sábado, 25 de junho de 2011

O Fim do Sistema Fiduciário, seguido do Governo de Massamá





Imagem do Kaos


Não, hoje não venho dizer mal do Governo, até por que não o conheço bem, mas disso só falo no fim, se me permitirem, porque ando infinitamente preocupado com o que está a acontecer no Mundo, enquanto os carros de alta cilindrada foram, pela XIX vez ao Palácio da Ajuda dar posse a mais uma Comissão Liquidatária da Lusitânia. Acontece que, enquanto o Sr. Aníbal mascava a erva saramaga, e o Passos Coelho era todo reflexos caju de cabeleireiro de bairro, estava a acontecer, aliás, está a acontecer, pelo Mundo fora, uma coisa que os nuestros hermanos do "Partido" gostam de classificar como Fim do Capitalismo, mas é mais vasto e preocupante do que isso, até porque nunca fui capitalista: só gosto é de gastar dinheiro, como qualquer mortal comum, excluída a Madre Maria Clara do Menino Jesus, que era muito poupadinha, e por isso foi beatificada. Estamos a falar do colapso do Sistema Fiduciário.

O dinheiro, já uma vez por aí escrevi, é uma convenção civilizacional, que foi contemporânea de as senhoras começarem a usar saltos altos e minissaias apertadas. Eu explico: antes do dinheiro, vinha um gajo com mau aspeto, tipo Liga dos Últimos, com uma vaca às costas, enquanto se aproximava um outro, com ar igualmente mau, com um pata negra aos ombros. Na hora da troca, das duas, uma, ou a vaca valia o mesmo que o Pata Negra, e trocavam-se, e cada um seguia com objeto diferente às costas, ou o da vaca começava aos gritos, a dizer que a sua vaca valia pata negra e meia, e isso era mau, porque, pelo princípio salomónico, cortavam qualquer coisa à vaca, e ela, no meio das trocas morria.
Não vou fazer uma História do Dinheiro, embora me agrade estar a ver pelo canto do olho, aquele denário de Creso, que está aqui ao lado, mas foi rápida: o objeto moeda passou a ser uma terceira entidade, que evitava que a vaca fosse esquartejada, quando não chegava para cobrir, salvo seja, o Pata Negra, e então, muito civilizadamente, as senhoras que andavam de saltos altos olhavam para a vaca e diziam: esta vaca vale 30 denários, como o Cristo, e o porco vale só 25, pelo que, se não se importa, para levar a vaca em troca, deixa cá o porco e mais 5 denários...
Tudo isto era maravilhoso, até porque se evitava que as senhoras enterrassem os saltos na lama, quando eram muitas as vacas e os porcos.
Para nefelibatas, como eu, rapidamente a moeda passou a valer mais do que lá estava escrito, porque, às vezes, era bonita, e eu resolvia pagar, por ela, um pouco mais, numa moeda feia, enquanto pelo lado delas, as senhoras de saltos altos ainda resolviam aligeirar mais as coisas, passando das moedas para os papéis impressos e para os american express black, que os dominique strauss-kahn costumam usar para calar bocas babadas de esporra.

Em dois milénios e meio, passámos do dinheiro que valia exatamente o que tínhamos na mão para uma metáfora de uma metáfora, que era um papel que dizia, olha, eu não vou andar com o dinheiro que vale aquela vaca, porque quer o dinheiro quer a vaca são muito pesados, mas não te preocupes, porque, ali atrás, se quiseres, podes ir buscá-lo (o dinheiro, porque quem é que quer vacas, no séc. XXI?:..).
Com o degradar das coisas, e como já ninguém comparava o papel com a retaguarda, passou a haver mais papel do que cobertura, e, depois, a cobertura passou a assentar na confiança das entidades emissoras.
Eu explico: quando se vai à tribo do Castel Branco e se diz "um dólar", imediatamente a preta acredita que aquilo é precioso, e esfrega-o na lama das mamas, enquanto a paneleirona diz, "ai, filha, um dólar, o que é que se faz hoje em dia com um dólar?...", e a verdade é que não se faz nada, como muito bem sabe o Sr. Obama, que tem 6 Estados em bancarrota, e uma dívida 3 vezes superior ao PIB, que não é um BIP escrito em americano, mas sim tudo o que a América vale num ano, e cada vez vale menos, porque aquilo é terra de riqueños, mulatos, judeus especuladores e gajas que mamam na Sala Oval. Tudo o resto ou são hambúrgueres, ou o Grande Canyon, ao contrário de nós, que temos os Castelos de La Loire, Roma, a Cripta dos Habsburgos, a Múmia de Lenine, o Danúbio, Altamira e a Clara Ferreira Alves.

Um belo dia, com a Informática, nem papel moeda passou a haver, e converteu-se tudo em infindáveis fileiras de números, que muita gente confundia com dinheiro, e muito raros ainda convertiam em vaca e porco. Depois, entregou-se a coisa a máquinas, que se entretêm com efabular equilíbrios, e, no coração de Atlanta, mandam para o caralho pedidos de empréstimo do Barcklays, uma instituição perigosa, que muita gente pensa ser Inglesa, mas é de gajos de toalha na cabeça, e gajas de bigode e burka.
Neste berço nasceram Maddoffs, a Bancarrota Argentina, e, depois, a Islandesa, o BPN, o Vítor Constâncio, e filho, e começou uma perigosa deriva, porque houve pessoas que se lembraram de dizer, olha, já agora, que me diz que eu tenho este número na conta, passe-me o dinheiro equivalente para cá, e o banco responde que não tem... já, e que passe... amanhã, e os... amanhãs vão passando, e, depois, quando chega a altura de tentar trocar o dinheiro pela vaca, descobre-se que não há vaca nenhuma, mas só os subsídios que o Sr. Aníbal, de Boliqueime, deu aos Agricultores, para desertificarem o Interior e se dedicarem ao tráfico de droga, nas rias da Galiza e do Guincho.

O Obama, o tal do "yes we can", que ainda um dia me "há dem" explicar o que é que queria dizer, tem, lá em casa, um petisco gigantesco, que é não haver dinheiro para os números que lhe põem na boca, e, como não os percebia, multiplicou-os, e resolveu contaminar a Europa com eles. Pelo meio, o Japão regressou, em três dias, à Idade Média, e a China começou a mostrar que não consegue produzir mais do que Lojas de Chineses, o que é altamente desagradável, para as senhoras de saltos altos, de Milão, Genebra e Paris, e, lamento informar, também para mim, embora use ténis, caros, sim, mas ténis.

A Grécia, outrora berço do Ocidente, hoje, um país de ciganos, foi escolhida como metáfora desta longuíssima agonia do Sistema Fiduciário, tanto mais que, de cada vez que um país fica constipado, não chega debitarem-lhe números, mas acontece pedir-se, em tempo real, que apareça o tal dinheiro que já não existe por detrás dos números. Deste modo, quanto mais países se aproximarem do incumprimento, mais essa ficção chamada "Dinheiro" será obrigada a aparecer, quando... já não há.

Alguns apostadores, idiotas, ainda estão a ver quem vai primeiro, se o Euro, se o Dólar, mas isso é indiferente, porque, se, quando, forem, irão um atrás do outro. O purismo estará apenas na precedência.

Tudo isto aponta, apesar das altas cilindradas do Palácio da Ajuda, para uma coisa muito mais perto do Kanellos, o cão anarquista, que, em Atenas, é sempre o primeiro a avançar sobre as Forças da "Ordem", o que quer dizer que, num lapso temporal extremamente curto, poderemos voltar ao sistema de trocar a vaca pelo porco, e, aí, vamos ver quem tem vacas e porcos, até porque nem todas as vacas nem os porcos são iguais, e cada qual produz o que produz.
Para tornar claro o que digo, imagine-se o Príncipe Charles com a sua Camilla Parker-Bowles, a tentar dialogar com o Sarkozy, com a sua puta Bruni, às costas, e o Sr, Aníbal, pelo meio a tentar negociar a Maria, com um Berlusconi, cheio de putas e de meninas refugiadas da Tunísia às costas... Em termos de potencial violência -- Quem trocaria a Carla Bruni pela Manuela Eanes?... -- as brunis, as marias, as michelles, as camillas e excrescências afins acabarão, por ausência de mediação monetária, esquartejadas, e, por acréscimo, os aníbais, os sarkozys, os obamas e os charles, que, fielmente, as carregavam às costas.

Este é o retrato do que está aí para vir, e que muito alegrará os nossos amigos comunistas, que crerão estar a assistir ao Fim do Capitalismo, mas, não, meus caros, isto é tão só o fim de nós todos.

No meio disto tudo, tomou posse o Governo de Massamá.

A seu tempo, dele falarei: faz-me lembrar o Governo de Queluz, do Príncipe Regente, aquele que a Carlota Joaquina, uma das valentes putas que governou Portugal, constantemente encornava, e que se encarregou de fugir para o Brasil, deixando os cafres por cá.
Aparentemente, o "pügrèsso" do Sr. Cavaco conseguiu que o governo mudasse de nome e de referência geográfica, para o outro lado da Linha, de Sintra, entenda-se, mas as circunstâncias também se alteraram. Corremos o risco de, dentro de ano e meio, todos os cafres se terem posto a mexer daqui, deixando ao contrário do Governo de Queluz, o de Massamá, a falar sozinho para as paredes.

Oxalá me engane...

(Quarteto da Bancarrota, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers" - não vai para "Uma Aventura Sinistra", que decidiu fechar, até o Nuno Crato enveredar pelo disparate...)

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