segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Um Feliz Natal, cheio de "propriedades"

Imagem do KAOS
Hoje, estou muito lamechas, deve ser da proximidade do Natal, parece que tenho dentro de mim uma "Chorona" de Sampaio, ou o Carlos Cruz, dos desmentidos de há uns anos, em simultâneo em 3 canais.
É verdade, chega esta Quadra, e sinto a presença de todos os que amo, e começo a desejar que tudo corra bem a toda a gente, até dou beijos nos desconhecidos, na rua, enfim, um pequeno tormento...
Mas vamos às coisas sérias: vindo aí o dia mais Santo do Ano, queria desejar a todos os meus leitores e amigos um próspero salário de 2009, igual ao do Vítor Constâncio, ou, se não for possível, porque estamos a passar por um vale de lágrimas, no qual não fomos ouvidos nem achados, rendimentos iguais aos dos gestores do BCP, na época áurea do chupa-chupa. Eu sei que 10 000 €/dia não é muito, mas, pronto é com carinho.
Queria desejar ao Paulo Querido e à Fernanda Câncio... ao primeiro, que aumentasse o seu grau de literacia e academia, à segunda, que arranjasse um homem, porque isso de casamentos brancos, só nas Casas Reais, e por razões de conveniência. Como leitura de férias, pode ficar, para ambos, a biografia abreviada de Isabel II, de España, onde talvez se revejam.
O Miguel Sousa Tavares talvez devesse ler um pouco de Dante e de Ezra Pound, para ver se, lá para 2013, época do Fim do Mundo Maya, aprendia a escrever, sem ser com pantógrafo.
Para Dias Loureiro e Leonor Beleza, Conselheiros de Estado, um beijo no coração, como só poderiam receber a Padroeira dos Olhos e Santa dos Hemofílicos, e um homem de carácter, como, para lá de Pinto da Costa e Valentim Loureiro, conheço poucos, aliás, acho que nem há.
Um beijo de carinho também para Paulo Pedroso, que o "Bibi", mais uma vez, na TVI, lamentou nunca se ter sentado no banco dos réus. Sentou-se no "Banco Corrido". Que Deus lhe dê forças para pedir indemnizações ao "Bibi", por mais esta vergonhosa afronta.
Espero que Sócrates dobre o seu Cabo das Tormentas, e chegue à Ilha dos Amores, uma coisa linda, cheia de coqueiros, como a Praia dos Carneiros, em Pernambuco, e, mal aporte, vencida a tempestade, seja recebido no areal por uma multidão de marias cavaco silva, todas clonadas umas das outras, com as peles descaídas e desejosas de procriar... não, esta foi má: até vai uma palavra de carinho para a Maria, que mandou apear a Bandeira de Croché, mercê da pressão blogosférica, e que dá, para as instituições de caridade, os restos das recepções do Palácio de Belém. Há, de facto, quem bem de tal precise, como estarão esquecidas essas duas sonsas, a mulher do Soares e a "Cabra-Alta" de Sampaio, que mandavam deitar tudo no lixo (!)
Bom lugar devem ter ambas reservado num qualquer céu, cheio de josés eduardos dos santos...
Para Aníbal, que Deus lhe conserve o cargo por muitas décadas, até se assemelhar ao Marechal Carmona da Silva, já cheché, e muito velhinho, ou que lhe passe uma veneta pela cabeça e faça ao demente de Vilar de Maçada o que certos sectores da Maçonaria mandaram fazer ao Santana. Cá estaremos, no tormentoso 2009, para ver isso acontecer.
Um abração para os meus amigalhaços honestos, José Miguel Júdice, Ricardo Sá Fernandes e Proença de Carvalho.
Um agradecimento ao Banco Alimentar contra a Fome, que também já alimenta médicos, professores e licenciados no Desemprego, para não falar dos outros, que sobram para aquela Igreja submersa, de quem muitas vezes gostamos de provocar, mas que vai sustentando, na sombra, as vítimas silenciosas de uma Sociedade que se tornou impiedosa, fria e totalmente cega.
Por fim, e porque nestes blogues são pessoas de elevada quota, e com partilhado carinho, o meu pensamento e o meu coração pousam agora em Lurdes Rodrigues e Valter Lemos: para a primeira, que Nossa Senhora lhe dê um exemplo de co-incineração, quando ela estiver a ver um dos programas do Goucha, e seja vítima de uma combustão espontânea, ela mais o sofá; para o segundo, que, quando estiver num cabeleireiro de caniches da Reboleira, com os caracóis todos enrolados em pratas e aqueles capacetes enfiados na cabeça, haja uma descarga de muito alta tensão, e caia desfeito numa poeira de carvão, no tapete.
Por fim, porque esta é uma época do Filho, uma carinho para o Pai: que o Senhor Albino Almeida receba a visita do Espírito Santo (banqueiro), que lhe pague umas aulas de dicção e correcção do sotaque, com a Glória de Matos, porque a pronúncia erudita está entre Coimbra e Vale do Tejo, e o leve a ver uns filmes mais modernos: Camilo já morreu há muito mais de 100 anos, e aquilo já só se consegue vender, e dificilmente, nas aldeias das três velhas desdentadas e da ovelha de serviço, para o coito anal dos pastores desesperados.
Um Santo Natal, portanto.


(Estrela natalícia de cinco pontas, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

domingo, 14 de dezembro de 2008

Segunda Carta Aberta a Fernanda Câncio ou de como apesar de isto ser um país de touradas as quotas para Choca estão sujeitas a 2 "Excelentes" seguidos

Imagem do KAOS
Sim, eu sei: sobra sempre para mim. A verdade é que o tema é irresistível, e lá vou eu outra vez para a rampa de lançamento.
Por toda a Blogosfera, e suponho que, com os Professores à cabeça, se pedem respostas imediatas a todos os disparates que circulam pela Imprensa Escrita, e, desta feita, é outra vez a Menina Câncio que se abeirou da sacada, para deitar beijos à multidão. Tenho, entre tantos dos meus defeitos, o de nunca ter lido uma linha da Câncio, de maneira que estou perfeitamente à vontade para comentá-la.
A coisa começou por girar por email, e parece-me, que não a li, estar ao nível de "o casamento é para procriar", da Ferreira Leite: aliás, propunha, desde já, como mediador de conflitos, que se fizesse uma inversão de papéis e se pusesse a Bruxa do PSD a receber o Prémio-Ilga, "Arco-Íris" 2008, enquanto a "Namoradinha de Portugal" se enfiava debaixo do Trafulha de Vilar de Maçada, e o obrigava a procriar.
Ia ser um sofrimento para as três partes, mas a Crise é mesmo assim, apertar o cinto, e dar lugar à imaginação, pois então.
Vamos à Linha da Frente, banda-larga, puro "Magalhães": a Srª. Câncio odeia a Blogosfera tanto quanto as Sociedades Secretas, que nos governam, detestam a Transparência e o Apuramento da Verdade.
Tenho, com ela, uma relação de profundíssimo amor, por razões várias, a primeira, evidentemente, por ter andado a servir de pau-de-cabeleira ao Primeiro-Ministro, efectivo frequentador de outros colos, mas que insiste em que surjam brisas de rumor por tudo quanto é pasquim e de leitura de cabeleireiro de que há algo entre ele e a matrona, e há, é aquilo a que eu chamo a Síndroma de Marco Paulo, ou a Trissomia Betty Grafstein, só que com muito menos diamante e milhões à mistura, e com o inconfundível verniz do "Lesbian Chic"...
É natural que que menina ganhe os Prémios da ILGA, num país onde a homossexualidade se veste de Fatos Armani e veta as Uniões de Facto, durante o período favorável das suas Maiorias Absolutas. Como diz a voz do povo, paneleiros são sempre os outros, mas isso nem é chamado para aqui, porque respeito tanto essa menina que até me dei ao trabalho de a imortalizar na "Wikipédia", coisa que a enfureceu, no início, mas trata agora do SEU ARTIGO como uma mãe serôdia amamenta o seu rosado quatro quilinhos de parto-cesariana. (Vá lá revê-lo, porque já há mãos malignas a conspurcá-lo...)
Querida, perceba que quando a tornei num miminho wikipédico não lhe estava a conceder as graças da Maternidade, antes lhe estava a colocar ao colo um nascituro morto, para que a menina o embalasse, e parece que adorou: sabe, é a minha especialidade, não me reproduzo, mas dá-me um prazer enorme e afectuoso pôr nos braços de cada um o bebé que tanto gostariam de ter...
Chega de ironia: parece que a menina já percebeu que foi alvo de várias conspirações blogosféricas, que tinham por detrás mentes docentes, académicas e intelectuais -- é para isso que servem os seus convívios com as Secretas do Héron-Castilho, ou será que nem disso lhe dão a mamar?... -- e como a Blogosfera estava, e está, a provocar estragos no Jornalismo Arrumadinho das Ideias Feitas e das Notícias por Encomenda, a que pertence, só deus saberá se alguém não lhe encomendou disparar contra o que julga serem Calcanhares de Aquiles.
Minha querida, vamos começar pelo começo, e por aquilo que, no meu humilde saber, de Quarta Classado dos Antigos, costumo associar a Jornalismo.
Já leu, por acaso, o texto de António Balbino Caldeira, sobre o "status quo" e as brisas do "Aventalinho"?...
Não leu!?... Pois... vá ler.
Atreva-se a fazer uma "reportagem" daquelas e publique-a no seu Jornal de Trabalho, e vai ver que tipo de "avaliação" lhe fazem imediatamente... Ah... que disparate... lá cometi eu um "lapsus linguae"... que chatice, mas, olha, já está, é isso mesmo... Avaliação...
A Fernanda Câncio já alguma vez foi avaliada?...
A Fernanda Câncio chegou a Jornalista por Concurso Público, Nacional, e publicado em "Diário da República", como qualquer Professor deste País, ou foi por... "convite"?... Não, claro que não, você jamais seria convidada, e entrou sempre por concurso, e foi sempre avaliada, e tem um horário de trabalho extensíssimo que lhe dá para aquelas coisas todas que a gente sabe, nomeadamente, servir de alimento a todas as anedotas de baixo nível a que deu o flanco, e que ainda achou, só deus saberá... "protagonizantes".
Como dizia o velho Taveira, "mais vale ter mau hálito do que não ter hálito nenhum"...
Avancemos agora pelos pragmatismos: hoje, mais uma vez, e só por tédio, juro, porque você me é totalmente indiferente, ao contrário da Blogosfera, que parece moê-la sobremaneira -- não se pode controlar, não é?..., e não vai lá por encomendas nem postalinhos... -- decidi perder três quartos de hora a redigir mais um A4 verrinoso. Como sabe, sou escritor, e a prosa brota-se-me com demasiado facilidade, e a minúcia dos termos com cirúrgica incomodidade... para os visados.
Gosta de se fazer porta-voz dos agravados e ofendidos, eu sei, mas só daqueles que é politicamente correcto defender. Eu adoro, em contrapartida, colocar-me ao lado do que bem me apetece e defender tudo o que me vier à real gana, e sou tarado, caso ainda não tenha percebido.
Sabe, querida, também já fiz jornalismo, como qualquer escritor, e, por mais que vocês forcem a tecla, todo o bom escritor passou pelo jornalismo, embora seja raro o jornalista que tenha ascendido à categoria da Grande Prosa, e isso dói, e eu compreendo, e amparo, com sinceridade, a sua imensa e irremediável dor.
Mas esses são os desaires próprios do talento e das coisas que duram a meia dúzia de anos da minúcia efémera do jornalismo das águas mornas.
Agora, que, finalmente, estamos olhos nos olhos, meu amor, vou-lhe dizer mais uma coisa, enquanto oiço Brahms, op. 118, e contemplo um fabuloso fragmento de cristal de rocha fumado, com incrustrações que fazem lembrar os esplendores de algumas capelas de São Roque, e semi-talhado por um joalheiro que costumo frequentar: meses e meses, antes de a coisa ter caído na chacota e na anedota de toda a gente que tem dois dedos de testa nesta porcaria, havia um montão de referências... olhe, o "Correio da Manhã", por exemplo, onde, semana, sim, semana, não, surgiam as pitadas dos humores de uma "relação" vossa, que se expunha pelos corredores do Amoreiras... Vou agora ao "Google" procurá-las, e bem peno eu pelo "Correio da Manhã", volátil hemeroteca, mas sempre que lá teclo "Fernanda Câncio", já só me vêm uns escassos restos de coisas outrora, tão erros meus, má fortuna, amor ardente... Que mão maligna os terá feito apagar, quando se sabe que a "Wikipedia" adora essas fontes e citações virtuais, como a minha beleza saloia poderá rememorar AQUI?...
Olhe, sabe qual foi realmente a grande maldade?... É que como quem colecciona jornais velhos, também se podem gravar páginas da Net, por mais que o bom tom e a minuciosa vontade de "verdade" outra as queiram fazer... evaporar. Até há quem o tenha feito. Um dia repostas a circular por email, tornar-se-iam verrinosas e com cheiro de enxofre, como a menina, como solta impropérios contra a Blogosfera, que devia ser bem educada, mas, afinal, como uma criança mal comportada, insiste em andar na idade dos "por quês?", até se abeirar de qualquer coisa que se lhe assemelhe à verdade, e adora... "avaliá-la".
A mais soberana avaliação da Fernanda Câncio são todas as anedotas que sobre ela correm entre as Classes Profissionais Diferenciadas, nomeadamente, a Docente.
Coisa chata, não é, mas olhe que é cartório onde não tenhi culpa alguma...
Pois é o fausto e o fado, e depois de tantas bombas de fragmentação que aqui vão nas entrelinhas, deixo-lhe uma derradeira, para lhe tocar na vaidade de pavoa (má comparação, não é, justamente com uma espécie onde é o macho que sempre brilha?...), vaidade sua, coisa a que sou totalmente indiferente, minha linda -- outros berços, outros horizontes -- sabe qual a imagem que conservo de si?... Aquela do "Público", (sim, escreva para lá, para ver se a retiram da Net, também... ) muito parecida com a "Bebedora de Absinto" (falha-se-me sempre a memória se de Degas ou de Toulouse-Lautrec Monfat...). Creio que tem isso em comum com a Srª. Lurdes Rodrigues, uma espécie de morcego que foi dependurada de uma trave de pardieiro, e obrigada a manter-se de pé, para as televisões, com a sua boca em forma de fenda: mau ar e má pinta, incapazes de um sorriso saudável, mas pretexto para imparáveis gargalhadas, deus meu, da classe com mais elevadas habilitações académicas de Portugal.
Que tal aprenderem ambas a sorrir, em vez de se associarem a chacotas e desmultiplicadas gargalhadas?...
É mau, não é, mas que poderemos nós fazer?...
Um beijo... meu... sincero, como sempre.

(Cinco vezes... coitada, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Maria de Lurdes Rodrigues como Prefácio da "Dióptrica", de René Descartes

Imagem demasiado inspiradora do KAOS
Isto não são horas para vir para aqui falar de Leis da Óptica, deus me livre, antes desmanchar um pé, mas há momentos em que nos devemos sentar, e olhar para as sabedorias daqueles livros já velhinhos, para tentar perceber alguns efeitos essenciais. É vetusto o ditado de que, muitas vezes, a árvore oculta a floresta, do mesmo modo que todos nós, que não somos ceguinhos, já assistimos a fenómenos de "miragens", por excesso de aquecimento do asfalto e do meu rico Deserto, que eu tanto adoro.
Todas as noites juro que não voltarei a escrever mais nenhuma linha sobre Lurdes Rodrigues, mas o clima de derrapagem global em que vivemos, obriga-me, dia após dia, a quebrar a minha promessa, e aí vamos nós, outra vez...
Parece que Lurdes Rodrigues e os seus dois testículos se reuniram hoje com os Sindicatos, e vamos começar pelos Sindicatos: houve um tempo, e eu conheço algumas dessas pessoas, em que os percorreu o pavor de voltarem a dar aulas, pavor de que 10 000 000 menos 140 000 Portugueses sentem, ou, no seu perfeito juízo, deveriam sentir. Essa foi a primeira habilidade da Senhora Lurdes: mostrar-lhes que só décadas de um relativo equilíbrio, de cumplicidades, sonegações e fechares de olhos lhes tinha garantido uma espécie de imponderabilidade e de frequência do "no-men's land", que era estar, não estando, no papel de representar aquilo que já não praticavam. De repente, ao verem, imprevistos, 100 000, e depois 120 000 profissionais na rua, sentiram uma nova força, e enveredaram por uma estratégia revigorada de pulso de ferro, cuja oportunidade histórica não vou questionar aqui, porque a a factura também já aí vem a caminho, e, em breve, vocês a perceberão.
Também não vou desencriptar a frase, desencriptem-na vocês.
O segundo momento, e há Tácticos da Desorientação profundamente infiltrados em todo este processo, foi as pessoas enfiadas na Docência, talvez das classes mais exóticas do nosso Sistema Solar, e conheço vários membros dela -- que vão do mais repreensível ao mais santo -- pensarem que o que estava a acontecer não lhes dizia directamente respeito.
Dizia, e dizia não só a elas como aos alunos, aos pais dos alunos, e a toda a zona de impacto social alargado que queiramos associar a estas categorias.
No total, não para mim, que sou fraco em cálculo e forte em intuições, É MUITA GENTE, e aqui vamos já passar à hipótese:
1) e à "Dióptrica", um dos textos mais chatos de Descartes: ou em todo este processo, há um erro de focagem, e, quando nos referimos a Maria de Lurdes Rodrigues como Ministra da Educação, e nela pensamos como a Ministra de um Governo sustentado por uma Maioria Absoluta, estamos a incorrer no erro de nos centrar na Árvore e a desfocar, como consequência, a Floresta.
A hipótese 2), que é a minha tese, é a de que Maria de Lurdes Rodrigues não é um membro de um Governo específico, mas o rosto de uma espécie de Sargento do Regime, assegurado por várias maiorias-sombra, com nomes diversos, como David Justino, Aníbal Cavaco Silva, Mário Soares (um estreante...), José Sócrates, Albino Almeida, Mariano Gago (a pessoa que ela sempre consulta, antes de dar um passo, portanto, um dos principais responsáveis por esta porcaria toda, e estive hoje, mesmo, mesmo, para lho dizer, "face to face", mas adiante...), Augusto Santos Silva, e mais uns quantos, que irão emergindo da sombra, histrionicamente, à medida que a situação se agudize.
Conduz isto, silogisticamente, a que as pessoas que estão, em campo, a afrontar Lurdes Rodrigues não estão a afrontar um qualquer membro de um mau governo, mas um putativo bom membro, julgado apto para uma missão homérica, por todo um Regime, e, já aqui, se obrigaria a uma táctica refocagem da cena.
Lurdes Rodrigues, como todos nós, é um ser humano, com existência quotidiana, sentimentos, impulsos, momentos de maior força, e outros, de recolhimento e tristeza, e temos de concordar nisto, com risco de podermos acreditar estar a viver num filme de monstros.
Humana e politicamente, portanto, ela já não deveria estar onde está, a não ser que a sua presença física e a sua imagem estejam a ser utilizadas como blindagem de desgaste por poderes-sombra, quanto a esses, sim, muitíssimo mais complicados e impiedosos.
Não pensem, portanto, os Docentes, que estão a fazer uma luta clássica, porque não estão, e podem incorrer no risco, de, de repente, se acenderem as luzes e serem apanhados com as cuecas na mão.
Este é um risco real, e pressupõe uma imediata alteração de estratégias, e imediato quer dizer... JÁ.
No seu seu silvar, Medina Carreira, como Silva Lopes o faz, com a mesma coloquialidade e frontalidade, advertiu-nos para tudo isto ir acabar mal, e com muito barulho. Pode acontecer, como parece, que a trincheira mais a jeito seja este conflito docente, e pôs o dedo na ferida: ganha a luta quem provocar menos estragos na envolvente familiar, ou, por palavras outras, que ganhar os pais como aliados.
Os pais, e afins -- e nesta categoria não incluo esse senhor Albino, porque, com a cara que tem, devia estar num Seminário, com voto de castidade, e, portanto, sem filho algum, excepto aquelas porcarias solitárias, feitas com os cinco dedos, invocando o nome do Senhor Santo Cristo e os êxtases da Santa Teresinha Marota de Ávila, que nojo... -- não podem usar a escola como curral para depositar as bestas que geraram em casa, nem berço para os muitos meninos jesus que julgam ter concebido por obra e graça do Espírito Santo, e essa é uma pista para os Professores, singela e angelicamente, começarem a questioná-los sobre se entendem "Professor" como transmissor de conhecimentos, ou "professor" como -- desculpem-me o anglicismo -- "entertainer", e guardador de rebanhos tresmalhados. Porque, no primeiro caso exige-se perfil de excelência, e, no segundo, um excelente perfil, para o qual a profissão docente não está minimamente vocacionada.
A Boa Escola, a bem dizer, deveria ser um lugar lúdico, de onde se saísse mais feliz e mais sábio, com gratitude e gratificação, de parte a parte.
O Sargento do Regime, Lurdes Rodrigues tem, como horizonte, o oposto desta Utopia, que resumi, na linha atrás, e os seus critérios sofrem de dupla esquizofrenia: berrando pela "excelência", coarcta o poder haver uma excelência global, e centra os seus esforços em economias de mealheiro, inauguradas por Ferreira Leite, geridas por funis, e seguidas por todos os trastes que lhe sucederam, e que nada têm a ver com Qualidade, mas com miseráveis quantidades de gaveta de merceeiro; por outro lado, pública e diariamente, demonstra que o importante é a papeleta académica, e não o processo da sua obtenção, como muito claramente o demonstrou o seu discípulo, José Sócrates, no vergonhoso Processo do Diploma, AQUI rememorado: de aí a multiplicação dos EFAs, dos CNOs e merdunças afins.
A saída política é a de David contra Golias: há uma Classe Profissional a lutar contra um Regime Apátrida e Apartidário, um Polvo Gigantesco, portanto, regressamos, por inerência, à necessidade de Imaginação.
Todos os aliados desta peleja são bem vindos, e vamos acabar aritmeticamente: Maria de Lurdes Rodrigues não é um problema de Governo, é um problema de Regime, de modo que se pode facilmente resolver, numa votação de geometria variável e transversal. Numa Assembleia com 230 Deputados, 121 pertencem à denominada "Maioria", de onde, consequentemente, 109 pertencem à "Não-Maioria": há 12 cabeças, que fazem a diferença, e a diferença, para suspender um processo, assenta aqui num número aziago, o número 13. De boa, ou má fé, o Partido Social Democrata, como consequência daquela coisa triste que foi ter assinado e abandonado uma votação, avançou hoje, pela voz de Paulo Rangel, com algo que reputo de meritório e gratificante, para uma Democracia que já entrou nos Cuidados Intensivos: apresentar uma nova proposta, agora, em regime de redenção, para a Suspensão de toda esta porcaria em que se tornou o Processo da Carreira Docente.
O PS já angariou 6 cabeças, que demonstraram estar CONTRA a postura amoral, acívica e anormal da equipa da Educação. Faltam 7, e compete às iniciativas cívicas fazerem-nos desalinhar do "rebanho" da disciplina partidária para os fazer alinhar com a bancada da Maturidade Cívica.
Esse é um trabalho de todos nós, e vamos ter de apostar nele, com calma, tempo e paciência, mas, para que não pensem que abandonei a célebre postura de "enfant-terrible", vou terminar este texto à... minha maneira.
De facto, não são só 7 pessoas que têm de ser convencidas, são 8, porque houve uma gaja, uma tal de Rita Seabra, que abandonou a sala, no momento da votação, para não violar os esteios que a ligavam ao chumbo determinado do PSD.
A mulherzinha parece que gostaria da Avaliação, e eu vou já avaliá-la aqui: querida, quem trai uma vez trai todas. Você traiu um partido, para apanhar uma boleia de um outro, quando o segundo parecia "estar a dar" mais do que o primeiro, e enganou-se ligeiramente, porque nunca mais reganhou qualquer diginidade.
Para mim, como para muitos Portugueses, trata-se de um puta, como muitas há, e o seu lugar não seria na Assembleia da República, mas numa das esquinas do ramo, para angariar fundos para as criancinhas com fome.
Portanto, um Bom Natal para si, Dona Seabra.
Abra-se..., isso..., vá-se abrindo, que a gente até gosta de a ver abrir-se toda...


("Pot-pourri", no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

As Botas de Tosão de Ouro de Margarida Moreira, seguido das toxinas saloias de Albino Almeida

Dedicado ao todos os Professores de Portugal, que acham que Lurdes Rodrigues não tem qualquer tipo de habilitação para lhes dar aulas
Aproveitem, que eu hoje estou bem disposto.
Fartei-me de apanhar toxinas na FNAC do Vasco da Gama, e aproveito para mandar aí o recado: ou põem um sistema de ventilação adequado naquela fritadeira, ou vai começar a haver colapsos respiratórios, muito em breve.
O meu fim de semana foi maravilhoso, só fenómenos do Entroncamento, ou de Vila da Feira, como agora se diz. Marquei as férias para a Namíbia, vi o Isaltino de Morais a subir o Chiado, com um chapéu enfiado até à má consciência, acompanhado de uma fedorenta, tipo caniche que apanhou um balde de água em cima, e ficou com o cabelo preto todo escorrido. Ando a namorar um Macintosh, mas depois sai muito caro e é só por... vício. O Cavaco já mandou apear a bandeira de croché, em Belém, e disseram-me que a Maria, Modesta e Modista, aparece agora nas recepções oficiais -- ai, Jesus, do que ela se livrou, na sexta, de eu lhe aparecer em Belém, mas depois achei melhor que não, porque já há muitos anos lhe atirei uma daquelas minhas piadas verrinosas, que até os seguranças avançaram... -- enfim, parece que ela agora anda sempre a olhar para o tecto, e deve ter sido conselho do ortopedista, porque ela estava, de facto, a sofrer um terrível processo de encurvamento da cervical, o fenómeno da Falha de Santo André, que cada vez mais lhe afastava a parte de trás do pescoço das golas pirosas imitadas dos desfiles de moda de Calcutá. O ortopedista tem sempre razão, ela lá olhará para cima, e a parte da coluna continuará a curvar-se, de acordo com a gravidade, a "modos que", em breve, vamos ter uma Maria tipo Colo de Cisne, ou Pantera Cor de Rosa, com as pernas abertas a ficarem para trás, e aquele pescoço de Garça da Bomba a ir à frente.
Hoje estou feliz porque encontrei uma solução para a crise que opõe 140 000 Professores a uma Ministra de bom coração, que acha que não pode recuar, e eu dou-lhe toda a razão: uma Ministra nunca recua, de maneira que o modo de impedir que ela recue é substituí-la por outra. A Classe Docente precisa de uma voz musculada e competente, à altura da sua formação académica, não de mulheres-a-dias regidas por caprichos de "tupperware", e com uma fenda sádica no lugar da boca.
Essa mulher é Margarida Moreira, e, portanto, acho que nos devemos, Portugueses, preparar para a tratar, doravante, como a Senhora Ministra. O outro caim-caim, o Valter Lemos, alegria de todos os cabeleireiros de "Poodle" da periferia deverá ser reconduzido para a Iniciativa Privada, e abrir uma coisa mais do género do Comércio Tradicional, Fiambres de Pata Negra, Valter & Cia., ou "Filhóses" de Penamacor. Com um bocado de sorte, é associado aos porcos de dioxinas da Irlanda -- o que esta gente não inventa, só por a Irlanda ter votado contra o Tratado de Bilderberg... -- e recambiado para um chiqueiro de Dubllin. Quanto ao Cabeça de Ovo do Pedrosa, já que vem aí o Nascimento de Jesus, deverá integrar o Natal dos Hospitais, em favor dos que sofrem, a fazer de Palhaço Pobre.
Ora, uma equipa não pode funcionar só com uma mulher, pelo que devemos chamar o Sr. Albino Almeida -- como é que nestes meses todos eu nunca tinha reparado naquela aberração, mas sou mesmo muito distraído, poça!... -- para ocupar o lugar do Senhor Valter. Tem boa figura: faz lembrar o Salazar adolescente, quando cobiçava as botinas da Senhora Maria, e soltava suspiros de cada vez que a Greta Garbo fazia um olhar fatal, mas terá de sofrer algumas recauchutagens: 1) Corrigir o sotaque, porque aquilo de falar "axim" já só para algumas aldeias desabitadas do Interior, onde apenas mora uma velha com três dentes, e uma ovelha que dá baldas aos pastores da região; 2) Investigar que tipo de filho tem um pai daqueles, porque nos arriscamos a que seja uma coisa tipo o menino de "Rosemary Baby", a "Semente do Diabo", de Polanski, daqueles que sempre que a professora lhe pergunta a idade, ele responde, com olhos raiados de vermelho e voz gutural, "tenho 12 anos há muito tempo, minha senhora, há muito tempo..."
Coitada, é assim que começam as baixas psiquiátricas...
3) O Sr. Albino tem de perceber que Portugal não são as sacristias de Braga. Em Portugal há cidades modernas, com mulheres de mau porte em cada esquina, que não andam o tempo todo a desfiar rosários, nem a trocar os "bês" pelos "vês", e que dar uma aula não é pôr um ar jesuítico, e dizer "ainda hoje alguém vai morrer aqui..."
O problema do Ensino, neste momento, é o Choque Tecnológico ter dado, como sempre em Portugal, para fazer merda, e em vez de criar computadores superstar, energias alternativas e high-tecs bué da fixes, foi às campas rasas, e usou máquinas do tempo para desenterrar coisas que já lá estavam há muito tempo: a Lurdes, que parece aquelas múmias das freiras, que eram enterradas nas caves dos conventos de Palermo, e depois ficavam conservadas, enfim, mais ou menos, com a queixada de baixo descaída, e cem anos de cáries à vista, o vampiro Albino, que se alimenta de hóstias e bebe, como um suíno, água de pias bentas, e os maravilhosos penteados do Sr. Valter, que parecem ter saído da "Costureirinha da Sé" (Faltas injustificadas há muitas, seu palerma!...) No outro dia, estava a falar com uma amiga minha, das áreas da Física (a tal, pura e dura) e que me confirmou que o homem era uma nódoa, lá no tal Politécnico, onde fingia que dava aulas, e o que me espanta é que ele alguma vez tivesse dado aulas onde quer que fosse, com aquele ar de cortador de queijo flamengo, mas o Dias Loureiro também chegou a Conselheiro de Estado, e vai continuar, PARA SEMPRE.
O único desgosto disto tudo foi o KAOS, depois daquele excelente jantar, nunca me ter feito uma imagem da Margarida Moreira, já Ministra, calçada com aquelas botas Hermès (nem preço tinham), mas deviam condizer com o casaco de vison aparado, que a Margarida me ofereceu (10 840 €), mas quem pode pode, e agradeço-lhe bués.
E assim sendo, acho que ficamos por aqui, pois, que amanhã é dia de chatices, aliás, de há muitos meses para cá que não conheço ninguém que não viva diariamente imerso, dia após dia, em chatices.
Boa Noite.


(Ai, que vontade que me deu de escrever a mesma coisa em cinco sítios: no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Questão Tomista: "Será possível que um bando de "zombies" incompetentes e de má-fé possa assegurar a educação de gente viva e saudável?...

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Falar de Educação, coisa que, desde o advento do Iluminismo, era sinónimo de Futuro, Claridade e Esperança, tornou-se, em Portugal, irremediável sinónimo de Luto. A mulher não tem culpa do ar que tem, mas têm enorme culpa da atmosfera que geram as sombras pardas que, por detrás dela, se perfilam.
Sou, como qualquer Português no seu estado de perfeita sanidade mental, anti-lurdista, como sou anti-cavaquista, anti-socratista ou anti-pinto-da-costista.
Faz parte da higiene mínima.
Hoje, todavia, ao perceber, mais uma vez, que a mulherzinha não é mais do que uma tipa obstinada, fraquita em termos académicos, e cheia de mazelas emocionais e de cicatrizes existenciais, a minha palavra mais verrinosa vai para os que a estão a usar como escudo protector. Bem puxados da sombra, eles lá saltam, uns atrás dos outros: o Valter Lemos, cuja aparência e competência cognitiva imediatamente remeteriam, se submetido a qualquer AVALIAÇÃO, para a parte de trás de um balcão de comércio tradicional de venda de... sei lá, pode ser queijos e fiambres; o tal Augusto Santos Silva, que sabia muito da missa, mas não teve tomates para fazer nada, e agora se escuda por detrás da figura da Sinistra; o Justino, que se calou, mal percebeu que aquilo estava a transbordar para os lados do Palácio das Marquises e o desgastado Sócrates, que, ignaro em tudo o que é Ciência, deve ter feito Economia também com AVALIAÇÃO por postalinho e encomenda das almas.
Vindo da Área das Ciências Duras, detesto Economia, como detesto Sociologia -- e lá me desculparão os meus leitores que escaparão a esta leitura simplificada que vou fazer -- pela simples razão que detesto qualquer ciência que, em termos de abordagem de momentos críticos começa as suas frases terapêuticas com um "parece que", ou "é provável que".
Quando o Sr. Sócrates vem, ufanamente dizer que os Portugueses irão viver melhor para o ano que vem, porque os juros estão a baixar, o preço da gasolina a descer, as prestações da casa a declinar (?) e a inflação a cair, eu uso as armas do costume, e digo-lhe "parece que" o senhor não sabe que um corte de taxas de juro até ao 0% é equivalente às sinusoidais dos aparelhos médicos passarem de ondulatórias cíclicas a linhas rectas: isso quer, tão-só, dizer que o paciente está morto, e o paciente aqui, é o Sistema Financeiro, e a sua arena produtiva, o Tecido Económico.
Quando o Sr. Sócrates acordar para que "seja provável" que passemos da Recessão à Depressão, e da Inflação à Deflação, e os juros se tornem negativos (!), talvez desperte do seu Sonho Armani, e se concentre mais na batata saloia que tem na ponta do nariz, percebendo que a sua Quimera chegou ao fim.
Até aqui, tudo bem, não fossemos nós, você, leitor, e eu, ficcionista, sermos os pagadores da factura dessa Quimera.
Adiantando uns rumores, "parece que" já poderá ter sucedido que o nosso derradeiro Balão de Oxigénio Comunitário esteja a ser desbastado em despesas correntes, a salvar números fictícios de "deficits" às centésimas (!) e a pagar calotes de Banqueiros, traficantes de armas, de drogas e de prostitutas/os. E, se isso "for provável", nós acabámos, enquanto autonomia política, e deixámos de ter viabilidade nacional.
Não me apetece falar disso.
O derradeiro beijo, o da Morte, é, de novo, para a Lurdes: de cada vez que ela recua, mais se comprova que nunca existiu. Tinha uma ficção, alicerçada em tempos de modas e bordados, em que as pessoas se perfilavam, de batinha, com o nascer do sol, e tomavam banhos de água fria, depois de noites de pesadelo, de não saber quem era o pai, e por que estaria internada naquele inóspito colégio, e sonhvam com EXCELÊNCIAS de Quadros de Honra com moldura de croché.
Essas são as suas recordações, minha senhora, não o Brave New World que os Professores deste país têm de transmitir, através de uma insuportável tensão emocional, aos seus educandos. Agarre nesse Albino -- figura que eu nem nunca tinha percebido que existia -- até ver, na TV, um gajo com ar de sapateiro pobre, daqueles que têm o sotaque do "achim", ainda por cima disfarçado, e que parece que é pai, e case-se com ele.
Coitados dos filhos.
Propunha o bom senso, que se fizesse um Erasmus entre os filhos do Albino e os filhos daqueles que não têm pais assim, e se pusesse o cavalheiro numa cena do "dá-me o telemóvel já", mas estilo traficante, de capucho, brinco e naifa em punho. Que lhe partissem os óculos e apanhasse uma punhada na cara, como recentemente aconteceu a mais uma professora deste país, ou que viesse dar aulas de substituição para Camarate ou para a Apelação, ou a esfregar mesas, cheias de "graffiti" ordinários (O Albino é paneleiro..., Ó Lurdes mama aqui...), para ele despertar daquele coma nojento jesuítico, e olhar para a REALIDADE, que é coisa bem diversa e adversa do que lhe ensinou a "Imitação de Cristo".
Quanto à Dona Lurdes, que Deus tenha, veio hoje às Cortes fazer um pedido patético, como fazem os desgraçados, aos revisores dos comboios da CP: olhe, eu ia para a última estação, mas esqueci-me de comprar bilhete. Acha que tenho descer na próxima, ou posso ir mesmo até ao fim?...
Coitada da Lurdes, hoje, ela até já cedia na tal Avaliação, mas... só para o Ano. Para o ano, mulherzinha, se lá chegarmos, haverá Eleições, e você será arrumada na prateleira da Mulher mais Odiada de Portugal.
Teve azar: quis o Fado que tivesse uma infância difícil e uma velhice ainda mais deprimente. Quanto à Avaliação, olhe, faço eu o papel do revisor: não, de facto, você não pode ir até à última estação, sem bilhete. Tem de descer na próxima, e a próxima é JÁ, para que todos percebam que o seu apear terá de ser rápido e exemplar.

(Pentagrama do luto dos últimos dias, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Noctívaga divagação sobre uma tremenda Panela de Pressão

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Hoje, dia 3 de Dezembro, é um dia importante, para testar a maturidade da Democracia Portuguesa. Não sou de greves, sou mais gajo de livros e de paisagens. Por estranho que pareça, tenho o meu autor ao meu lado, a ler atentamente cada linha do que eu escrevo, o que é perigoso, para uma simples personagem de ficção.
Nunca vendi panelas de pressão, mas creio ser evidente, para quem as compra e quem as vende, que aquela pequenina pipeta giratória, lá no alto, que gira e assobia, é, para quem entende de Física, um perigoso aviso de perigo.
Eu, não, que sou personagem, mas o meu autor conhece membros da família do Sr. Sócrates, que se intitula, indevidamente, de "Engenheiro". Um é um filho da puta, que vendeu a alma do pai e da família ao Diabo: nada foi poupado pela sua vaidade; a outra, minha amiga de uma vida inteira, no seu pior período, acabou a falar com Deus, e isso também é profundamente mórbido.
Este Governo desconhece a lógica das panelas de pressão, e, ignaro em tudo, não percebeu que está perante uma panela de pressão, sem pipeta, e na iminência de estoirar. Mais: cerrou fileiras em redor da figura mais odiada de Portugal, e parece apostado em cair, com ela, da pior maneira, na rua.
Maria de Lurdes Rodrigues não presta, mas foi extremamente saudável que com ela se viessem agora solidarizar todas as figuras pardas do Regime: a ela deram-lhe, pois, uma solidez conjuntural, que já ultrapassou, em larga escala, aquele aspecto empobrecido de viuvinha de um gajo de agência funerária obsoleta. Assim como a Maria do Cavaco "ajeitava" as toalhas do Palácio de Buckingham, quando era convidada para os jantares de Estado, esta pobre limita-se a puxar as peúgas dos mortos para cima, antes de os embarcar na urna do esposo.
É uma figura patética, mas teve o condão de nos conduzir a um processo de reflexão social sumamente importante.
O que hoje irá acontecer não será uma grevezita de professores: conseguiu por ascese e ascensão, distanciar-se de uma pequena entorse, chamada "avaliação", para se posicionar em coisas mais vastas, que eram as regras do jogo do próprio exercício docente, ou seja, questionou a possibilidade, hoje, de uma verdadeira Deontologia, num quadro viciado e mal enformado, e foi subindo mais, aqui se entendendo, por "subir" uma coisa bem mais diversa: o descer às catacumbas das próprias raízes éticas, morais e emocionais de uma descontrolada deriva.
Normalmente, as "greves", coisas desgastadas de séculos passados, contrapunham-se a questiúnculas, em redor de proventos financeiros, ou discórdias de alíneas, enfim, solavancos de diferentes interpretações da Retórica. Maria de Lurdes Rodrigues e o horror que a cerca conseguiram levar a coisa bem mais fundo: questiona-se agora todo o campo possível de exercício da actividade mais sensível de cada Sociedade, a Educação, e, cavalgando o trocadilho, passámos para a Etiqueta, ou seja, aquele verniz de regras que separa a Boa da Má Educação.
Para mim, mero espectador de um ciclo de declínio político e moral, essa mulher está, irremediavelmente, do lado da Má Educação, e morreu, no dia em que sobrepondo-se a decisões de Juntas Médicas, a direitos de ausência, de oposição de consciência, ou de mero exercício do direito de greve, convocou, com o disfarce de uma Requisição Civil, todas as hostes sob a sua Tutela, para assegurarem uns ridículos exames de Estado, que não aqueceriam, nem arrefeceriam, normalmente, qualquer outro país.
Hoje, à distância, a resposta deveria ter sido a de uma desobediência civil, com todas as consequências que isso pudesse ter, e ver se a criatura -- o monstro -- se atreveria a avançar para o grau de emergência superior, o da Requisição Militar.
É o que dá apanhar as pessoas de surpresa.
Nesse mesmo dia, enviei-lhe um email, cuja cópia guardo, a dizer-lhe, frontalmente, que eu, que, por polidez, não dou ordens às minhas empregadas, me recusava a recebê-las das domésticas dos outros...
Interiormente, saudei essa capacidade de se sobrepor às decisões de Juntas Médicas, e passei a tratá-la, carinhosamente, pelo epíteto de "A Curandeira", como tratava a defunta Santa da Ladeira.
Acontece que não se tratava de uma Curandeira: tratava-se de uma mente criminosa, que, logo a seguir, enviou cidadãos portugueses para a Morte, no exercício das suas funções. Já, aí, nesse momento, deveríamos ter avançado com uma queixa, para o Tribunal Internacional dos Direitos do Homem, e não avançámos, porque creio que ninguém se aperecebeu de que aquilo era profundo, estrutural, para ficar e repetir, embora com outros cheiros, cromatismos e sabores.
Reza o Artigo 19.º da Constituição Portuguesa que em qualquer situação se pode proceder a uma suspensão de direitos, liberdades e garantias, salvo em caso de sítio ou de estado de emergência, os quais só podem ser declarados, no todo ou em parte do território nacional, nos casos de agressão efectiva ou iminente por forças estrangeiras, de grave ameaça ou perturbação da ordem constitucional democrática ou de calamidade pública.
Essa mulher não leu isso nesse célebre dia, nem quem o sabia o invocou, para desde logo a apear de toda a sua arrogância.
Suspendeu os direitos cívicos por uma bagatela, chamada "Exames", e conduziu, posteriormente, por cumplicidade passiva, e omissão de fiscalização, colegas de uma classe profissional para a Morte, violando, do mesmo modo, como uma bagatela, o Artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos do Homem: "Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes", e aproveito a citação, para ascender, ainda mais alto, ou proceder a uma análise mais profunda. Quando em cada um dos seus actos, se percebe o sadismo imanente, e não são delas as palavras, mas de outra figura vexatória de qualquer Estado Democrático, Augusto Santos Silva, que admitiu que se tiveram de fazer "Maldades" (!) à Função Pública, nós transgredimos, largamente, o espaço de diálogo democrático.
Com estas pessoas não há qualquer tipo de Diálogo: há, esperar, que assumam responsabilidades políticas, e se demitam, de livre vontade, ou forçá-las à demissão, por permanente exercício do Direito de Indignação.
Com o crescer da pressão, essa Classe Profissional, os Professores, é hoje a vanguarda de todo o descontentamente português de quem sistematicamente viola a Constituição e a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Tais governantes vivem à margem dos Princípios Fundamentais do Estado de Direito, e deveriam ter sido arredados dos seus cargos, há muito tempo.
A maturidade cívica é isso mesmo: passar das alíneas da discórdia, para a discórdia e identificação dos preceitos básicos da Coexistência Democrática.
Hoje, passámos das minúcias da Legislação para o campo da impossibilidade do exercício da Deontologia, e ascendemos à violação da Ética, para lhes retirarmos, por fim, toda a validade Moral do exercício das funções para as quais foram mandatados.
É isso que, dia 3 de Dezembro, está em debate, e no puro campo da acção.
A imoralidade é de tal ordem e a perversidade dos processos de uma tal amplitude que conseguiram transcender todas as divergências políticas, diferenças de pensamento e posicionamentos locais, e pôr em marcha as chamadas Camadas Inertes da Sociedade: hoje, a Tutela da Educação é um mero exemplo da desautorização sistemática do exercício de uma profissão, e um fulcro, perfeitamente identificado, da violação de todos os códigos de relação das hierarquias de uma Profissão. Não são um epifenómeno: são uma epígrafe de um estado de coisas, e, como que por puro acaso, uma biópsia, generalizável a todo um estado patológico do Tecido Social: a da falta de respeito absoluto por um Povo.
Caminhando mais fundo, e para aqueles que têm conhecimentos de Psicanálise, os minuciosos processos de coacção, constrangimento, ameaça e sobressalto que invadiram o nobre exercício da Função Docente são o extremo oposto dos valores que competem, ao Professor, ser transmissor. Assistimos a uma Tutela onde há uma promiscuidade obscena entre os azares de um percurso existencial mal digerido, e uma necessidade de punição, castigo e prazer sádicos, no observar de um semear profundo de dificuldades, em quotidianos que têm, de facto, e por inerência, de viver de paz, calma e nobreza suficientes, para que os possam transmitir às gerações vindouras.
Nós, Portugueses, em nada somos responsáveis pelo sofrimento da Menina Lurdes, criança, nem estamos dispostos a guerrilhas, psicanaliticamente assestadas, a frágeis alvos do nosso próprio Inconsciente: não queremos reviver, na Idade Adulta, os filmes de terror e castigo que uma figura de má catadura insiste em projectar-nos, diariamente. Se a Senhora Ministra da Educação é um conjunto de traumas e frustrações, deve dirigir-se JÁ ao Serviço Nacional de Saúde, para que se inicie uma terapêutica adequada. É isso que é correcto e justo, não criar 10 000 000 de réplicas da mesma doença, nem comprometer, com a sua impiedade, a formação de todos aqueles que, no Futuro, nos virão substituir.
Por tudo isto, hoje, dia 3 de Dezembro, é um dia importante: inaugura-se um dia após dia, sem tréguas, nem cessar, em que o Inconsciente dessa mulher, sem remorsos nem piedade, deve ser reconfrontada com todas as punições que sofreu na Infância. É a mais negativa das Pedagogias, a do Olho por Olho, Dente por Dente, mas é a única linguagem que ela parece entender: fazer-lhe recordar, manhã após manhã, dia após dia, noite após noite, as humilhações, os vexames, os baldes de água fria e as vassouradas nas costas, com que, em hipótese, essa fria Casa Pia a terá tratado.
É pena ser um pedagogo a assinar este texto, mas há momentos da nossa vida em que, ou matamos, ou... morremos.
Não me apetece, como disse o outro canalha... ser "trucidado".
E é por isso que vos desejo hoje uma Boa Greve, Professores e não-Professores, antes de tudo..., Portugueses, sim, PORTUGUESES!...


(Rigoroso Pentagrama, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O Declínio do Cádmio enquanto segredo da Magia Alquímica

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Estou sempre cheio de dúvidas, mas raramente elas me enganam: ainda ontem despejei, por todos esses espaços atmosféricos que frequento, que existia um caso de siamesismo inoperável, entre Lurdes Rodrigues e o Sistema. Os problemas são vários, e, sendo as sinapses muitas, é normal que uma coisa arraste as outras.
Num primeiro ponto, há muito que o Sistema ansiava por alguém tão desprovido de escrúpulos e emoções, como Lurdes Rodrigues. Insegura, irregular e obstinada, tudo o que emana, enquanto texto, das suas mãos, está errado, e não há Despacho, Disparate ou Capricho que não tenha imediatamente de sofrer uma errata no Diário da República.
Desta vez, a errata é histórica: "onde consta "Maria de Lurdes Rodrigues" deve ler-se "O Governo e a Presidência da República de Portugal, nas pessoas das tutelas dos vários Ministérios, Secretarias de Estado e Assessorias, incluindo, rectroactivamente, todos quantos, antes de ela, sem prejuízo dos abaixo indicados, ocuparam a mesma Pasta, etc"...
É, portanto, uma luta corporativa: a de gente que sabe que se pode chegar a Governante sem habilitações, sem prestar qualquer tipo de prova, e cuja avaliação final, boa, ou má, conduz sempre a um exílio dourado, numa prateleira de um Conselho de Administração daquelas coisas que até anteontem eram "excelentes", mas estão agora, em dominó, a cair umas atrás das outras, por... "insuficientes", ou "péssimas". E a luta desta Corporação, a quem aqui chamaremos os "Incompetentes do Sistema", vulgo Criminosos Responsáveis por todos os nossos atrasos estruturais económicos e culturais, desencadeou-se na mais perigosa das frentes: a das gentes COM habilitações, que tiveram de PRESTAR PROVAS e de CONCORRER para os postos de trabalho que ocupam, e que só através de AVALIAÇÃO periódica puderam progredir na sua Carreira.
Não conheço, e não há exemplo de ninguém, postado em Escolas, que tenha sofrido o empurrão da "Cunha para Cima", e, se houver, agradeço que se nos apresente, na caixa de comentários.
Havia um erudito meu amigo, já falecido, da Academia de História, que dizia que a Estupidez era sempre arrogante. Arrogante e audaciosa, em todas as suas formas, quer sejam Hipopótamos da DREN, quer "Engenheiros" pressurizados de Universidades delidas da História, sem deixar rasto, ou "Pai-já-sou-Conselheiro-de-Estado".
Nesta guerra não se safam, e fizeram bem em finalmente dar a cara.
Nas batalhas, geralmente, vai a massa bruta à frente: aqui, são as elites da preparação académica que declararam guerra aberta contra os incompetentes, os senhores da cunha, as pessoas que dormem mal com os processos que as tornaram passageiramente poderosas.
O Poder passa, a Cultura e a Inteligência, não.
Mais grave do que tudo isto, é a imensa massa de expectantes, que se perfila na sombra, à espera de escavar trincheiras, e que não vai trair, e antes espera pelo avanço desta vanguarda. Em Portugal, são centenas de milhar, milhões, que podem desequilibrar todo o Espectro Político, nas próximas Eleições, que serão várias, e críticas.
No ponto de não-retorno -- a célebre Cúspide de Thom -- deu-se a "Catástrofe", e poderia chover ouro, que nada reporia agora as permanentes desautorizações sofridas e os vexames públicos de uma vastíssima camada de Portugueses. Bem podem as Margaridas Moreiras e as Lurdes, mais os estrategas da Extrema Reciclada e "Anarquismos" (?) -- devias ter vergonha nessas cara, mulher... -- tentar reensaiar estratégias obsoletas de 30 anos: os seus adversários são agora as mais perigosas classes, as Classes Mornas, que, geralmente, nunca se movem, mas, mal se põem em movimento, nunca mais param, e trituram tudo à sua frente.
Dª. Lurdes, quer que seja sincero?... Eu não queria estar na sua pele, nem na dos seus muitos apoiantes.
Terminemos com algo de alegre.
Na Cauda da Europa, país destroçado por gerações de incompetentes políticos, hoje, a Poesia venceu: foi o dia de Odete Santos, e de todo o seu magnetismo.
É chegada a Era das Padeiras de Aljubarrota: há muito tempo que não ouvia um discurso tão emocionado, e tão destrambelhado como o meu -- aquilo de juntar Ésquilo e Capitalismo numa mesma frase nem a mim lembraria, e a mim lembram-me as mais extravagantes coisas... -- e não fui o único que se emocionou, embora o tema me fosse substancialmente desinteressante.
Creio que Ésquilo teria ficado de olhos arregalados, como eu fiquei, ao ouvir falar de "Capitalismo" no meio daquele crescendo emocional da melhor dramaturgia. Ao contrário de Ésquilo, que li aos 15 anos, nunca li Mao, e acho mau que se leia Mao, e, ainda mais por acaso, nem sei o que seja Capitalismo, e acho que nem me faz qualquer falta, porque já soa por aí que o futuro não é o Capitalismo: é uma espécie de generalizada China, de rédea curta, marcada por uma ideologia baça e férrea, com escassos bens materiais à mistura, e medo, muito medo, sei lá, uma pequena torta para o ano todo, feita de sócrates, aníbais, lurdes e ingredientes afins.
Lutarei contra ela até ao fim.

(Pentagrama guerreiro, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")