sexta-feira, 31 de julho de 2009

O íntimo espirro que ligará o Santiago Barnabéu à chuva de milhões da Indústria Farmacêutica


Imagem do KAOS

Há um axioma da Sociologia, cadeira que nunca tive, mas, mesmo assim, consegui fazer a copiar, que diz que "A Gripe dos Porcos apenas terá uma validação mundial quando Cristiano Ronaldo a apanhar".
Eu sei que parece obscuro à primeira vista, mas isso é porque andamos todos numa de Avastin. A anedota sobre o Califa Omar é maligna, e tenta explicar por que é que os Cristãos, uma das piores pragas que caiu sobre a Humanidade, tinham decidido destruir a Grande Biblioteca de Alexandria, porque ler, como se sabe, sempre foi perigoso. Puseram a correr que Omar teria incendiado a Biblioteca com o pretexto de que o que lá estava, ou não estava no Corão, e, portanto, não interessava, ou já estava no Corão, e, logo, não se justificava a repetição.
Hoje em dia, tudo o que não é Cristiano Ronaldo não interessa, e quando tudo o que interessa já está em Cristiano Ronaldo, então por que olhar em outra direção que não na dele?...
Depilar as pernas, como se sabe, faz mal. Os pelos são uma proteção natural, como bem sabem as mulheres da Nazaré, quando sopra aquele frio cortante do Inverno, e elas enrolam os pulsos no bigode, para suportar os sopros hiperbóreos. Mal das mulheres da Nazaré, pois, se não tivessem bigode. Cristiano Ronaldo, pelo contrário, usa aquelas ceras a frio que o fazem soltar "ais" do género da "rola", quando visita a sala de estar de muito boa gente bem casada da nossa praça.
Há algo de espantoso nas pernas de Cristiano Ronaldo, posto que, apesar de ser atleta de alta competição, e fazer aquela dança com a bola, que fascina os pigmeus de todas as Europas Centrais, mas que não é mais do que um derivado do Bailinho da Madeira, versão subúrbio mal nutrido, dizia eu, Cristiano Ronaldo tem umas pernas de senil, como têm os reformados de 75 anos. Os pelos disfarçavam, mas como ele os arranca com o "ai", fica expota aquela pele descorada de galinha, a canela desnuda, e a má distribuição muscular. Alzheimer já anda por ali, e imagino em que estado estará, de aqui a dez anos, mas o problema é dele e de quem lhe empolou a imagem, não meu.
Quando as pernas de Cristiano Ronaldo apanharem a Gripe dos Porcos vai ser um desastre mundial, e toda a gente vai querer imitá-lo, como naquela história das cerdas coladas com cuspo para o alto da cabeça, os brinquinhos de vidro rasca, e os cintos de "poupette" descaídos. Vai ser uma corrida ao contágio, e não haverá Sistema de Saúde que aguente. Objetivamente, quando toda a gente estiver contaminada, a Gripe desaparecerá, e passará a ser um estado de alma, pelo que a vacina até é coisa elementar: basta que apanhemos todos, e rapidamente.
O berço da coisa até já está construído: é o Balneário, que representa no imaginário de qualquer suburbano o mesmo que o Santos dos Santos representava para os Hebreus, no Templo, antes de demolido, por violar a cércea e a volumetria de Jerusalém. No fundo, no fundo, com toda a sua carga homoerótica, o Balneário é o ai jesus e os suspiros de gente que nem sonha que está com tusa por aquela nojeira. Na verdade, tudo o que lá se passa é mau: os vapores, uns gajos porcalhões, todos nus e transpirados, e sempre de boca aberta, entre dois palavrões. Fisiologicamente, para dizer "caralho" -- a palavra estatisticamente mais usada lá dentro -- movem-se muitos músculos dos maxilares, e a boca abre-se a três quartos da sua capacidade máxima, o que representa uma autêntica porta toda aberta para o vírus; se passarmos para o "vai te foder!...", outro dos clássicos de balneário, não só a dentição se move rapidamente, num movimento ondulatório, como ainda há uma labial final, que puxa o vírus bem para dentro das papilas gustativas.
Em resumo: há todas as hipóteses de Cristiano Ronaldo ser um dos primeiros contaminados com a Gripe dos Porcos e isso vira a gerar, brevemente, uma corrida descontrolada à doença.
Se me perguntarem no que é que nós, formigas, lucramos com isso, posso ser cínico e dizer que, bem juntos, neste dois em um, em vez de termos de gramar com 20 minutos de Gripe A e mais 20 minutos de Ronaldo, quando queremos saber o que realmente está a acontecer no Mundo, pode ser que as almas caridosas que conduzem a desinformação televisiva nos reduzam esse suplício a um compacto de 25 minutos. Pode ser, sim, pode ser, tenhamos esperança...

(Heptágono da "Silly Season" no "Aventar", no "AAATCHOO", no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", no "A Sinistra Ministra" e em "The Braganza Mothers")

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