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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Liberdade de Expressão




Isto é uma vergonha, e mete cada vez mais nojo.
São anos e anos de cansaço, a repetir as mesmas coisas, e um poderoso abafador, cada vez mais impertinente, a tentar que a Verdade vá ao fundo.
Tenho, na minha vida, uma coisa, que é simultaneamente a minha maior sorte e o meu pior azar, e que é a de me cruzar, quando não devo, com quem menos deveria.
Para que não fique pela charada, já muitas vezes me sentei em frente de gente que conhece alguns meandros desta porcaria que se instalou me Portugal. Toda a gente sabe que não é nova: novo é o despudor com que se exibe, desmente, e candidamente rebate agora o que se tornou evidente.

Venho de uma família, que, no tempo dos afonsinos, andou de armas na mão, para que se separassem os Três Poderes, e isso parece agora Bolor da História, não se tivesse voltado a tornar... impertinente, e isnsolente.
Na minha passagem pela Democracia Portuguesa, houve dois momentos que considero os mais deploráveis de sempre: 10 anos de Cavaco Silva, acrescidos agora destes cinco -- já são cinco, não é?... -- do Sr. Sócrates, Agente Técnico de Engenharia, à pressão, e conotado com tudo o que é Corrupção, em Portugal.
Aníbal vinha de um tempo da província e da chico-espertice, que nos custou que os fundos que a então CEE enviava, para que acertássemos o passo com ela, acabassem nos bolsos dos amigos de Mira Amaral, de Ferreira e Costa, de Torres Couto, de Oliveira e Costa, de Cardoso e Cunha e de Dias Loureiro, entre outros nomes terríveis, que tanto envergonham a nossa História recente.
Com Sócrates, passámos para o provincianismo expandido aos meios da Net.
Sou do tempo do arranque da Rede, em que o Sr. José Magalhães, renegado do PCP, se pavoneava como alta autoridade para o novo meio de lavagem dos cérebros. Não por acaso, deram-lhe o nome àquela sucata informática, em que as crianças vêem pornografia, e que vende bem por cá, e na terra do Ditador Chávez, mas isso era só a aparência, porque esse cavalheiro foi posto num alto posto da Administração Interna, de maneira a pôr-nos o Big Brother dentro de cada ligação, email, e depois "post", que fazíamos.
Não me apetece voltar a essa contabilidade, mas ela fica, outra vez, feita: foderam-me o computador quando me atirei, com unhas e garras contra o maçónico Carrilho, quando ataquei, com tudo o que tinha à mão, a recandidatura do Saloio de Boliqueime, e, mais recentemente, quando contribuí, com o que podia, para que Sócrates perdesse a Maioria Absoluta. Pelo meio, vários ensaios, inclusivé uma tentativa de liquidação física, que não vou rememorar aqui, mas que deixou rastos, e anos e anos de telefones em escuta.

Nada do que vem a público é, para mim, novidade. Novidade talvez seja a amplitude que a coisa está agora a ganhar, e essa onda devemos nós, independentes, aproveitar, para a cavalgar e marcar posição, e dizer, decididamente "NÃO".

Portugal não é, nem pode continuar a ser, esta farsa de medíocres que diariamente ocupa o tempo inteiro dos Órgãos de Comunicação Social, este lixo cultural, político e social com que somos bombardeados, estes gajos, que não têm onde cair mortos, e passam, horas e horas, a tentar contornar o problema, e a evitar que se obtenham respostas para as perguntas que cada vez mais se nos avolumam.

Quem é esse Procurador-Geral da República que se preocupa com terem posto no "Youtube" as Escutas do Pinto da Costa, mas não com se terem arquivado processos com provas daquele teor de escândalo?...

Que Justiça e que País são aqueles que permitem que se feche apressadamente uma Universidade, só porque se tornou evidente que o Primeiro-Ministro tinha "contornado" o percurso académico que o conduziu a um... "diploma"?

Quem são essa Cândida Almeida que mandou arquivar um escândalo evidente, e essa Sónia Sanfona, que disse que o BPN não tinha relevância?... Quem são e a quem servem?...

Onde anda o "Casa Pia", depois DISTO continuar a receber centenas de milhar de visitas?... Quantos ficaram de fora, enquanto nós éramos assustados, e nos desviavam a atenção para o "parasistismo" da Saúde, da Função Pública, dos Professores, entre tantos enxovalhos sociais que sofremos?...

Mário Crespo começou a avisar que "devíamos, a partir de hoje, começar a trazer o guarda-chuva".
Nós sabemos, vários guarda-chuvas, aliás, porque aquilo que vem à superfície não é mais do que uma neblina de uma máquina infernal, que nos rege na sombra, e que não hesitará em nos liquidar, quando se sentir ameaçada, como agora se sente, porque esta gente MATA e mata mesmo.

São tantas coisas, e tão más, que me reservo o direito de que outros as desvelem, e pararei por aqui, porque sei que as notas e o clima já são formidavelmente negros, e que as pessoas, pobres pessoas, incultas, desinformadas, e manipuladas, intoxicadas pela permanente fachada cor de rosa das aparências, dificilmente engoliria, por exemplo, viver numa sociedade onde é a rede da Coca que manda, e que o sigilo da Pedofilia, esse pavor de Estado, que fazia o Miguel Sousa Tavares, esse traste, encolher-se todo, sempre que o tema era tocado, ter uma explicação simples.
Em que estado ficaria a Opinião Pública, se soubesse, por exemplo, que lhe pesava o que sabia da mãe -- coitada, já lá está... -- Sophia de Mello Breyner, que também tinha vivido, no corpo, esse sinistro fio negativo que ligou os "Ballet-Rose" ao "Casa Pia"?...
É mau, não é? eu sei, mas não é mais do que uma ponta, das muitas pontas enevoadas deste icebergue em cima do qual hoje somos obrigados a viver.

Compete-nos a nós, que não somos pagos para escrever, que somos livres de pensar e que adoramos saber a Verdade, por mais que isso nos doa, alinhar nesta corrente profunda, que agora despertou, para que a Liberdade de Expressão tenha sentido em Portugal, e não nos transforme, inevitavelmente, numa Venezuela europeia, gerida por um pederasta, sem qualquer pudor, nascido, ou registado, ou lá o que foi, em Vilar de Maçada, e a quem convenceram de que podia calar  e enganar 10 000 000 de bocas.


(Profundamente indignado, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", e em "The Braganza Mothers")

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mário Crespo, novel efígie do nosso descontentamento



Imagem do KAOS

Cheira mal em Portugal, e o cheiro não é de hoje, mas o dia a dia dos episódios rocambolescos vai se progressivamente aproximando do paroxismo das barracas de feira, e dos carrinhos de choque.
Como todos os impérios dos pés de barro, o Sr. José Sócrates Pinto de Sousa lida mal com a crítica e o humor. Sabe que só sobrevive dentro da couraça de uma miragem, e de um estranho ventilador, que diariamente lhe ilude a Realidade.
O problema do Sr. Sócrates não é de hoje, é um problema de má consciência, muito antigo, que começa nas suas origens, resvala pela sexualidade, atravessa os maus atos da governação, os negócios escuros de todos os inconfessáveis conluios, e, como todas as pessoas habilitadas à pressão, tem, ainda por cima, o terrível complexo de saber que nunca obteve uma licenciatura, mas um reles... diploma.

Há tempos que circulam, por email, textos de Mário Crespo, crescentemente verrinosos, e, bastantes vezes, certeiros. Para todos nós, enfim, os poucos, que têm alguns contactos com os bastidores da Informação, sabe-se que o que vem a público não é senão uma pequena parcela distorcida de coisas inenarráveis, que, postas lado a lado, nos revelariam um pântano de sufoco e inquietação.
Várias vezes li fragmentos de Mário Crespo e fiz um juízo de valor algo injusto, por ver naquela escrita um "Arrebenta" sem graça, embora mais certeiro e justicilaista, ... mas, o assumir de um tom daqueles ia muito além dos factos narrados, e mergulhava já numa necessidade de ser tronitruantemente CONTRA um estado de coisas de que nós nem faríamos a mais pálida ideia.

Hoje, foi o clímax, como já tinha sido com Manuela Moura Guedes, com José Manuel Fernandes, e tantos outros, que ocuparam aqui uma página inteira.

Portugal, por causa dos calcanhares de aquiles de uma Seita, mergulhou no Medo, e essa seita deitou-se a jogar no tudo por tudo, porque o Partido Socialista, ou, melhor, o alien que se instalou no corpo do Partido Socialista sabe que, uma vez perdido o Poder, ficará dele arredado por muitos e longos anos, e é bem feito.
Em meu redor, são centenas, e em redor dessas centenas, já há milhares, mesmo milhões de pessoas, que, em circunstância alguma, voltarão a votar PS, por mais dourada que se lhe apresente a pílula.
Outros, como José Maria Martins, foram mais audazes, e resolveram apresentar, judicialmente, uma impugnação do... "diploma". De aqui lhe bato a pala, e faço continência, pela audácia.

Com Mário Crespo, volta à baila o problema central da Liberdade da Expressão. Portugal fervilha de gente que prefere uma má história a um retrato abreviado da Realidade. Hoje, mal o escândalo tinha rebentado, já os canais oficiais de propaganda estavam na Metafísica da Bola, e, talvez por não ser dia 13, pouparam-nos -- vá lá -- andar a lamber o cu à Santa Saloia de Cara de Porcelana. Katia Guerreiro, por pudor, não cantou o Fado, aliás, acho que ela nunca cantou, mas isso não é agora chamado para aqui.

Mário Crespo enveredou por uma linguagem extrema, e tornou-se num alvo do Sistema, que pouco mais tolera do que a bajulação, a notícia comprada num jornal cor de rosa sobre os namoros femininos de um homem que não gosta de mulheres e não suporta que isso se lhe cole à pele plastificada de Primeiro Ministro, e aqui começam as impertinências do que será a História futura, quando, aqueles que, de entre nós, nos perguntarem como foi o nosso tempo, tiverem de obter estranhas respostas.
"Então o avô viveu num tempo em que se soube que o Primeiro Ministro tinha arranjado um diploma falso?... Conte lá como foi... Ele demitiu-se, e o que é que aconteceu depois?... ", e nós, engasgadamente, lá teremos de explicar a realidade, "não, ele não se demitiu, desmentiu, e pôs um da laia dele, do "lobby gay", a... fechar a Universidade, e a arquivar as provas todas...",
"ah, estranho...", dirá o netinho, e continuará,
"ó, avô, diz que no teu tempo se compravam árbitros e decidiam jogos, pagando com dinheiro e prostitutas... É verdade?... E prenderam alguém?...", e lá teremos de explicar que, em vez de se prender alguém e fazer uma auditoria a tudo o que jazia e subjazia à sujidade do Futebol, tivémos um Procurador Geral da República que, pelo contrário, desencadeou uma investigação sobre... quem teria posto as escutas na Net (?).
"Ó, avô, é verdade que os políticos abusavam sexualmente dos órfaõs da Casa Pia?... E prenderam-nos?... Isso é muito feio, violar criancinhas, o avô não ia deixar que me violassem a mim, pois não?...", e nós lá teríamos de responder, engasgadamente, que "dependeria muito da posição ocupada no Estado pelo violador, mas o avô depois explica, quando tu fores mais crescido, está bem..."

Mário Crespo encrespou-se, e passou das ideias às palavras crispadas, verbalizando toda a crispação que este clima de podridão estava a espalhar, diariamente, em mancha de óleo, sobre toda uma sociedade traumatizada, amordaçada e silenciada, o Portugal do início do séc. XXI.

Silva Pereira, Jorge Lacão, Augusto Santos Silva e outros quejandos fazem-nos lembrar a Chicago dos Anos XX. É verdade que, quanto a esses, compraram, mataram, e chegaram a viver num esplendor do Negativo, que fascinava toda uma sociedade, siderada, pela impunidade das atividades do Grupo.
100 anos são quase passados sobre essa porcaria.
Essas Bonnies and Clydes acabaram com um tiro na testa, quando as gentes deles se fartaram. José Sócrates quer enterrar consigo o Regime, e é lícito, já que os 100 anos de desastre da República talvez o mereçam.

Ouvir, ontem, Cavaco Silva, um ignaro da província, citar Guerra Junqueiro, que, se fosse vivo, o teria cilindrado em meia dúzia de quadras, foi, para mim, outro paroxismo do grau de invalidez da Coisa Pública.
Mário Crespo é apenas mais um episódio. Acontece que há certas gotas que fazem transbordar o copo de vez.
Por mim, podia ser já hoje.

(Afinal, o Quarteto era de Mafiosos, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers", solidário com Mário Crespo)