terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Batalha de Lampedusa, enquanto parte suja da Guerra preta de Obama ao negro, seguida de um Tea Party de badalhocas







Imagem do Kaos, e dedicada ao Kaos, que anda noutra daquelas fases de achar que o Mundo devia mudar: ó homem, nem os teus bonecos nem os meus textos o mudarão, só que eu escrevo para chatear,e tu ainda acreditas que alguma cois vai mudar. Deixa-te disso, e cria...



Já várias vezes escrevi esta frase, e voltarei a ela quantas vezes for necessária: a Europa, um continente desgastado pelo tempo e pela inércia, nunca se conseguiu libertar de uma coisa dramática, chamada o Complexo de Maio de 68, um período que deve ter tido muita graça, mas que, ao ser vivido pela juventude de muitas pessoas, decerto sinceras, decentes e esperançosas, as impregnou da pior sensação que pode acontecer a qualquer comunidade, que é o convencimento -- a segunda síndroma -- de estar no Fim da História.

Basta ouvir a segurança, a jactância, a estupidez natural de Antónios Barretos, Nunos Cratos, Durões Barrosos, e seus congéneres europeus, para perceber que essa gentinha acha que apenas houve uma juventude, a juventude deles, e os outros que se amanhem. Para mal de todos nós, o Tempo, essa dramática consequência do Segundo Princípio da Termodinâmica, existe, não sei se enquanto entidade ontológica, mas enquanto sistema dissipativo da Realidade: todos os Lou Reeds deste Mundo morrem, até para mim, que não sabia que ele existia, como morreram os seus equivalentes, no meu imaginário, Bernstein ou Karajan, o que quer dizer que esses arruaceiros de maio de 68 começaram a ter cabelos brancos, vozes com catarro, e a ascender, uns, por direito próprio, outros, pelo Princípio de Peter, aos lugares verdadeiramente decisórios do Mundo, e, até aí, tudo bem, não se lhes tivesse metido na cabeça que os teriam, um dia, de os abandonar, como sempre aconteceu, ao longo da História.

A III República Francesa afundou-se assim, no célebre trocadilho, em que se perguntava por que é que todos os lugares políticos estavam ocupados por homens de 80 anos, sendo que a resposta é que estavam, por que os de 90 já tinham morrido... A situação presente é muito semelhante, com o risco agravado de que os de 80 agora ainda estão na casa dos 60 e dos 70, e a esperança de vida, (in)felizmente, aumentou. Por outro lado, enquanto a III República era meramente senil, estes cavalheiros e cavalheiras acham que detêm as chaves e a verdade suprema do Fim da História, ou seja, a sua sobrevivência não é meramente biológica, é determinante, e cruelmente, ideológica, esquecendo-se de que a sua ideologia envelheceu, e de que gerações mais novas, porventura infinitamente mais aptas, estão ansiosas para que eles abandonem a teia blindada em que se instalaram. Mas não abandonam, e criaram autênticas vedações eletrificadas, para evitar que os arranquem de lá.

Os cavalheiros que gritavam por sex, drugs and rock-and-roll são hoje os piores censores das fodas dos outros, os moralistas do teste do álcool e os Comissários Europeus para o Ultraliberalismo, o Desemprego e as reformas aos 70 anos.

Gostaria de os ver, em maio de 68, a reagir a uns Fascistas,  Sociais-Fascistas e Capitalistas que lhes dissessem que tinham de largar o Che Guevara, o Fidel e o Mao Tse Tung, e iam ter de alombar com trabalho mal remunerado, até ao fim das artroses, em vez de uns charros, uns LSDs e umas gajas que davam brutas gerais, em parties lésbicas e sem preservativo.

Este é, grosso modo, o trauma pós traumático da Europa politraumatizada, que se tornou numa adolescente decrépita, ou, pior do que isso, naquilo que a minha avó designava de velha gaiteira.

A História real é mais dura, brutal e nada tem de romântico: a ultradireita americana, uma coisa que não me perguntem o que é, mas governa ininterruptamente os Estados Unidos, pelo menos, desde o fim da II Guerra Mundial, apenas tem na cabeça uma coisa: a posse dos recursos naturais, e do ouro negro, que (ainda) move o Mundo, o petróleo.

Perante isto, nunca recuaram em nada: em 68, imaginaram uma revolta de barbudos piolhosos, e gajas todas úmidas, em Berkeley, que imediatamente alastrou à Europa, França, sobretudo, que ainda era branca e não lepeniana, e levou De Gaulle a ter de declarar o Estado de Sítio, e a colocar os tanques em redor de Paris. O regime colapsou, e instalou-se essa primavera florida, que o fez -- De Gaulle -- a abandonar o que realmente preocupava a América: o ir convencer os desertos árabes a passar a transacionar o petróleo em francos e marcos, em vez de dólares. Esta é a dura história do Maio de 68, e tudo o resto são Woodstsocks, para entreter punhetas velhas.

Nada disto é extraordinário, e voltou a repetir-se, quando o Xá virou o petróleo persa numa direção autónoma: imediatamente os financiadores de obamas da altura agarraram num velho asqueroso, que estava em Paris, onde toda a merda se aloja, incluindo a Maria de Medeiros, o Ferro Rodrigues e o Carrilho, correram com o Shashim, Rehza Pahlevi II, e impuseram uma teocracia, como nem na Idade Média se vira, se viu e se vê. As vítimas restantes foram caindo, uma a uma, sempre com o mesmo pretexto, mas revigorado: o grande amigo do Ocidente, Saddam Hussein caiu, no dia em que decidiu que poderia vender petróleo pago em em euros, em vez de dólares, e seguiram-se as "primaveras árabes", um dos mais colossais embustes do séc. XXI, em que velhos facínoras, urânicos, pedófilos e caciques, apadrinhados pelo Ocidente, como Kadafi, foram apeados pelas forças da Sombra, sempre que lhes passava tirar o petróleo das mãos dos senhores dos dólares.

Nos entrementes, os Cohen-Bandit envelheceram, e tornaram-se, por todo o lado, em Cohen Bandidos.

Quem manda agora na Europa, em puro estado de delírio masturbatório, são estes mesmos canalhas que acham que a sua juventude foi a última da História, e o derradeiro doce que lhes deram foi pôr um preto a presidir à América, convictos de que estavam a assistir a um lutherkingismo afinal chegado: não estavam, estavam era a ser vigarizados, porque o sobressalto americano teria, realmente, acontecido, se houvesse um presidente afro-não-sei-das-quantas a ser eleito, no tempo do Luther King, e não passado meio século, para gáudio, satisfação e autocomplacência de ambas as partes.

Metaforicamente, as sombras que governam a América e o Mundo davam-lhes o derradeiro doce, e, em contrapartida, passavam a ter rédea solta para fazer tudo o que não se tinham atrevido a fazer até então. Creio que Marx -- e este é um texto de alguém para quem Marx é uma grelha analítica, como qualquer outra, brilhante, nuns pontos, e miserável, em tantos outros -- ficaria horrorizado com o que nos está a acontecer: isto não é o declínio do Capitalismo, é Metropolis, de Fritz Lang, mas sem catacumbas de esperança.

Para os Senis de 68, houve uma primavera no Magreb. Não houve: criou-se, no Magreb, uma fronteira de Fundamentalismo, que, diariamente, instigada por Obama, um emplastro de vaidade, e os seus promotores do "Tea Party", está a INVADIR a Europa, enquanto tenta destruir o Euro e o Iluminismo.

O "sonho" de Obama é uma Europa de "auroras douradas".

Tecnicamente, depois de um período de longuíssima pseudopaz, as fronteiras marítimas da Europa, chamadas Lampedusa, ou as que ainda aí estarão para vir, estão a ser violadas, numa manobra surdamente orquestrada, tal as fronteiras terrestres do México, que, dia após dia, despejam nas ruas da gigantesca favela americana milhares, milhões de desgraçados, em busca de um mundo melhor, que mais não é do que a coutada falida de uns quantos senis, que se barricaram, para viver, até aos 80, os únicos 20 anos que reconheceram a alguém, os SEUS (deles) 20 anos.

O fim disto disto será uma guerra civil generalizada, e uma Europa fragmentada de regimes totalitários.

Mergulhados na sua imbecilidade, descobriram que o "Tea Party", de Obama, os estava a escutar, numa guerra para além de suja, e que a América, num mundo multipolar, acabará por entregar a Europa à sua deriva, conquanto, agora, tem coisas bem mais preocupantes pela frente, como um Estado Mafioso, a Rússia, que nunca evoluiu, desde Ivan, o Terrível, e um estado de atropelos, a China, onde se procria como coelhos, e se vive, abaixo das elites, como escravos, a fazer-lhes frente e concorrência. Para o Senhor Barroso, ou o Senhor Barreto, ou a "anarquista" Lurdes Rodrigues e o Albanês, Crato, se a China se metamorfoseou assim, é porque deve ser bom, e toca de embarcar.

Apenas aqui, dou razão aos cavalheiros de Bilderberg: há gente a mais, para recursos a menos, e cada vez mais os recursos a menos estão mais nas mãos de gente que vale cada vez menos. Assim, por alto, com o deficit americano -- uma ficcção de números que não têm qualquer palpabilidade real -- e também está nas mãos dos Chineses e dos criminosos terroristas sauditas, a tal Guerra do Sirão aparece, e desaparece, dos Órgãos de Intoxicação Social. Como se aprendeu com as Grandes Guerras, os ensaios gerais fazem-se sempre ao lado, como em Mozambique, e na África do Sul, os futuros Zimbabwés, mal o velhinho Madiba feche os olhos.

Claro que nada disto nos diz respeito, porque ainda conseguimos estar em graus de intoxicação inferiores: um sádico, que representa culturalmente (!) Portugal em Paris, tal como Relvas representa, culturalmente (!) Portugal, no Brasil. Num país assim, tudo é possível, como haver casamentos de conveniência, com violência doméstica, com uma gaja, que alegadamente estava sempre bêbeda -- e isso costuma dar vice reitorias na Lusófona -- e caía nas moitas. Mas quais moitas, senhor Manuel, de dia, Maria, de noite, se a moralidade mandou rapar todas as moitas de Portugal, não fosse alguém ver lá o solzinho a dançar. Ela caía, e ficava cheia de nódoas negras, por causa das moitas???... Só se for do Bois de Boulogne, onde os representantes portugueses não são conhecidos de vista, e vão ter com altas travecas de salto alto, prostitutos curdos e rapazitos de la racaille, que, por 50 euros, lhes mijam na boca.

Um luxo.



(Quarteto do ó Bárbara arredonda a saia, Ó Barbara arredonda-a bem, Ó Bárbara arredonda a saia, olha o Dinis que ela tem, escarrapachado no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")



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