sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Entre Bárbaros e Breiviks, a Europa soçobra no seu pântano de indecência moral








Imagem do "Mirror", e dedicado a Aylan, aquela criança, cidadã do Mundo, que nunca acreditou que no Canadá seria grande




Creio que a grande expectativa deste miserável quintal será saber se esse denominado Conselho Português de Proteção Civil (CPCC) se demitirá sexta, será dissolvida no sábado, desaparecerá no domingo ou conseguirá arrastar-se até segunda. Qualquer outra hipótese é, obvia e presentemente, inegociável, mas aceitam-se apostas. Ser a Cauda da Europa não é estatuto menosprezável, e também tem as suas obrigações.

Nos últimos dias, como previsto, aquilo que, internacionalmente, já foi apelidado de "pornografia moral", invadiu as montras dos jornais e das televisões. Não há coisa pior, no mundo, do que o ócio de um jornalista. Como Goya dizia, o sono da razão produz monstros, e a intoxicação social, falha de dados, e incapaz de um juízo sintético, multiplicou-se em aberrações e anecdotes de consumo de primeira página. Do ponto de vista logístico, a explicação é fácil: uma reportagem de fundo, sobre a verdadeira causa deste flagelo, instalado em todas as margens do Mediterrâneo, saía caro, metia risco, e não podia ser feita nos écrans de gabinetes, a partir dos simples vómitos diários da Reuteurs e da France Press. Antes obrigava a vestir o capacete, calçar as botas, e partir para o terreno, e conhecer essa rede monstruosa, que está a desenraizar populações inteiras, para as transformar em nas novas armas de arremesso da Aldeia Global. Seria perigosa, e saía cara ao Balsemão.

Falha desta logística, o jornalismo caviar contenta-se com interpretar imagens, e tentar a contaminação do costume. Na terceira versão do recontar da história a coisa já entrou na náusea do senso comum, e nas conversas de transporte público, onde o cliente dos festivais de verão da NOS já conseguiu segregar uma versão própria do pensamento medíocre. Eu próprio, que me comovo sempre com estas interpretações do real, nascidas entre Fátima e o "Glorioso", finalmente recebi, pelas orelhas, um ovo de colombo da situação, já que um, daqueles das tatuagens e óculos escuros ray ban, tinha descoberto que isto, afinal, podia ser uma epifania para o problema demográfico da Europa.

A coisa não estava assinada Poiares Maduro, por que ainda ninguém se tinha lembrado de a galambizar, mas lá virá.

Eu sei que o cenário de guerra é sinistro. Aliás, esta, como estava anunciada, era a mais sinistra das guerras que iríamos presenciar, já que, enquanto é feito o frete de sermos bombardeados com imagens de crianças, mulheres, gente em massa, como nas grandes deportações da História, há um muro de silêncio sobre o que realmente está a acontecer nas muitas frentes de batalha, e muita coisa está a acontecer, alguma da qual estou inibido de revelar aqui, mas apenas acrescento que o desastre é absoluto. Uma saudação para os corpos especiais portugueses, que combatem esses cães, sem moral nem rosto, e para o tratamento que lhes dão, quando os apanham: pendurados de cabeça para baixo, e duas refeições ao dia, porrada ao almoço, e porrada ao jantar. Só se perdem as que caem no chão, mas isso não chega: devem estar agora muito encaralhados, os fazedores de opinião do costume, que passaram décadas a queixar-se da permanente intromissão americana nas frentes críticas, e, agora, bem precisavam dela. Pois, acontece, mas eu vou ser carinhoso, e dizer-lhes que, afinal, ela até está lá, só que numa forma porventura encapotada.

O obamismo, essa anestesia do Ocidente, que consistiu em eleger alguém cujo programa e objetivos não eram a América, mas tão só, entre sorrisos e palmadinhas nas costas, destruir a Europa, entreteve-se com as "primaveras" árabes, e depois deixou-as à solta, esquecido daquela velha máxima que diz que pensamento corânico e democracia são dois pólos inconciliáveis, numa longa marcha paralela, que a Europa tinha feito, em sentido inverso, para desgastar a sua longa praga fundamentalista cristã, e que parecia ter chegado a um patamar neutro, não fosse o reeclodir do Obscurantismo, pela mão nefasta do Reagan do Vaticano, Woytila, e seus piores seguidores, mas tudo isso seria uma outra história e outro texto, e mais não acrescento.

Basicamente, o ISIL e arredores, uma mistura explosiva de subúrbios decadentes do Ocidente, obamistas, neomaoistas, fundamentalistas, extremas de todos os extremos, gajas com falta de homem, mafias de todos os tráficos, e meros excessos populacionais, também descobriu o seu ovo de colombo, que mais não é do que ter encontrado a arma mais barata do Mundo, o míssil humano. O míssil humano é uma marca da indecência e do triunfo da trivialidade: auto replica-se, auto destrói-se e é reciclável. Goza da proteção de todas as religiões, e as suas muitas fábricas vivem ao abrigo do religioso "crescei e multiplicai-vos". Nunca os grandes traficantes de armas americanos e ingleses se lembrariam disto, mas o fim da Humanidade, incarnado pelo ISIL, lembrou-se, e a receita acabou por triunfar.

Para os fazedores de opinião, confundidos com a multiplicação as suas "boas imagens", capazes de desviar a opinião pública do verdadeiro problema, as fábricas de mísseis humanos, as suas plataformas de lançamento e as suas proteções de percurso, serve a cosmética do final do processo, onde a Europa é convertida no lugar de aterragem de longas rotas manipuladas à distância, e a sua cegueira local é equivalente a alguém que, por estar com uma septisemia, é enviado para uma estiticista, para lhe pintarem as unhas e taparem os hematomas das extremidades. Para quem se situe, obstinadamente, nos patamares racionais, incólume a estes estados de alma e ao opinar errático, histórias como as dos "migrantes" que passaram, de bicicleta, as fronteiras do Ártico, estão no limite do kafkiano e são a prova de que, algures, num algures que pode estar muito próximo de nós, alguém deve estar a gargalhar profundamente. Creio que este lado caricato das coisas será o retrato futuro do obamismo, se houver futuro e alguém para poder fazer tais retratos, por que o estado das coisas é pesado, doentio e insuportável.

Não convém que escreva mais. A solução das coisas passa pela tal decisão que é incómoda tomar: ou queremos intervir na causa das coisas, e a isso chama-se guerra, ou, mais friamente, neste caso, uma política de extermínio localizado dessas hordas que se situaram de fora da Humanidade. Sobre essa coisa, chamada ISIL, uma hidra multiforme, creio já tudo estar dito, e só faltar intervir, já que não há lugar para sobreviventes, posto não estarmos perante uma guerra, mas perante uma patologia que atingiu alguns focos geográficos, que antes se encontravam povados por humanos. Deveremos interiorizar que, por muito que isso nos custe, se deu ali uma suspensão da vida, e que aquelas coisas que estão a desestabilizar a própria conceção de Humanidade devem agora ser erradicadas do cenário. Parece que querem destruir Palmira, ou que, noutras interpretações, estão a destruir o património cultural para esconderem o tráfico local das peças móveis, que invadiram o eBay, como aquando Bush saqueou Bagdad. (O processo, como em tudo é engenhoso: uma vez comprada a peça, financiado o terrorismo internacional, extraviada no percurso, e coberta pelo seguro da rede de comércio eBay, cumpriu-se o ciclo, e pagamos, do sofá, o saque de Nimrod).

Nesses atos acabaram de definir o seu próprio destino: estas gentes que ignoraram a História devem ter o seu rasto rapidamente eliminado da mesma, e nada mais se advoga para esse ISIL e para a sua plataforma de lançamento de mísseis vivos com que ensaiaram destruir a Europa. Compete à Europa destruí-los antes, e a seguir banir todos os obamismos. Como finalmente saiu, na forma de verdade elementar da boca daquele jovem de treze anos, eles não querem vir para a Europa, querem apenas que deixem de alimentar a guerra na Síria, e quem diz a Síria, diz todos os focos de desestabilização do bem estar das sociedades. O pequeno Aylan creio que aspirava a menos: apenas sonhava brincar, como todas a crianças de três anos. O Obama não deixou.



(Quarteto justamente nihilista no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

1 comentário:

pvnam disse...

-> A superclasse (alta finança - capital global) pretende 'cozinhar' as condições que são do seu interesse:
- privatização de bens estratégicos: combustíveis... electricidade... água...
- caos financeiro...
- implosão de identidades autóctones...
- implosão das soberanias...
- forças militares e militarizadas mercenárias...
resumindo: estão a ser criadas as condições para uma Nova Ordem a seguir ao caos - uma Ordem Mercenária: um Neofeudalismo.
{uma nota: anda por aí muito político/(marioneta) cujo trabalhinho é 'cozinhar' as condições que são do interesse da superclasse}
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Todos diferentes, todos iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta.
[nota: Inclusive as de 'baixo rendimento demográfico' (reprodutivo)!... Inclusive as economicamente pouco rentáveis!...]
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Devemos estar preparados para a CONVERSA DO COSTUME dos nazis made-in-USA [nota: estes nazis provocaram holocaustos massivos em Identidades Autóctones]: «a sobrevivência de Identidades Autóctones provoca danos à economia…»
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P.S.
Existem 'globalization-lovers' (que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa), e existem 'globalization-lovers' nazis (estes buscam pretextos para negar o Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones).
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P.S.2.
É preciso dizer não ao nazismo democrático e sim ao separatismo, isto é: é preciso dizer NÃO àqueles que pretendem determinar/negar democraticamente o Direito à Sobrevivência de outros.
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P.S.3.
http://separatismo--50--50.blogspot.com/
(antes que seja tarde demais)