quarta-feira, 7 de julho de 2010

Segunda Carta aos Apátridas, seguida de "Money, money, money" ("Cabaret")






Imagem do Kaos

É verdade, como diria Gertrud Stein, 40 graus são 40 graus, 40 graus, 40 graus, 40 graus, 40 graus... e isso mexe muito com o miolo, pelo que vou supor que seja devido a isso que me vou sentar a teclar, pela segunda vez, num curto lapso de tempo, para defender o "Engenheiro" José Sócrates, mas o que tem de ser tem muita força, independentemente de qualquer termómetro.

O caso da compra da "Vivo" pela "Telefonica", já o disse, nada tem de ingénuo, e é uma pura tentativa de conseguir, no séc. XXI, aquilo que 500 anos de deriva e conquista não conseguiram: que a América Latina apenas se expressasse em Castelhano.
Acontece que não gosto de Castelhano, ao contrário do Italiano e do Francês, línguas de música e de salão, e do Inglês, bom para campónios, ou do Alemão, excelente para falar com os cavalos, como dizia Frederico, o Grande.

Não me vou estender hoje muito.

Quando, naqueles textos que provocaram duas terríveis guerras no séc. XX, Marx falava do Grande Capital, ainda vivia numa época com escala, ao contrário deste miserável canteiro mundial, em que nos encontramos, e em que ganharam muitíssima mais pertinência as expressões "pequeno capital", "capital minúsculo" e "capital irrelevante".

Vamos hoje falar de "capital irrelevante" e de cérebros minúsculos.

Quando Cristo foi vendido por 30 dinheiros, suponho que Judas tivesse o seu BPP da altura em vista, e já soubesse que essa miséria ia render 10% ao mês, como na defunta Dona Branca. Suponho que deva ter usufruído pouco da quantia, atraindo, para a História, um dos boatos mais miseráveis de sempre, a de que a morte do cidadão Jesus se devera a uma coisa abstrata, mas ótima, para depois martirizar ao longo dos séculos, chamada Povo Judeu.

Quem matou Jesus não foi o Povo Judeu, foi o pequeno capital e os minúsculos corações do imediato, que, hoje em dia, se servem nos rodízios de picanha, e nunca de lá deveriam ter saído.

As assembleias de acionistas da PT estão cheias dessas misérias de picanha e "pochette" mirrada, em busca de um T3 mais espaçoso e de umas Caraíbas da "Marsans", passadas em Paço d'Arcos, mas eu hoje estou pouco para ironias, está muito calor, e o país doente: das pessoas com visão e capital, apenas Ricardo Salgado se mexe e esperneia, pelas razões que ele bem sabe, mas eu, Europeu, Cidadão do Mundo, e natural de Portugal, gostaria hoje de ver acontecer um pequeno milagre caseiro, que passo a explicar. A "Telefonica", central de chamadas para Tóquio, se bem me lembro, começou por oferecer 7 000 000 000 € pela "Vivo". Ora, a bem dizer, eu não faço a mais pequena ideia do que sejam 7 000 000 000 de euros, porque sempre fui fraquinho em cálculos, mas, quando sobem de 7 000 000 000 para mais uns milhões, eu começo a perceber que é a rasteira alma de Vítor Constâncio, a pairar ali, na forma de centésimas, pelo que entro imediatamente no espírito da coisa: se os acionstas do imediatismo da PT andam a mendigar centésimas, então, vamos negociar à centésima, e apelar a esses cavalheiros, que se reclamam de grandes fortunas e patrimónios de Portugal.

Vocês, que, a bem ou a mal, tanta coisa acumularam, Belmiros, Amorins, Berardos, banqueiros sérios e da treta, ainda continuam a ter escrito no B.I. "Português", ou já apagaram isso?... Se não apagaram, façam-me então um pequeno favor: já que os pequenos corações dos miseráveis capitais dos minúsculos acionistas da PT querem mais qualquer coisinha, você juntem-se todos, e ofereçam à "Telefonica" os tais 7 000 000 000, mais uns milhões, mais umas unidades e cubram-lhe a oferta. Invertam o negócio, e proponham-lhes comprar, em nome de Portugal e de 900 anos de História, por 715 000 000 de euros, mais um cêntimo, a parte que a "Telefonica" detem na "Vivo". Quando a "Telefonica", honestamente aceitar, e os acionistas, de coração aberto, perceberem que vão lucrar mais um cêntimo, tudo se resolverá, como no dia da Jerusalém Celeste.

A esse miserável cêntimo, para que se não chame sempre "Constâncio", até podemos nós já dar um nome de batismo: vamos chamar-lhe, e tão só por nostalgia... "Portugal".

(Pela náusea, marchar, marchar, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

Sem comentários: