sexta-feira, 17 de outubro de 2008

15 de Novembro é mesmo o dia do "NÃO", aliás, dos dois NÃOS!!!...

Eu hoje estou tão longe de aqui, que peço que me desculpem de ter vindo cá.
Para os que me conhecem, sabem que sou daqueles do antes quebrar do que torcer, e estava a jantar num sítio que não me apetece publicitar, chegaram-me uns zunzuns de que andavam manobras sindicais para atrelar Professores a uma suposta Manifestação, marcada para inícios de Novembro. Como sou distraído, fui olhar para a agenda, e descobri que isso nada tinha a ver com a Grande Marcha que tem tem vindo a ser organizada, pela Net, e por sms, para o dia 15 de Novembro.
Eu vou já abreviar, porque nestes casos é melhor ir direitinho aos assuntos. Para mim, quando me a fazem uma vez, dou o desconto; à segunda, fico de sobreaviso; mas, à terceira... deixo de ter dúvidas, e ajo.
Vou só dar mais uma pista: uma das pessoas com quem jantava, por acaso, até era uma alta patente do Ministério da Educação, e confessou-me que tinha estado numa coisa que acharão inacreditável, mas tem vindo a ser documentada por tudo quanto é sítio: uma Acção de Formação (?) do "Magalhães", onde os Professores acabavam a dançar (!)...
Essa senhora, que tem a categoria profissional de Mulher a Dias, com o devido respeito por todas as que exercem seriamente o ramo, e que dá pelo nome de Lurdes Rodrigues, dizia eu, esquece-se, aliás, tem-se esquecido, ao longo do seu execrável mandato, de que está a lidar com uma das classes mais diferenciadas, dentro das Função Pública, onde, maioritariamente toda a gente é Licenciada, quando não tem Mestrados, ou Doutoramentos, e eu passo já ao acto seguinte: se alguém, a mando dessa mulher, me pusesse a dançar a Dança do Magalhães, apanhava, imediatamente, mas era logo ali, com um Magalhães no cornos, e mais com tudo o que eu tivesse à mão,
e vou já passar para a cena seguinte: as pessoas de princípios só se relacionam com quem querem.
Toda a história das desavenças da Humanidade se podia reduzir a forçar convivências entre pessoas que nunca se deveriam ter cruzado, e a fingir que qualquer má vizinhança não degenerará, inevitavelmente, num tempo, numa qualquer guerra. De aqui deriva, inevitavelmente, que essa mulher, que soube estar calada quando houve Juntas Médicas a enviar profissionais para trabalharem e morrerem em serviço, não percebeu que nos códigos das sociedades civilizadas ficou, imediatamente, e para sempre, estigmatizada humana e politicamente.
Tratei-a, na altura, com toda a dureza que me veio ao teclado, como poderão reler AQUI. Como contraponto, o sr. Jorge Coelho, apesar de não ser boa peça, uns anitos antes, quando caiu uma ponte e houve mortes, só porque tutelava a Ministério das Pontes, e não por qualquer responsabilidade directa, achou que era eticamente inevitável demitir-se, e fê-lo. Tem esse traço de honra no turvo currículo.
Para Lurdes Rodrigues, a palavra "ÉTICA" não existe, e as sequelas de um quotidiano assim implicam total ausência de remorso, e, sequer, a sensação de presença de culpa. É sempre tudo "numa boa", e "sempre tudo a andar".
Ora eu não vivo nesse mundo, e, mais, frequento um outro, onde é válido aquele velhíssimo ditado do "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és", de onde, por silogismo simples, estruturas, de qualquer género, que com ela negoceiem, imediatamente se posicionam no mesmo patamar de inferioriade e sabujice que a caracteriza: negócios entre porteiras e empregadas de fora, possivelmente, cada um na sua, a tentar salvar um naquinho da coisa pouca que reste.
Não sou dessas eras, mas suponho que, no arquétipo da palavra "Sindicato" estivesse semanticamente contida a existência de mediação entre classes geralmente sem voz, e estruturas de direcção que lhes subjazessem. Para o Sonho de Bilderberg -- disse-me um sindicalista francês, e a Kaotika ouvi-o tão bem como eu, estava previsto que "os Sindicatos, futuramente, seriam cooperantes (!) com os Governos".
Acontece que, ao longo da minha vida, só fui cooperante com o que me apetecia e nunca me apeteceu cooperar com nada que fosse contra os meus princípios, e é por essas e por outras que me tornei miticamente quixotesco, mas vou para a cama sempre dormir sossegadíssimo.
Negociar com uma criatura sem ética revela uma negociação sem qualquer moral, e despojada da mais elementar das legitimidades, já que, de ela, está, "de facto", ausente o parceiro que se suporia ser representado.
As conversas com Lurdes Rodrigues terminaram no dia em que ela selou um pacto de silêncio com mortes tuteladas pela sua negligência. Lurdes Rodrigues é a Leonor Beleza de Sócrates, e está humana e politicamente ostracizada para sempre.
Se o não perceberam, esses Sindicatos têm de ser esclarecidos, e se não aceitarem o esclarecimento, têm de ser arrumados na mesma prateleira da criatura que insistem em frequentar.
Vem agora o resumo, embora ache que já todos entenderam: dia 15 de Novembro, os 100 000 voltam, acrescidos de muitos outros, que agora sabem o que são 100 000, para rua.
Dia 8 de Novembro, vêm os interesses dos Sindicatos e seus familiares fazer tristes figuras sectárias para a viela.
Têm todo o direito: estamos (ainda) em Democracia, mas esquecem-se de uma coisa: que, dia 15 de Novembro, a maré humana virá acompanhada, desta vez, para mandar à merda Ministra e Sindicatos, ao contrário dos errantes de 8 de Novembro, que farão o seu triste périplo sozinhos.
É tão triste sentirmo-nos sozinhos, não é?..., mas é a vida, meus amigos: cada qual tem a que merece...


(Pentagrama revolucionário, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

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