sábado, 29 de maio de 2010

António José... seguras, o quê???...



Imagem do Kaos

A Realidade tornou-se elementar, coisa que não acontecia desde os Epicuristas: basta ao preguiçoso estar sentado, no seu sofá, e ir riscando os dias do calendário do Final dos Tempos.
Ontem, ou anteontem, ou transantontem, enfim, isso é irrelevante para este discurso, houve uma procissão de corruptos do Largo do Rato, suponho que por causa da Romaria do Beato Garrafão de Águeda, em que uma das azémolas disse que "no PS havia muitas sensibilidades". Sou mau em contas, mas posso enumerar algumas: os Pedófilos, que mandam em metade mais um terço de tudo; os Ladrões de Gravadores, que são uma subespécie em vias de expansão; os Ladrões, "tout court", que são tranversais ao Partido e vizinhanças; os das Fundações; os Analfabetos, detentores de diplomas da "Moderna", da "Independente" e da "Lusófona"; os do Futebol Clube do Porto; os Traficantes de Droga; os Traficantes de Armas; os do Futebol; os do "Aventalinho"; os da Opus; os que são ao mesmo tempo do "Aventalinho" e da Opus; os do Clã Constâncio; os do Clã Soares, Pai, Filho e Espírito Santo; os pseudo ex-PSD; os renegados do PCP; os Paneleiros; as Fufas, Lesbian-esfregona, que passeiam os grandes lábios em Classe Executiva; os "Chefes"; os "Patrões" de Mozambique; os traficantes de diamantes de Angola; os defensores das Causas Naturais; os Mentirosos Compulsivos; os Berardistas; os Mega na Peida; os Monhés, que se dividem entre os que se Bavam e os ainda não se Bavam; os Coelhistas; os proprietários dos terrenos da Ota; os proprietários dos terrenos de Alcochete; as Abortadeiras; as Unidas de Facto; as Separadas de Facto; as Anãs; os "Hammerskins-light"; as Beatas; os Papistas; os Servidores de Serviço e os Filhos da Puta generalizados, e os piores de todos: os que pensam que as categorias atrás são invenção minha. Deve-me ter faltado algum, mas vocês preenchem, tipo palavras cruzadas.
Pois estavam todos reunidos, para saber se entregavam o cadáver de Manuel Alegre, já esta semana, à Servilusa, ou se esperavam mais uns meses, para ele ser encontrado, já cadáver, num contentor, ou numa urna, à porta mais próxima da Servilusa.
Entretanto, o "Expresso", que ainda pensa que está na fase de fabricar "Realidades" e "Avatares" deu o mote: era a solução inglesa, que diz que um partido pode fazer merda durante anos, mas, de repente, salta a rolha, a rolha diz que nunca fez parte da garrafa, e põem outra rolha na garrafa, para a garrafa ir a votos, como se não tivesse nada a ver com a piela anterior.
O processo é lindíssimo, e rola em Albion. Em Portugal, é mais um epifenómeno da estrumeira, e consistia em dizer que a responsabilidade do Desastre Português era um cavalheiro, José Sócrates, que percebe tanto de Engenharia quanto eu, o culpado, e tudo o resto eram inocentes, de maneira que se arranjava alguém ainda "virgem", o que é dificílimo, hoje em dia, e se o punha a substituir o Vigarista de Vilar de Maçada, à frente de um Partido recauchutado.
Nada disto é ingénuo, e prende-se com uma fatalidade factual que é a seguinte: no momento em que o PS for afastado, a bem, a mal, pela Lei, pelo pontapé, pela palmadinha nas costas, ou pela violência, da área do Poder, estará afastado dela durante, pelo menos, uma geração. Ora, uma geração é muito tempo, sobretudo, se pensarmos na avançada idade de Dona Adelaide Monteiro e nos "off-shores" de todos os seus meios-irmãos, meios-maridos, meios-primos, meios-sobrinhos, meios-enteados, nos tremeliques de mãos do Coelhone, e na própria abjeção da Câncio, um caso de estudo, para os académicos futuros.
Acontece que, no meu limitado entender, quando me falam de um tal de Seguro, só vejo uma figura repugnante, com aquele olharzito muito tipicamente português, semitriste, as nossas Madonnas dell'Angoscia, sem a parte Madonna, e com uma Angoscia tão falsa como os arrependimentos do criminoso Ratzinger, a fazer o papel do Francisco de Assis generalizado, como se uma nádega, mista de Paulo Pedroso com os olhares fulminantes da Cadela Ciosa do Herón-Castilho, pudesse vir messianizar o deserto em que Portugal, por causa deles, se tornou.

A Direita é mais pragmática, e conserva a noção de Dignidade do Estado, pelo que já percebeu que chegou a altura de afastar do Palácio de Belém um par de Criadas de Dentro, cujas preocupações são meninos-jesuses, chitas, bandeiras de croché, e andar a abrir armários de esfregonas, diante dos Reys de España.
O Sr. Aníbal, como já afirmei há cinco anos, devia ter-se dedicado à criação dos netos, para evitar que esta vertigem dos exegetas da História Recente não acabem, um dia, por fazer dele um dos condóminos de um Tribunal de Nuremberga, à Portuguesa, mas isso é um assunto de quem votou Aníbal, como se Aníbal não fosse, desde sempre, um sinónimo de Cada Dia Pior.

No que ao PS respeita, sou apologista de que deve ser arrancado das suas metástase de Estado, de facto, durante uma geração, ou todo o tempo que for preciso, mas arrancado em todas as suas facetas, incluindo bêbedas Anas Gomes, "Farfalhas" em "Tournée" continental, Garrafões de Águeda, Presidentes da AMI e respectivas enfermeiras, e Supremos Juízes e Conselheiros e Procuradores da República das Bananas, mas num pacote grande, para os quais preconizo a solução polaca, em vez da solução inglesa...

Para que a coisa seja mesmo radical e "ad hominem", coisa que sempre criticaram no meu discurso, mas que lhe é intrínseca, quando olho para Sócrates, vejo um saloio, com uma batata no lugar do nariz, o que traduz origens da Terra Fria, que os fatos Armani bem tentam disfarçar, mas não conseguem. Como diria Armani, ou qualquer agricultor, uma batata é uma batata, uma batata, uma batata, uma batata...
Em contrapartida, quando olho para o Seguro, pressinto uma criatura com duvidosa higiene oral, que, quando finge sorrir, mostra um verde deslavado perto das gengivas, como se tivesse estado a mastigar uma bandeira de croché, da Joana não sei das quantas, mas só na zona relva, e que, quando descalça os sapatos, mostra que as meias não são como dinheiro, em Vespasiano, e podem ter bastante cheiro... Quanto ao resto, tem o corpo todo em forma de rizoma, ao contrário do de Maçada, que é mais modesto, e guardou o rizoma para a ponta da penca.
Quero terminar este texto, dizendo que realmente está na altura de fazerem as malas e irem embora: sou demasiado nefelibata para me apetecer estar a assistir a escandaleiras à Grega, com o Poder a ser aviltado na rua, embora compreenda que, se tiver de ser, que remédio,... será.

(Quarteto de fífias, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

domingo, 16 de maio de 2010

Elogio de Bruna Real, Professora de Música de Mirandela, e estagiária da "Playboy", seguido da Grande Orgia do Sistema de Educação Português, durante a miserável regência de Isabel Alçada



Imagem do KAOS

O António José Seguro hoje está com sorte, porque vai ter o arraial de porrada adiado, à pala da Stôra de Mirandela...

Acontece que eu hoje estou com o cio e venho fazer o Encómio de Bruna Real, professora de para lá detrás do sol posto, que acordou um dia, de manhã, e descobriu em que país é que realmente vivia.
Rezam as crónicas que então se pôs debaixo dos sombreros refletores, e deixou disparar os flashes sobre as tisnadas mamas, e isso saiu tudo impresso, em papel caro, no Mês de Maria, como se de uma nova taveirada se tratasse.

Uma coisa chamada "Torre de Dona Chama", se fosse em Madrid, Barcelona, ou até Sevilha, teria uma lanterna vermelha à porta, uns néons, umas montras de gajas descascadas, e seria o nome ideal para uma Casa de Putas genialmente batizada; sendo outra esta eira... Portugal, decidiram lá dar, imagine-se... aulas.

Como é público, defendo que o melhor da Escola é o que se aprende com o corpo, pelo que, quanto melhor o corpo, melhor deverá ser a lição. Acontece que Bruna Real é um avião, e eu adorava ter música com a pichota a bater-lhe o ritmo entre aqueles timbales morenaços..., pronto, já descarrilei, mas é bem verdade.

O dia a dia das professoras é decadente: saem de camas onde pernoitam com inválidos do Comércio e da Indústria, e vão, como naquela ilustração da vaca, que anda a gerar tanta polémica em redor da "Civilização", atrás de um monótono badalo, que pontua o saltar de aula em aula, diante de plateias de gerações perdidas, que só estão ali à espera do rápido chegar do fim de semana, e da discoteca, e regressam depois a casa, tipo Luísa, sobe que sobe, sobe a calçada, para ainda irem cozinhar massa de qualidade média, e feijão bichado, e alimentarem aquelas bocas tão mal educadas, que estão, como passarinhos, à espera de que a mãe docente regurgite o seu alimento. Isto, repetido durante três períodos, chama-se Ano Letivo, e corresponde sempre à perda de um ano de vida e, pelo menos, a um retrocesso de dois, dado o elevadíssimo nível anticultural, assegurado, por televisões, vídeogames, emplastros ministerais, e  permanentes Finais da Taça que rodeia os... alunos.

Ora a Bruna cansou-se, foi aos classificados, e encontrou "procura-se figurante, com boa aparência e cabeça desinibida, para sessão fotográfica em revista de grande tiragem". Quando chegou lá, percebeu que a queriam entre nua e seminua, e comparada, num lapso infinitesimal, a monotonia das campainhas e o estrelato do papel couché, tirou as mamas para fora e mostrou que um bom corpo vale muitas licenciaturas, o que é verdade, pelo menos, desde Cleópatra VII, Semíramis e Nitócris.

Diz-se que, no momento da nossa passagem para o Além, a Vida é rebobinada numa espécie de anti Manoel de Oliveira, e passa a Imensidão na brevidade de um milésimo de segundo, e a Bruna deverá ter visto a diferença entre aquelas cadeiras de fórmica, todas riscadas de palavrões, as mesas, com cábulas, mal apagadas por auxiliares de educação amblíopes, os tetos furados e cheios de amianto, onde chove, quando chove, e por onde os pardais entram e voam, quando o sol os chama, as paredes escuras, de humidade, o quadro negro, com a ardósia toda partida, no canto de baixo, e um ponteiro manchado a meio, pelas mãos sujas de gerações de totós, que pensaram ensinar alguma coisa naquele espaço. A verdade é que nada se ensina em Portugal, muito menos àqueles desgraçados da terreola, incapazes de aprender um Prelúdio de Rachmaninov, mas, em contrapartida, capazes de meterem o dedo no nariz, enquanto tentavam ver mais qualquer coisinha, sempre que o decote da stôra se arrojava.

A Bruna cansou-se disso, e resolveu fazer como a outra, "relaxa e goza", lançou-se toda para trás, em cima de uns cadeirões "kitsch", a imitarem Luís XVI, mas cromossomaticamente afetados por Jeff Koons, umas cores quentes, a chamarem ao Jugendstil, de Klimt, e, em vez de corpos esquálidos, atirou as medidas redondas para cima dos forros, e disse, sou toda vossa, e a Música passou a ser outra.

Dado o estado de desastre da Educação em Portugal, arruinada por uma neurótica, Lurdes Rodrigues, que apanhava, na "Casa Pia", com baldes gelados, para acordar, de manhã, e a Sorrisos de Camelo, a "Leopoldina" das Aventuras da Educação no País da Cauda da Europa, é bom começar a ver que as professoras se despem, e que ainda há gajas com corpo capaz, a lecionar, e não uma infindável brigada de baixas psiquiátricas, esgotamentos, mal casadas, pergaminhos e osteoporoses, a falarem de Gil Vicente, das crises da Molécula, do múltiplo da Fração e da Educação Sexual, como um rosário de doenças venéreas.

Estou a adorar imaginar com que sorriso de dromedário a sinistra Isabel Alçada irá falar deste caso...

Bruna Real cansou-se, e foi brincar às pastorinhas, tal qual a Maria Antonieta Joana Josefa de Lorena, Arquiduquesa de Áustria, e Rainha de França, mais as suas amigas de "rave", as Princesas de Lamballe e Polignac. Deitou-se nua, no seu Luís XV, e depois espojou-se no Luís XVI, versão cabeleireiro, enquanto atirava o cabelo para trás, e dizia, hoje está quente aqui, não está?...
Pois estava, e, no dia seguinte, ao soar a sineta rouca da Torre de Dona Chama (!) mal ela sabia que os alunos já vinham a arder, cada um com as fotocópias na mão, e os telemóveis carregados de miniaturas e mms daquele maravilhoso Evangelho da Lascívia, a Paixão Segunda Bruna, que vai vender milhões, assim nos ajude o engenho e a arte, e, quando ela berrou, dá-me o telemóvel já, o Antoninho, a jogar blhar de bolso, estendeu-lhe logo o Nokia, muito coçado, e lá estava ela, toda espojada, no canapé, uma Recamier da perna aberta e mama estendida.

Diz-se que a indisciplina é inversamente proporcional à autoridade do professora na aula: em Maio de 2010, Bruna Real inaugurou uma pedagogia avançada, muito para lá da Escola Finlandesa, e das metralhadoras nas salas de aula americanas: ou vocês calam-se, ou eu dispo-me!..., e o ruído na sala dispara então para níveis muito próximos do Eyjafallajokull, quando está de flatulências, ultrapassando as portas da escola, e levando a fechar a própria autarquia, por poluição sonora, próxima do nível da dor e da morte.

Vão perdoar-me a má língua, mas sendo a responsabilidade da contratação da Bruna Real, da Câmara local, fica por saber se ela foi contratada, por se saber que, mais tarde ou mais cedo acabaria nua, ou se começou nua, e foi por isso engajada, porque este país é o maior especialista nesse tipo de assessorias.

A resposta, suponho, também fará parte do Terceiro Segredo de Fátima, se não for já do Quarto..., quarto, cardinal, entenda-se, e não quarto da Bruna.

O evento merece chave de ouro: para lá das fronteiras pedagógicas, ela, que nunca conseguira que os alunos lhe trouxessem, a tempo, o "Frère Jacques" fotocopiado, para poderem desafinar em conjunto, viu-os, mansamente, todos com a revista fotocopiada no bolso, pelo que a coisa pode ir já da Música para o Português, por exemplo, para tanto, bastando que a "teacher" ponha as mamas de fora e anexe a cada mamilo um Canto do Cegueta dos "Lusíadas", e até o "Memorial" entrará melhor, se tiver um púbico no rodapé.
No fundo, esta revolução ultrapassa o "Magalhães" e porá o Sistema de Ensino a funcionar em rede, com as titulares, todas descascadas, a animarem as salas de docência, as diretoras de turma a receberem os pais austeros com as tetas em cima da mesa, e o Albino Almeida, esse carrapato, a babar-se diante dos novos manuais.

Bruna Real pecou por não ter apostado mais alto: o número de Maio da "Playboy" devia ter sido lançado em Fátima, na Procissão do Adeus, quando as mulheres-javali agitam os lencinhos brancos.
Teria sido lindo: o Patriarca da Pedofilia, a arrastar as artroses no seu papamóvel, e ela aparecia, como a Rainha de Sabá, transportada em ombros, numa cadeira neo Zsa Zsa Gabor, por cristianos ronaldos, nus, pelados e nakeds, e a multidão das ratas de sacristia abria-se então, como o Mar Vermelho, perante Moisés, e o Povo Eleito, o que diariamente vive destes encantos e fantasias -- olha, a Stôra de Música, com a rata toda à mostra!... -- conseguia passagem, diante do Santuário, para a margem segura da sua verdadeira essência.

Parabéns, pois, Bruna Real. :-)

Parabéns, Portugueses: sede bem vindos à Realidade :-)

(Afinal o Quarteto era de mamas, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

sábado, 15 de maio de 2010

Adeus, Ratzinger



Imagem do KAOS

Deus foi moderno e generoso, com Portugal: não ao fim de sete, mas de quatro, dignou-se puxar o autoclismo, e terminar com o gorgulho, no sifão.
Agora, que a coisa acabou, e posso voltar a respirar, confesso que tinha, pendurado, nesta parede atrás de mim, um cronómetro, que, segundo a segundo, me dizia quanto mais tempo ainda iria durar esta insuportável náusea.

Fez-se o vómito, e a náusea foi-se, mas por cá deixou semente.

Comparável à vinda de Ratzinger a Portugal, só o episódio das Bodas de Canãa, em que, sentada à mesa, quando questionada a Galileia Câncio se mais vinho havia, os servos lhe encolheram os ombros, dizendo que vazias estavam as ânforas.
Cristo era um pragmático, como em tudo, e, para evitar o que milénios depois aconteceu a Maria Antonieta, não se atreveu a dizer aos convivas que papassem brioches, mas foi à medicina homeopática, onde, como toda a gente sabe, basta que haja um cheirinho do princípio ativo, que, mal se misture coma água, reganha toda a sua alma e essência, e fez passar por vinho água de lavar garrafas. A verdade é que foi milagre, e as pielas de Canãa não só satisfizeram a gente reles que por lá andava, e que empochou litros e litros de água, convencidos de que se tratava de Dão Meia Encosta, como passou para a História, como exemplo de como fazer muito, sem quase nada.
Evidentemente, os tempos eram outros, e Ratzinger, que está visivelmente muito mais para lá do que para cá, e que, desacreditado mundialmente, teve de se vir banhar, para renascer, como um leproso, no Ganges do povo mais ignaro da Europa, veio à nossa Canãa para transformar o pouco vinho que ainda havia em água da mais choca, enfim, diretamente engarrafada da Ribeira dos Milagres, em dia em que o Dias Loureiro está de soltura.
Tivémos vários milagres, o primeiro, o do Benfica, que dançou, como um solzinho, a anunciar que o Papa vinha cá; depois, Ratzinger chegou mesmo, sem ter sido necessário desencadear o "Plano B", já com Aura Miguel ajeazada, e de sela no lombo, caso a Islândia se lembrasse de vomitar a sua bancarrota, na forma de cinzas vulcânicas, e fazemos aqui uma pausa de solidariedade, porque o relincho que Aura Miguel soltou, quando soube, que, afinal, não ia ser montada pelo Papa, entre Roma e Lisboa, é memorável, é uma coisa linda, e brevemente disponibilizarei o mp3 que conseguimos gravar: é algo entre aquela gravação mono da Callas, na "Casta Diva", e a gargalhada que a Clara Pinto Correia solta, naquele dia em que foi fazer de hipopótamo ao "Dança Comigo", enfim.
O segundo milagre, mais profundo, foi pôr um país laico, republicano e socialista a preparar merendas para um líder espiritual de uma seita, atualmente duvidosa, e gastar uns centavos, para mostrar que, apesar de pobres, continuávamos servis e honrados. Eu, um romântico, à espera de que o outro, mal pusesse os Pradas em Figo Maduro, fosse algemado, e levado para a Judiciária... não, toda a gente ajoelhou, beijou o chão, e mostrou que era crente, coisa que nos fica bem, e é incomensurável com o tratamento abaixo de cão dado ao Dalai Lama, que, saiba eu, nunca fez autos-de-fé, nunca andou a anatemizar abortos, perseguir bonzos bichas, nem a encavar criancinhas,
ah, sim,
esse foi o Terceiro Milagre, e, eventualmente, o melhor de todos, porque ficou explicado porque é que meia Classe Política, Industrial e Cultural não tinha sido indiciada no "Casa Pia"... não, não era milagre do Tribunal da Relação, mas a Santa com Cara de Saloia que tinha chamado o assunto diretamente a si. Parece que se sentou em cima de uma azinheira,  e, enquanto o solzinho dançava, foi riscando a lista telefónica toda, até só ficar o nome do "Bibi".
"Este fica", disse ela, e assim se fez, e Deus viu que era bom.

Portanto, ficámos a saber que a Pedofilia fazia parte do Terceiro Segredo de Fátima, e, agora, sou eu a lamentar que a visita de Ratzinger tenha sido visita de médico, porque, bem conversada a coisa, e ouvido Vítor Constâncio, também o BPN e o BPP teriam sido encaixados no Terceiro Milagre, e mais a "Independente", a "Moderna", o "Freeport", a Maddie, o "Furacão", o "Apito Dourado" e até, por que não?, o negócio "PT/TVI".

Acho que isto é um pouco Parménides: no fundo, tudo se pode incluir no Terceiro Segredo de Fátima, e devíamos ter aproveitado a boleia, embora os nossos ilustres comentadores devam perceber a mensagem, e juntar às justificações de tudo o que é injustificável, em Portugal, em mais uma categoria, para além das causas naturais e dos milagres da fé, que são agora as coisas devidas aos "franchisings" do Terceiro Segredo.

Como diriam os Brasileiros, bem larga deve ser a buceta do Terceiro Segredo...

O restos são rodapés: Ratzinger, que já não consegue distinguir uma barata de um anjo de Rafael, lá levou umas caixas de doces de ovos e umas fitas do Bonfim, fabricadas em Boleiqueime. Não sei como se diz Boliqueime em Alemão, mas deve ser tão foleiro como em Português, e foi lindo ver aquele Presépio, o Jumento presidencial, a vaquinha corcunda e as crias, em duas gerações de palhinhas, a serem apresentadas ao cota, responsável por 50 anos de divórcio entre a sociedade civil e as aberrações dogmáticas de um bando de jarretas pedófilos e de consciência pesada. Só faltou a estrela e os Reis Magos, mas Don Juan Carlos estava internado, e o Estrela da Amadora recusou-se a vir participar em vergonhosas teatradas.
As pontes foram lindíssimas e houve duas tolerâncias de ponto a suportá-las, com a contrapartida de se deixar cair a terceira travessia do Tejo, e regredirmos ao tempo do "nós cá somos mais modestos", do Maior Português de Sempre, enquanto se aproveitava o Benfica e o Ratzinger para um ensaio geral do que vai ser o atirar de Portugal para condições de vida equivalentes às de meio século atrás.
Pequeníssimo milagre, foi ter-se perdido a tusa de adjetivar e insultar Sócrates: Sócrates parece agora uma vela castanha, meio derretida, daquelas da bruxaria de Fátima, e o mais espantoso, não sei se é milagre, se o solzinho a dançar, cheio de ecstasy, é que está tudo flácido: Sócrates, o Partido, ou a sombra de partido que ainda se encosta nele, e a sombra de uma sombra, que é um outro partido, chamado PSD, que, em dois meses, se converteu na mera muleta da muleta de Sócrates. Passos Coelho, um crente, aprendeu, com Ratzinger, a pedir perdão, e suponho que, doravante, sempre que sejamos estrangulados, a retórica política, falsa e obscena, passará a ser substituída por uma coisa bem mais afetuosa, que é  o Perdão: perdoa-me diminuir-te o salário, perdoa-me continuar a pagar balúrdios ao monhé Zeinal Bava, perdoa-me ter deixado ir Constâncio para o BCE sem ter sido vergastado primeiro, perdoa-me não ires ter Subsídio de Natal em 2010, perdoa-me, enfim... etc...
Portanto, não sei mais o que dizer, mas queria fazer um elogio à Igreja Portuguesa, visivelmente cismática, e ao nosso Cardeal Patriarca, que teve a ombridade de votar contra a eleição de Ratzinger, e que continua a amparar, na sombra, o enorme desastre social, iniciado pelo Pai do Monstro, Cavaco Silva, e vivido agora, pelo Monstro do Filho, Sócrates, e deixar, ainda, dois mimos: o primeiro, para o Camarada Saldanha Sanches, a quem dediquei o minuto de silêncio em que vocês têm estado de boca fechada, a ler os horrores que eu escrevi atrás; o segundo, para o meu poetrastro preferido, um carrapato chamado Manuel Alegre, a única coisa que ainda insiste em andar em bicos de pés, num pântano onde já só se vêem olhos e pontas de cabeças, como no Inferno de Dante. Parece que a criatura, o grande democrata, o generoso, o livre pensador, o regenerador da Coisa Podre, quer iniciar a sua desgraçada descida ao Hades, com um processou generalizado (!): odiou que se tivesse lançado, na Net, o boato (?) de que se punha, com a sua voz avinhada da Rádio Argel, a revelar, aos terroristas escarumbas, onde estavam as tropas portuguesas. Na altura, li a história e achei divertida. Achei que, mesmo falsa, até se enquadrava bem no percurso de um medíocre, que chamou ao criminoso internacional, José Eduardo dos Santos, Presidente dos sem pernas e com minas, o "Afonso Henriques Angolano".
É pena não existir Deus, porque devia ter-te caído imediatamente um raio em cima, ó meu pobre rimador de rimas feitas, mas não te preocupes, porque estás bem a jeito, e muito a tempo.
Contas feitas, talvez até faças, também, parte do Terceiro Segredo de Fátima...
Keep it cool, baby :-)

(Quarteto pagão, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

sexta-feira, 7 de maio de 2010

"Farfalha", o "Mãozinhas" das Sete Cidades



Imagem do Kaos

O País está dentro do abismo, com as últimas narinas a respirarem puns de croché de Maria Cavaco Silva, feitos pela Joana Vasconcelos.

Como pensava o Maior Português de Sempre, "temos exatamente o que merecemos", mas eu não venho aqui para lamentações, mas só para dar o meu contributo ao apelo do Chefe de Estado, e vir incentivar o que de bom nós temos.

Sempre fomos excelentes em Teatro de Revista, desde as Cantigas de Escárnio e Mal-Dizer, passando por Fernão Lopes, Gil Vicente, Bocage, Almada e Cesariny, entre outros, só não sabíamos é que a História, para estes momentos finais, nos ia reservar grandes atores de Assembleia da República.

Desde Almodóvar, o da fase pré-americana, ou seja o pré-cagalhões, que não via uma curta metragem tão boa como o episódio do Ricardo Rodrigues, a meter aos bolsos os gravadores dos repórteres da "Sábado".
O ato, em si, é irrelevante, num país de ladrões, mas eu queria incensar aqui a forma, a graça e a "non-chalance" a que nos foi dado assistir, naquele que considero um dos melhores momentos do Cinema Português.

As mãos de Ricardo Rodrigues mostram a sapiência de uma Grande Escola, cuja ideologia, sarcasmo à parte, já vinha da "Arte de Furtar", mas o ainda mais belo é a coreografia do gesto, uma espécie de "Lago dos Cisnes", em que ele, qual Luís de Matos da Comissão de Ética, subitamente roda as ilhós da pata superior, com a mesma graça do Nureiev, quando entalava pela peida acima uma chouriça até ao esófago, sem vacilar um único músculo..., mas é melhor eu ir mesmo à anatomia da mão, diretamente, para que vocês ainda fiquem mais baralhados, porque, não fosse a câmara lenta, nós nunca perceberíamos que, em dois segundos, ele rodou o escafóide, o  semilunar, o piramidal e o pisiforme, com o trapézio, o trapezóide, o captato e o hamato acoplados, que logo ali deram a ordem para que os cinco metacarpos afinassem as falanges, e, então, a proximal, a média e a distal, com uma pinça biónica, gamaram levemente os gravadores, como se de uma dança se tratasse.
Só não meteu o esternocleidomastoideo, porque o Vasco Santana, entretanto, já morreu...

A coisa é bela, e é uma espécie de "Avatar" do gamanço, e o mais genial nem é a espontaneidade do gesto, mas antes a prova de que quem ali deitou a mão aos aparelhos já tinha longuíssima experiência de rodar as unhas para meter nos seus bolsos sebentos, manchados de nhanha adolescente, dos tempos da Cascata, em que as águas frias amansavam os calores do órgão enterrado nas bordas da rapaziada, muita, mas muita, mesmo muita, coisa, que só deus e Ratzinger saberão.
Em suma, o que vimos não foi ato de amadorismo, mas, antes, a audácia da prática continuada do mesmo gesto, ao longo de muitos anos, e em múltiplos cenários, ou, resumindo, a obscena rábula do larápio perfeito.

Como diz o Sr. Rodrigues, com o fato ainda cheio de palhas do chão da Garagem do "Farfalha", "todos temos azares na vida", o dele, o de nunca ter sido pronunciado em Tribunal por Pedofilia, Associação Criminosa, Tráfico, e Conexão com Redes Mafiosas Internacionais, o meu, e o nosso, o de termos um gangster deste calibre sentado na Assembleia da República, a fingir que representa o Povo Português, integra Comissões de Ética -- como a badalhoca da Medeiros -- Vice Presidente da Camorra Socialista, e responsável, com a sua parceira de coito, a Senhora de Mota Amaral, pelo rápido ilibamento do Cidadão Sócrates, cujas Escutas comprometedoras já foram queimadas (felizmente há cópias, e aguardamos que sejam rapidamente disponibilizadas na Blogosfera e no Youtube...) por ordem da Santa Loja do "Aventalinho", e do seu Mestre, "Orelhas de Bode".

O problema não fica por aqui, porque num Estado de Direito, uma prova destas seria causa imediata para que esse senhor apanhasse um exemplar chuto no cu, mas não, foi logo buscado pelo Francisco Assis, o anjinho papudo que levou nos cornos em Felgueiras, para que fizesse o ar da virgem indignada e impoluta, como se de um segundo Paulo Pedroso se tratasse.

Infelizmente, as televisões ainda agora estão a ensaiar as 3D, porque, num País onde tudo passa em branco, fica incólume e ainda é motivo de promoção, quando, na próxima sessão da Comissão "Farfalha", erradamente designada "Comissão PT/TVI", os Portugueses já deveriam ter acesso a uma televisão interativa, sobretudo, aqueles que, como eu, estão fartos desta corja até à pontinha dos cabelos.

Eu explico, o Sr. Ricardo Rodrigues voltava, às televisões, com o seu sorriso de quem continua incólume a tudo, e de quem sabe que a coisa vai ser brevemente abafada, para o bem do Polvo, e não do Povo, e imediatamente um milhão de Portugueses sacava do bolso um revólver moral, e abatia-o no écran, como o miserável podengo de que não passa.

Tenha vergonha, e vá-se embora, Sr. "Farfalha", você é um reles insular, com focinho de nódoa nacional!...

(Quarteto amoral, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")