quinta-feira, 14 de abril de 2011

A metamorfose de Kafk..., perdão, de Sócrates, seguido de Je Vous Salue, FMI



Imagem do Kaos


Aconselho-vos a manterem olhos e e ouvidos bem abertos, porquanto estamos a viver um momento histórico único, ou, mais simplificadamente, em Portugal, o solzinho está agora a dançar todos os dias.
No fim de semana, dançou em Matosinhos, com uma apoteose como não se via, desde a captura do Gungunhana, episódio que antecedeu a queda, de podre, da Monarquia. Subitamente, e numa metamorfose a que tive de bater palmas, muito semelhante àqueles casos de morgue, em que a viúva já chora a herança que vai ter, e, suddenly last congress, o lençol mexe-se, há um dedinho que se move, e o defunto regressa à vida!...
Sendo honesto, e num tempo em que a Política deu lugar aos espetáculos reles de Berlusconi, Obama e Sarkozi, senti que Sócrates era um Bórgia, ou seja, não tinha só um currículo de crimes, mas igualmente o savoir faire, que Maquiavel tão bem contou, de envergar as vestes do interesse de Estado, com as mãos ainda sujas do sangue da véspera. Se gostasse de mulheres, certamente teria uma Lucrécia a seu lado, mas como não gosta, contentou-se com colocar Ferro Rodrigues como primeiro voto em que alguém terá de votar, já que Lisboa é a capital, e tudo o resto é betão, ou paisagem ardida, e, quando, forem pôr a cruzinha no "Engenheiro", lembrem-se de que também estão a pregar o caixão do "Casa Pia".
Acontece que, dos muitos comentários que tenho ouvido, o Sr. Sócrates regressou, triunfante, brutal, esmagador, e preparado para o seu terceiro exercício do cargo de Primeiro Ministro de Portugal. O desânimo notava-se, no fácies criminoso de Miguel Relvas -- esta é uma história para desenvolver outro dia, porque tenho de perguntar o nome da empresa, que se encarrega de ir comprando empresas falidas, que são baratas, porque estão falidas, com a particularidade de nunca as pagar, o que dá sempre jeito. Miguel Relvas, um caso típico de Lombroso, costuma estar nos jantares dessa... coisa. Depois, falaremos... -- no súbito silêncio de Portas, a Miss "Fardas", Marylin vai às tropas, que, por um instante, pensou ir ser a Carlota Joaquina da nova AD, por falta de brilho de Passos Coelho, um gajo que está a caminho da trituradora implacável do PSD, as excitações do Bloco de "Esquerda" e o avanço, imutável, do PC.
Há um leitor destes blogues que diz que a estimativa eleitoral são 33% para o PS, 33% para o PSD e 33% para os restantes. Há 1% que sobra, mas ficará para o FMI, em títulos do Tesouro (?), ou seja, o País ficará como o campo de batalha das camorras do Sporting, podendo acontecer que, dia 5 de junho, apareça uma urna, com 60 votos, que, de repente, interrompa o discurso triunfante de Passos Coelho, para dizer que o Primeiro Ministro do Portugal possa voltar a ser o Vigarista de Vilar de Maçada. Há gente sem conta que sente que houve uma espécie de segundo golpe de estado constitucional, equivalente ao dado por Jorge Sampaio, para liquidar Santana Lopes, afastar momentaneamente o pedófilo Ferro Rodrigues da chefia do Governo, e entregar o Estado ao Polvo Sócrates. Desta vez, foi a Múmia de Boliqueime, completamente gagá, que deixou o País sem Governo e sem face, entregue a uma intervenção externa, que, qualquer bom observador sabia já estar delineada na sombra, mas maquilhada de autonomia interna. A autonomia interna foi-se, e ficou claro aquilo que sempre disse: somos mandados por fora, e a realidade é uma sucessão de acontecimentos forjados, que uma comunicação social e uma máquina de propaganda habilmente treinadas, para um público médio e meão, confunde com irremediável encadear das coisas.

Caído Sócrates, com o homem que diz "não" a dizer mais uma vez "sim", e alguns palhaços a anunciarem que ainda podia ser pior, ou seja, o protonazismo do PS a colar-se à Geração à Rasca, e com a clarificação de que a "independência", em Portugal, é sempre o nome que os consolos das enfermeirinhas, os Nobres, dão, e tornam, sempre, sinónimos de ânsia de cenouras, ou, mesmo, cenourinhas, e a levantar-se na semana seguinte, o argumento mais extraordinário para ir votar nele -- e, mesmo assim, não irei, mas estimo que haja quem vá... -- é o do Kaos: se os Portugueses elegerem o homem que o anormal de Boliqueime deixou cair, seria de esperar que Cavaco fosse corrido de Belém, onde nunca deveria ter posto os pés, visto tratar-se de um dos dez criminosos que conduziram Portugal à ruína.

Suponho, pelo contrário, que isto se resolverá na rua, quando a Geração à Rasca estiver ainda mais à rasca, e todo o País perceber o que foram trinta anos de (de)sintegração europeia, conduzidos pela pior camorra que este país, este Estado-Nação mais antigo do Continente, conheceu. Haverá vária gente com as terríveis palavras de Otelo na cabeça, na boca e no coração, e, como se sabe, nada resiste a uma multidão que clama por justiça, ou, como diria Adriano Moreira, de uma velhíssima escola de valores,  "O direito à fome não está inscrito na Constituição".

O Doente de Belém, que já devia ter saído com Sócrates e sido substituído por alguém, com perfil à altura do dramatismo da situação, continua a sonhar com o Dia da Raça, a Assembleia Nacional e os vestidos da Maria, quer dizer, oficialmente, porque esta categoria de escroques, quando tenta passar despercebida, está sempre a cuidar da sola das próprias botas. Quando compra 250 000 ações, por 1 €, ou lá quanto foi, por debaixo do tapete dos mercados, caso estivéssemos num país civilizado, isto já seria motivo suficiente para que fosse imediatamente atirado para a gaveta da História, mas não foi, embora vá depois, brevemente, e de uma forma que lhe vai particularmente desagradar, porque lhe vai recordar aquele mau momento em que a sua carreira, e o seu estatuto de "integrado no Regime" foram interrompidos por umas agitações militares de umas gentes mal educadas.

Em Portugal, a má moeda cai sempre na rua, quando se conjugam duas coisas, o Povo e os Militares. Para quem perceba um pouco de Astronomia, a efeméride está iminente, e até eu, que não sou especialista em Finanças Públicas, como esse anormal que destruiu, entre 1985 e 1995, os Setores Primário e Secundário do tecido produtivo nacional, posso fazer-lhe umas contas de Finança Privada: para que o Aníbal e a Perpétua, ou a Patrícia, ou lá qual das cadelas de Boliqueime se trate, comprassem 250 000 ações do Banco Madoff, também conhecido por BPN, seriam necessários 20 anos de salário de Maria Cavaca, 900 €, todo poupadinho, à justa e bem enrascadinho. Coincide, por acaso, com os 20 anos em que esteve -- estiveram -- a destruir e envergonhar Portugal, pelo que o Sr. Aníbal, o tal Presidente que o PS se recusou a apoiar na segunda volta, quebrando uma tradição pós 25 abrilista, até tem as continhas de casa bem feitas, cagando-se zenitalmente para a situação dos restantes Portugueses.

Os srs. do FMI que chegaram, A PÉ, ao Ministério das Finanças, para se lhes deparar o que é o horror de uma teia montada durante décadas, anunciaram que vão começar pelas Autarquias e pelas parcerias público-privadas, um estado de alma que se resume assim: quando dá prejuízo, é o Estado que entra com os dinheiros; quando dá lucro, vai para os Bavas, os Carrapatosos e os Varas. Nas Câmaras, toda a gente tem o mesmo apelido, e há milhões de vascos francos.
Achamos brilhante, e que é chegada a altura de essa situação ser feita explodir, com granadas de mão, que até pode ser o FMI, ou a ETA, a lançar. Os Portugueses agradecem.

Há apenas um pequeno problema: chamaram um FMI para tratar da Economia visível, que é muito pouca coisa, se tirarmos os célebres moldes de plástico de Philipe Boutton (de Rose) e o tráfico de criancinhas, a partir da Casa Pia.
Do meu ponto de vista, deviam ter sido chamados DOIS FMIs, sendo o segundo para a Economia paralela, a dos "off-shores", dos negócios líbios de Duarte Lima e Dias Loureiro, das fundações Vara, da Feira da Ladra, dos cafézinhos e bifanas sem fatura, e de todas quelas coisas sinistras que realmente dão lucro em Portugal.
Esperemos que os técnicos do FMI tenham capacidade para abarcar a enormidade deste terreno sem rei nem roque, e o taxem.
Bastava 10% da economia paralela entrar nos cofres do Estado, e tornávamo-nos logo superavitários. O problema é a dimensão da coisa: não há nenhum técnico do FMI que tenha tempo de vida suficiente para analisar 900 anos de História, de prática, de uso, de gosto, de vício... disto.

(Quinteto do aperta as ligas da Fernanda Câncio mais as ceroulas do Cavaco, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Uma aventura sinistra", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers")

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A queda do Império de Boliqueime, seguido de três matrioskas em forma de Sócrates





Imagem do Kaos


O Império de Boliqueime foi fundado no dia 6 de Novembro de 1985, e terminou, oficialmente, no dia 6 de Abril de 2011, tendo durado, de facto, 26 anos, ou, mais corretamente, 9000 trezentos e tal dias e algumas noites de pesadelo. Comparado com o Salazarismo, podemos dizer que se manteve de pé, grosso modo, meio Estado Novo, mas com um aspeto de ainda mais velho, indigno de qualquer país dos séc. XX e XXI.
No início era o Cavaco, ainda só bimbo, e no, fim, também lá estava, mas já bimbo, e senil.

No seu período máximo de expansão, as suas fronteiras chegaram ao Rio de Janeiro, com a execução de Dona Rosalina, às Ilhas Caimão, onde estavam os "off-shores" de toda a canalha, à Líbia, onde Duarte Lima tinha negócios, à Costa Rica, de Dias Loureiro, à Venezuela, dos amigos de Sócrates, e a Cabo Verde e Angola, onde todas as pessoas decentes iam fazer o que já não podiam fazer na Europa. Era o Império onde a Corrupção nunca se punha. A sua moeda oficial era a Má Moeda, tendo o Banco Central abdicado da designação de Banco de Portugal, para se chamar Banco Português de Negócios, e os seus habitantes, de acordo com a Historiografia, eram designados por Valentes Filhos da Puta. O Regime oficial era a Plutocracia Saloia, fundada por Aníbal de Boliqueime (primeiro reinado, 1985-1995), mantido pelas regências de António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, Sócrates, e o regresso de Aníbal de Boliqueime (segundo reinado, "os cem dias", janeiro de 2011-abril de 2011)

O Sr. Aníbal entrará para a História como o cobarde que passou uma rasteira a Portugal, depois de o FMI cá ter estado, e como o cobarde que estava na sua marquise, quando o FMI voltou a ter de ser chamado. Como, em 1640, o traidor Miguel de Vasconcelos, precisava, não de ser defenestrado, mas... "desmarquisado".

As riquezas do Império de Boliqueime foram adquiridas com a destruição da Agricultura, da Indústria, das Pescas e a forte aposta nas importações, que tornaram o Império de Boliqueime o espaço mais liberal de importação de todos os subprodutos do Espaço Europeu, incluindo produtos de classe VIP, como a Coca, o Plutónio, e as moças que trabalham para as casas de perna aberta do Sr. Pinto da Costa.
O contributo do Império de Boliqueime para as grandes figuras da História foi muito vasto: La Feria, o nosso Shakespeare; Diogo Infante, a nossa Sarah Bernardt; Dias Loureiro, o Madoff lusitano; Zeinal Bava, o nosso Ghandi; Leonor Beleza, a Condessa Drácula; Armando Vara, o afonso henriques das fundações;  Tomás Taveira, o Le Corbusier português; Renato Seabra, o "ripper" da Lusitânia; Jaime Gama, a nossa Catarina, a Grande; Carlos Cruz, o Gilles de Rais, da RTP; a família Horta e Costa, todinha; Jardim Gonçalves e arredores e uma autêntica lista telefónica que não me apetece descrever aqui.

Quando o FEEF, ou que merda é essa, cá vier para resolver os problemas financeiros, e descobrir que o Império de Boliqueime não assentava em ECONOMIA NENHUMA, e vivia de fluxos virtuais entre "off-shores", vai ser complicado, porque vai ter de escavar tudo, desde Alves dos Reis, aos vestígios do Ultramar, aos Ouros e Diamantes do Brasil, às especiarias da Renascença, à pilhagem dos Mouros, da Idade Média, e ao dote da Dona Urraca, e vai ser fantástico, porque alguém vai ter de explicar a alguém como é que se pode viver 900 anos, sem fabricar nada, e permanentemente a parasitar os outros.
Não sei se os sustos têm juros, mas o susto deles vai ser aterrador.

A Carrilha, essa pederasta rebarbada, anda em bicos dos pés, a pedir que lhe dêem qualquer coisinha, e pode ser que os "skinheads" a usem, para afinar as armas de tiro de precisão, que, cheira-me, vão começar a campear por aí. Eu, intelectual, estou à margem, mas adoro estar em balcões de espetáculos, onde os facínoras são esquartejados na arena. São as minhas touradas privadas. Para a geração à rasca, que tanto queria ideias, aqui vai mais uma: fazer a listagem completa dos gajos que arruinaram Portugal. Os que ainda estão vivos transitariam para mortos, e os que já estão mortos, seriam desenterrados, para serem ardidos no pelourinho dos Távoras.

Vou terminar com Sócrates, que teve o azar de ser o último grão-vizir do Império de Boliqueime: tirando o período pré socrático, em que ele tinha a oficina de automóveis, a Sovenco, com o Vara e a Fátima Felgueiras, e a Dona Adelaide lavava escadas, conheci três Sócrates, o primeiro, o mentiroso absoluto; o segundo, o mentiroso relativo, e este, de agora, o resistente demitido, que durou uma semana. Talvez tenha sido o único momento em que senti alguma ternura por ele, pela teimosia se ter confundido com patriotismo. Ele, como o cabrão de Boliqueime, sabem que quando vier a auditoria externa, os alemães, quando puxarem os cordelinhos todos, vão dizer, como Hitler, "ich bin vom himmel gefallen", e não vão acreditar que, num retângulo tão escasso, se tenha montado tal densidade de teia de corrupção e interesses. É evidente que isto é cozinhado de fora, que a América nunca suportaria uma moeda mundial que competisse com o dólar, e, sobretudo a Grande Israel, habitando os apartamentos palacianos de East Upper Side, que decidiu que a Europa poderia colapsar, dando-nos cenouras tão grandes como um escarumba deslumbrado com a cor da própria pele, e que vai agora dar lugar ao Trump e à Sarah Palin, para mostrar em que estado de desgraça está a outrora nação mais próspera do Mundo. Até com a guerra na Líbia, os queridos, nos presentearam.
Por cá, espera-se um consenso alargado e uma unidade nacional: Dona Adelaide voltará a lavar escadas, Maria Cavaca a levantar bainhas de calças, uma cerzideira, como dizia a minha avó; a Câncio bordará bandeiras multicolores de desfiles "gay" e a Bocarra Guimarães seguirá as pegadas da mãe, que tantos desmanchos fez, a gente séria, enquanto enfermeira do Santa Maria, para que, de aqui a 100 anos, nós possamos, de cabeça erguida, retomar o pelotão da frente do "pügrèsso".


(Quinteto da queda de Boliqueime, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", no "Uma aventura sinistra", e em "The Braganza Mothers")

terça-feira, 5 de abril de 2011

Carta aberta de Cavaco Silva, ao FMI, perdão, ao... FFfFFfFfEEEEEeeeeeeeFFFFfffff...





Nota: esta imagem de reposteiros NÃO É do Kaos

O meu nome é Aníbal Cavaco Silva, sou natural do Algarve, que é uma província do Sul de Portugal, e nasci em Poço de Boliqueime, embora, por razões de arranjo de bainhas, agora se chame, só, Boliqueime.

Eu sei que os senhores não me conhecem de lado nenhum, mas sou a pessoa que mais tempo esteve à frente dos destinos deste país, pelo que, depois de ouvida a minha esposa e as pessoas mais íntimas, que, graças a deus, nos rodeiam, resolvi escrever esta carta, a pedir-vos ajuda, para podermos, enquanto estado-nação mais antigo da Europa, manter-nos no Pelotão da Frente, sem pararmos o nosso "pügrèsso", por causa da crise.

Sou um cidadão apartidário, e nunca estive ligado, nem à Política, nem a qualquer regime, exceto o do Professor Doutor Oliveira Salazar -- cuja alma nosso senhor tenha em bom descanso -- no qual "estive integrado, não exercendo qualquer atividade política".

Como devem saber, Portugal está em grandes dificuldades financeiras, e já se encontra naquela fase crítica de ter de contrair novos empréstimos, para pagar os juros dos empréstimos antigos, pelo que gostaria de saber se nos podem ajudar.

A minha formação é em Finanças Públicas, pelo que agradeço que não me peçam muitos pormenores sobre as garantias que podemos dar: ouvi dizer que somos cerca de 10 000 000 de habitantes, entre nativos, degenerados, arraçados, ciganos, imigrantes, mulheres de mau porte, trazidas ilegalmente, e gente que se dedica a atividades contra a natureza, mas só estará recenseada, depois do Censos 2011 acabar.

Temos pouca agricultura, por que, quando eu era primeiro ministro, e timoneiro de Portugal, achei que devíamos "pügredir" noutras direções, e dei ordem ao meu ministro da época para vender o que tínhamos por 30 milhões de euros, o que acho que até não tem importância nesta carta, porque do que precisamos mesmo, neste momento, é de 9 000 milhões, para este ano, e, portanto, a agricultura não era mesmo importante.

Também dei ordens ao meu colega Mira Amaral para desmantelar as fábricas obsoletas que tínhamos, porque os países nossos vizinhos produziam coisas melhores e mais caras, como poderão verificar, nas faturas, se aceitarem o meu pedido de auxílio.

Deixámos de pescar, porque os Espanhóis faziam mais e melhor, e, neste momento, só colaboramos com a Galiza, na descarga de fardos de alucinogéneos, como poderão verificar nas noites escuras do Guincho.

Graças a deus, ainda temos algumas pessoas que sabem ler e escrever, mas agradecemos que a vossa resposta não seja muito complicada, porque achámos, como o Doutor Salazar, que quem lê muito pode começar a ter ideias subversivas, e seria muito mau para a estabilidade mundial que as pessoas começassem a estar agitadas no nosso país: não há "pügrèsso" com desordem.

Também não vos podemos dar os caminhos de ferro como garantia, porque o Dr. Ferreira do Amaral achava que as rodas guinchavam muito contra o metal, o que lhe fazia arrepios nos nervos, mas temos um bom sistema de estradas, desde que não se acelere nas curvas, e se evitem os buracos, porque houve muitas empresas a poupar na camada de desgaste, e isso vê-se muito agora, vinte anos passados.

Temos alguma cultura: Katia Guerreiro e Filipe La Feria apoiaram-me na minha candidatura, assim como o jovem Renato Seabra, que, todos, vos poderão dar referências sobre a elevação da minha pessoa.

Geralmente somos poupados e discretos. Temos uma instituição bancária que conseguiu sobreviver à grande turbulência do sistema financeiro, talvez por as suas ações não estarem cotadas na Bolsa, e as grandes operações serem feitas em "off-shores", como me ensinaram em Cambridge. Já devem ter ouvido falar: é o Banco Português de Negócios, que, em caso de aceitarem o nosso pedido de auxílio, até poderá funcionar como cofre de depósito dos vossos capitais de empréstimo. Como se trata da minha área, posso já adiantar alguns nomes de primeira linha, que tratariam de distribuir o dinheiro pelas zonas mais lesadas do nosso tecido financeiro: são pessoas de fama e renome internacional, de primeira água, como Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Jardim Gonçalves, Armando Vara, e, se for preciso, o Dr. Vítor Constâncio, que tão garbosamente nos está a representar na Alemanha.

Na poupança doméstica, posso ainda apresentar cartas de recomendação da Drª. Leonor Beleza, que faz parte do meu Conselho de Estado, mulher ímpar e previdente, que, já em 1986, achou que não se devia deitar sangue fora, porque havia muita gente a precisar dele, pelo Mundo. Também reciclámos hemodialisados, para obter alumínio, já que tínhamos fechado as nossas minas, para não prejudicarmos os grandes países exportadores. A nível familiar, eu tenho só duas reformas e um salário, enquanto a a minha senhora, que, se for preciso, também pode apresentar cartas de recomendação em como é séria, limpa e honrada, e vive com 800 € por mês, o que só lhe dá para pagar a modista, e a torna totalmente dependente dos meus dinheiros.

Os Portugueses acreditam em mim, porque sou um homem sério, honesto, que raramente tem dúvidas e nunca se engana, e que nunca permitiu que se fizesse mal a Portugal, e ainda menos aos que me rodeiam, pelo que agradecia que acreditassem mesmo na minha palavra, e nos pudessem, de alguma forma, ajudar.

Se for preciso dar mais garantias, também temos um santuário, em Fátima, que gera biliões na economia paralela, e que talvez vos possa interessar; a Amália está morta, mas em contrapartida, temos uma golden-share no Mourinho e no Cristiano Ronaldo, que vos poderá ser transferida, depois de telefonarmos aos senhores russos, turcos e sicilianos que os sustentam.
Também temos fronteiras abertas, para a passagem de substâncias, plutónio, e redes de colocação de desempregados no sistemas de segurança social dos países mais avançados, o que creio ser uma mais valia.

Para terminar, gostaria de vos lembrar que fomos heróis do mar e nobre povo, mas que, agora, só queríamos continuar a "pügredir", pelo que se esta carta puder servir de alguma coisa, tudo o que nos puderem mandar, dinheiro, roupas velhas, enlatados, será bem vindo. Temos ainda algum ouro, que ficou do tempo do Dr. Salazar, os Jerónimos e a Torre de Belém, e está-me a minha senhora ali a dizer, ao fundo, que, se for preciso, também temos muitas crianças, para redes internacionais, de senhores, mais velhos, interessados, desde que não seja para lhes tirarem os órgãos, porque a minha mulher acha isso muito feio e desumano, mas, se tiver de ser, para uma fase posterior, podemos falar disso, mas pessoalmente.

Espero que esta minha carta, que é escrita com o coração na mão e os comprimidos do Doutor Lobo Antunes debaixo da língua, seja lida e apreciada por vocês, com toda a ternura que merece. A Caridade é uma virtude cristã, que leva sempre a que os mais ricos estendam a mão aos mais pobres, embora nós cá achemos que isso é uma coisa que não cai muito bem, num povo com 900 anos de História.

Se precisarem de mais esclarecimento, podem contactar-me pelo meu Facebook, onde os meus assessores escrevem, porque a mão, infelizmente, já me treme muito. Se precisarem de mais algum esclarecimento, poderão também escrever para a Drª. Manuela Eanes, ou para o marido dela, que me deverá vir a suceder, quando eu estiver completamente incapacitado, ou, no Norte, para o Sr. Pinto da Costa, que continua a ser uma referência e uma marca mundial.

Agradecendo antecipadamente a ajuda

Boliqueime, 5 de abril de 2011

Aníbal de Deus Cavaco Silva

(Quarteto effffefefefeemizado, no "Arrebenta-Sol", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers") 

domingo, 3 de abril de 2011

Entre o ouro de Salazar e um país tornado... lixo



Imagem do Kaos

Hoje, passaram todos, ou quase todos os gajos que a Geração do País à Rasca deveria, por precaução, pendurar pelos pés. Há muito tempo que não se via tanta aventesma a desfilar pelas televisões. Mário Soares ultrapassou aquela derradeira fronteira da senilidade que só se vence tornando-se num alzheimerado, tratado pelo Prof. Lobo Antunes, com assento no Conselho de Estado, "et pour cause". Freitas do Amaral estava com aquele jeito de coluna com que ficou, desde que foi misturado no "Casa Pia", e depois vieram os Borges, os Marcelos, os Penas, a "adelaide" Jorge de Miranda, os Santos Silvas, o Jardim Gonçalves -- ainda não o abateram?... -- e mais uns quantos. Só faltou ouvir Dias Loureiro, com voz grave, apresentar algumas soluções para a saída da crise. Depois, subindo de patamar, apareceu a... "Coisa" de Boliqueime, a quem insistem em chamar Presidente da República, sem suspeitarem de que, de cada vez que dizem "Presidente da República" estão a fazer um diagnóstico reservado, e um prognóstico reservadíssimo da dita cuja república e do povo que nela está forçado a estar confinado.

Pois, a Múmia de Boliqueime, em pleno desastre nacional, foi cortar uma fita (!) à Batalha, acompanhado do seu emplastro, que oscila entre A+ e A-. Hoje, por acaso, numa combinação de roupa da Rua dos Fanqueiros, que criava uma ilusão de ótica de cintura Império, estava completamente A---, mas o pior estava para vir, porque os jornalistas ainda insistem em entrevistar o marido dela, que acha que nunca se deve pronunciar sobre nada -- como se de ali saísse algum oráculo superior a uma licitação de feira de cobertores de Alcoutim --, e até saiu, saiu uma pérola barroca, e maravilhosa, em que o moribundo pedia um esforço a todos os os Portugueses para que se unissem.
Eu, por acaso, já estou unido com uma multidão de Portugueses, mas CONTRA ele, e os do género, que nos colocaram nesta situação.
O milagre da coisa é que ele tinha uma receita, de solzinho a dançar, para sairmos do buraco, e cito, "por exemplo, comprometermo-nos todos a criar, todos os dias, 2 postos de trabalho (!)".
Pela minha parte, pensei logo em dois postos de trabalho, dois daqueles brasucas fugidos da defunta Carandirú, e que andam a monte por cá, no Monte da Caparica, e contratá-los para um... despacho, tipo Dona Rosalina, para a Mais Vil Figura do Estado. Eram dois postos de trabalho, temporário, mas, enquanto durasse o... trabalho, sempre iam para as estatísticas...

Isto foi a minha primeira reação de ira.

A segunda veio quando me pus a fazer contas, e, incluindo sábados, domingos e feriados, já que estamos em crise, criar dois empregos por dia daria 730 empregos por ano, o que, atendendo aos níveis de Desemprego atingidos nesta vergonhosa choldra pelo Sr. Cavaco e todos os que se lhe seguiram, daria... ora, deixa cá ver, 500 000 a dividir por 730, com uma folgazita para os anos bissextos, mais coisa, menos coisa, cerca de 680 ANOS, para refazer o que esta canalha desfez.

Nesta altura, se a televisão não fosse cara, tinha apanhado com o meu vaso, de 100 anos, dos berberes de Tamegrout nos cornos, em efígie, à falta de ser pelo natural, e deu comigo a perguntar, como pergunto todos os dias, em que estado se deixou ficar um país com uma história tão gloriosa, como a nossa, para ser representado por aquele calhambeque?...

Os últimos dias têm sido importantes: libertámo-nos do primeiro ministro que vivia num "off-shore", mas continuamos a manter uma múmia numa marquise. Evidentemente, não me compete a mim apeá-lo, a não ser através do que de mais demolidor consiga escrever, e estou a tentar escrevê-lo: porque há gente realmente à rasca, e muitos "desperados", que, quando isto galgar a berma da estrada e for pela ravina abaixo, farão o trabalho pelo bem do país. É, pois, uma questão de tempo.

Com o tempo, entretanto, joga Sócrates, que conseguiu a mais prodigiosa das coisas que foi, depois de ter destruído o seu partido, ter destruído os partidos dos outros. Como diz o camarada Bagão Féliz, intacto, neste momento, bem feitas as contas, só deve estar o Partido Comunista e a minha adorada Odete Santos, com as suas pensões e talento avultados, embora me pareça que quem está mesmo a aquecer os reatores, com consequências imprevisíveis é a extrema direita, e, já que falámos de Direita, como já várias vezes aqui referi, para mal dos meus pecados, conheço alguns dos familiares do "Engenheiro", e sei que que são capazes do "après-moi le déluge".

Fica aqui um pouco de humor: é claro que o Sr. Sócrates vai resistir a tudo, e até talvez tenha razão. Se me perguntarem como, e posta à parte essa inveterada frequentadora de macumbas e candomblés, Dilma Roussef, Sócrates tem à mão a mais antiga das receitas, depois da barriga de freira, da Áurea Miguel: vender parte do ouro do Vacão de Santa Dão, para pagar o que devemos, e mandar o FMI para o caralho.

Eu sei que isso seria elementar, mas vamos lá ver se a sua mente mentecapta de Vilar de Maçada lá chega, antes de começarem a abater a tiro a corja, porque a coisa está-se mesmo a degradar, em todas as frentes. Na sua forma habilidosa, e enquanto -- eu bem avisei de que ESTE texto era importante... -- se descobriu que havia um administrador dos CTT (quantos mais, meu deus, quantos mais...) que tinha falsificado as habilitações, e que não passava de mais um Vasco Franco de lamber selos, ou um Manuel Alegre, de vomitar rimas coxas, e, claro, o Governo não o pode demitir, porque o Primeiro Ministro está exatamente nas mesmas condições; quando se descobre que há maquinistas que ganham 50 000 €, e que o banco do Dias Loureiro, do Oliveira e Costa, do Duarte Lima, do Figo, da Catarina Furtado, e do lixo todo que anda por aí, através da Sociedade Lusa de Negócios, onde a Patrícia Cavaca, e o macavenco da Perpétua tinha milhares de ações, movimentou DEZ MIL MILHÕES DE EUROS em balcões virtuais, dos quais não vimos nada, os quais nunca foram taxados, e sobre os quais se continua a fazer silêncio, mas que estamos a pagar, através desta situação de colapso, eu pergunto: onde estão os braços fortes de Portugal, que construíram as nossas fronteiras, que nos levaram aos confins do Mundo, e nos tornaram, num tempo, ímpares, e deveriam agora vir fazer a limpeza?...

Sim, eu sei que estou a falar muito alto, e já são duas da manhã.
É claro que eles estão por aí, mas completamente anestesiados, à espera do euromilhões, ou do ópio do Povo, o clássico Benfica-Porto, por exemplo.
Que bom, que alegria, que esperança.

Felizmente há balizas... :-)

(Quinteto do zé das botas vai salvar-nos, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", no "Uma aventura sinistra", e em "The Braganza Mothers")