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Do CD 227, da série mandada queimar pelo Orelhas de Bode do Supremo Avental de “Justiça”
(Protagonistas: o Sucateiro, Manuel Godinho, e a sua Boca da Servidão, Dona Idalina Godinho – por detrás de um grande sucateiro, há sempre uma grande sucateira fêmea)
Manuel Godinho – Lina, querida, vem aí o Natal, e precisava de fazer a lista das prendas…
Dona Idalina – Sim, amor, queres começar por quem?... Pelo “Chefe”, pelo “Major”, ou pelo “Dragão”…
M.G. – Vamos pela classe A, que é a mais barata… Como se chamava aquele taxista que mandaste subir, no outro dia…
D.I. – (suspiro) Que delícia, Manel… para esse, podemos pôr uma corrente de ouro, 200 €. Se voltar, dou-lhe também uma figa, porque tinha a figa bem (suspiro)… grossa…
M.G. – O que damos ao Lello, este ano?...
D.I. – A “Lena” ficou de negociar com ele uns custos a mais, nos IPs da Roménia… Acho que eles podem dar a prenda...
M.G. – (silêncio) O “Chefe” não gosta muito que se fale da “Lena”, de maneira que podemos pôr um bidé de prata, aí coisa para…
D.I. – para?...
M.G. – Classe AA – 2500 €
D.I. – Já escrevi, podes continuar, querido…
M.G. – Que é que damos ao Armando?... Essa dos robalos está muito gasta…
D.I. – Podia ser um livro?...
M.G. – Por amor de deus, o homem mal sabe ler, olha... põe umas bandas desenhadas…
D.I. – Mas isso é muito barato…
M.G. – Sim, mas assenta aí, “bandas desenhadas do Tonecas”. O resto vai em “quilómetros”…
D.I. – Damos alguma coisa ao Sousa Tavares este ano?...
M.G. – Também pode ser um livro, mas com muita bonecada, porque o gajo também lê mal… Olha, até tive uma ideia: damos uns “Astérix” a esse, e, em troca, uns “Equadores” à Ana Paula Vitorino
D.I. – “Equadores”, versão copiada, ou o original?…
M.G. – A copiada, porque ela é como o “Chefe”, mázinha, em Inglês Técnico…
D.I. – E para o Vitorino?...
M.G. – O Vitorino adora passes para as saunas: põe aqui um catálogo de “gay-bears”: álbum de fotos, redondos, peludinhos e de pila pequena…
D.I. – Credo, que nojo!... Isso custa quanto?...
M.G. – Acho que é classe A, mas vou ver na “Amazon”… (silêncio) Sim, Classe A, 10 dólares, o gajo fica a folhear aquilo, durante as sessões da Assembleia, e está calado durante uns meses…
D.I. – O Jorge Coelho leva o quê?...
M.G. – Essse gajo já mamou muito. Põe-lhe um Translator de Bolso, para evitar que ele diga “há dem” e “há des”… 250€, Classe A
D.I. – Ai, amor, é tão chato estarmos nesta lista…
M.G. – Ainda falta o “Pidá”… Acho que o gajo ia gostar duma metrallhadora, mas ainda não sei o preço, vou ter de telefonar ou ao “Major” ou ao Júdice…
D.I. – Fica então em aberto?...
M.G. – Sim, deixa em branco, mas escreve AAA, à frente. Convem ter esses gajos da Noite sempre do nosso lado...
D.I. – O Pedroso leva alguma coisa este ano?...
M.G. – Sim põe um Menino Jesus de Prata, coisa aí para 400 €, AA
D.I. – E o “Major”?...
M.G. – O “Major” vai com o Figo e o Pinto da Costa. Temos de falar com o “Chefe” e ver se obtemos um perdão fiscal. O ideal era que os gajos pagassem para aí, sei lá, 5% do que puseram nos “off-shores”, e o resto vinha em perdão fiscal, para enganar o pagode…
D.I. – Isso são montes de robalos, amor…
M.G. – Pois são, querida, mas o populacho é analfabeto, está tudo no nível da Lurdes Rodrigues, mas para o perdão fiscal, no estado em que esta merda está mais robalo, menos robalo, é tudo uma questão de meses, ate à Bancarrota... mas tenho mesmo de falar com o Gajo das Finanças, e tem de ser às escondidas da “Bruxa”, que essa gaja anda a esticar-se muito no que diz para a Imprensa...
D.I. – Não achas que se podia pregar-lhe um… susto?...
M.G. – Não, a gaja tá de saída e o Balsemão já negociou com o Avental pôr aquele chavalo tonto, o Passos Coelho, no lugar da Velha, para esta merda não oscilar muito.
D.I. – Mas damos alguma coisa à Velha?...
M.G. – Sim, põe aí um Galo de Barcelos, mas baratucho, segunda escolha, que ela depois vai ganhar uma pipa de massa, quando for para Governadora do Banco de Portugal
D.I. – A Maria Barroso?...
M.G. – Ai, filha, essa ainda está pior: dá-lhe uma prenda A… Olha, melhor, nem gastes dinheiro: manda-lhe aquele catálogo de “La Redoute” do ano passado… Não deitaste fora, pois não?... Assim, a gaja fica a ver os bonecos, lá em Nafarros, e não chateia.
D.I. – E o “Chefe”…
M.G. – (silêncio)
D.I. – (silêncio)
M.G. – … o “Chefe”?...
D.I. – É sempre um grande problema… Um problema do caralho...
M.G. – Vamos deixar para o fim, mas não te esqueças, amor…
D.I. – Temos a Câncio… Que achas?...
M.G. – Vocês é que são mulheres, sabem melhor do que eu…
D.I. – Querido, eu acho-a nojenta, de maneira que preferia que fosses tu…
M.G. – (risos) olha, por mim… (risos) Por mim… era já um vibrador…
D.I. – Manel, por amor de deus, não sejas ordinário…
M.G. – Querida, EU estou a falar a sério… Acho que lhe faz falta. Há uns da Ferrari, com cinco mudanças, dizem que faz maravilhas de jornalismo…
D.I. – (silêncio) ... amor…
M.G. – Pronto. Tive uma ideia genial: vamos gastar uma pipa de robalos, mas vamos matar dois coelhos de uma só cajadada… (risos)
D.I. – Como assim?...
M.G. – Mandamos a gaja para Barcelona, para falar com o Rubén Noé Coronado, para a aconselhar a fazer um implante de pénis…
D.I. – Amor, isso vai sair AAAAA, caríssimo!…
M.G. – Não vai, querida, ela faz o implante, toma umas hormonas, é um investimento, como qualquer outro, (risos) saiu mais caro mandar matar o Sá Carneiro, e depois… (risos)
D.I. – … depois o quê?...
M.G. – (risos) Ficamos com o problema do “Chefe” resolvido: quando ela estiver … “transformada”…, oferecemo-la como prémio (risos) ao “Chefe”… (risos)
(fim da escuta)
(Quadrilátero, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")
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