sexta-feira, 14 de março de 2014

Fábula da Guerra da Crimeia, a bordo das armas secretas do Malaysia Airlines Flight 370







Como sabem, sou incapaz de qualquer teoria da conspiração, e tenho o maior desprezo por aqueles que delas vivem, portanto, podem imaginar o amor que tenho pelo "Manifesto dos 70", que deve ser uma forma aboliqueimada da Bíblia dos Setenta. Assim, muito à cabeça, é a velha história dos incendiários, que arruinaram Portugal, a quererem renascer, travestidos de bombeiros; depois, foi uma maneira ligeirinha, inventada por algum daqueles cretinos -- que nós pagamos -- e que "aconselha" o pária algarvio, de tentar provar que o Saloio de Boliqueime ainda encontrava lugar para uma demissão alzheimerada de dois gajos que só custavam dinheiro ao Erário, para fingir que ainda estava vivo.

Não está.

Está borrado de medo, porque sabe que o transbordo disto, das Forças de Segurança, para os Militares, pode fazê-lo acabar com a cabeça espetada na ponta de um chuço, como fizeram ao Robespierre, já que, embora Chefe Supremo das Forças Armadas -- coisa que faz rir qualquer pessoa com dois dedos de testa... -- não deve ter tido acesso às filmagens do canal privado das polícias, em que o paisana subitamente sobe pelo lado das escadarias, tira o revólver de debaixo do casaco, recebe um sinal dos que protegiam o antro de putas que é a Assembleia "Nacional", volta a meter a pistola para dentro, e faz sinal, para os de cá de baixo, para que fizessem o mesmo. Com evidência, foi o sinal de que ambos os lados eram apenas um, e não iam apresentar-nos um banho de sangue de cidadãos fardados, quando, na verdade, do que nós precisamos é de uma limpeza de uns certos paisanas, que destruíram um dos mais velhos estados nação da Europa, em apenas 40 anos.

Também não não vai ser o cair nos "Tugaleaks" das horas de consultas secretas de Neurologia, do Senhor "Presidente" da República, no Hospital Júlio de Matos, ou dos resultados das análises sigilosas ao sangue, do Sr. Vice Primeiro Ministro, Zsa Zsa Gabor, no Hospital da Força Aérea, que fará vacilar o Estado.

A coisa, na verdade, está muito pior do que isso, e os cabecilhas do Polvo sabem disso, ao ponto de terem a Televisão ininterruptamente a falar de Futebol, de manhã até às duas da manhã do dia seguinte, mas eu não serei eu a Cassandra que profetize o que aí vem, tanto mais que a minha arma é apenas, é só apenas, a escrita.

Todavia, como qualquer aldeão global, Portugal são trocos, perante o que vem aí, neste fim de semana em que todos vamos passear pela Crimeia, uma coisa de uma tal gravidade que até pôs os burocratas -- e os burrocratas -- das administrações europeias e americana a tratarem o Irão como "bonzinho". Claro que é bonzinho, como a Arábia Saudita, a Coreia do Norte ou a Venezuela, esta última a cair de podre, como a Maria Cavaco Silva, e é bonzinho, porque, na iminência de uma guerra fria, morna, ou quente, com uma Rússia que reacordou para o seu "espaço vital", convém ter um aliado, ainda que do Eixo do Mal, que sustente, a Sul, aquele terrível rastilho que se está a atear inexoravelmente acima do Cáucaso, nas praias do Cáspio.

Tecnicamente, já estamos em guerra, mas o interessante da coisa foi o tornear que foi feito, até lá chegarmos: primeiro, tentou-se a Síria, o único país da zona que estava solvente, para o tornar num destroço, dependente dos abutres do FMI, Bilderberg e do Banco Mundial. Já cumpriu o seu papel e desapareceu das televisões. Depois, vieram as primaveras turcas, que ameaçavam desestabilizar as fronteiras europeias, mais a Sul e só são novidade para quem não saiba a enorme apetência que o Czar de Todas as Rússias sempre teve por Constantinopla, e as guerras que isso já deu. Por fim, o inesperado, um tal de voo Malaysia Airlines 370, que já passou por tudo, desde acidente a atentado, esquecidos que estamos de que, nesta época em que a ficção dos órgãos de intoxicação social é infinitamente mais importante do que a factualidade, e o importante é manter o MEDO, e o medo instalou-se, o pior dos medos, o medo da dúvida, e isso foi um golpe de mestre, mais um, nesta época de decadência terminal.

Dispersadas as atenções, estamos perante um novo tipo de arma, a mini bomba de neutrões, portátil, com que tanto o criminoso Reagan sonhou, capaz de destruir a vida humana, sem destruir as infraestruturas, o Holandês Errante, de Wagner, ou, numa imagem bem da Edda Maior, uma nave vazia, feita de unhas de mortos, -- o tal Lyubov Orlova, que ninguém entendeu ser um ensaio geral deste novo pesadelo -- a navegar, horas, em puro piloto automático, ao som de uma sinfonia de portáteis que tocam, mas já ninguém poderá atender. Sim, capaz de se esgueirar pelos radares, invisível para os meios convencionais, e a constituir um novo paradigma da Guerra, a invisibilidade que se move, a caminho do seu alvo, a Síndroma da Chita, cuja presa, demasiado tarde, se dá conta de que vai ser mortalmente atacada. 

Pena é que as cúpulas militares, assim, friamente usem um avião comercial, para experimentar uma nova arma terrível, que irá transformar o conflito deste fim de semana numa nova guerra, irreconhecível nos meios e nas formas, cheia de efeitos e armas invisíveis, totalmente virtual, que as cortinas de fumo da intoxicação social alguma vez nos permitirão perceber o que aconteceu, senão depois de acontecido. E mais não escrevo, por receio de já ter falado de mais.

Boa sorte...

(Quarteto do será terrível, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")