figura que emergiu, imponente e fabulosa, foi a Gárgula Lurdes, com o seu apêndice, Sócrates, que agora tem um fantástico argumento entre mãos: que descarrilamento houve entre os poucos meses em que os Sindicatos dessa Classe se sentaram, à mesa, para com ela negociarem -- ela, a que mandara professores trabalhar até à morte... -- e o dia em que resolveram voltar para a rua, traindo o acordo, e levando a reboque 120 000 desorientados, que não perceberam que estavam a ser joguetes de uma novela que já não era, há muito, a sua.

Dia 14, parece, Cavaco vai ter um susto militar nos Açores, mas, no dia 15, das duas três: ou Portugal amadureceu ao ponto de ter uma Opinião Pública sólida, e transforma Lisboa num campo de pré-insurreição, ou se junta uma meia dúzia de gatos pingados, para pôr Lurdes e Sindicatos a esfregar as mãos, mostrando que não é possível respirar sem a sua omnipotente e omnipresente presença. Com uma manifestação maior, coisa difícil, arrumam-se Ministra e Sindicatos; com uma manifestação menor, são os Professores que ficam em sérios apuros. Em qualquer dos casos, meus meninos, e sendo cínico até a undécima casa, a Rainha faz o Roque, e a Ministra ganha sempre.

Parabéns.


(Pentagrama gelado, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")