quarta-feira, 16 de abril de 2008

Les amis de Soares


Quis o Watchdog moer-me a paciência -- ele julga que ter sete vidas, mais precisar de foder regularmente, não me ocupa tempo... para eu comentar o texto, e eu comento, porque faço sempre o que me pedem, como qualquer submisso típico, e começo pelo comentário dele, que reza assim:
"Andava eu deambulando por essa (vastíssima) blogosfera afora, quando ao acaso acabei por "tropeçar" aqui e encontrei este documento histórico que abaixo transcrevo. Trata-se de uma carta de António Barreto dirigida a Mário Soares, precisamente um dia antes do dia 25 de Abril de 1974. Dada a sua preciosidade e atendendo ao apelo do autor do post para que este documento seja difundido, aqui o deixo, cabendo aos leitores avaliarem a veracidade ou não do mesmo:

«Querido Camarada Mário Soares,

Como te lembrarás, querido camarada, nas nossas reuniões secretas que tivemos com o camarada Duarte, tu vindo de São Tomé e eu de Genebra, num dos palácios que o nosso amado líder tem em Karlovy-Vary, essa bela estância balnear na Checoslováquia, onde tão bem fomos tratados e em boas farras nos divertimos (melhores as regadas a Pilsen que as de água carbónica com gosto a sabão que disseram serem óptimas para nos curarem o estômago dos excessos gástricos), ficou perfeitamente definida a estratégia secreta que Brejnev, em reunião do Politburo do PCUS, definiu para quando nós os três, os portugueses mais revolucionários, na crista do levantamento popular, com ou sem apoio militar, fizermos a revolução e tomarmos o poder.
Lembras-te decerto, querido camarada, que foi então combinado que eu devo, em data a combinar, aderir ao PS, a organização que tu criaste para servir de capa de fingimento oposicionista ao verdadeiro partido revolucionário, o PCP, e, uma vez ou outra, fazer o papel de adversário do camarada Duarte, na estratégia também secreta em que tu e os outros camaradas da direcção darão mais nas vistas. Nos tempos mais conturbados de conflitos entre as massas populares, uns pela revolução e outros pela contra-revolução, e caso o refluxo se avolume e a reacção decidir aguçar os dentes, tu, querido camarada, deves-me nomear ministro da Agricultura, para, em união de facto com o PCP, liderar um simulacro de ataque à Reforma Agrária, cumprindo um plano que é simultaneamente secreto e simples: eu mando a GNR ocupar as herdades colectivas e entregá-las aos antigos latifundiários, fazendo sempre antes, e caso a caso, dois telefonemas de aviso, um para a CAP e outro para o PCP. Assim, quando se der uma ocupação, encontram-se os soldados da GNR, os latifundiários e a célula local do PCP. Presumindo-se que todos irão armados para as ditas ocupações, teremos os mortos e os feridos que necessitamos para acelerar a revolução e justificar o célebre e secreto “plano x” que prevê a passagem à fase do terror vermelho no Alentejo e que, via Beiras Baixa e Alta, há-de levar à conquista do Norte reaccionário.
Sabendo das dificuldades de memória de que padeces, querido camarada, achei oportuno mandar-te este lembrete do nosso plano, que vai por carta em correio registado com aviso de recepção, não vão as massas populares resolverem de um momento para o outro libertarem-nos do fascismo e tu esqueceres-te da tua missão de me nomeares ministro da Agricultura quando a revolução tiver de ser levada às suas últimas consequências. Como sabes, revolução sem terror, com muitos mortos e estropiados, é, politicamente falando e como Lenine nos ensinou, uma espécie de coito interrompido. E nós, se somos revolucionários também somos muito homens e não fraquejamos no momento do orgasmo.
Viva a violência revolucionária!
Fogo na Reacção!
Genebra, 24 de Abril de 1974
O teu camarada sempre ao dispor para qualquer revolução
(assinatura com aspecto de ser legível)
António Barreto»
Ora a carta, tirando os orgasmos de cópula, que estavam muito na moda, por oposição aos organismo de cúpula, é perfeitamente falsa, excepto a presença de Soares em Karlovy-Vary (Cheirou-me a palácio, fui logo lá farejar, mas não me apeteceu pagar o acesso ao artigo, o Watch paga...).
Álvaro Barreto -- acho que também é do Grupo do I.S.C.T.E., vertente não-pedófila, é mais um dos situacionistas, a par de Júdice, Rebelo de Sousa, e outros do mesmo calibre. Nessa altura, quem mandava em Portugal era o ex-Chefe da C.I.A., Franco Carlucci, pedófilo acirrado, que transmitia as ordens de um dos Grão-Mestres de Bilderberg, Kissinger.
O tempo passou, Carlucci está um caco, e Paolo Carluccio faz o seu papel de agente, no Algarve, onde alicia rapazinhos, geralmente brasileiros, com a promessa de pagar 2000 € dia para "oi, quero tua pau agora, brinca com pau em mao eu quero leite em boca" (sic.), e eu já os avisei que isso, no mínimo, é para os levar ao "Velho", que ficou fortemente fragilizado com a crise do Casa Pia, ou para tráfico de órgãos, já que um "boa-noite-cinderela", chapado num pobre paulistano ilegal, ninguém vai dar por nada, e dá mais cinco anos de vida, por tuta-e-meia, a um cadáver judeu adiado, de East Upper Side.
Barreto, em contrapartida, continua em forma: vomita para o "Público", e é daqueles para quem este tipo de cenário é... amoroso.
Por mim, punha-o na prateleira, ao lado do Proença de Carvalho e do Soares, embora o Soares -- o Padrinho -- já esteja demasiado velho.
Quanto ao Watchdog... aprenda a datar e a identificar estilos, ou como é que pensa que eu faço com a senhora adúltera que teima em não largar o "Vicentinas de Braganza"?...

6 comentários:

António Chaves Ferrão disse...

A descrição fantástica, quando feita por mãos competentes, arrisca-se e ser a mais ajustada à realidade.
Impagável este Arrebenta.
Um abraço

Ferroadas disse...

Esqueceste o Alegre que de tanto trovar em Argel já não fazia conta com a revolução e esteve sempre a leste da mesma, preferindo curtir umas gajas boas no exílio, para além do Piteira mais interessado em servir de ponte entre os de Paris e os de Praga. Mas enfim, isto são outras “istórias”.
Este Barreto sempre desconfiei do gajo, foi e é um valente barrete, tem a mania que é filósofo de esquerda, afinal é mais um que consegue passar entre os buracos da chuva sem se molhar, a não ser, como afirmas, destruir a reforma agrária pouco ou nada fez de interessante ou útil.
Abraço

Watchdog disse...

Arrebenta, já viste que um coitus interruptus pode significar uma boa estória.

-pirata-vermelho- disse...

A 'carta' é evidentemente forjada, de um modo que parece ingénuo e grosseiro!
Compreende-se... a mensagem vai de acordo com o alvo, não é?

Watchdog disse...

Que "fernesim" que houve hoje, avaliando pelas visitas ao blog... Será que o Barreto também cá veio?

Anónimo disse...

O artigo está muito bom. Retrata o grande empenho que os Coveiros do Socialismo em portugal, fizeram para destruir a revolução e entregar de novo o poder ao grande capital.Todos estão muito bem governados. O povo é que paga a esses malandros e tem cada vez mais dificuldades.