quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A Maratona do Gaspar, na forma dos ministros que se borravam de medo, a saltar, todos os dias, pelas janelas das traseiras


Imagem do Kaos


Há uma avé maria e um glória e meio, pelo Kaos ter voltado ao ativo.

Como dizia o Poeta, "navegar é preciso, viver não é preciso", e que baste quanto baste o que vai de tremendo nesta frase, pelo que volta ele, apesar de assoberbado de trabalho, também volto eu.

Cometi um ilícito, que foi ter julgado que o humor estava esgotado, e, num sentido profundo, está, esquecendo-me de um subsetor importantíssimo que é o ridículo, que, quando não mata, mói, e quando não está a moer, está a governar, pelo que continua a existir uma inexaurível fonte de inspiração.
Suponho que Vítor Gaspar, fosse Raul Solnado vivo, seria imediatamente convidado para uma daquelas coisas do tempo do meu paizinho, que se desenrolavam no Teatro Laura Alves, e a que chamavam Teatro de Revista. Acontece que os tempos mudaram, e passámos aos tempos modernos, do Chaplin, e com aquele rasgo de previsibilidade, e olhar de águia, do gago galholho das Finanças, o homenzinho resolveu economizar na personagem, e passar a fazer diretamente o papel de si próprio, o que é uma coisa de uma tal espantação que só seria possível num país governado por longas dinastias de reis que vão invariavelmente nus.

Para quem não percebe nada de Economia, como é o meu caso, e o caso da maioria dos massacrados pela tara do Gaspar, eu vou explicar em que consiste a tara do Gaspar, já que é um elementar repositório de lineus, e lugares comuns, postos lado a lado, ou em fila, como preferirem, e que toda a gente percebe, se lhes dedicar um parágrafo, que não irei além dele.

Há um princípio elaboradíssimo das Finanças que diz que a melhor maneira de pagar o que se deve é pagar tudo de uma vez, porque, assim, a dívida cessa. Podem ler outra vez, porque foi mesmo o que eu escrevi. O Gaspar pensa assim, mas faseada e lentamente. Ele acha que a melhor maneira de uma pessoa se sentir sentida é com as continhas em dia, e eu estou totalmente de acordo, pelo que não é por aí que vamos divergir, nem cívica, nem politicamente. A consequência de uma pessoa que não tem dívidas já é menos evidente, posto que até os mortos, e não são poucos, têm dívidas. Acontece que, socialmente, quando o morto é dado como morto, na restrição de não ter herdeiros nem fiadores, a dívida vai com ele, o que é equivalente a nunca ter existido, e isto é assustador, porque, para mentes tacanhas como a Merkel, uma gaja pavorosa, ao nível do Hipopótamo da DREN, a Margarida Moreira, bastante rodada numa Alemanha dos pobres, uma favela ideológica, que os Europeus tiveram de engolir, nos idos de 90, a bem do politicamente correto, e que, como o BPN, nunca se soube o que realmente custou, a dívida, se não puder ser imputada ao morto, tem de arranjar uma vítima que alombe com ela. E isso é o que distingue a Merkel do bom senso consuetudinário das sociedades que se libertaram do Calvinismo e das vinganças até ao final do tempos, nas quais o Antigo Testamento era exímio. Acontece que a Merkel, que nunca deveria ter deixado de esfregar escadas no Ocidente, quando a sua/dela Alemanha Oriental faliu, foi, como Durão Barroso e outros canalhas afins, germinados no maoísmo tardio, elevada, pelo Princípio de Peter, aos lugares de mortificação dos cidadãos europeus.

O Muro de Berlim não foi deitado abaixo para que as osgas do lado de lá viessem arrotar postas de arenque fumado no lado de cá. O Muro de Berlim caiu para que milhões de seres humanos pudessem aspirar a níveis de existência e decência de que os amanhãs que cantavam os tinham apartado durante décadas. Ora, se, no meio do processo, a tendência parece começar a querer inverter-se, e a queda do muro de Berlim estar a funcionar como uma espécie de aspirador às avessas, a sugar-nos, a todos, para o lado cinzento da brecha, é sinal de que temos de pôr as patas à parede, agarrar numa moca, dizer BASTA, e desmiolar a Merkel, mais a cambada de cabrões que a acompanham, nos quais o Gaspar também enturma,
e, aqui,
voltamos ao Gaspar.

Há um segundo princípio no Gaspar que eu adoro: não se deve gastar mais do que se tem, e isso é lindo, parece um poema de Cesário Verde, mas recitado pela Ana Gomes, depois de já ter enfrascado três garrafas.
A consequência de eu não gastar mais do que tenho é que vou comprar menos do que devo, e, ao comprar menos do que devo, estou a empobrecer quem queria vender um pouco mais do que estava a produzir.
Quando eu compro menos do que quero, estou a  ficar mais triste do que devia, e, em efeito de espelho, a provocar o mesmo disforismo em quem sonhava com vender-me algo mais.
Sempre que não compro, não devo, mas torno-me num ser triste, e estagno, por dominó, tudo, em meu redor.
Há quem goste do cenário, como o Gaspar, mas eu não gosto, e estou no meu direito de não gostar, e de protestar. O fenómeno, do ponto de vista da Termodinâmica, corresponde a um patamar extremamente estável, que é a ausência total de entropia, o que, no vocabulário elementar da "Servilusa" é equivalente a ter a sala de espera, cheia de clientes, à sua espera, de vez, para o caixão.

Tudo isto já é uma anomalia, mas pode ainda tornar-se mais anómalo, se pensarmos que pode ser coadjuvado por outra aberrância, de teatro de revista, que possa pensar que a Economia de um país assente em pastéis de nata.
Sim, é verdade, pode assentar, tal como a produção de alumínio podia assentar numa filtragem adequada do sangue dos hemodialisados, depois de expostos a uma água imprópria para consumo, por excesso de teor de alumínio, como ficou célebre na boca de mais um dos ministros anedota do Primeiro Cavaquismo. O sistema até nem estava mal visto, e nunca percebi por que demitiram o governante, quando era um, sei lá, um visionário, comparativamente com estas alimárias que nos "governam", e, aqui, vou fazer uma inflexão no discurso: quando pensamos nas habilitações literárias das cavalgaduras que estão à frente dos Ministérios da agonizante III República Portuguesa, nunca tivemos um governo com habilitações tão elevadas, pelo que, por aquele hiperbolismo que nos é típico, vou já avançar com uma daquelas frase para vocês poderem repetir amanhã, e poder começar a aparecer, sem direitos de autor, naquelas mesas das quadraturas das bestas ou dos eixos das putas, ou nas bancadas parlamentares da esquerda tradicional: nós, Portugueses, estamos a ser liderados pela geração de ministros -- à exceção de Relvas, esse filho da puta -- mais habilitada de sempre, e essa gestão está a ser deliberadamente ruinosa para o país.

Sei que Álvaro Santos Pereira discordará de mim, dado que, pela primeira vez na sua História, desde os Descobrimentos, Portugal está a exportar um segmento de produtos topo de gama, já que ao ritmo de dezenas de milhar, estamos a enviar para o estrangeiro a nossa geração mais habilitada de sempre, o que, voltando ao Gaspar, quer dizer que, para ele agradecer ao País a generosa educação que dele recebeu, e que tanto lhe custou, sobretudo, nos bancos da Católica, que não se fazia pagar barata, se bem me lembro, está a implicar que o País entregue, de mão beijada, multidões, nos quais investiu oceanos de dinheiro, a barrigas de aluguer de emprego, que se devem estar a rebolar de gozo, de ver um país governado por filhos da puta de tal calibre a ser despojado, alegre e silenciosamente, dos seus melhores recursos humanos.

E, aqui, tenho de fazer uma pausa, para dizer que a culpa não é do filho da puta do Gaspar, mas também do filho da puta do Passos Coelho, e do filho da puta do Relvas, que acha que um curso é encontrar um universidade de golpistas, que lhe valide e equivalha as golpadas, e do filho da puta do António Borges, e do filho da puta do Carlos Moedas, que trabalha para a Goldman Sachs, e que -- também corre por aí -- tem um salário da CIA, tal como o Amaro, o Homem da América, do PS, numa geração sequente à de Jaime Gama, e Mário Soares, que também receberam do mesmo saco.

Aqui, creio que já começam a ficar incomodados, mas eu ainda vou agravar mais os termos da situação, ao dizer que o antepassado desta filha da putagem toda é o Sr. Aníbal, de Boliqueime, outro filho da puta, que depois de ter terminado o mandato, em 5 de outubro, voltou a terreiro, para inaugurar um hotel de luxo (?), que é o nome que, em Portugal, damos ao lixo remediado, e, apesar de ter as câmaras da TV bem em cima, bem focadas, para os Portugeses não perderem nenhum daqueles esgares, nenhuma daquelas expressões de saloiice, de indignidade, de patobravismo, de senilidade, de mediocridade, de bovinocontemplação de boi para palácio, aquele atirar da corcunda da Maria, para trás, como se nunca tivesse visto tetos tão altos, aquelas babas algarvias, a escorrerem pelos cantos da boca, aquelas chitas, mal alinhavadas em casa, aqueles fatos bafientos, dos manequins dos anos 50, da defunta Rua do Fanqueiros, aquelas garras, minadas pela artrose, e aquele repugnante prognatismo, de retroescavadora de entulhos das barracas da Ria Formosa, enfim, eu até podia continuar a vomitar adjetivações negativas e a evocar imagens deprimentes, mas vamos outra vez à Maratona, porque, tanto quanto me lembre, a Maratona é uma celebração épica das Guerras Gregas, onde Filípides foi mandado, por Milcíades, levar a boa nova da vitória a Atenas, onde as mulheres aguardavam, angustiadas, pela nova da frente. Diz-se que morreu, embora não sejam consensuais as versões, mas, uma vez construída a lenda, pouco importa a veracidade do seu fundo.

Ora vir Gaspar, uma criatura do senso comum, ligada a uma teoria monetarista, que falhou por todo o sítio em que foi aplicada, e que é totalmente oposta ao princípio da esperança, que dita exatamente o contrário: que devo, hoje, viver tanto quanto baste além das minhas posses, na esperança de que, amanhã, esse esforço corresponda a um acréscimo de riqueza e bem estar, que, então, me poderá levar a olhar para ontem, como um lugar onde já estava a preparar, na forma de aquém, esse prosperar desejado (em economia, isto chama-se keynesianismo), vir Gaspar, falar de Maratonas... deve haver um equívoco.

O primeiro, que só gastei ponderadamente mais além do que tinha, e não tenho agora de vir pagar faturas monstruosas de alguém que, sem o meu consentimento, nas minhas costas, e subrepticiamente, se apropriou, desbaratou e espoliou, do que poderia ser meu.

O segundo, que, quando a aberração olheirenta, que só num país do terceiro mundo pode passar por competente, me diz que, não só fui "voluntariado", à força, para uma corrida onde não me inscrevi, e, mais, ele dá, como certo (!), que vamos cair, no quilómetro não sei das quantas, eu tenho o direito de o recusar

E vem o terceiro, que não é equívoco, mas deve ser devidamente iluminado: se alguém gastou, se isso nos atirou para uma longa agonizante, e certa, corrida para a morte, temos o dever, e a obrigação, de ir procurar os filhos da puta que nos lançaram nesse situação, e obrigá-los, a eles, sim, a correr essa corrida da falência, que nos provocaram, e eu digo já alguns, porquanto vocês ainda conhecem outros: vamos pôr, na Maratona, as gorduras do criminoso Ferreira do Amaral, do cabrão do Dias Loureiro, do assassino Duarte Lima, do ladrão Cardoso e Cunha, do palhaço do Catroga, e o patrão deles todos, o Aleijão de Boleiqueime, a correr com a sua Patrícia e a Perpétua e a Maria atrás, e mais os chulos do Mexia, do Zeinal Bava e do Borges... isso, vamos pôr o cancro do Borges a correr, como tanto gostava a Lurdes Rodrigues de fazer, com as suas juntas médicas, vamos pôr a assassina dos hemofílicos, Leonor Beleza, no troque troque, e o Relvas, e o Valentim Loureiro, e o Pinto da Costa, e o Isaltino, e os gajos todos das PPPs, as Cardonas, e os ex ministros que estão a chular os conselhos de administração das empresas públicas, os que têm 70 empregos, e o Proença de Carvalho, e o Paes do Amaral, e o Ulrich, e o pulha do Jardim Gonçalves, vamos, isso, vamos pô-los todos a correr, mais o Sr. Aníbal e a sua corte presidencial, de 500 párias, mais a Laura Diogo, a Fátima Padinha e a Fátima Felgueiras, as fundações do Figo, e a Pilar del Rio a correr, com o seu cadáver nobelizado às costas, mais a vice reitora, completamente bêbeda, e mais os equiparados, por golpadas, da "Lusófona", e o Sócrates, mais o Vara e o Vasco Franco e todos os "licenciados" da "Independente", e mais os pedófilos que nunca foram apanhados pelas malhas do "Casa Pia", e mais o porteiro da "Portucalense", que tinha vídeos de violações de bebés (!), e mais o Carlos Cruz e o Albarrã, e a coca do Balsemão, e a Serenela Andrade, e o Carrilho e a sua união de facto, lésbica, e a Clara Ferreira Alves, e o Rangel e o Miguel Sousa Tavares, e o Professor Marcelo, e vamos pôr essa escumalha toda a correr, a correr, durante 40 quilómetros, e, se cansarem de os ver só a correr, durante tanto tempo, eu vou deixar, aqui, em cima da mesa, alguma caçadeiras de cano cerrado.

As da esquerda disparam balas de borracha, as da direita, são de fogo real.

Fica ao vosso critério escolher.

(Quarteto do isto está para breve, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

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