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Cada povo tem sempre os políticos que merece, aliás, num regime das quintas-essências, os políticos correspondem sempre ao refinamento do que de pior, ou melhor, cada povo tem. No nosso caso, e a acreditar nos pessimistas, nos quais me incluo, estamos em decadência desde o Príncipe Perfeito, D. João II, ou seja, especializámo-nos em príncipes cada vez mais imperfeitos, até acabarmos em coisas rastejantes, como José Miguel Júdice, Rita Seabra ou Fernanda Câncio.
O Primeiro Pior Português de Sempre, num certo consenso da Inteligência Nacional, foi Salazar: no seu tempo, ele incarnou o imaginário rasteirinho dos comedores de urtigas da época. Ser Doutorado, nessas eras, em Santa Comba Dão, era tão extraordinário como uma Pastorinha a ver a Senhora, de saia arregaçada, a esfregar-lhe o clítoris.
Sendo uma mulher mais velha, o vigente regime penal trataria a Aparição como um caso de pedofilia, ocorrido, em 1917, na Cova da Iria.
Nunca nos curámos disso: a miúda gostou, e ficou oitenta e tal anos sem falar, coisa que Salazar adoraria ter feito ao Povo Português, mas só conseguiu 48, alguns deles já por procuração. Ora 48 anos é meio século, e um País, saído de uma Monarquia miserável, que era a risota de toda a Europa, passou para um pardieiro de freiras, calçadas com o mesmo par de botas, enquanto nos passavam por cima a II Guerra Mundial, o Plano “Marshall”, do qual esse cabrão desse Salazar nos excluiu, impedindo que sofrêssemos o “boom” da Europa do Pós-Guerra, continuando embrenhados na apanha da azeitona, no ir ao cu às ovelhas, para fabricar Queijo da Serra, e a deixarmos entregues aos gafanhotos as Províncias Ultramarinas, cujas riquezas, que o velho pensava que iam ser nossas para sempre, nunca foram exploradas, acontecendo o facto mais notável da nossa História Contemporânea, que foi o último Império do séc. XX estar nas mãos do Povo mais miserável de cabeça e haveres que o teve, e os entregar depois, de mão beijada, a um bando de criminosos.
Com isto, perdemos meio século.
A seguir a Salazar veio um gajo que acreditava que ainda vivia no tempo do anterior, e que dizia “Assembleia Nacional”, “Dia da Raça” e bojardas afins, vestindo-se como um manequim dos Anos 50, da Rua dos Fanqueiros, e com uma mulher horrorosa, de “centro-esquerda”, que tinha uma Falha de Santo André ativa, a afastar-lhe, corcundamente, o entre o pescoço e as golas daquelas chitas talhadas em casa, nas quais se costuma embrulhar. Ela é penosa, ele é triste e chamava-se Cavaco Silva, e foi perfeitamente radiografado aqui, e conseguiu que o impulso que a Comunidade Económica Europeia então poderia ter dado a Portugal se esvaísse nas contas bancárias de criminosos do foro económico, como “Migha Âmâghal”, “Feguêiga do Âmâghal” e Cardunha e Coiso, de entre alguns que agora me lembro, embora costume ter a memória extensa. Como Salazar, foi um homem honesto: o primeiro sabia que havia 100 famílias que tinham o monopólio do Roubo; o segundo fingiu que não sabia que as 100 já tinham passado a 200, e baixado muitíssimo de nível. Foi a Era das Piriguetes, e o tempo em que o Taveira e o Bonga arrombavam as "garagens" das senhoras mal casadas da Linha do Estoril.
Cavaco não respeitou nada, nem ninguém: deixou que o cercassem alguns dos piores caráteres da Nação, e roubassem o que, de direito, era da Res Pública. Correu com tudo o que lhe fazia frente, incluindo a mal tratada Ferreira Leite, que se enganava tanto nas contas como ele, e a quem deu, por duas vezes, dois chutos no cu, que ela nunca lhe perdoou.
A Cultura passou a chamar-se La Feria, e a Elegância, Possidonismo.
Num País que vendeu a Agricultura e a Indústria e se passou a especializar no Tráfico das Armas, da Droga e dos Pretos e Monhés, que vinham contruir as grandes obras do Regime, as linhas férreas tornaram-se inúteis, e o Aníbal mandou desmontar tudo. A chave metafísica para essa devastação era um elementar, meu caro Watson: os comboios não abasteciam na Bomba de Boliqueime…
Acabou na Ponte, com um facínora, chamado Dias Loureiro, a disparar -- coisa que não acontecia desde a queda do Velho Regime -- sobre o Povo. Parece que depois deu em Conselheiro de Estado...
E com Cavaco somado com Salazar perdemos 60 anos de um século, o que é muito, demasiado, e irrecuperável. Pouco sobrou desse Período, exceto a Leonor Beleza, que agora arranca os olhos aos coelhos, para fazer experiências à Champalimaud, um filho da puta de um especialista em arrancar outrora os olhos aos Portugueses.
Quis a História que depois tivéssemos alguns sobressaltos, entre os quais produzimos Durão Barroso, um caso de estudo, à parte, neste texto retórico, e que não será aqui incluído. Dante escreveria, muito melhor do que eu, sobre a figura.
Fica para trabalho de casa dele, se não se importam...
Passado o Milénio, caiu-nos em cima o flagelo do Terceiro Pior Português de Sempre, cujo nome evito citar, mas que todos conhecem demasiado bem. Como os anteriores, vinha de um buraco, que não se chamava Santa Comba Dão, nem Poço de Boiqueime, mas Vilar de Maçada, e é nesses momentos em que eu sinto enorme inveja dos povos que, na biografia dos políticos podem escrever, por exemplo, "nascido em Fifth Avenue, 365...". Nunca nos aconteceu, e vinham sempre de buracos: o Guterres, do Fundão; o Barroso, da Cova da Piedade, e o Aníbal, de Poço de Boliqueime: no final dos mandatos, todos tinham transformado Lisboa num simulacro da sua pequena aldeia e transformado o buraco local num buraco global. Bem hajam: foram os dons Afonsos Henriques e os Sanchos I, II e III da empedernização da Cauda da Europa, e lá estabilizámos.
Sócrates conseguiu ser pior do que os anteriores, porque, ao contrário do que desejariam, a História não parou: no tempo de Salazar, o tira-tira e o mete-mete eram regidos pelo Método das Temperaturas, e por camisinhas feitas com tripa de ovelha da Serra da Gardunha. Se a coisa se rompia, havia sempre uma agulha de croché e uma alminha branca, que o cura arrumava ao pé dos desmanchos das senhoras casadas que ele próprio montava. No tempo de Aníbal, já estávamos atrasados na fibra ótica, nas linhas de alta velocidade e nas redes viárias internacionais. Com Sócrates, já imperavam os telemóveis, que ele adorou transformar em postos de escuta e a Internet, esplendorosa e global, para o Zé “Magalhães” lá ter o ouvido permanentemente encostado, como a Senhora Maria, no tempo do Salazar, quando o Cardeal Cerejeira metia putos da Casa Pia debaixo das púrpuras e gemia, de mansinho.
O caso de Sócrates é infinitamente mais grave, porque o Sistema de Asfixia Global, impeditivo do pensamento e da manifestação alternativa, deu ordem de fabrico de políticos de borracha, com forma internacional, de nomes Sarkozy, Blair, Berlusconi e o dito cujo. A diferença sempre foi para o mal: Sócrates é um ser retorcido -- há quem o considere bipolar -– que vive mal a sua sexualidade, penou, com angústia, um curso contrafeito, e sofreu, ainda mais, quando pensava que as mazelas da vaidade estavam todas compostas, uma sórdida perseguição, por parte de gente reles, de muito baixo nível, ou, nas eméritas palavras da medíocre Clara Ferreira Alves, um dos pilares dos Sistema, gente d'“a blogosfera [...] um saco de gatos que mistura o óptimo com o rasca e acabou por tornar-se um prolongamento do magistério da opinião nos jornais. Num qualquer blogger existe e vegeta um colunista ambicioso ou desempregado ou um mero espírito ocioso e rancoroso. Dantes, a pior desta gente praticava o onanismo literário e escrevia maus versos para a gaveta, agora publicam-se as ejaculações”
Estou completamente de acordo, sobretudo, sempre que ela abre a boca e ejacula, e acho que todos ejaculámos em cima do “Engenheiro”, estragando-lhe o arranjinho, que ele pensava ter acabado com um célebre postal “cheio de angústia”, e afinal acabou no anedotário nacional, a pior prova de fogo de qualquer político, pelo menos, desde Fernão Lopes e Gil Vicente, se não quisermos recuar às Cantigas de Escárnio e Mal-dizer.
Somadas as contas, temos 48+10+5 mais... mais... um enorme ponto de interrogação, porque enquanto Cavaco sabia que era alvo e mortal, e se fazia deslocar numa viatura blindada (!), Salazar acabou osteoporótico, com os cornos da nuca a bater no chão da cadeirinha, Sócrates julga-se um protagonista do Fim da História, e passou das 100 e das 200 famílias para uma nebulosa de rastejantes das migalhas do Sistema. Tem, por detrás de si, aquele horror chamado BILDERBERG, que lhe promete a mesma Eternidade que Chávez pensa ter alcançado ao pontapé. Durante os poucos e desastrosos anos em que destruiu Portugal, Sócrates ainda não se atreveu aos pontapés de Chávez: ficam para um bisar das urnas, que poderão anunciar a última hipótese de variar governos. Quem se mete com o PS leva, e mais ainda quem se mete com o núcleo da pedofilia que sustenta o PS.
Se tiver a vertigem de votar PS, lembre-se que é também nestes que vota, nos sem rosto, sem vergonha, nem perdão.
Acabo como comecei: como disse um dia Vasco Pulido Valente, “O Povo Português não gosta da Liberdade, mas sim da Igualdade”, e a igualdade é invariavelmente o nivelamento por baixo.
Nisso, Sócrates foi emérito, e nivelou sempre por baixo, e, contas feitas, ao longo destes anos houve um único momento em que, no meio de intromissões no Sistema Judicial, nas pressões sobre os Órgãos de Comunicação, nas perseguições dos funcionários, na trafulhice, nas golpadas, na destruição das sobras da Agricultura, Economia e Pescas, praticou o Socialismo: foi o Socialismo do Diploma, em que deu a tantos, nos famigerados C.N.O.s, “diplomas” do mesmo jeito do dele, e conferiu ao populacho o papel que lhes permitiu, finalmente, comprovar, com selo e assinatura, a célebre postura portuguesa do “sei-tanto-quanto-um doutor”. É verdade, sabem tanto como um doutor, sobretudo na qualidade de doutores que este século perdido da História Portuguesa, na qual reinaram os Três Piores Portugueses de Sempre, gerou.
Vá lá, no domingo, e diga-lhe que gosta dele, que se identifica com ele, e que o considera o melhor líder da Cauda da Europa. Deve ser a única coisa na qual concordarei com esse eleitorado demente, eu, Cidadão do Mundo, completamente alheio a esta miserável gaiola de loucas em que nos quiseram tornar. A pior coisa que pode acontecer a Sócrates é ser reeleito, porque vai ter de comer o pão que o diabo (ele) amassou. Acabará a Propaganda e começará a Realidade, meus amigos, que vos asseguro ser... sinistra.
Vou-me divertir muitíssimo, nesse hipotético cenário.
Faça-vos, a você e a ele, bom proveito, e não contem comigo, mas não contem mesmo, tá bem?... :-)
(Bye bye butterfly, no "Aventar", no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")
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