terça-feira, 5 de abril de 2011

Carta aberta de Cavaco Silva, ao FMI, perdão, ao... FFfFFfFfEEEEEeeeeeeeFFFFfffff...





Nota: esta imagem de reposteiros NÃO É do Kaos

O meu nome é Aníbal Cavaco Silva, sou natural do Algarve, que é uma província do Sul de Portugal, e nasci em Poço de Boliqueime, embora, por razões de arranjo de bainhas, agora se chame, só, Boliqueime.

Eu sei que os senhores não me conhecem de lado nenhum, mas sou a pessoa que mais tempo esteve à frente dos destinos deste país, pelo que, depois de ouvida a minha esposa e as pessoas mais íntimas, que, graças a deus, nos rodeiam, resolvi escrever esta carta, a pedir-vos ajuda, para podermos, enquanto estado-nação mais antigo da Europa, manter-nos no Pelotão da Frente, sem pararmos o nosso "pügrèsso", por causa da crise.

Sou um cidadão apartidário, e nunca estive ligado, nem à Política, nem a qualquer regime, exceto o do Professor Doutor Oliveira Salazar -- cuja alma nosso senhor tenha em bom descanso -- no qual "estive integrado, não exercendo qualquer atividade política".

Como devem saber, Portugal está em grandes dificuldades financeiras, e já se encontra naquela fase crítica de ter de contrair novos empréstimos, para pagar os juros dos empréstimos antigos, pelo que gostaria de saber se nos podem ajudar.

A minha formação é em Finanças Públicas, pelo que agradeço que não me peçam muitos pormenores sobre as garantias que podemos dar: ouvi dizer que somos cerca de 10 000 000 de habitantes, entre nativos, degenerados, arraçados, ciganos, imigrantes, mulheres de mau porte, trazidas ilegalmente, e gente que se dedica a atividades contra a natureza, mas só estará recenseada, depois do Censos 2011 acabar.

Temos pouca agricultura, por que, quando eu era primeiro ministro, e timoneiro de Portugal, achei que devíamos "pügredir" noutras direções, e dei ordem ao meu ministro da época para vender o que tínhamos por 30 milhões de euros, o que acho que até não tem importância nesta carta, porque do que precisamos mesmo, neste momento, é de 9 000 milhões, para este ano, e, portanto, a agricultura não era mesmo importante.

Também dei ordens ao meu colega Mira Amaral para desmantelar as fábricas obsoletas que tínhamos, porque os países nossos vizinhos produziam coisas melhores e mais caras, como poderão verificar, nas faturas, se aceitarem o meu pedido de auxílio.

Deixámos de pescar, porque os Espanhóis faziam mais e melhor, e, neste momento, só colaboramos com a Galiza, na descarga de fardos de alucinogéneos, como poderão verificar nas noites escuras do Guincho.

Graças a deus, ainda temos algumas pessoas que sabem ler e escrever, mas agradecemos que a vossa resposta não seja muito complicada, porque achámos, como o Doutor Salazar, que quem lê muito pode começar a ter ideias subversivas, e seria muito mau para a estabilidade mundial que as pessoas começassem a estar agitadas no nosso país: não há "pügrèsso" com desordem.

Também não vos podemos dar os caminhos de ferro como garantia, porque o Dr. Ferreira do Amaral achava que as rodas guinchavam muito contra o metal, o que lhe fazia arrepios nos nervos, mas temos um bom sistema de estradas, desde que não se acelere nas curvas, e se evitem os buracos, porque houve muitas empresas a poupar na camada de desgaste, e isso vê-se muito agora, vinte anos passados.

Temos alguma cultura: Katia Guerreiro e Filipe La Feria apoiaram-me na minha candidatura, assim como o jovem Renato Seabra, que, todos, vos poderão dar referências sobre a elevação da minha pessoa.

Geralmente somos poupados e discretos. Temos uma instituição bancária que conseguiu sobreviver à grande turbulência do sistema financeiro, talvez por as suas ações não estarem cotadas na Bolsa, e as grandes operações serem feitas em "off-shores", como me ensinaram em Cambridge. Já devem ter ouvido falar: é o Banco Português de Negócios, que, em caso de aceitarem o nosso pedido de auxílio, até poderá funcionar como cofre de depósito dos vossos capitais de empréstimo. Como se trata da minha área, posso já adiantar alguns nomes de primeira linha, que tratariam de distribuir o dinheiro pelas zonas mais lesadas do nosso tecido financeiro: são pessoas de fama e renome internacional, de primeira água, como Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Jardim Gonçalves, Armando Vara, e, se for preciso, o Dr. Vítor Constâncio, que tão garbosamente nos está a representar na Alemanha.

Na poupança doméstica, posso ainda apresentar cartas de recomendação da Drª. Leonor Beleza, que faz parte do meu Conselho de Estado, mulher ímpar e previdente, que, já em 1986, achou que não se devia deitar sangue fora, porque havia muita gente a precisar dele, pelo Mundo. Também reciclámos hemodialisados, para obter alumínio, já que tínhamos fechado as nossas minas, para não prejudicarmos os grandes países exportadores. A nível familiar, eu tenho só duas reformas e um salário, enquanto a a minha senhora, que, se for preciso, também pode apresentar cartas de recomendação em como é séria, limpa e honrada, e vive com 800 € por mês, o que só lhe dá para pagar a modista, e a torna totalmente dependente dos meus dinheiros.

Os Portugueses acreditam em mim, porque sou um homem sério, honesto, que raramente tem dúvidas e nunca se engana, e que nunca permitiu que se fizesse mal a Portugal, e ainda menos aos que me rodeiam, pelo que agradecia que acreditassem mesmo na minha palavra, e nos pudessem, de alguma forma, ajudar.

Se for preciso dar mais garantias, também temos um santuário, em Fátima, que gera biliões na economia paralela, e que talvez vos possa interessar; a Amália está morta, mas em contrapartida, temos uma golden-share no Mourinho e no Cristiano Ronaldo, que vos poderá ser transferida, depois de telefonarmos aos senhores russos, turcos e sicilianos que os sustentam.
Também temos fronteiras abertas, para a passagem de substâncias, plutónio, e redes de colocação de desempregados no sistemas de segurança social dos países mais avançados, o que creio ser uma mais valia.

Para terminar, gostaria de vos lembrar que fomos heróis do mar e nobre povo, mas que, agora, só queríamos continuar a "pügredir", pelo que se esta carta puder servir de alguma coisa, tudo o que nos puderem mandar, dinheiro, roupas velhas, enlatados, será bem vindo. Temos ainda algum ouro, que ficou do tempo do Dr. Salazar, os Jerónimos e a Torre de Belém, e está-me a minha senhora ali a dizer, ao fundo, que, se for preciso, também temos muitas crianças, para redes internacionais, de senhores, mais velhos, interessados, desde que não seja para lhes tirarem os órgãos, porque a minha mulher acha isso muito feio e desumano, mas, se tiver de ser, para uma fase posterior, podemos falar disso, mas pessoalmente.

Espero que esta minha carta, que é escrita com o coração na mão e os comprimidos do Doutor Lobo Antunes debaixo da língua, seja lida e apreciada por vocês, com toda a ternura que merece. A Caridade é uma virtude cristã, que leva sempre a que os mais ricos estendam a mão aos mais pobres, embora nós cá achemos que isso é uma coisa que não cai muito bem, num povo com 900 anos de História.

Se precisarem de mais esclarecimento, podem contactar-me pelo meu Facebook, onde os meus assessores escrevem, porque a mão, infelizmente, já me treme muito. Se precisarem de mais algum esclarecimento, poderão também escrever para a Drª. Manuela Eanes, ou para o marido dela, que me deverá vir a suceder, quando eu estiver completamente incapacitado, ou, no Norte, para o Sr. Pinto da Costa, que continua a ser uma referência e uma marca mundial.

Agradecendo antecipadamente a ajuda

Boliqueime, 5 de abril de 2011

Aníbal de Deus Cavaco Silva

(Quarteto effffefefefeemizado, no "Arrebenta-Sol", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers") 

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