terça-feira, 10 de maio de 2011

Vídeos caseiros, com Pinóquios, Catrogas, Osamas e Obamas, Kates e James Middleton, ao som dos "Homens da Luta"



Imagem do Kaos


Há um lugar comum da História que diz que aquilo a que chamamos "História" não passa de uma enorme colagem de narrativas, em redor de factos, mais, ou menos, emblemáticos, que nos é depois vendida como realidade passada.
Podia começar aqui a perorar sobre o caráter vetorial de cada uma dessas perspetivas, a narrativa tépida, a empolgante, a pseudolúcida, a heróica, a épica, a lírica, a fantasiosa, a realista e a hiperalista, com todas as suas tonalidades que a levam à banalidade, mas não quero. Façam vocês.

O nosso tempo, medíocre como raras épocas da História Humana, prefere o banal, versão "soft" & "light", para não chatear muito, porque o nosso sonho é transformar tudo numa espécie de "Morangos com Açúcar" retroativo , incluindo a Renascença e o Período Medieval, como já deixa anunciar aquele miserável vídeo do "What the Finns need to know abot Portugal", que depois reatualizámos aqui, com os cortes do autor.
Esses solavancos nacionalistas são muito típicos daquelas épocas em que estamos realmente de gatas, e começamos a cantar "Contra os Bretões, marchar, marchar", e depois lá arranjamos um desgraçado de um Gungunhana, para vir exposto, em forma de leitão assado, nas vielas de uma das cidades mais porcas da Europa Ocidental.
Claro que o que estava mal não era o exterior, e o regime caiu de podre, para ressuscitar, três dias depois, ainda bem mais podre.

Esta introdução serve para o seguinte: estando nós a cavalgar o séc. XXI, de uma forma completamente desgovernada, alguém resolveu agarrar naquilo que estava escrito nos manuais, já desde os anos 50, nos Barthes, nos Foucaults, nos Baudrillards e nos etc. parecidos, já para não falar de Marx, Freud e Nietzsche, que são mais remotos, e aplicar ao Presente a mesma metodologia ficcional, adotada pela História.
A coisa é dramática, porque, tal como os meus textos espelham, em qualquer ficção, o intervalo hermenêutico entre a verdade e a mentira é nulo, o que quer quiser que a quantidade de movimento das palavras é infinitamente mais importante do que veracidade, autenticidade, ou sequer, existência, dos factos nela relevados.
Usando uma palavra bem portuguesa, isto é uma porcaria, e nós andamos alegremente a chavascar nela.
No passado fim de semana, por exemplo, assistimos a três fraudes de enfiada, e engolimos e calámos, e saturámos os motores de busca, à procura de coisas sórdidas, como a Kate Middleton, uma processadora de texto banalíssima que as comentadores, estúpidas como as casas, comparavam com a Princesa Grace, sem saberem quem era Grace, uma atriz lindíssima, que um Princípe de uma coisa com o tamanho de um quintal e com ar de ruela mal afamada, foi um dia buscar a Hollywood, para que ela lhe transformasse a enxovia numa coisa com brilho, e esplendor. Dir-se-á que conseguiu, até que as filhas devolvessem ao lugar o aspeto de um lupanar de gajas drogadas e grosseiras, mas isso é outra história, mais Middleton.
A seguir veio aquela cena de necrofilia, que mostra que Ratzinger, uma das figuras mais indecentes da História, tem uma vaidade do tamanho do Mundo, ao ponto de ir desenterrar uns ossos velhos, para confundir o cheiro da podridão com o o odor da santidade. Mais um beato disforme, e o Mundo imerso em estupidez.
Finalmente, como se já não chegasse, Obama, uma das figuras menores da História Humana, ao descarrilar ferozmente nas sondagens, resolveu fazer como nas bandas desenhadas do superhomem, e, depois de morto o vilão, ressuscitou-o, para o matar outra vez, e fazer de caçador de vilões, tal como o Ratzinger deu em fabricante de santos.

Se o antes era fedorento, aqui, já estamos no domínio do piolhoso, porque, sendo a narrativa atual, e o intervalo hermenêutico, entre a realidade e a falsidade, como disse, nulo, é indiferente se Bin Laden foi morto ali, se já estava morto, se continua vivo, se alguma vez existiu, ou se a freira que tinha Parkinson e agora toma Viagra feminino, para aguentar com a grossura de tanta beatitude, ou, mesmo, se a Kate Middleton se casou, para esconder a paneleirice do irmão, ou se foi o vice versa. Pelo sim, pelo não, o William já voltou às brigadas de salvamento, que é disso que ele gosta, porque é lá que tem as amizades viris e a cachaça, e ela finalmente conseguiu ir para os supermercados, passar cheques, até mais ver, com cobertura, em nome da Duquesa de Cambridge. Suponho que isto incarne o sonho supremo de qualquer mulher a dias, e, agora, já só falta a narrativa dos cornos e do divórcio, mas deve vir para breve, quando a Inglaterra ficar sem a Escócia, ou patinar na Bancarrota. Quanto ao Obama e ao Osama, a diferença está mesmo no "S": o Osama conseguiu ter um dia de celebridade, no inenarrável 11 de Setembro, que tanto lamento, enquanto o seu quase homónimo bem se esforça, mas nunca conseguirá nenhum dia para além do morno. Paciência: brevemente irá para a gaveta da História, com rótulo secundário.

Por cá, a coisa está horrorosa, com um país endividado até aos cabelos, e que ainda se deu ao luxo de passar pela vergonha de chamar gente para emprestar dinheiro, e depois dizer, "mas eu não quero assim, quero assado, e aquele ali é que é culpado, porque eu não fiz nada, portanto, para nós é assim, mas com algumas diferenças, senão não queremos, etc..."

Nunca fui do FMI, nem quero ser, mas, se fosse, fazia uma pausa, e dizia, "olha, pessoal, vamos parar um bocadinho, vocês chamam um limpa chaminés e um desentupidor de esgotos, e, depois, continuamos, ou... não".
Por mim, não continuava, e fazia como os Alemães, que mandaram os Gregos vender as Ilhas, e fossem pedir dinheiro a quem o sacou, as ações do Cavaco, os "off-shores" da Família Kusturica de Vilar de Maçada, o Dias Loureiro, o Zeinal Bava, o Catroga, o Carrapatoso, o Sarnoso, o Piolhoso, e pusessem o Cristiano Ronaldo em hasta pública. O Mourinho é mais difícil, porque já foi comprado muuuuuuuitas vezes, e está à beira de ser abandonado pela Mafia Russa.

Politicamente, as eleições de 5 de junho têm apenas uma coisa certa, que é a presença de Paulo Portas no Governo, dependendo o cangalho que se lhe vai pendurar no braço, direiro, ou esquerdo, de umas minudências, na casa das centésimas, ou, mesmo, das milésimas. O PCP fez uma triste figura, e recuou aos idos de 75, e o Bloco de Esquerda, brevemente, vai ter os seus brilhantes oradores completamente roídos pelo carunho que lhe serve de alicerce.

Quanto as eleitores de Lisboa, o meu caso, e onde tudo se decide, têm duas maravilhosas coisas para engolir: os do PS, o de votarem em Ferro Rodrigues, que, por acaso, até tem um sósia de paneleirice, que ataca no Cais do Sodré, ao fim da tarde. Aqui fica o convite aos interessados, para irem verificar o fenómeno, mas não invalida que o cabeça de lista, por Lisboa, esteja na lista negra das coisas da Ética, mas, como a Ética não existe em Portugal, isso até é indiferente; os do PSD, por sua vez, apanharam com petisco idêntico, um carreirista, chamado Fernando Nobre, podre como todas as coisas podres que este país consegue produzir, e até podem ir votar nele. Os de Oeiras também não votam no Isaltino?..., Portanto, estejam à vontade, que é tudo vosso, amiguinhos.

As pessoas inteligentes, desapaixonadas, desiludidas, céticas, boquiabertas, nas quais presentemente me incluo, como muitos dos meus leitores, estão naquela franja do voto errático, apostado em provocar o máximo de estragos possíveis, e -- vou falar agora de mim -- capazes de molestarem a figura politica que mais detesto em Portugal, Aníbal Cavaco Silva, o Vovô Bancarrota. Não vou voltar a despejar aqui todos os horrores que essa  criatura ignominiosa fez a Portugal, sempre com o mesmo ar saloio, imbecil e mediano, mas juro que me daria um enormíssimo prazer vê-lo a empossar um governo totalmente hostil à sua sombra degenerada, sobretudo, com o Sr. Sócrates, sobre o qual eu já escrevi os piores horrores que alguém já escreveu em Portugal, mas que eu adoraria ver a tomar posse como Primeiro Ministro, para ver se o "homem honesto", que só admite concorrência de gente que tenha nascido duas vezes, fosse mesmo honesto e coerente, e se demitisse, depois de empossar o mesmo homem a quem tirou o tapete, na pior altura.

Eu sei que estão a detestar, mas eu também já detesto muita coisa há muito, e hoje apetece-me desabafar, e vou ser cruel: se, dia 5 de junho, José Sócrates ganhar as eleições, nós vamos engolir sapos, cobras e lagartos, mas vai-me saber tão bem ver as fuças do Aníbal e da sua enfermeira, Maria... ai, sim... e... ah, aviso já que, com a massa crítica negativa que o Passos Coelho, que até nem acho mau gajo, ao contrário do Zé de Maçada, leva, também vamos assistir a um estanpanço, a 200 à hora, contra um muro de granito. Será outro cenário delicioso, pelo que, como podem imaginar, os dois eventos pelos quais estou ansiosamente à espera são, hoje, o Festival Eurovisão, e o 5 de junho.

A Geração à Rasca, um fenómeno que começa nas favelas do Rio, passa por Ciudad Juàrez, pelo Norte de África, e acaba nos meninos que pagaram 400 € de propinas, na Católica, na Lusófona e afins, e ficaram a viver na casa dos pais, não é um começo, nem um axioma, é, antes, um corolário de um estado de coisas, no caso específico de Portugal, de uma geração que se aproveitou de uma Revolução, para ocupar os lugares de topo deixados pela elite, e substitui a elite, por mais duvidosa que fosse, pela ralé presente, com a agravante de que ocupou e NUNCA MAIS DE LÁ SAIU, e podíamos despejar aqui os nomes todos, a badalhoca Clara Ferreira Alves, que, camaleonicamente, tenta andar sempre a fingir que não teve nada com a coisa, o Medina Carreira, que gosta é de festas, e faz de conta que está no contra, toda a Geração Soares, a Geração asquerosa do Cavaco, os sobrinhos, em forma de "Cherne", de "Festa do Avante" e opusdeidados do Guterres, os belmiros, os amorins, os dias loureiros, o eterno Pinto da Costa, os aventalados, os Carrilhos, os Constâncios, pai e filho, a corja toda dos CTT, da PT, da Galp, da TAP, da ANA, da EDP, da REN, da CP, o "lobby" do ISCTE, que precisa de ser severamente castigo, sobretudo, na pessoa daquele António Barreto, umas das bocetas de pandora deste curral, e por aí fora, por aí fora, que não me apetece gastar mais teclado. Como Aristóteles ensinava, duas coisas não podem, simultaneamente, ocupar o mesmo espaço, pelo que, quais as esperanças de um nova geração vir a ocupar o nichos onde estão grudadas lapas velhas e bafientas?... Deixo aqui uma sugestão, para os que estão mesmo enrascados, que é a de fazerem render os atributos. Até eu pensei pôr a cabeleira da Lola Chupa, e pôr-me a ganhar dinheiro aqui... :-)

(Nota: já lá apanhei ontem um Juiz do Tribunal Constitucional. Vão ver e pode ser que o encontrem...)

Volto sempre àquele célebre tirada do Lincoln, que diz que se pode enganar toda a gente, durante um certo tempo; que se pode enganar, todo o tempo, alguma gente, mas não se pode enganar, o tempo inteiro, toda a gente.
O Sr. Obama, num nível de estupidez inferior ao do Sócrates, continua a pensar que pode enganar toda a gente, todo o tempo e que ainda há quem aplauda.
Não pode, mas nós vamos pagá-lo caro, porque ele tem, sempre teve, um mandato para destruir, depois da América, a Europa e o Euro. Está a trabalhar afanosamente para isso, ofereceu-nos uma guerra, na Líbia, que poderá acabar com armas químicas e uma bomba suja, numa metrópole europeia, e arranjou agora o episódio de ficção Bin Laden, para que nós, que ainda não tivémos a... "coisa", saibamos o que é um 11 de setembro europeu. Como o caneco se vai embora em 2012, temos um ano para ver a profecia cumprida: ou é a Torre Eiffel, ou o Túnel da Mancha, ou S. Pedro ou... sei lá, os sanitários de Santa Apolónia.
A esperança é que os "Homens da Luta", incarnando todo o mal estar geracional que mina o Hemisfério Ocidental ganhem a Eurovisão. Como isto é uma ficção, seria interessante. O contrário será apenas adiar um pouco mais o holocausto fundamentalista a que vamos assistir, ainda este ano.

(Quinteto das deolindas, 40 anos depois, já com ar de cavacas velhas, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Uma Aventura Sinistra", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers")

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