sábado, 21 de janeiro de 2012

As miseráveis reformas do Cabrão de Boliqueime, analisadas pela medíocre pena de António Sousa Bicha, perdão, Sousa Homem





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Desde que o "Concorde" voou pela última vez que estou limitado à oferta dos transportes públicos banais.
Ora, coisa que é heráldica nos transportes públicos banais é o exercício da coprofilia física e mental dos sanitários anexos.
Português que se preza deixa suja a casinha, para o que se lhe segue, senão, não é macho, e isso de ser macho é coisa que anda a rarefazer-se, tal como a qualidade da democracia nacional. Todos nós, conhecemos, pois, aquele angustiante momento da aflição, em que temos MESMO de esvaziar o intestino, e começamos a saltar de reservado em reservado, em busca daquele que ofereça melhores condições de não sairmos de lá com uma infetocontagiosa de estirpe resistente.

Bergson estudou esta qualidade psicológica do Tempo, e Proust explorou-a depois, e só nos vêm estas referências culturais, quando, depois de percorrermos tudo, achamos mais saudável procurar uma moita, que se apreste a receber a fase terminal do nosso almoço caro...

Como devem perceber, já estou a falar da substituição de Mega Ferreira por Vasco Graça Moura, na gestão daquela retrete de calcário caro que o Sr. Aníbal mandou prantar em Belém, e conseguiu, já na altura, o prodígio de custar, incompleta, quase o dobro do genial Guggenheim de Bilbao, mas nós cá só sabemos fazer coisas em grande, lapidares, CARAS, para deixarem, não rasto, mas dívidas, para a Eternidade.

Mega Ferreira, uma espécie de Carrilho dos postos "culturais", fez uma carreira que ninguém percebe onde começou, mas sabe por onde passou e que teve os apoios da poia do costume.

Para mim, sibarita e nefelibata, o momento mais alto do percurso do traste foi, quando, casado oportunisticamente com a célebre Vice Reitora e pró copofónica Clara Pinto Correia, ela um dia veio, à praça pública, estúpida, sem saber que já havia antes um juiz e os rapazinhos todos do "Bric à Bar" -- os tais do memorável apartamento de Santos -- dizer que andava a ser encornada com um célebre trapezista e médico dos "bas fond gay". A crise tinha se dado em Atenas, muito antes da bancarrota, quando numa briga de bichas, o trapezista Risério saiu do carro, e deixou a Mega sozinha e parada, num engarrafamento de uma das cidades mais poluídas e corruptas do mundo... O carmo e a trindade não caíram, porque, em Portugal, nada cai, nada se desmancha, tudo se integra, e ficou a pairar sempre aquela dúvida da má língua, que, ciclicamente, recai sobre figuras impolutas como Marco Paulo, Zezé Castel Branco, Cláudio Ramos e Ribeiro e Castro.
É claro que o Mega não... "era", e a coisa passou em claro, sobretudo, quando ele começou a abastecer-se no mercado "low price" de Cuba, com os nossos dinheiros da Parque Expo: os machos vinham, faziam o que tinham a fazer, e regressavam aos arquipélagos que Colombo confundiu com as Índias Orientais, de onde veio o topónimo "Gare do Oriente", onde Mega simulava longos orgasmos, sobretudo depois da colostomia a que foi sujeito, e que, de vez, lhe limpou o nome da infâmia com que o cobriam, de ter feito a carreira toda "de empurrão".
A verdade é que, ao longo de uma carreira realmente toda feita "de empurrão", entre outros empurrões, foi conhecendo trastes afins, como Francisco José Viegas, o futuro breve rombo, costa concordiano, deste governo: fizeram "parties" no "Expresso", na "Ler", no "Círculo de Leitores" (de lombadas), e, assim como o Viegas nunca parou muito tempo nos mesmos sítios, o Mega tinha uma estaca enterrada no cu, que o ia alçando a postos cada vez mais altos, e mais de acordo com o Princípio de Peter.

Mal se viram em situação de se traírem, mutuamente, sabendo cada um o NADA que valia cada qual, um demitiu o outro, e, ao demiti-lo cavou a sua sepultura, pois nunca se deve pedir a quem pediu, nem servir o Pocinho de quem serviu...

Acontece que, ao contrário dos Alpes, dos Pirenéus, do Atlas e dos Himalaias, Portugal só tem uma coisa rasteirinha, a Serra da Estrela, que as saloias costumam considerar ser uma das sete maravilhas naturais do mundo, sobretudo, depois de virem de lá com as crias a deitar ranho pelo nariz, naqueles dias de névoa e nevão, pelo que, a hierarquia dos poleiros nunca consegue alcançar grandes elevações, neste país desgraçado. À maneira de Cavaco Silva, que conseguiu alcançar o seu topo da base no Palácio de Belém, Mega Ferreira teve os seus quinze minutos de glória enxovalhada nos penicos da Expo e do CCB, embora toda a gente soubesse que, para criatura de tal estatura, seria necessário ressuscitar Frederico e Catarina, a Grande, para o convidarem para Potsdam e São Petersburgo, para ouvir o que a luminária teria para lhes ensinar.

O complexo disto tudo é que o enxovalhamento que acabei de fazer de Mega (micro) Ferreira se adapta, quase ponto por ponto, ao traste que o foi substituir, no CCB.

De Vasco Graça Moura, exceto a má catadura que tem, poderíamos ressalvar ser, como Mega, um comissário político, que frequenta a "Cultura", tal como o Mega frequentava os célebres sanitários defronte da Maternidade Alfredo da Costa, onde me chegou a assediar, mostrando uma coisinha que, deus meu, já na altura parecia um prodígio da nanotecnologia... Vasco Graça Moura, pelo contrário, é mais daquelas gajas que se recobrem de leopardos e andam com a defunta "Franco Maria Ricci" debaixo do braço, embora não percebessem peva de italiano, mas só para mostrar que gostavam de comprar dourado impresso em negro.
As anomalias feitas por ambos os trastes valeram sempre milhões, e regeram-se, sempre, por usar os dinheiros públicos, e até estavam num equilíbrio estático dinâmico, um pouco à maneira dos movimentos brownianos, um bocado para cima, um bocado para o lado, um bocado para a frente, mas, mas, mas... nunca, nunca, nunca, para baixo, porque as lojas não deixavam, até aparecer um tubarão ainda mais medíocre, esse tal de Viegas, do Pocinho, uma Clara Ferreira Alves de calças, que, por aparecer muito na televisão, a falar de papel estragado com obras inexistentes, levou a preta de Massamá a dizer ao Passos Coelho, "querido, já temos o nosso homem na Cultura...", e tinham, um homem que frequentara tudo o que eram águas mornas das letras do Sistema, com graves omissões de passagem pelo "Correio da Manhã", como poderão confirmar na "Wikipédia", por três razões principais, e o que eu vou escrever não sou eu que sei, foi um passarinho que me contou: a de Francisco José Viegas fazer parte da terceira escolha, como Otávio Ribeiro, para a direção da choldra, em sede vacante, depois da saída de António Marcelino e de Leonor Pinhão, da "Mafia do Record" -- a mesma do Carlos Abreu Amorim, cujas "Blasfémias" não passaram de um mero pretexto e trampolim para a bancada do Sistema, versão PSD -- e de Paula Teixeira da Cruz, incurável viuvinha do homem mais sinistro de Portugal, Paulo Teixeira Pinto, do poema "Tão"; e, por fim, a de ter abocanhado a secção "Imperdível", da Revista de Domingo, com o pseudónimo de António Sousa Homem, onde se prova que um gajo que tem a alma vendida tantas vezes até consegue estar na posição de fazer "crítica" a si mesmo.

O "judaísmo" de Francisco José Viegas, esse Secretário da "Cultura" a curto prazo não é judaísmo, é oportunismo, puro fariseísmo, e a epítome do rés do chão do estado de coisas a que chegámos. Adoraríamos saber quanto recebe por continuar a fazer "cut & past" de lugares de cultura onde nunca foi, e recomendações literárias de coisas que nunca viu, não conhece, nem verá.
Está-lhe no sangue, e à altura da "Cultura" nacional, cujo última epifania é aquele entubamento, ligado à máquina, de "Guimarães 2012", uma coisa que se intitula "portuguesa", e estreia com os "Fura dels Baus" (!), que devem ter custado uma fortuna, e um incêndio na Sede do PSD, que, disse-me também um passarinho... não foi "inocente" :-)

Toda a gente sabe que esta merda está por um fio, para estoirar: pode ser que estoire, desta vez, de uma forma diferente..., culturalmente..., sei lá, pela minha pena, ou de um outro qualquer..., sei lá, de alguém que, como eu, que não escrevo nem com um décimo da qualidade do António Sousa Bicha, perdão, Homem, nem tenho os 23 cms de André Wilson da Luz Viola para me consolarem, finalmente se decida a pôr a boca no trombone.


(Quadril(h)ateramente, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

domingo, 15 de janeiro de 2012

A agonia de Francisco José Viegas e restantes Megas





imagem do Kaos


Tenho, como regra, avaliar um Governo pelos trastes que coloca na Cultura e na Educação.

Paciência, cada um tem os seus barómetros, o meu barómetro é esse, e até vai mais longe: Portugal é um país onde qualquer coisa serve, para ocupar ambas as pastas. Já tivémos Ferreiras Leites, Coelhos, Lurdes Rodrigues, um que foi Ministro da Cultura por engano, Santanas Lopes, Carrilhos, e agora, bom, agora, parece que batemos mesmo no fundo.

Desde junho, quando percebi que este era um governo para ano e meio, quando muito, comecei por tentar perceber por onde é que se iria começar a desfiar. Aparentemente, a anomalia mais evidente era aquele permanente sorriso de merceeiro do "Ministro" da Economia, que conseguia ser "Ministro" de um país que trocara toda a Economia por BPNs, no tempo do segundo maior português de sempre, Aníbal de Boliqueime, também conhecido pelo Manequim dos Anos 50 da Rua dos Fanqueiros.
Engano de alma ledo e cedo, que a Fortuna não iria deixar durar muito, já que a verdade estava tão à frente dos olhos que não se conseguia focar bem.

Francisco José Viegas, a "coisa" do Pocinho, sofre daquele mal atávico de que sofrem todos os provenientes de buracos, covas, poças e cavidades da nossa geologia: o problema de nascerem abaixo da linha de água tende para que, por mero tropismo, leve a que todos os seus atos futuros sejam uma fatal atração por afundar tudo em seu redor. Salazar, que vinha de Santa Comba Dão, um lugarejo frequentado por morcegos, conseguiu arrastar-nos para 48 anos de trevas. Cavaco vinha do Poço de Boliqueime, e transformou-nos, em 10 anos, num poço sem fundo. Guterres saiu do Fundão, e deixou-nos, de raspão, no estado de afundados. A Cova da Piedade, do "Cherne", empurrou-nos para uma impiedosa sarjeta, que, com o desastre do vigarista de Vilar de Maçada, nos atirou do... do... má para Massamá, e cremos, que, a partir de aqui, só a Fossa das Marianas, mas com bilhete de ida, e sem volta.

A Cultura é uma assunto demasiado subtil, idiossincrático e lapidar, para que se compadeça com aves de voo raso, já que deve ser das poucas coisas sobre as quais ninguém tem mãos, nem burocracias, nem orientações, nem decretos lei, nem sugestões, intenções ou contenções. Transborda por onde calha, a arrasta consigo o que quer e espalha, por mais freios, censuras e desmoralizações rasteiradas, que lhe ponham.

Passos Coelho, com a sua visão das falésias de Massamá, infinitamente mais curta do que a do Infante, quando, em Sagres, contemplava o mar sem fim, sentado no seu sofá Moviflor, com a monstra, que, entre o anal e o Pau de Cabinda, o vai aconselhando, e dizendo, "olha, aquele deve ser bom para o Governo, porque aparece muitas vezes na televisão!", uma espécie de Maria Cavaca, remediada, mas com as membranas do mete mete ainda no ativo, chegou a brilhantes conclusões: o Crato, que vinha rosnar sobre ensino mnemónico, e percebe tanto de Educação como percebia a maçónica Alçada, e o Viegas, uma espécie de Professor Marcelo, em pobre, muito pobre, já que se achava sempre na crista da onda, sobre tudo o que era publicado. Sofria, e sofre, de uma doença grave, que é confundir livro com tudo o que é editado, e, mais grave ainda, Literatura com edição, o que é irrelevante, já que a matéria do prelo, em Portugal desceu aos seus níveis mínimos, com as culinárias do Sousa Tavares, as paixões da retrognata Inês Pedrosa e uns gajos que agora disparam muito, mas deve ser para dar saída à pasta de papel do excesso de eucaliptos, que empobreceu o nosso solo e a nossa Literatura.

Quando morreu a "Capital", um jornal de referência, lembro-me de ter aí um recorte, onde o Coitado do Pocinho dizia que ansiava avidamente pela chegada da edição de Lisboa, para poder devorar tudo, desde as letras, capitais, ao necrotério, e a chegada era longa e lenta, já que, naquelas paragens de Foz Coa, onde a pobreza artística nacional ainda continuava a rabiscar comboios a vapor, depois de ter raspado, milénios, aquela monótona vaca, nos xistos, num atraso de 35 000 anos, comparativamente a Chauvet, por exemplo, que alguns Portugueses só agora descobriram, embora valha mais tarde do que nunca, a arte era nula. Do Pocinho, reza a biografia, saltou para Chaves, a quem chamam a Nova Iorque de Trás os Montes, e, a partir de aí, terra fria, onde os homens copulam com as ovelhas, começou a rastejar na direção da maior aldeia de Portugal, que tem a típica patologia de atrair estas... coisas, que nunca deveriam abandonar o seu ecosistema.

Nada tenho contra a imigração, sobretudo interna, já que, assim, não vão, lá para fora, desgraçar, ainda mais, a nossa imagem, e, enquanto se deslumbram com as avenidas degradadas de Lisboa, pelo menos não vão assassinar bichas velhas, em Manhattan, como fez o Estripador de Cantanhede, ou herdeiras ricas, como o chefe da bancada parlamentar do Cavaquismo, mas volto a lembrar que, enquanto os outros povos buscam as grandes cidades para ficarem em estupefação pela sua grandeza, esta raça rasteira dos pocinhos, das covas e das buracas, mal chega aos sítios, imediatamente acampa, e tenta transformá-los em coisas parecidas com as dimensões físicas e mentais dos fojos de onde (nunca) saíram.

A mediocridade de Francisco José Viegas, que pelo Princípio de Peter, agora ficou, finalmente, debaixo dos holofotes, vai ser, aliás, já começou a ser, motivo das próximas, muitas, conversas, cujo tom se irá agravar, ao ponto de cumprir a minha profecia de ser ele o primeiro rato a ser chutado pela borda fora deste desastre político a que alguns ainda chamam Governo, mas deixo essa tarefa para outros, já que, neste preciso instante, ando fascinado com a numismática dos Ptolomeus, entre Paphos, Cirene e Alexandria, portanto, podem imaginar o quando o Francisco José Viegas está, e estará, na minha rota de interesses...

Poderão, e estão no vosso direito, de me perguntar por que fui, então, buscar essa anomalia, para a dissecar aqui, mas refugio-me no princípio da alegoria, já que, finalmente, conseguiram alguém que incarnasse o presente estado das coisas "culturais", em Portugal. Durante muito tempo, Carrilho com a célebre história das retretes do Palácio da Ajuda, epifania de quando ele se dedicava ao uranismo, nos sanitários defronte da Alfredo da Costa, e Santana Lopes, com as suas obras inéditas de Fryderyk Chopin, representaram o nível mais baixo que a "Cultura", aliás, os rostos que o Poder colocava na "Cultura", podiam alcançar. A diferença é que os outros ainda nos faziam soltar gargalhadas, este é, simplesmente... patético, e deixa-nos pensar que, no estado em que estamos, se calhar a tal Secretaria de Estado, que veio substituir o Ministério, antes devia ter sido convertida numa Direção Geral, tutelada pelas Finanças, ou, mais pragmaticamente, extinta, de vez.

Francisco José Viegas, como os próximos tempos, antes da sua demissão, irão mostrar, consegue estar ainda abaixo disso tudo, já que incarna uma vírgula entre dois vazios, o de uma página em branco, e o de uma cavidade completamente oca, exatamente à altura daquilo a que chegámos, mas isso faz-nos falta, para que percebamos por que é que as agências internacionais de todo o género mensalmente nos vão classificando de lixo atrás de lixo.

A nota positiva, já que agora se fala tanto de sociedades secretas, vai para o único talento que esse tal de Viegas demonstrou, qual infiltração, em ir-se insinuando por tudo o que era fresta. Para uns, ficou o estigma da Loja, esta semana, tão em moda; para outros, a pertença à "Obra"; para outros, ainda, mais modestos, o cartão partidário, ou o clássico "opening the legs". Francisco José Viegas conseguiu o cúmulo disso tudo, já que, como bem anunciava a sua miserável "Morte no Estádio", o importante não era o jogo, mas a angustiada psicanálise do homem casado, que espera, ansiosamente, nos sanitários do estádio, que a adrenalina das bestas de bancada dele faça, durante alguns momentos esmolados de sexo, a mulher frustrada que arrasta dentro de si. Essa foi a sua primeira porta, a da paneleirice, já que frequentava os balneários dos seniores, "Ler", "Jornal de Letras", "Expresso", entre outros, por onde pairava a sombra patriarcal dos Senhor dos Anais, Mega Ferreira. Do Avental, não reza a história, por ser demasiado óbvia, mas prefiro que investiguem vocês, que eu sou mais de literatura de rumores, mas a verdade é que andou muito pelo Futebol, já que balneários e suburbanos transpirados sempre deram boa literatura. A pérola do percurso, realmente, por que estas coisas só podem lembrar a uma mente de um calculismo absoluto, o que, à falta de talento, devo eu considerar como sendo de um rasgo talentoso, foi a conversão ao Judaísmo, coisa que não lembraria nem ao Diabo, mas, tão só, a um oportunista de carreira.

Nota negativa, como daria o Professor Marcelo, e que competirá às Finanças investigar é se as medíocres crónicas que, sob pseudónimo, continua a publicar, no "Correio da Manhã", são alvo de tributação, e passíveis de compatibilidade, com uma fraude que ocupa tão miserável lugar político.

(Quarteto do só por desfastio, que a criatura, já por si, está arrumada, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers")

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Um sangue chamado PSD





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Às vezes, os partidos surpreendem-nos, como é o caso do PSD, que adoraria ser laranja, mas cada vez mais se confunde com o vermelho da cor do sangue. Eu explico, porque se trata apenas de fazer uma breve arqueologia do crime e do mau gosto: começa com um rosto do homicídio, Leonor Beleza, uma poupadinha, que, enquanto Ministra da Saúde do Cavaquismo, achou que devia poupar uns dinheirinhos, injetando sangue contaminado de HIV, nos pobres hemofílicos, que precisavam de um determinado derivado do plasma sanguíneo; passa, depois, por outro anormal do Cavaquismo, Carlos Borrego, que comentou que, dado o excesso de alumínio nas águas de Évora, em vez de ir às minas, se deviam reciclar os hemodialisados (!), e culmina agora na "bruxa", das escutas do "Face Oculta", que, ao lado daquela enormidade, que insiste em se pré candidatar à Presidência da República, António Barreto, que já só engana os idiotas que se deixam enganar, achou que, depois de certa idade, 70, suponho, quem precisava de hemodiálise devia pagar (!)...

Acontece que eu até estou de acordo com ela, já que Portugal está cheio de velhas ricas, que vão comer torradas, e encher os bancos de deficientes do autocarro 728, quando já deviam era estar todas enterradas, e ceder o banco ao operariado, que diariamente tem de ir trabalhar, ou ir buscar a senha, à porta do Centro de Desemprego, ou ir catrogar, na casa dos 54 000 €/mês, como diz o outro, para voltar às suas funções originais de gestor. Aliás, eles voltam sempre, e é este voltar sempre, e nunca mais ceder o lugar à geração abaixo, nem à geração abaixo da geração abaixo, que gera este insuportável pântano de inatividade e podridão, em que se tornou a sociedade portuguesa. Como sabem, a explicação é simples, porque, como todos ascenderam por Lojas, por Obras, por Lobbies, por vácuos pós revolucionários, por compadrios, nepotismos, atos de prostituição física e mental, no dia em que deixarem de escorar  a Grande Loja do Polvo Português, a coisa cai em forma de baralho de cartas, e desgraçam-se as 300 famílias que têm o monopólio desta merda, e mantêm o país refém, em todas as suas vertentes,
mas,
voltemos ao sangue, porque isto é um tempo que está a caminho de ver correr sangue, e a velha talvez tenha razão, ao voltar a trazer o vermelho, da guerra, para o terreno da batalha: até eu, que sou ingénuo, e ligeiramente totó, de quando em vez, ainda pensei, durante um breve segundo de CERN, o tal que vai ver o Bosão de Higgs, que Passos Coelho fosse um mero manequim, para agradar aos olhos de quem se tinha habituado aos travestismos de fato e gravata de José Sócrates, o tal que, brevemente, vai deixar de ser "engenheiro", na barra dos tribunais. Infelizmente, no segundo seguinte, já eu estava na mais pura desilusão, ao ouvir dizer que Sua Excelência o Primeiro Ministro deste antro, se aconselhava com o cadastrado Dias Loureiro, e coisas afins. O resto já vocês sabem, pois se converteu na maior torrente de atrocidades de direitos e cidadania a que este país já assistiu, desde o Maior Português de Sempre e os seus lídimos sucessores, Aníbal, de Boliqueime, e o Vigarista de Vilar de Maçada.

Os rumores que enchem todas as redes sociais, as correntes de emails, os textos inflamados da Blogosfera, as expressões de desespero dos comentadores do Sistema, dia após dia, a tentarem esconder o Sol com a peneira, mostram que qualquer coisa está para breve, e o que mais me inquieta é que está para breve, não só cá dentro, como nos nossos arredores mais próximos e apartados, e poderia passar a enunciar: a guerra civil em que mergulhará Angola, de aqui a 4 meses, por ter havido, ou não ter, uma gigantesca fraude eleitoral, que levará, como em Pyongyang, ao fim apocalíptico da Dinastia "Dos Santos"; a guerra suja, cuja ampulheta iraniana já está muito avançada, na contagem decrescente iraniana, e deverá vir para Março, que é quando eles costumam lançar a coleção Primavera/Verão dos canecos Nobel da Paz e os colapsos regionais, que se vão colar à crise da queda da Grande Loja dos Snifadores de Coca, Sarkozy, e das Aventaladas de Leste, Merkel.
Deve haver um monte de coisas de que me estou a esquecer, mas elas virão, "de soi", e sem qualquer "soie", abruptamente, reles, ásperas e chocantes, uma espécie de Rei Ghob mundial, a ter os holofotes disparadamente em cima.

Para que o texto não pareça apenas profetizar desgraça. lembremos as coisas boas que 2012 nos reserva: o desligar do sinal analógico de televisão irá ser acompanhado pelo regresso ao canal imobiliário de uma cara que nos afável e desperta muito carinho, Carlos Cruz, o homem que trouxe o Euro-2004 para Portugal, com a promessa, para os velhos babosos, que regem, na sombra essas coisas, de que havia cá cu barato de puto órfão, em barda, na Lusitânia. Aliás, aquela coisa inconcebível, a quem chamam "Ministro da Economia", parece que também quer relançar esse setor, o dos "Pastéis de Belém", instituição, que, como o Galo de Barcelos, tinha associada uma conotação, uma alegoria, e um sentido anagógico, já que, no primeiro andar da casa, o rapazinho tenro era conhecido por "pastel", e vendia bem, para líbidos em pleno crepúsculo, como bem se lembra o nosso querido Carlos Cruz, quando pedia ao dono da "Adega de Belém", ali, bem ao lado, para ter sempre chupa chupas na gaveta... Faz bem em apostar no comércio tradicional, já que com o empobrecimento geral da população, é natural que, tal como na Grécia, os pais tenham de começar a entregar os filhos a tutelas alheias.
Nisso, suponho que todos concordarão: se os filhos têm de sair das famílias que já não os podem sustentar, para pagar os 45 000 € do Catroga, o pai dos deficits monstruosos do Cavaquismo, é melhor que vão para mãos de apreciadores, do que de desconhecidos.

Lamento dizer, mas esta ideia não é original: Francisco José Viegas, essa aberração do Pocinho,  que já devia ter levado um bom par de patins, parece que vai publicar, no pseudónimo que agora usa, para continuar a escrever, no "Correio da Manhã", uma crónica sobre o mesmo tema.
É natural, porque isso, dos rapazinhos, é como a Maçonaria, parece continuar a ser das raras coisas que apresenta produtividade, e se expande, em Portugal.

Acontece, e recomenda-se, ainda que mal disfarçada de pastel de nata...

(Quarteto do quando é que limpamos isto mesmo a sério, hein?..., no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers")

domingo, 8 de janeiro de 2012

Boys for the... "Shops"



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Se fosse dado a crendices, diria que esta semana foi, para Portugal, apenas comparável àquela em que a santa pastorinha, Lúcia, viu o solzinho a dançar, mas como não sou crente, nem crendista, prefiro abordar a coisa do ponto de vista económico, que é muito mais "fashion", e diria que o país profundo finalmente respondeu ao apelo do Saloio de Boliqueime, e, subitamente, "suddenly", se cobriu de "Lojas", do comércio tradicional.
Até aqui tudo seria bom, não fosse a inquietante palavra "tradicional", ou seja, indo ao étimo, costume de longa prática, consuetudinário, e enraizado na natureza das coisas, como tão bem soube ver o acólito desses balcões, o venal Francisco José Viegas.
Baixando à terra, o que me espanta não é ver as pessoas espantadas com descobrirem que vivem num país permanentemente manipulado por sociedades secretas, umas mais obscuras do que outras, mas o só se terem espantado agora, já que a coisa, como "tradicional", se perde na noite dos usos e costumes desta terra desgraçada.

Fernando Nobre, um traste, lamentava que a Maçonaria, tão penalizada pelas ditaduras, estivesse, agora, em vias de ser novamente ostracizada. Como diz o ditado popular, quem boa cama fizer, nela se deitará, e parece que, desta, o sono vai ser grande e ortopédico, mas, já que estamos, a conselho do Aleijão de Boliqueime, a enveredar pelo "tradicional", também há outro ditado que nos diz que, quando a esmola é grande, deve o pobre desconfiar.
Convem, pois, que abandonemos o barco desta súbita euforia, e nos foquemos no que por detrás dela está. Como se sabe, em situações de crise extrema, o ser humano vai buscar forças inusitadas, para sobreviver, e, se o ser humano o faz, o que dizer, então, das empresas em crise, no extremo do desumano?
Quando as empresas se chamam "Impresa", e têm como patrão a sombra de Bilderberg, Balsemão, que toda a gente sabe estar com a corda na garganta, por diversas razões, porque perdeu dinheiro no BPP, e em lados que é melhor nem sabermos, porque já toda a gente descobriu que a SIC é um repositório de vendas nos olhos, porque já toda a gente se fartou do Búfalo da Coca, e a Blogosfera naturalmente venceu a venal e limitada Clara Ferreira Alves, que nos chegou a tratar, como já deverão ter-se esquecido, nos seguintes termos: "A blogosfera é um saco de gatos que mistura o óptimo com o rasca e acabou por tornar-se um prolongamento do magistério da opinião nos jornais. Num qualquer blogger existe e vegeta um colunista ambicioso ou desempregado ou um mero espírito ocioso e rancoroso. Dantes, a pior desta gente praticava o onanismo literário e escrevia maus versos para a gaveta, agora publicam-se as ejaculações. Mas, sem querer estar aqui a analisar a blogosfera e as suas implicações, nem a evidente vantagem dessa existência e da qualidade e liberdade que revela por vezes, destituindo do seu posto informativo os jornais e televisões aprisionados em formatos e vícios, o resíduo principal de tudo isto é que os jornais mudaram, e muito, e mudaram muito rapidamente. Parafraseando Pessoa na hora da morte, We know not what tomorrow will bring".


Aparentemente, estava a fazer um seu autoretrato, poupadinho na parte do célebre por do sol no Cairo, e foi então levada a Bilderberg, já de maca, com propósitos que só deus saberá, mas que, se juntarmos os cordelinhos todos não será difícil descortinar.


A verdade é que este bombardear das lojas maçónicas não é ingénuo.
Como atrás se disse, sempre as houve, e chegaram a ser respeitáveis e frequentadas por gente notável, o que faz parte da História, e, depois, de um certo historicismo decadente, e sem fulgor. Hoje em dia, aqueles aparatos, à Lady Gaga, e aquelas palhaçadas, misto Cirque du Soleil com os Fura del Baus, de venda nos olhos e na boca, só devem fazer sorrir, quem gosta de jeans, bom sol e de um cocktail de frutas, ao pé do mar, mas a verdade é que, como os nódulos da tiróide da Cristina Krischner, essas coisas obrigam-nos diariamente a tropeçar nelas, provocam-nos dificuldades respiratórias, e problemas de deglutição. Num nível mais grave, e é nesse que as devemos atacar, provocam um determinismo da atribuição dos bons lugares, e barreiras invisíveis de progresso, pelo lado do talento, que nem o pior Calvinismo se atreveria a propor.


Resumidamente, para aqueles que se riram do funeral do palhaço da Coreia do Norte, nós também temos, nos bastidores, uma "nomenklatura" de aventalinho, que se move imovelmente, e impede, pantanosamente, que os melhores alcancem os melhores lugares. A longo prazo, e não há prazo maior do que a "tradição", este lastro leva os países ao fundo, como levou Portugal.


A verdade é que, e ainda voltando ao Sr. Balsemão, para ele se dar ao luxo de usar as armas químicas de atacar uma sociedade secreta com todos os seus méritos e vergonhas, é que já está mesmo desesperado, e aquilo a que assistimos não é, afinal, interesse nenhum em repor qualquer tipo de verdade, mas uma guerra fratricida, entre piranhas, lacraus e víboras, que mistura "Ongoings", secretas, "Impresas", RTPs, "Expressos", SIC, a coca do costume e prejuízos colossais.
É verdade que ele levou a égua para Bilderberg-2011, mas isso não chega, porque tudo o que aqui diariamente escrevemos, todas as correntes de emails que diariamente recebemos, todas as correntes de "Facebook", as sms, os brilhantes textos de atiradores anónimos e menos anónimos, enfim, tudo isso fez entrar em agonia o Monopólio da Mentira, em que o Sr. Balsemão e a sua pécora durante várias décadas tão bem se deram. Como dizia o outro, aconteceu-lhes o mau, o muito mau e o péssimo, já que, realmente, se pode enganar um pouco de gente todo o tempo, e também se pode enganar toda a gente durante algum, mas é literalmente impossível, sobretudo, nesta turbulenta segunda década do séc. XXI, enganar todos, para sempre, e, com o advento do peixe congelado, o chumbo de papel inútil do "Expresso" já nem para embrulhar peixe fresco hoje serve.


Vamos, todavia, ao centro deste texto, que é muito mais importante do que andarmos a contar cabeças de lojistas, na Assembleia da República, já que toda a gente deveria saber que, entre tantos debates de Parlamento, e debates televisivos, alguma coisa deveria andar a correr mal, porque a enormidade de tempo neles dispendida e a desproporção das conclusões obtidas só se poderia justificar por a conversa já ter sido tida, e orquestrada, nas vésperas e nos desfechos, em salas de rituais, em capelas  da "Obra", ou em saunas de apanhar no cu, ou, em resumo, o que parece espontâneo e legal não é mais do que uma permanente encenação, para o público crente e parolo, de hierarquias do Polvo, que fingem digladiar-se, em praça pública, para manterem, na verdade, o Sistema ferreamente intacto.
O importante deste texto não é andarem políticos travestidos de varinas da Nazaré, ou de carregadoras de tabuleiros de Tomar, ou a beijarem o cu a um bode, que, depois se converteu, alegoricamente, em incluírem os putos da Casa Pia nos seus decrépitos rituais pedófilos, o grave deste estado de coisas é o Poder Judicial estar exatamente nas mesmas mãos de luva maçónica, ou de cilício, e isso afetar, em cheio, o coração do Estado de Direito, já que a garantia da Democracia é a garantia da igualdade do cidadão perante a Lei.
Se tantas vezes se questionou por que é que não há políticos presos, a resposta é agora evidente: é porque aqueles que os poderiam prender também frequentam os mesmos colos, sejam esses colos chamados Maçonaria, Opus Dei, Opus Gay, ou Opus não-Gay.


Não vou prolongar-me no retrato: o resto do trabalho fica ao vosso critério, com um pequeno carinho para o Sr. Balsemão e a sua corja: que ele nunca se esqueça de que a não investigação da vertente feminina do "Casa Pia" foi um milagre que o salvou uma vez, mas pode ser que o não salve duas, porque a Blogosfera, onde nós praticamos o nosso "onanismo literário", pode ser que se lembre de desenterrar esse esqueleto do armário, velho do tempo em que Carlos Cruz -- de quem o "Expresso", "la voix de son maître", agora publicita, prefaciado pelo obsceno Miguel Esteves Cardoso, o livro da vergonha -- cobria a Tita Balsemão, e a Marluce se deliciava com a carne fresca, aquém e além mar. Sim, pode, como corno manso, tentar relançar Carlos Cruz, o seu amigo de há muito, a reboque da medíocre Clarinha, mas como sabe, ou, se não sabe, aprenda, já não estamos nos Anos 70 e 80, e a Opinião Pública, com isso atirado para cima da mesa, pode começar a ter reações menos, enfim..., próprias, e a perceber que o problema das proliferação das "Lojas" pode acabar por se tornar irrelevante, perante sombras e teias sinistras, a tecerem-se, bem nessa sombra, em que o Senhor e os seus acólitos sempre tão bem se moveram.
Talvez fosse altura de se reformar, e levar consigo esses espetros, que a Sociedade Portuguesa, que pensa, tão bem dispensa.


(Afinal o quarteto era de "Lojas", no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A "Loja Mozart", na forma de aventais e aventalinhos, ávidos de fuzilamento sumário





Imagem do Kaos


Salazar, o Maior Português de Sempre, como toda a gente sabe, ou passou a saber, desde que teve direito aos seus tais andywarollianos 15 minutos de fama, num dos recentes programas de sarjeta da televisão nacional, pré monopólio claraferreiralvista, era um homem clarividente: viu o solzinho a dançar; seguiu a luz, durante 48 anos de trevas, mais os 20 do seu sucedâneo, o Cavaquismo; manteve-nos, hirtos e firmes, na cauda da Europa, mas... mas... tinha uma virtude, aliás, duas. A primeira, tão evidente, que não se vê, que é a de ser a quinta-essência do Ser Português, coisa que nenhum daqueles livros de merda do Eduardo Lourenço, ou da bichona do José Gil, conseguiu captar, mas se resume em poucas palavras: um misto de sonso, olhos colocados na nuca, sotaque de falar azszszsim, à Albino Almeida, muito contido nos gastos, doença típica do meio-queque, de Boliqueime, visão curta, sem quaisquer faróis de nevoeiro, cornos exatamente à altura das portas baixas, uma cona rançosa ao lado, para lhe passagear as meias, e uma mãozinha de madeira, para coçar as costas, e uma ética da subcave, que serviu décadas de blindagem a um corpete de medíocres, que se abasteciam na parca manjedoura, que, apesar de curta, tendo poucas queixadas a afiambrarem-se nela, lhes parecia vasta. Era o tempo das 100 famílias, que, quando era preciso, mandavam matar, e matavam mesmo.
A segunda virtude, quanto a essa, sim, premente, foi a de achar que o Português não precisava de mais do que um Partido, eleito por mortos, moribundos e cadáveres adiados, que procriavam, e, assim sendo, proibiu solenemente que coisas, como a Opus Dei, uma aberração do fundamentalismo dos bancos, com crucifixo na porta, Maçonarias, Integralismos Lusitanos, e outros quintais afins, saíssem à luz do sol.
Nunca chegou a ser Franco, nem Hitler, nem Mussolini, e poupou bastante em câmaras de gás, sendo um percursor das energias renováveis, ao utilizar os fornos solares do Tarrafal, para grelhar quem, não estando com ele, contra ele se encontrava. O Tarrafal adorou, e opus postumamente, agora que já está na ternura da pedofilia crepuscular, agraciou o Sr. Adriano Moreira com um doutoramento honoris não sei do quê, a provar que, com o tempo, "elas" se tornam todas sérias.

Houve, depois, aquele sobressalto dos Cravos e o imediato desabrochar dos cravas, que se baseou numa petição de princípio que era a de que tudo o que Salazar proibira deveria agora ser permitido. Objetivamente, isso era uma boceta de Pandora, porque sendo Salazar o Maior Português de sempre, bem sabia o que convinha aos menores portugueses que ele incarnava.
Vem este relambório todo a propósito de uma associação musical, a "Loja Mozart", especializada na venda de aventalinhos e tráfico de influências, que os novatos agora descobriram.
A novidade é uma coisa boa, mas, como já Platão dizia, a novidade não é senão o redespertar de uma coisa já vivida, pelo que não se espantem com esta descoberta, já que era só uma amnésia local, de quem não tem acompanhado o processo...

Suponho que, depois da declaração do Fado, Futebol e Fátima como patrimónios imateriais da Humanidade, venha agora a vez de consagrar estas lojas de música, a Loja Mozart, a Loja Beethoven, a Loja Haydn, a Loja Debussy, e, por que não, a Loja Toy, a Loja Quim Barreiros e a Loja Marisa, como patrimónios materiais da matéria fecal atual.

Já algures escrevi que cada deputado devia ter uma etiqueta... melhor, sempre que entrasse para uma sociedade secreta, devia ser marcado, com um ferro em brasa, no meio da testa, para que, sempre que pensássemos estar a assistir a um debate parlamentar, imediatamente pudéssemos identificar, pela marca do ferrete, que pseudo diálogo de Lojas se estava ali a desenrolar, já que sendo essas lojas crentes profundas no Ser Supremo, de um ateísmo das igrejas às avessas, estaríamos perante um diálogo de diferentes credos, que, como toda a gente sabe, são filogeneticamente mais importantes do que filiações partidárias, já que, como com as crenças, primeiro vem se é cristão, judeu ou muçulmano, e, só depois, monárquico, ou republicano, e, lá para o fim, democrata cristão, social democrata, socialista, comunista, trotskista e outros etc. Deriva de aqui, que o que deveria aparecer, naquelas farsas que são os atos eleitorais, não deveria ser o símbolo do partido, mas sim, entre outras, o triângulo maçónico, o cilício da Obra, ou o triângulo rosa, da paneleirice, em vez de punhos fechados, rosas, setinhas e outras sinaléticas do engana tolos.

Quando Salazar proibiu a Maçonaria, sabia, com ostinato rigore, o que estava a fazer, e eu vou passar a descrever o juramento que essa gente faz, para que o comum dos cidadãos saiba onde vota, da próxima, que talvez seja a última, vez que irá às urnas, quando se tratar de substituir esta agonia do Cavaquismo, antes do que aí vem. Jura-se, então, assim, nessas... Lojas: "Eu prometo, e obrigo-me, perante o Grande Arquiteto do Universo (em Portugal, provavelmente, o Taveira) e esta honorável confraria, de jamais revelar os segredos dos maçons e da maçonaria, e de nunca ser causa direta ou indireta de que o dito segredo seja revelado, gravado ou impresso em quaisquer línguas ou carateres que o valham. E prometo tudo isto, sob pena de ter a garganta cortada, a língua arrancada, o coração desventrado; sob pena de ser enterrado nos mais profundos abismos do mar, o meu corpo queimado, e reduzido a cinzas, e lançado ao vento, de modo que mais nenhuma memória minha permaneça, entre os homens e os maçons".

Eu sei que ler uma coisa destas põe qualquer pessoa imediatamente úmida, mas a mim enterneceu-me, e tornou-me mais próximo do Miguel Relvas, e fez-me bem compreender aquele dorido olhar do Zorrinho, em forma de varandas em risco de aluimento, ao dizer que gostava de viver numa cidadania transparente. O Cunhal também gostava, quando escreveu "O Partido das Paredes de Vidro", cuja transparência deixava ver 30 000 000 de mortos do Estalinismo, e até levava o Saramago a defender, até ao fim, as virtudes da longa aberração cubana.

Acho que não preciso de dizer mais nada: por definição, a Democracia é a prevalência do Estado de Direito, que se resume à existência de uma legalidade, vigente e zeladora, que coloca todos os cidadãos em regime de paridade.
Em Portugal, nós detestamos a Democracia, preferimos a cunha, o compadrio e a Loja, sendo que há umas Lojas mais tenebrosas do que outras.
A Crise fez com que todas se tornassem sinistras, e este rebentar das entranhas do Polvo, mais uma vez, mostra que o Regime entrou em agonia. Como dizia o Otelo, cujas conceções democráticas desconheço, as Forças Armadas eram a derradeira defesa de uma Democracia em risco. Acontece que nós já passámos a zona do risco: o risco está agora já bem atrás das nossas costas. O que aqui se descreveu não é uma Democracia, é um cenário anárquico de puros jogos de interesses de sociedades secretas, que regem e agravam a miséria nacional. Curiosamente, até o tempo das garantias militares passou: não sendo já isto uma Democracia, mas um palco da coprofilia, chegou a altura dos cidadãos se entrincheirarem, e defenderem, contra esta aberração. A alternativa suponho que não suporta quaisquer descrições.

Música fúnebre franco-maçónica K.477, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers"