quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Os estivadores do nosso descontentamento






Imagem do Kaos, e dedicado ao Miguel, que já percebeu que a glória dos artistas, por vezes, tem mesmo de sair  à rua




Há um postulado da Política que diz que Aníbal de Boliqueime só abre a boca em quatro circunstâncias: quando vai ao dentista, ver em que estado estão as suas presas algarvias; quando abre as fauces, para dizer ao jornalista que nunca lê jornais, enquanto estiver a morfar bolo rei; quando tem os seus célebres ataques, devido à degenerescência neurológica, ou quando as moscas, cansadas de entrar, o deixam entregue ao disparate.

Vamos ser claros: constitucionalmente, os governos caem na Assembleia da República, por dissidências de maioria, ou por motivos de força maior, que requerem a intervenção do Presidente da República, uma figura que, desde 2005 -- vai para 10 anos, o tempo passa... -- em que Aníbal de Boliqueime sentou as suas ceroulas nojentas em Belém, e, desde então, como se diz em linguagem vaticana, estivemos em situação de sede vacante, ou seja, o cadeirão existe, mas está vazio, ou ocupado pela sombra de um espantalho.

Se, para a História, o período em que Cavaco Silva foi absolutíssimo primeiro ministro de Portugal -- The Great Portuguese Disaster, de 1985 a 1995 -- é hoje fácil de narrar, já que correspondeu a um época em que se governava com a abundância de três orçamentos, o de Estado, o das privatizações e o da inesgotável fonte dos Fundos Estruturais, e em que o aleijão aproveitou para destruir a Agricultura, as Pescas, a Indústria, a solidariedade social, o sistema de ensino, a rede ferroviária, os estaleiros, os portos, e muitas coisas que já se me varreram da memória, já o período de 2005 a 2012 é infinitamente mais penoso, já que se assemelha ao "jamé" de um deserto da Margem Sul.

Durante esse período, o miserável fruto do Poço de Boliqueime teve poderes para desautorizar um mafioso, a soldo da Maçonaria, da Goldman Sachs e do clube do crime de Bilderberg, que dançava, como uma borboleta, sobre as centésimas dos desequilíbrios do Orçamento de Estado. Estamos, tecnicamente, a falar de Vítor Constâncio, o primeiríssimo filho da puta da minha lista daqueles que teríamos de pendurar pelos pés, para regenerar Portugal. Podia tê-lo posto fora, e não pôs.

O consulado de Sócrates foi penoso: foi uma anomalia do delírio das bichas de fato Armani, que a minha querida Koki insiste em ser um perverso que adorava mulheres dominadoras, mas lhe garanto eu que do que ele gosta é de peitos peludos. A Fava sabe-o, e bem lhe custou o candeeiro com que lhe partiu um braço, quando o apanhou na cama num blowjob for the boy, que, juro, não sei quem foi, mas a listagem era longa. A sexualidade, como se sabe, não é critério de determinação pessoal, bem pelo contrário, pode ser meritória, como no caso do Portas, que continuou a fazer tudo o que sempre fez, apesar dos cargos ministeriais, nem de exclusão política, mas, quando o político mente em tudo, é justo que lhe digamos que também está a mentir na sua sexualidade, e Sócrates sempre esteve: foi uma rapsódia em Câncio, também conhecida por um americano na Defesa, e um venezuelano na cama. Orou-se nos altares de Jeová, e nunca a família foi tão importante, com tanto primo, meio primo, semi primo, tio, semi tio, meio tio, e tio daqueles de pegar de empurrão (Um dos meus textos mais gloriosos, o "Simão das Braguilhas", dedicado à Eva). Metade da família vivia no Héron Castilho, e a outra em "offshores". Foi o império da "Independente", do Vara, da Felgueiras, do Figo, dos transbordos semanais, a 500 €, das bordas da Inês de Medeiros, de Lisboa para Paris, e vice versa, da nacionalização do BPN, da fuga do Constâncio e da invenção da "Troika", entre outras. O Aníbal podia tê-lo posto fora, e não pôs.

Como se sabe, o Aníbal adora vacas, talvez por carência de ter uma beata em casa, e nunca deveria ter deixado essa mundividência, para ir conspurcar os jardins da Presidência, que tão lindas árvores tem -- um dos pinheiros está doente, e juro que essa é um das minhas grandes preocupações do momento, porque se deus levar o Cavaco, nada se perde, mas muito se perderá se aquela árvore fantástica perecer. Rezem por ela. A História, todavia, ou a roda do infortúnio, enfiou-nos lá essa aventesma, para nos assombrar alguns dos anos mais sinistros de Portugal, os do tempo corrente.  Teve os escândalos do Relvas, as empresas fantasmas do Passos, os tumultos de rua, os negócios obscuros dos submarinos, os 23 cm do André Wilson da Luz Viola, os crimes do Dias Loureiro, os assassinatos do Duarte Lima, os estripamentos do seu mandatário para a juventude, Renato Seabra. Podia ter demitido essa escumalha toda, e não o fez.

Exceto as balelas, as banalidades, as redundâncias, os espasmos, os babares de queixada, os discursos vazios, enquanto as mulheres de Portugal gritam que têm fome, as inaugurações paroquiais, as intervenções salazarentas, de um gajo que nunca percebeu que estamos no séc. XXI, Cavaco tem tido, e, felizmente, as goelas fechadas, tirando estes últimos dias, nos quais incluo o de hoje, em que voltou a abrir a gorja, para despejar um chorrilho de disparates.

Todos os que com ele conviveram, referem um ser cobarde, cujas mãos não se podem apertar, dada a permanente transpiração do Medo.
Arrastou-se, coisa de que nem Salazar precisou, numa viatura blindada.
Vive rodeado de seguranças, que são a fonte de afrontamentos da Senhora de Mota Amaral, e uma das raras coisas que ainda a mantém viva.
A Maria, essa nódoa do sexo feminino, no tempo em que fingia que dava aulas no Ano Zero da Católica, tinha a sala sempre cheia de polícias (!), não fosse alguém lembrar-se de agarrar nela, e fazer galinha de cabidela, coitada, que nem um tiro de misericórdia, sequer, merece.

A verdade é que Cavaco recomeçou a falar, por uma razão muito simples: está com MEDO, um MEDO terrível do que aí vem, porque já lhe devem ter assoprado aos ouvidos que a paciência dos povos, não é, como o Mar Oceano, infinita, e que está a dar sinais de que chegou ao fim. Se é certo que há alguns que já têm, antes dele, a senha tirada para a limpeza que se anuncia, caso do Relvas, do agente do Relvas, o Coelho, o Aníbal também está na linha da frente, digamos, entre os dez primeiros lugares do Dia da Limpeza.

Há uns anos, no tempo em que Cavaco destruía Portugal, como primeiro ministro, em Gdansk, os estivadores dos portos, com o valeroso Lech Walesa, tiravam o tapete à decadente ditadura polaca. Foi o pontapé de arranque da queda do corrupto Oriente Europeu.
Em Portugal, consta que são 400.
Acho que é mentira, e mais serão.

400 homens, contudo, dos tatuados, na casa dos 30, já capazes de grandes encavadelas na Clara Pinto Correia -- bons tempos com os Alemães, da Base de Beja, filha, não era?..., agora só Chineses,  picha pequena e tráfico de tudo... -- daquelas de porem as trompas de falópio a ecoar a "Sinfonia Alpina", de Strauss; daqueles capazes de agarrar num dos seguranças do Coelho de Massamá, o inconsolável viuvinho da arrebentada Padinha; daqueles capazes de pegarem na Assunção Esteves, a Suricata da Assembleia "Nacional", e a enfiarem na sanita, de onde nunca deveria ter saído, de agarrarem no Relvas, e o enviarem, na forma de hamburguer, para Luanda, e empandeirarem os criminosos da Goldman Sachs, Borges, Moedas e Gaspar, enfim, a listagem do costume, 400 homens são, como em Roma, o suficiente para assegurar uma Guarda Pretoriana.

Quando o Imperador já não serve, sacam da espada, e separam-lhe a cabeça do corpo.

S.P.Q.R., o Senado e o Povo de Roma vos saúdam, melhor, estão ÁVIDOS da vossa chegada :-)

(Quarteto de Calígula anda por aí, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

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