sábado, 25 de outubro de 2008

O Ogre do Passos Manuel

Imagem do KAOS
De vez em quando, gosto de retomar certas temáticas, até por que elas são, em muitos dos casos idiossincráticas da nossa desestruturação nacional. Falando grosso: são as Duras Vértebras da Cauda da Europa.
Em tempos, já não me lembro quando, mas decerto antes da Bancarrota do Capitalismo de Casino, no tempo em que o Hipopótamo da D.R.E.N. deitava cartas, afirmei que, pior do que a arrogância do "Engenheiro" Incompleto ou da Bruxa da Educação, eram os pequenos sócrates, as pequenas margaridas moreiras, as pequenas lurdes rodrigues, os pequenos maiores portugueses de sempre que muitas das alminhas, com quem diariamente convivemos, já traziam dentro de si, e apenas estavam à espera de oportunidade, para saírem da sua triste hibernação.
Já, num texto antigo, citei o Abade Correia da Serra, que dizia que "Cada um de nós transporta, dentro de si, um familiar do Santo Ofício", e, nunca, como hoje, essa frase se tornou verdadeira e pertinente.
Há dois ditados célebres, que dizem que o Ensino Secundário é o caixote de lixo das licenciaturas, e uma outra, ainda melhor, que diz que só vai para o Superior quem não obteve colocação no Secundário. Ambas são de uma malignidade infinita, mas como todas as provocações radicais, têm o seu "je ne sais pas quoi" de verdadeiro, todavia, desculpem-me... não é por aí que vou, já que ainda tenho de espezinhar, antes de começar, um outro canteiro, o das professoras primárias, ou do 1ºCiclo, que acho que é como agora se diz.
Para azar das Professoras Primárias, talvez as professoras que mais respeite, porque fazem parte de uma profissão que eu nunca poderia ter, Lurdes Rodrigues e o Hipopótamo da D.R.E.N. também o foram, facto que destestam citar nos referidos currículos, mas que enformam uma determinada maneira de estar na vida, que é a de Salazar, em que a criancinha de bibe se portava mal, e logo levava uma reguada na mãozinha submissa. Acontece que essas duas vacas continuam a reagir com a classe mais habilitada da Função Pública através de repreensões e reguadas, para ver se assustam os meninos, mas, como há sempre cerejas no cimo do bolo, as tais pequenas lurdes, pequenos sócrates e pequenos tiranos de vão de escada, tal como no Verão Indiano em que estamos, proliferaram, como as moscas, daquelas mesmo chatas, que já deviam estar mortas, dado o adiantado da Estação, mas insistem em andar à nossa volta, completamente zanzadas e a chatear-nos permanentemente.
Grave é quando ocupam lugares de chefia, os chamados "pequenos poderes", que Foucault bem estudou, e que representam, geralmente, a pior das tiranias, a tirania do mais fraco sobre o mais forte, tal como Oscar Wilde a crismou.
Vem, por isso, o carinho de hoje dedicado a um mentecapto dessa espécie, que tem o seu pequeno trono no Passos Manuel, velha escola de tradição de Lisboa, e que resolveu ser mais lurdesco do que a Lurdes, e mais socratino do que o Zé de Vilar de Maçada.
Essa "Avaliação", que a permissividade dos Sindicatos deixou que se tornasse num vexame de 150 000 pessoas, na sua maioria, bem formadas e... aprumadas, "soltou a franga" a muito boas almas turvas, e o entronado do Passos Manuel, chegou-me naqueles zunzuns, de quem sabe bem a que orelhas assobiar as histórias, e as minhas são do mais perigoso que há, porque passam directamente do tímpano para o teclado, com uma estereofonia capaz de aterrar qualquer um, modéstia à parte, o entronado do Passos Manuel, dizia eu, resolveu soltar a pequena lurdes que tinha dentro de si, e "pôr as coisinhas na ordem", porque o respeitinho é muito bom.
Segue-se que pratica o seguinte, entre outras coisas, porque mais pistas não posso dar, não venham a chegar às fontes, porque estes pequenos escroques, geralmente, são do tipo lacrau, e conhece bem o sentido da palavra "vingança":
1) Os tais artigos -- não sei o nome -- que os professores enfiam, por conta do período de férias, têm de ser requeridos, e autorizados, com 15 dias (!) de antecedência. Para os leigos, que andam noutras partes destas lides, públicas ou privadas, isto é equivalente a dizer que aquele telefonema que podem fazer para o chefe, para a empresa, ou para o sócio, a dizer, "pá, hoje surgiu um imprevisto, só vou poder aparecer mais tarde, mas resolvo tudo, quando chegar...", no Passos Manuel têm de ser metidos com 15 dias de antecedência (!). Suponho que, com isto, a criatura queira que cada um se transforme numa pequena Maya, e preveja o que vai ser no mês seguinte. Nem a Meteorologia, amores, quanto mais o ser humano...
2) "Pontes"... acabaram. Sempre que venha um pedido, mesmo com 15 dias, para faltar num buraco entre dois feriados, nem pensar, porque faz falta um corpo presente, numa sala, onde alunos e pais fizeram... a ponte, e a deixaram deserta.
3) O amoroso achou que, como a sineta do toca-a-trabalhar soava no dia 3 de Setembro, era a altura ideal para pôr os seus escravos a labutar, e a construir as grandes pirâmides de Gizeh, e lá arranjou uma gaja com sotaque peninsular, para dar uma formaçãozeca, compactada -- o original é assegurado, na Faculdade de Motricidade Humana, pelo Professor Vitor da Fonseca, boa cabeça, garanto eu, e excelente profissional, ainda garanto mais -- e, ao contrário do farrapito vendido no Passos Manuel, dura 80 e tal horas, tem um segundo nível, feito na própria Faculdade, e um terceiro, o mais hermético, e secreto, na própria Jerusalém. Faz parte do esqueleto de Formação Dura Israelita, caro Presidente do Conselho Executivo dessa chafarica, e, se não o sabe, informe-se, porque eu até estou dentro do assunto. Suponho que o idiota do Passos Manuel desconheça esta hierarquia.
4) Professor que ponha muito aluno na rua, por mau comportamento, é logo chamado ao Santo Ofício, para levar uma reprimenda, e uma ameaça sobre a carreira...
6) Ah, nas acções de formação não é permitido o riso, porque são gratuitas, e para que sejam gratuitas, alguém as terá de estar a pagar, pelo que qualquer sorriso é mal visto, e haverá sempre um/uma colega "bufo" que logo põe a boca no trombone.
7) A Avaliação está "ravissante", e cada professor, para além do bibe, da continência e do Hino da Mocidade Portuguesa, tem de apresentar, no Fim do Ano, o seu "Portfolio" pessoal (!)
O Passos Manuel, como muitas das escolas clássicas do centro de Lisboa, tem alguns docentes extraordinários, da velha guarda, que, perante um cenário destes, estão a meter, em barda, e cheios de penalizações, os papéis para a reforma. Gente digna não se verga a caciques destes, como é óbvio, e zarpam.
Agora, sinceramente, não me apetece escrever mais. Aparecer-me um gajo destes pela frente, fazia-lhe o mesmo que faço às moscas do Outono tardio: mata-moscas em cima, ou, como ele é grande, uma clássica mocada nos cornos.
Ah, já me esquecia, no meio deste glorioso rigor, o Passos Manuel recebe diariamente a visita da P.S.P., por causa das navalhadas, do tráfico de droga e das bombas artesanais que os nossos futuros "Nòbèles" da Química já aprenderam a fabricar. Nas escadarias defronte, com vista para a Igreja, a pior "racaille" -- vi eu, com estes que a terra há-de comer... -- acumula-se nos degraus, à espera do comprador de haxe e de pólen, do viciado nas pastilhas, ou da garina de 13 anos, que acabará emprenhada pelo "pinta" de 21, da esquina de baixo. Sua Excelência, nos calores do seu gabinete, suponho que ignore esta realidade, porque o importante é mesmo a Ordem e o Respeitinho.
Está o senhor de parabéns: meteu-me tanto nojo que até lhe dediquei este texto, que, espero, lhe torne doravante a vida substancialmente mais difícil, ou pelo menos, o torne num daqueles apontados a dedo deste país miserável... Só lhe fará é bem.


(Vómito em cinco cantos, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A SMS DE 15 DE NOVEMBRO

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas


15 DE NOVEMBRO: OS 100 000 E SEUS AMIGOS VOLTAM A LISBOA PARA DEFENDER A DIGNIDADE DE APRENDER EM PORTUGAL. A NOSSA FORÇA É VISUAL. TRAZ O TEU SINDICATO CONTIGO.


(Copia para o teu telemóvel, e envia a 10 dos teus melhores amigos)


( Pentagrama conspirativo no "Arrebenta-SOL", na "Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO" e em "The Braganza Mothers )

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A angústia de um homem de Bigode, no momento de tentar enfiar uma farpa no Complexo de Elektra de uma traumatizada ex-aluna Casapiana

Imagem do PROTESTO GRÁFICO
Vocês andam cheios de sorte, porque, ultimamente, eu ando de bom humor. Ora, quando eu ando mal humorado, detesto que gozem comigo, e, quando sorrio, ainda detesto muito mais.
Vamos direitinhos ao assunto: era uma vez um país de homens de bigode. Isso é do tempo dos afonsinos, em que os homens, sempre obcecados com o tamanho da "coisa", e impedidos de andar com a "coisa" de fora, para se medirem uns com os outros, recorriam a uma metáfora, e deixavam crescer uns pelos, debaixo das narinas.
A mensagem era subtil, como todos os pensamentos da Rosa Lobato de Faria: quanto maior o bigode maior a "coisa".
Havia "coisas" para todos os gostos e tamanho: pequeninas, à Hitler; farfalhudas, à pielas de Manuel Alegre; retorcidas nas pontas, à garupa da Sarah Palin; inchadas, como o botox da Manuela Moura Guedes, ou ralas, meros buços, como a inteligência de Vítor Constâncio.
Isso era no Tempo da Abundância, quando os cavalheiros desciam o Chiado, e davam bengaladas uns nos outros, sempre que o Millennium-BCP da época branqueava capitais, ou o BPN escondia os buracos financeiros por debaixo do tapete, e a Caixa Agrícola falia, num "ai" tuberculoso, de IV Acto da "Traviata".
Depois, com o esvaziar da Ampulheta, os últimos bigodes viram-se em 25 de Abril de 1974, onde toda a gente queria mostrar que tinha uma "coisa" grande, esperançosa e revolucionária.
Ai, que saudades!... Está longe, como Alcácer-Quibir, não é?... Porque depois veio a Crise, e imperou a Lei das Incompatibilidades, e, ou se tinha bigode em cima, ou... em baixo.
Mário Nogueira, supomos, optou, em 2008, pelo bigode de cima, e caiu numa terrível ratoeira, e aqui vamos ter de começar a ser objectivos, para construir o silogismo, e os factos reais, comprováveis e cientificamente tratáveis são os seguintes:
1) Mário Nogueira tem bigode
2) Eu desconfio de homens de bigode
3) Os homens de bigode necessitam sempre de mulheres autoritárias e dominadoras
4) Maria de Lurdes Rodrigues ADORA e precisa de homens de bigode, que lhe fazem lembrar o Pai (Freud) Ausente
Dadas as quatro situações anteriores, as conclusões tornam-se, agora, watsonianas: Mário Nogueira quer mostrar a toda a gente que tem a "coisa" grande, mas a "coisa" grande é incomprovável, porque ela é hoje um Gato de Schrödinger: como só se pode ter o bigode em cima, ou em baixo, se se quiser comprovar o bigode de baixo, imediatamente ele ressalta para cima, e nada se sabe; se se olhar para o bigode de cima, dada a Lei das Incompatibilidades, nada ficamos a saber sobre o bigode de baixo.
Simples, não é?...
A notícia de que os "agitadores", velha categoria herdada dos tempos do Maior Português de Sempre, tinham começado a pôr a circular uma sms, dizendo que os Professores se iam "conciliar" com os seus maravilhosos Sindicatos de Bigode, pôs-me imediatamente um sorriso às listas, como o do Gato da Alice, e comecei eu, imaginem, a afiar as pontas do meu próprio bigode...
Nem vocês imaginam, caríssimos leitores, o estado de pólvora em que fico, sempre que me tocam no bigode: como se diz em bom Português, vai tudo raso, e hoje é uma pequeníssima ante-câmara de eu começar a pôr tudo a ir mesmo raso, e vai já de seguida: Sr. Mário Nogueira, nunca o conheci de lado nenhum, como não assisto aos programas do Goucha (outro, de bigode), ou aos "Gatos Fedorentos", e só o ouvi, finalmente, referenciado numas quantas anedotas de mau gosto.
Prefiro qualquer Bergmann aos Sindicalistas.
Sei que assinou um contrato, onde atraiçoou 100 000 pessoas, com uma pessoa que nunca fez um "mea culpa" da sua cumplicidade em diversos homicídios involuntários de Juntas "Médicas", coisa que NUNCA lhe perdoarei, e que, mandasse eu, já lhe teriam valido um valentíssimo olho da rua há anos, mas mesmo muitos anos!...
Do que tenho lido pela Net, o Sr. e mais os seus sequazes, estão-se a preparar, mais uma vez, para fazer "surf" numa onda que não é vossa.
Acontece que há uma Classe Profissional, que, ao longo dos últimos anos, foi ferozmente ofendida e vilipendiada por um Poder Repugnante, cuja hipóstase é essa mulher-a-dias que puseram como Ministra da Educação, conhecida nalguns altares pela "SINISTRA MINISTRA".
Acontece que dessa classe profissional depende todo o futuro de Portugal, porque é ela, e só ela, que educará as Gerações Futuras. Se não tiver condições físicas, nem estabilidade psicológica, para cumprir a sua tarefa, iremos regredir, com sequelas muito mais graves do que as quotidianas trafulhices de Bolsas e Bancos de um Sistema Parolo: Sr. Nogueira, nós regrediremos à Idade Média, com a sua complacência e a dessa Incompetente que insiste em tutelar a 5 de Outubro.
O meu conselho é, pois, muito simples: se ainda não sabe, eu domino a PALAVRA, e a palavra -- in principio erat verbum -- é criativa e pode ser fatal. Imagine um cenário em que frases de mérito subitamente se unem com imagens cruciais, e o Sr., os seus acordos, e a Bruxa da 5 de Outubro são tsunamicamente transformados num puré como nunca sonharam!...
Hoje, como ja viu, estou profundamente romântico: estou a viver, intensamente, este Verão Indiano de 2008, com temperaturas como eu adoro, e com o País a afundar-se na direcção que eu bem previra, e é por isso que, com muito amor, acredite, com muito amor, por si, por todos os homens de bigode, e pelas engomadeiras autoritárias que hoje, madrugada do dia 21 de Outubro lhe vou deixar aqui um amigável convite blogosférico: lembre-se de que a hora é de União, e, assim sendo, desconvoque a sua Palhaçada de 8 de Novembro, e venha juntar-se aos mais de 100 000 que, Dia 15 de Novembro, virão descer a Avenida da Liberdade.
Já imaginou que a sua sobrevivência pode estar dependente do Cataclismo desse Dia?...
Saudações Democráticas de quem muito o estima, e tudo de melhor para si deseja.
P.S - Dê um grande beijo meu à Lurdes, quando a vir... A partir de hoje, é a Guerra.

(Pentagrama guerreiro, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

15 de Novembro é mesmo o dia do "NÃO", aliás, dos dois NÃOS!!!...

Eu hoje estou tão longe de aqui, que peço que me desculpem de ter vindo cá.
Para os que me conhecem, sabem que sou daqueles do antes quebrar do que torcer, e estava a jantar num sítio que não me apetece publicitar, chegaram-me uns zunzuns de que andavam manobras sindicais para atrelar Professores a uma suposta Manifestação, marcada para inícios de Novembro. Como sou distraído, fui olhar para a agenda, e descobri que isso nada tinha a ver com a Grande Marcha que tem tem vindo a ser organizada, pela Net, e por sms, para o dia 15 de Novembro.
Eu vou já abreviar, porque nestes casos é melhor ir direitinho aos assuntos. Para mim, quando me a fazem uma vez, dou o desconto; à segunda, fico de sobreaviso; mas, à terceira... deixo de ter dúvidas, e ajo.
Vou só dar mais uma pista: uma das pessoas com quem jantava, por acaso, até era uma alta patente do Ministério da Educação, e confessou-me que tinha estado numa coisa que acharão inacreditável, mas tem vindo a ser documentada por tudo quanto é sítio: uma Acção de Formação (?) do "Magalhães", onde os Professores acabavam a dançar (!)...
Essa senhora, que tem a categoria profissional de Mulher a Dias, com o devido respeito por todas as que exercem seriamente o ramo, e que dá pelo nome de Lurdes Rodrigues, dizia eu, esquece-se, aliás, tem-se esquecido, ao longo do seu execrável mandato, de que está a lidar com uma das classes mais diferenciadas, dentro das Função Pública, onde, maioritariamente toda a gente é Licenciada, quando não tem Mestrados, ou Doutoramentos, e eu passo já ao acto seguinte: se alguém, a mando dessa mulher, me pusesse a dançar a Dança do Magalhães, apanhava, imediatamente, mas era logo ali, com um Magalhães no cornos, e mais com tudo o que eu tivesse à mão,
e vou já passar para a cena seguinte: as pessoas de princípios só se relacionam com quem querem.
Toda a história das desavenças da Humanidade se podia reduzir a forçar convivências entre pessoas que nunca se deveriam ter cruzado, e a fingir que qualquer má vizinhança não degenerará, inevitavelmente, num tempo, numa qualquer guerra. De aqui deriva, inevitavelmente, que essa mulher, que soube estar calada quando houve Juntas Médicas a enviar profissionais para trabalharem e morrerem em serviço, não percebeu que nos códigos das sociedades civilizadas ficou, imediatamente, e para sempre, estigmatizada humana e politicamente.
Tratei-a, na altura, com toda a dureza que me veio ao teclado, como poderão reler AQUI. Como contraponto, o sr. Jorge Coelho, apesar de não ser boa peça, uns anitos antes, quando caiu uma ponte e houve mortes, só porque tutelava a Ministério das Pontes, e não por qualquer responsabilidade directa, achou que era eticamente inevitável demitir-se, e fê-lo. Tem esse traço de honra no turvo currículo.
Para Lurdes Rodrigues, a palavra "ÉTICA" não existe, e as sequelas de um quotidiano assim implicam total ausência de remorso, e, sequer, a sensação de presença de culpa. É sempre tudo "numa boa", e "sempre tudo a andar".
Ora eu não vivo nesse mundo, e, mais, frequento um outro, onde é válido aquele velhíssimo ditado do "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és", de onde, por silogismo simples, estruturas, de qualquer género, que com ela negoceiem, imediatamente se posicionam no mesmo patamar de inferioriade e sabujice que a caracteriza: negócios entre porteiras e empregadas de fora, possivelmente, cada um na sua, a tentar salvar um naquinho da coisa pouca que reste.
Não sou dessas eras, mas suponho que, no arquétipo da palavra "Sindicato" estivesse semanticamente contida a existência de mediação entre classes geralmente sem voz, e estruturas de direcção que lhes subjazessem. Para o Sonho de Bilderberg -- disse-me um sindicalista francês, e a Kaotika ouvi-o tão bem como eu, estava previsto que "os Sindicatos, futuramente, seriam cooperantes (!) com os Governos".
Acontece que, ao longo da minha vida, só fui cooperante com o que me apetecia e nunca me apeteceu cooperar com nada que fosse contra os meus princípios, e é por essas e por outras que me tornei miticamente quixotesco, mas vou para a cama sempre dormir sossegadíssimo.
Negociar com uma criatura sem ética revela uma negociação sem qualquer moral, e despojada da mais elementar das legitimidades, já que, de ela, está, "de facto", ausente o parceiro que se suporia ser representado.
As conversas com Lurdes Rodrigues terminaram no dia em que ela selou um pacto de silêncio com mortes tuteladas pela sua negligência. Lurdes Rodrigues é a Leonor Beleza de Sócrates, e está humana e politicamente ostracizada para sempre.
Se o não perceberam, esses Sindicatos têm de ser esclarecidos, e se não aceitarem o esclarecimento, têm de ser arrumados na mesma prateleira da criatura que insistem em frequentar.
Vem agora o resumo, embora ache que já todos entenderam: dia 15 de Novembro, os 100 000 voltam, acrescidos de muitos outros, que agora sabem o que são 100 000, para rua.
Dia 8 de Novembro, vêm os interesses dos Sindicatos e seus familiares fazer tristes figuras sectárias para a viela.
Têm todo o direito: estamos (ainda) em Democracia, mas esquecem-se de uma coisa: que, dia 15 de Novembro, a maré humana virá acompanhada, desta vez, para mandar à merda Ministra e Sindicatos, ao contrário dos errantes de 8 de Novembro, que farão o seu triste périplo sozinhos.
É tão triste sentirmo-nos sozinhos, não é?..., mas é a vida, meus amigos: cada qual tem a que merece...


(Pentagrama revolucionário, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Algumas flexões litúrgicas sobre a dissolução do Privado e a irreversível contaminação do Espaço Público

Vou aproveitar para dedicar este texto à Moriae, que se revelou uma boa amazona, e em tempo útil...
Hoje, pelo segundo dia consecutivo, estou bem humorado. As palmadonas nas costas entre Bush e a canalha europeia só vieram dar razão a quem achou que a "Crise" Financeira foi uma espécie de 11 de Setembro, para que obrigasse os Estados e os dinheiros sacados aos contribuintes a virem em apoio a uma COISA que, enquanto estava no bem-bom, não nos beneficiou em nada, bem pelo contrário, mas que, quando deu para o torto, imediatamente nos caiu em cima.
Malhas que o Império tece, a Especulação jaz viva e apodrece.
O que hoje me traz a estas ilustres casas é um tema que não poderei tratar, por questões de respeito, pelo nome próprio, mas abordarei como Parábola.
A Educação é um centro do Mundo, e é lugar comum situá-la na Família. Quando a Família não existe ou não presta, imediatamente sobra para a Escola, mas isto é velho como quando Hannah Arendt o disse.
A Noosfera, espaço relativamente novo, onde, como Blogues de Referência, estamos a fazer História e a erigir o Consuetudinário (que bem que eu estou a falar hoje, não estou?...) começa a padecer, como seria de prever, de males importados da Atmosfera.
Para mim, que sou profundo apreciador de animais, e não tanto da Espécie Humana, sei como a Irracionalidade, esse nome estigmatizador que damos àqueles afectos que, aparentemente, pouco raciocinam, mas são os primeiros a anichar-se no carinho do nosso colo, pesa na organização dos espaços. O animal é territorial, no sentido em que define, numa analogia de Epicteto, aquilo que lhe é afável daquilo que lhe é hostil. Afora isso, e subitamente deslocalizado, entra numa sequência de reacções confusas, e tem reacções imprevistas.
Nós, humanos, frios, calculistas, vigaristas, insensíveis, homens depredadores do Homem, como Hume dizia, durante os Anos Frios da Decência, soubémos separar a esfera do Íntimo, da esfera do Doméstico, da Esfera do Local e da esfera do Público, e isso era, por estranho que hoje nos soe, um dos efeitos colaterais da... Educação.
Com as as telenovelas, o decair dos padrões de formação, o aviltamento das famílias e das escolas, e o advento das tecnlogias... ah, sim, vou fazer aqui uma pausa, e ir já em contra-mão, para seguir o meu raciocínio... Tomemos, como exemplo, o telemóvel. O telemóvel, que, no espírito e intenção dos seus criadores, deveria ser uma mais valia para o Processo Civilizacional, mercê do "deficit" de Educação, rapidamente se tornou numa perigosa arma de expressão da promiscuidade, misturando -- ai, como isto agradaria à Tragédia Grega, a unidade do Tempo, do Espaço e da Acção!... -- o Íntimo com o Doméstico, acrescido do Local e do Público. Eu explico: em cada esquina, em cada balcão, em cada fila, em cada transporte colectivo, quantos de nós não fomos já obrigados a suportar fragmentos de episódios de Epopeias do Reles, de solilóquios ensaiados em tom de diálogo, de falsos discursos de prosperidade, meramente com vista a oprimir o ouvinte do lado, ou de vidas felizes, em carruagens onde toda a gente segue cabisbaixa com a Depressão, e o vocalizador se está positivamente nas tintas para o estado emocional do parceiro.
A juntar à categoria dos fumadores passivos, deveríamos, assim, acrescentar uma categoria dos... sei lá... dos "telemobilizados" passivos, aqueles que, julgando poder estar entregues ao seu silêncio, são permanentemente forçados a participar em vidas, geralmente desinteressantes, porque, como toda a gente sabe, das vidas e dos países felizes a História não reza nem ecoa.
Não, não me perdi: tudo isto tem um nome, que é Educação, e um anti-nome que é Promiscuidade, ou falta de Formação.
A Blogosfera, com as suas estranhas metamorfoses, que nós, como numa nova Ilíada, estamos a inaugurar, sofre de sequelas analógicas das do Telemóvel. Numa definição algo obsoleta, poderíamos associar um Blogue a um espaço diário, e íntimo, de confissões do Interior. Sobra a falácia de que, ao começar a ser muito lido, ele passe, abruptamente, do Doméstico e do Íntimo, para o Público e o Divulgado.
Eu sei que isto é mau de ser dito, mas tem de ser dito: pelos nossos pecados privados zela a Consciência, quando a temos. No momento em que nos "expomos", passamos a integrar a velha axiologia dos julgamentos morais, e, pelo nosso comportamento, criamos um embrião de Ética.
Personalizando, quando me sento a este teclado, já não o faço com a inocência com que o fazia há meia dúzia de anos: hoje, amanhã, depois de amanhã, milhares de leitores, que desconheço, e com os quais, provavelmemte nunca terei mais nenhum contacto, para além das minhas palavras, esperam, de mim, de nós, dos sérios, uma sequência de discursos, que, diariamente, vão salvando o Mundo do seu naufrágio. Uns fazem-no, como Marco Aurélio, pela via dos pensamentos exemplares, outros, pela publicidade de situações de prejuízo do Eu Social, outros mobilizam multidões, outros, como eu, satirizam, e reflectem em profundidade, outros comovem e convencem, mas, numa leitura optimista, todos nós, nos encontramos, sempre, na salvaguarda da esperança de um amanhã melhor.
Não queria alongar-me muito.
É evidente que este texto é uma sequela para-teórica do que tem sucedido por alguns blogues e respectivas caixas de comentários: algumas pessoas, numa promiscuidade entre o Íntimo, o Doméstico, o Local e o Público, pensam que a Blogofera, que, pessoalmente, entendo como um espaço onde, rapida e quase gratuitamente, podemos revelar a nobreza do Íntimo, num maravilhoso espaço que é, claramente, Público, pode converter-se num novo terreiro de desavenças e transposições dos pequenos horrores que já conhecemos do Real.
Posso dizer que não contem comigo para isso, pois detesto-o, tanto como detesto estar a fumar o cigarro do parceiro do lado, ou a ouvir a vida reles de quem nem vida tem, mas insiste em repeti-la, em altos berros.
Não poderemos permitir que, por ausência de educação, haja gente a trazer para terrenos de exposição pública as suas miseráveis questiúnculas pessoais, que usem os blogues como lugar de opressão dos fracos, como espaço de engate, como sítio onde se apropriam da identidade de outrém para semear boatos e sordidez anónima, para publicar flechas cuja obscenidade nos envergonha, ou, pura e simplesmente, para exercerem os seus pequenos poderes censores, como o fizeram, por toda a parte, e ao logo de toda a sua vida.
Vou terminar, como comecei: não sei o que é um Blogue, e adoro os meus animais, mas sei que, se for preciso, se engalfinharão, quer no pátio de casa, quer à porta de um banco, quer no interior de uma Igreja: para eles, o espaço é espaço, e não há hierarquizações simbólicas, para além das fronteiras da sua pequena terrotorialidade. Uma das nossas missões -- mais uma... -- será a de impedir que o Privado se confunda com a visibilidade do Público. Poderei não saber o que é um Blogue, mas saberei, com certeza, as invisíveis fronteiras do seu Ético. Tudo o resto fica entregue a animais, dos piores, os racionais, os que não têm territorialidade, onde qualquer lugar serve para expor a sua degradação interior, onde cada caixa de comentário é um lugar da decadência humana, esses mesmos, para quem as novas tecnologias são os piores pretextos para exporem a sua insuportável Abominação.
Estamos, para tornar mais clara a imagem, a falar de infra-humanos.
Julgo não vos chocar, dizendo que nunca nos serão de boa companhia...

(Pentágono homérico, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

sábado, 11 de outubro de 2008

http://wehavekaosinthegarden.wordpress.com/, ERCs e outras Baixas Autoridades para a Coacção da Liberdade de Expressão

Imagem do KAOS
Voltamos à cepa torta. Não é a primeira vez que me debruço sobre as coacções da Liberdade de Expressão, e o acontecido no espaço do KAOS ( e quando digo KAOS estou a pensar no Clã KAOS ), obriga-me a retomar o tema.
Sou pouco comentador das caixas do KAOS -- os meus "comentários" do KAOS são os textos que lhe escrevo para as imagens --, e só pedi ajuda aos nossos "desparasitadores", há coisa de umas semanas, quando detectei que as patologias já andavam, em força, por lá.
Nenhum espaço, como o "The Braganza Mothers" terá passado por mais vicissitudes que se possam aqui retomar como exemplares: já tive, na altura em que era ingénuo, de o FECHAR abruptamente, para evitar que fosse vítima de Intrigas de Serralho, e mudasse de mãos, deixando de ser um espaço de criação para se tornar num alvo jurídico, de vinganças de só deus saberá do quê. Tive, depois, de reabri-lo, e tivémos, enquanto equipa, de suportar todo o tipo de pressões, desde a denúncia por "Conteúdos Impróprios", a delação, junto do Sistema "Twingly", da capacidade de que o lugar viesse "linkado" ao Jornal Virtual "Público", depois, um dedinho sapudo, a "classificar" diariamente, como "nulos", os meus artigos no "Arrebenta-SOL", e toda a casta de insultos, insinuações e difamações, de que os emails de administração estão repletos. Na segunda versão do "The Braganza Mothers", pura e simplesmente, abandonei o espaço, e nunca mais lá voltei. Contas feitas, vamos na Quarta Versão do nosso projecto, que, entretanto amadureceu, e se tornou mais sólido.
Os melhores comentários que faço aos trabalhos do KAOS são os textos que os ilustram. Aqui, a coisa funciona ao contrário: ele faz a imagem, e eu tenho pretexto para construir... divagações. Melhores, ou piores, julgarão vocês.
Pessoalmente, e julgo que há algo de profundamente consensual nesta apreciação, o trabalho do João é do melhor que a Blogosfera produziu, e não é por acaso que, sempre que pesquisamos no "Google" por uma das imagens do ridículo teatro de fantoches em que vivemos, imediatamente aparece uma criação do KAOS, para nos fazer sorrir. A pesquisa sobre "Maria de Lurdes Rodrigues", então, dá uma dimensão da escala da menoridade dessa figura de teatro do robertos. Podem experimentar, e peçam aos vossos amigos que façam o mesmo...
Como todos sabem , não há pior arma do que o Riso, sobretudo nas épocas de crise, onde as coisas estão todas condicionadinhas, as notícias todas arrumadinhas, para que nós "zapemos" de canal em canal, e não só encontremos sempre as mesmas banalidades, como até uma reprodução da sequência de débito dessas mesmas banalidades.
Ora, dadas as circunstâncias, que são graves, de um Sistema que está completamente podre em todas as suas vertentes, Política, Financeira, Económica, Cultural, e, sobretudo de possibilidade de Cidadania, qualquer coisa que fuja à norma é perigosa.
Nós, a cada dia que passa, tornamo-nos PERIGOSOS, porque estamos progressivamente mais PODEROSOS, e este poder é uma coisa silenciosa, porque nasceu da gratuicidade, e tende para a relevância, sem passar pela gratificação, quer dizer, pelo lucro comum, se bem me faço entender.
O KAOS, pelo que conheço, e temos isso em comum, é uma criança grande, e pensa reproduzir jogos e sabotagens de infância num mundo dominado por um mau crescer e amadurecer. Pela minha parte, comecei aos 3 anos, e nunca mais parei. Aliás, não me apetece parar. A diferença, hoje em dia, é que existe este meio, visualmente atractivo, naturalmente eufórico, tendencialmente barato, e imprevisivelmente extenso, ou seja, uma pequena graça nossa, preparada como tiro bem assestado, pode provocar, por toda a Net, mossas bem graves.
O exemplo clássico disso, em que todos estivémos embarcados, e muito bem embarcados, foi o Caso do Diploma, onde, durante semanas, o pobre coitado que nos governa foi achincalhado, na sua pobre vaidade de natural da Raia, por gente com cultura urbana, e de elevado calibre. É inegável que nos deu gozo, e mais inegável, ainda, que foi uma mal disfarçada adrenalina que nos levou a lançar toda a lenha que nos vinha à mão, para a fogueira... Ao Balbino Caldeira, a coisa saiu mais penosa, e isso é uma divergência que temos, e que repito: a Blogosfera não se pode pretender Tribunal Jurídico alternativo, portanto -- mas isso é a táctica dele, e eu respeito-o, com toda a serenidade -- portanto, de nada serve andar a fazer "investigações" "ad laterae", e tentar transformá-las em provas de acusação do foro criminal, porque isso dá sempre azo a uma resposta -- como deu -- de um Sistema Jurídico que todos sabemos profundamente inquinado, e incapaz de assegurar os alicerces do Estado de Direito: a Paridade do Cidadão perante a Lei.
O nosso espólio, depois do fim abrupto do "The Braganza Mothers I", fruto da acção de uma "aventureira", -- no sentido depreciativo que esse termo tinha no séc XIX, alguém capaz de vender o corpo, para obter um escalonamento social mais elevado (reveja-a aqui, em toda a sua sordidez) -- voltou a ser reposto "on-line" no "Licenciada ma non troppo", mas saiu-nos do pelo, porque apagar é fácil, reconstruir uma estrutura é bem mais difícil, e nós somos "activistas" das horas vagas, não profissionais destas coisas, ou seja, "time is money", e nós gastamos demasiado "time", sem jamais vermos qualquer "money".
É a vida.
Não é por acaso que escolhi uma edição simultânea disto no "A Sinistra Ministra", que também parece, e incomoda, muita gente, no "Democracia em Portugal", que também esteve encerrado, dado o impasse da tensão criada em seu redor, no "Braganza", pelas razões atrás expostas, e no Kl@ndestino, por causas outras, porque o Carlos teve a brilhante ideia de escolher a fina nata da Blogosfera, para criar um espaço que fosse a Quinta Essência, mas nós já tínhamos demasiados compromissos e fidelidades, em nosso redor, para que pudéssemos passar para um espaço de reclusão mais exclusivo.
A patologia dos comentários já a expus, em esboço, AQUI, e são livres de rememorar e melhorar o texto. Reli-o, e pareceu-me bem feito, para pontapé de arranque. Numa versão simplificada, podemos dizer que, sempre que um espaço se ergue acima do morno e da modorra medíocre em que nos querem, à força, enfiar, há logo uma série de franco-atiradores, solitários, ou em estratégia de grupo, que decidem gerar... entropia, ou seja, criar um simulacro de desordem no que deveria ser o complemento do "post", ou seja, idealmente, o espaço onde, como numa conferência, numa mesa de café, ou num jantar de amigos, se debatesse a ideia, a provocação, ou a hipótese, escrita, ou imagética, para que todos beneficiássemos do confronto das pluralidades, torna-se imediatamente num lugar de insultos, provocações e sordidez.
A ratoeira do KAOS foi a de tentar manter tudo "numa boa", e começar a dialogar, qual Quixote, contra coisas que não existiam. No "Braganza", fomos mais radicais: diagnosticámos a fonte da patologia, aliás, suponho que mais simples e mais personificável do que o verdadeiro escândalo em que se tornaram as caixas de comentários do "Do Portugal Profundo" e do "We Have Kaos in the Garden", e fizémos-lhe um cerco e um ultimato. Na última fase da euforia, o ser, completamente desprezível, já passava por ameaças do "vou revelar quem tu és", "onde moras" e "onde trabalhas", num provincianismo de quem só tinha descoberto dados públicos, acessíveis a toda a gente, em qualquer catálogo de Críticos de Arte, Listagens de Convites do CCB e da Fundação Calouste Gulbenkian, Associação Portuguesa de Escritores, Biblioteca Nacional, Escolas e Universidades, entre outras. A pobre criatura ignorava (!) que o "Arrebenta" era só mais uma linha de um longo currículo de décadas de publicações, conferências e exposição nacionais e internacionais. Podem imaginar o sorriso que isso me despertou: estava, e esta piada é mesmo só para animar o KAOS, ao nível daquela célebre história, que uma vez lhe contei, do "... parece que o António Calvário é bicha..."
Julgava que tinha descoberto a Pólvora... :-)
Por amor de deus, como dizia a E-Ko, criar uma personagem não é para qualquer um, e quer sejam Moriae, KAOS, ou Arrebenta, isso são brincadeiras nossas, mas brincadeiras de sucesso, porque, com o tempo e a persistência, criámos autênticos mitos blogosféricos, que toda a gente conhece, e que, em nada, mas mesmo nada, contendem com as nossas vidas reais, percursos académicos, lugares de trabalho, relações públicas, ou o que quer que seja, onde diariamente brincamos com isso, e diariamente somos saudados pelo bom trabalho cívico, artístico e de salvaguarda da Democracia, que praticamos.
É a glória do Cidadão, depois da apoteose do Virtual.
Todavia, é natural que isso doa, porque nada existe pior do que o Ressentimento, e sentir-se estar de fora de percursos que adoraríamos parasitar. Pois, a mim... não me parasitam, porque eu não deixo... e quando digo que não deixo, não deixo mesmo, e vai tudo raso, pis vai.
E por mim de novo falo, quando Paulo Querido, um gajo com responsabilidades num Semanário como o "Expresso", com acesso a IPs, a origens de comentários, e a bastar fazer duas ou três perguntas para saber o ortónimo do heterónimo, etc., se dá ao luxo de me "mandar para o caralho" (sic), ou o duvidoso Pedro Namora me chama "filho da puta", ambos sabem bem a quem o estão a fazer e por que o fazem.
Evidentemente, mas por mim respondo, sou totalmente indiferente a esse tipo de vocabulário, que só estigmatiza quem o usa. Pela minha parte, como sabem, reservo-o para os facínoras que nos destruíram o País e a Contemporaneidade. O Futuro julgará se os meus epítetos não foram escassos, e não deveriam mas era ter sido usados com mais frequência...
Pela minha parte -- e este texto, que eu queria curto -- fica aqui em suspenso, e como plataforma de debate, sobre o que, em conjunto, deveremos fazer, porque este é um problema que, com crescente acutilância, nos irá bater à porta.
É evidente que uma estratégia concertada de comentários tem, como fim, CALAR-NOS, pela simples razão que a Máquina de Coacção Informativa insiste em não ser informativa, mas em querer pretender ser formativa, ou, mais correctamente DEFORMATIVA, da nossa percepção da Realidade, e nós, teimosos, todos os dias e todas as noites voltamos à carga e dizemos: NÓS NÃO QUEREMOS FALAR DISSO, QUEREMOS É FALAR DISTO!..., e imediatamente fazemos descarrilar a carruagem do politicamente correcto, e isso enfurece o Poder Corrupto, em todas as suas formas.
Não é por acaso que, à medida que a tensão cresce, o Sistema aposta em coisas menores, e bem pagas, como os "Gatos Fedorentos", que estão em toda a parte, quando o seu trabalho, na realidade, é nulo, e uma mera cortina de fumo, perante a verdadeira erosão que nós, Blogers, provocamos na "Situação".
É a hora do Ponto Final, e retorno ao KAOS, que hoje me ditou este texto.
No seu espaço, chama a atenção para a página de rosto da ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), e para um perigosíssimo documento, em forma de PDF, cuja leitura vos recomendo. Trata-se de José Manuel Fernandes, Director do "Público", na primerira voz, após ter declarado que sofrera pressões por parte do Vigarista de Vilar de Maçada, a prestar declarações.
É para ler, e divulgar por email.
Como no célebre vídeo do "Casa Pia", está lá toda a promiscuidade reinante entre os Três Poderes, e mais o Quarto, o Informativo.
São estas pessoas que nos governam, e que nos conduziram ao presente desastre. Podem comentar e comentar, insultar, provocar e difamar, o que quiserem, nos nossos espaços blogosféricos.
A mensagem que lhes deixo é simples, e watsonianamente elementar: Não nos calarão.


(Pentágono de resistência, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", o "Democracia em Portugal", o "KLANDESTINO", e "The Braganza Mothers")

domingo, 5 de outubro de 2008

FORÇA, FORÇA, COMPANHEIRO BUSH, NÓS SEREM ' URSINHOS DE PELUCHE!!!...

Imagem do KAOS
Passado o seu Período Barroco, a suposta Crise Financeira Mundial está a entrar na Fase Rococó.
Eu gosto muito do Rococó, faz-me sempre lembrar Marias Antonietas e Princesas de Polignac, com penteados a bater no tecto, e navios enfiados no cabelo, enfim, as "drag-queen" da altura, todavia, quando isso é aplicado aos bancos, eu faço logo como o Goebbels e saco do revólver.
Vamos recapitular, entre a RTP-Memória, a História reescrita pela pena dos Vencedores, e o ponto de vista do Cínico, que sou eu.
Houve um tempo em que, em Portugal, uma meia-dúzia de gajos, a quem, justa ou injustamente, a voz do povo carimbava de "filhos da puta" detinha quase tudo, num país onde não havia quase nada. Não me lembro agora do resto, só daquela música que as criancinhas todas cantavam -- a Kaotika sabe disso melhor do que eu, porque era do tempo do vovô, que morreu há pouco tempo, se bem me lembro... -- da V Divisão das Forças Armadas, ou lá o que era.
De repente, apareceu o Companheiro Vasco, e eu, que, em criança, tinha andado ao colo de altas patentes, e Grão-Mestres da Maçonaria, subitamente, vejo-me também ao colo da cunhada do "Prime" do PREC, a minha querida Tia Ivone -- um kiss para ela, voltámos a encontrar-nos muito tempo depois, na A.P.E., eu, muito bonitinho, a receber um galardão, e a Tia Ivone a reencontrar-se com o seu rebento, eras passadas (olha, se não estivesse cheio de Diazepans, ia chorar agora...)
Não choro.
O Companheiro Vasco, que era meio virado dos cornos, e achava que isto ia ser um Soviete da Cauda da Europa, deu-lhe uma vez uma crise de nervos, e nacionalizou a Banca toda, o que levou a que Jorges de Mello, Britos, e o cabrão do Champalimaud, entre outros, tivessem de fazer as "vàlises de carton" e ir chular o mestiço brasileiro para São Paulo, cidade de que muito gosto, sobretudo, desde que eles deixaram de viver lá.
Diz o meu pai que começou depois a fase do Reviralho, com o Sempre Hirto e o seu Golem, D. Aníbal, o Saloio da Bomba, e, então, as Nacionalizações da Banca, sempre tratadas como "Roubos", começaram a ser revertidas.
Era a época em que Aníbal governava com três Orçamentos, o do Estado, o dos Fundos Estruturais e o das Privatizações, e mantinha-nos firmemente -- o Homem do Leme -- na Cauda da Europa. ("The Great Portuguese Disaster")
Desta parte já me lembro eu com mais clareza: votavam-se verbas indemnizatórias para os camafeus, e, enfim, eu que até sou geralmente conciliatório, pensei, faz-se um certo branqueamento de um período turbulento, e, embora seja estar a tirar aos pobres para remediar uma dívida moral para com os ricos, enfim... faça-se, acabam-se os pesos na consciência, e fez-se.
Alguns deles continuavam os mesmos filhos da puta de antanho, e relembro Champalimaud, que nunca prestou, mal se viu com o seu Banco e o dinheiro na mão, vendeu tudo aos Espanhóis, acho que, nesta altura já com o Guterres a ver, aliás, o Guterres passou-lhe tudo o que era mau debaixo dos olhos, os "Freeports", os Varas, os Pedófilos, e não viu nada, excepto naquele dia em que já só tinha as narinas de fora do Pântano, e se foi embora, como qualquer pessoa decente faria, e fez muito bem.
Vem agora a parte pior: os Anos 2000 foram os anos dos lucros extraordinários da Banca, dos salários fantásticos de maus gestores, e de uma massa enorme que nunca viu nada, excepto o direito e o DEVER de se endividar até ao pescoço, e mesmo mais além do pescoço.
De repente, em vias de ganhar o Monhé queniano dos dentes brancos americanos, os estrategas da Finança Mundial resolvem dar um coice no Sistema, e pôr tudo de pantanas, enfim, nem sei se de pantanas, mas, simplesmente, mostrando que o Rei ia Nu, e vai.
O extraordinário foi o reviver do PREC: de repente, o tal Neo, Ultra-Liberalismo, que tão bom era, recorre à bruta aos métodos gonçalvistas.
Ficam no ar três questões: 1) se as nacionalizações revolucionárias estavam erradas, porque nacionalizaram sem indemnizar, quer dizer que nestas anunciadas "segundas nacionalizações" a coisa vai ser feita correctamente, ou não?...
2) Se for feita correctamente, vamos pagar para comprar bancos que já vendemos, ou não?
3) Quer isto dizer que o contribuinte português vai ter de desembolsar do seu magro património uma segunda compra, depois de ter pago a indemnização que acompanhou a primeira venda, e ficar ainda mais pobre?...
Expliquem-me devagarinho, porque ultimamente ando a lavar o cabelo com Camomila, da "Klorane", e estou completamente louro, louro Palin...

(Pentágono completamente pasmado, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")