sábado, 24 de novembro de 2012

A mulher mais poderosa do Mundo


(Fabulosa) Imagem do Kaos


As últimas imagens do "Curiosity", que a NASA anunciou trazerem de Marte uma revelação que vai alterar o curso da História, são triviais: resumem-se a confirmar, lá do alto, que a Teresa Guilherme é a mulher mais poderosa do Mundo.
Se pensarem um pouco, foi inútil enviar tão alto, e caro, um autómato, para sustentar uma coisa que é corrente, desde as barracas do Porto às zonas interditadas à polícia, do Bairro da Belavista. Notável, notável, era terem descoberto, nas terras vermelhas, o manuscrito do bilhetinho do Carlos Cruz, para o "Bibi", a dizer-lhe, "se te perguntarem, diz que não me conheces de lado nenhum...", mais uma fraude paga pela Catalina Pestana, que devia era estar enjaulada com o Vale e Azevedo, o maior criminoso deste país. A verdade é que o "Curiosity" apenas confirmou que este país, que não pára para nada, pára todos os domingos para ver a ascensão do paradigma do subúrbio do subúrbio, que veio substituir o modelo citadino, dos nosso avós.
A coisa não é para todos, mas apenas para quem pode, e quem pode tem o poder de poder, o que é ainda para menos desses poucos.
O segredos da Teresa Guilherme são como a Eneiades de Plotino, e vão por patamares de segredo, até ao segredo final.
O primeiro segredo, que não é segredo nenhum, é que este país estabilizou, entre o coma não induzido e a catalepsia, num bovinismo cultural autocomplacente, que é jorrado, nos horários nobres da TVI, sobre milhões de espectadores. Quando a cultura é fraca, e a iliteracia a varanda do lado, tudo o que passa na televisão se transforma em padrão, e só a mulher mais poderosa do mundo conseguiria que, em escassos meses, todos os garanhões de Portugal passassem a andar com ondas de surf, no alto da testa, e campos de relvado raso, a amparar as orelhas, enquanto as putas, as para putas e as pós putas, enfileirassem todas, numa espécie de andaimes do calcanhar, que, no tempo da minha mamã, indiciariam profissão de esquina, e agora confirmam que a esquina se generalizou como profissão única. Reiterando a tese, só a mulher mais poderosa do mundo conseguiria que o mundo inteiro se convertesse à única profissão da puta, por mimese e osmose, coisa que ela nem se atreveria a perguntar à "Voz", ou lá o que é que é aquilo, já que o nível de sapiência da Voz é atroz, como daquela vez em que ela exemplificou, como metáfora, "falar pelos cotovelos",
penso eu de que.
Só a mulher mais poderosa do mundo conseguiria que os Portugueses mudassem todos de canal, quando o aleijão de Boliqueime decidiu fazer humor, o que teve de levar legendas, porque rir também não é para todos, mas a verdade é que ele é um humorista nato, e pôs a dar gargalhadas de Jaba, da "Guerra das Estrelas", todos os túmulos da necrópole do Vale dos Reis.

Os segredos de nível seguinte, da Teresa Guilherme, indiciam o sonho de um país de rameiras e cadastrados, o que está quase consumado, e espera-se, pelas contas do Carlos Moedas, da Goldman Sachs, se concretize, antes do fim do mundo, de 21 de dezembro, onde já soa que não poderemos comparecer, por falta de fundos. Já temos um preso, Vale e Azevedo, o que representa um colossal esforço para manter cá fora todos os outros que deveriam estar, em vez dele, mas alguém tem de apanhar nos cornos, para servir de exemplo, porque o Gabão, quando nasce, não é para todos.

Quando passamos dos filhos para os pais, percebemos que a mulher é, de facto poderosa, porque não é para todos conseguir descer o nível, quando ele já tinha descido tudo, e estou a pensar naquela aberração de Gaia, que, com um pouco de sorte, ainda lhe vai aos cornos, em pleno espetáculo, depois daquelas horas de longa preparação que ela tem, com os machos a encavá-la, horas e horas a fio, pela frente e por detrás, e que lhe põem aquele brilho único no olhar. Não é para todas, ser prancha de surf dos mancebos da Lusitânia, das raras coisas transacionáveis que ainda produzimos, e arriar na Teresa Guilherme também não é para todos, que o diga a Laura "Bouche", que esteve mesmo para arriar, à pala de quererem o mesmo homem, e, aqui, vamos começar a ajavardar, que é para isso que me estão a ler...

Miguel Macedo, um gajo com ar de alucinado, do III Reich, incarna toda a incapacidade de uma geração para perceber que Portugal passou de um totalitarismo para uma Democracia, mais ou menos perfeita, mas formal, e estruturalmente, satisfatória, para um país que vinha das brenhas mentais e sociais. Nós somos incapazes de perdoar, e este ódio a situações mal resolvidas arrasta-se, num espírito inquisitorial, que nos converteu num dos países mais atrasados da Europa.  Politicamente, estamos, em novembro de 2012, com uns canalhas a tentarem vingar-se dos idos de abril de 74. Quanto ao resto, e exemplificando, somos, idiossincraticamente, apologistas de valorizar o pior que temos e desmerecer o que de melhor produzimos.

Essa ascensão do irrelevante levou, entre milhares de exemplos de balcão, a que colocássemos, nos píncaros, as marés e marés de Ineses Pedrosas que vomitámos, e os toma lá mais umas pilares del rio, agora que cadáver já foi para a sanita.
Na verdade, nunca sairemos disto, e o deficit cultural agravar-se-á de tal modo que levaremos milénios a chegar ao patamar mínimo da autocrítica. Até lá, teremos uns palhaços pendurados nas janelas, enquanto a minha contribuição autárquica e a taxa de esgotos estão a pagar a luz e a água que a Pilar não paga. Parece que se chama a isso "Desassossego", enquanto, para mim, é só mais uma lanterna de inquietação. Na verdade, até estou a empolar o assunto, já que há muito que o resolvi da maneira mais elementar, com um valente chuto na cona, para que ela vá vender as cinzas  dela para as cinzas dos vulcões de Lanzarote. Isto foi o que eu fiz, mas dou a cada um a liberdade de encontrar método melhor para se livrar dessa sanguessuga desassossegada.

Miguel Macedo, encarregado de assegurar a segurança do Reich, deveria lembrar-se do Conde Claus von Stauffenberg, em vez de andar a colecionar DVDs de imagens de peões de escadaria.

Eu sei que isto é muita areia para a camioneta dele, já que estamos no plano das licenciaturas por equivalência, mas, para quem saiba um pouco de História de Roma, quem degolava os Imperadores não eram as multidões, mas as Guardas Pretorianas, que, cansadas da tirania, um dia, sacavam dos gládios para cortar, pelas costas, os pescoços dos infames que lhes pagavam para os proteger.

Ao contrário das anteriores, estas poderosas mulheres não são físicas, mas alegorias. A sua máxima personificação chama-se "Ira", uma coisa que campeia pelas ruas, e é a mulher mais poderosa do mundo, que, quando resolve plantar-se, chega a transformar todas as vinhas do Parlamento em incendiadas escadas da Ira.

(Quarteto soturno da contagem decrescente, porque a ordem já foi dada, meus amigos, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers")

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