quarta-feira, 30 de abril de 2008
Calamity Jane

Imagem by KAOS
Tenho andado naquela fase do no-pachorra-man, para televisões: hoje, caí no erro de ligar a SIC-Monhé, e apanhar com um gaja com alguns títulos promissores, a dizer que havia fome no Mundo, como se isso fosse uma coisa que um noticiário pudesse decretar, ou que tivesse assim caído, de um dia para o outro, para o pessoal ficar ainda mais assustado, e a começar a guardar bofes, tripas e chouriços, debaixo do colchão... Por mim, comi hoje entremeada, e felizmente que não estava ninguém do Bangla-Desh ou de Darfur a ver, porque acho que o próximo passo da estratégia de Bilderberg vai ser pôr os que ainda comem entremeada, a serem logo em seguida postos a ser comidos por aqueles que não têm nada para morfar. Avizinham-se tempos lindos: a Múmia de Boliqueime avisa o outro das cadeiras feitas à pressão para equilibrar as contas, como se equilibrar as contas fosse baixar o preço artificialmente subido da gasolina, do trigo, do arroz, e dessas coisas horríveis que as pessoas pobres são obrigadas a comer. Espero que isto não vá provocar um baque no preço do chocolate com trufas, que aí é que a minha dieta para criar estrias e olhos azuis, de boga, esbugalhados vai ao fundo. Nem quero pensar nisso, prefiro acabar ao pé do Louçã, a fingir que grito pelas vítimas da fome, defronte de uma posta de salmão fumado selvagem, e uma taça de Moët...
A montante, Manuela Ferreira Liete já sofreu as intervenções possíveis dos especialistas de imagem... não, não foram cremes, nem botox, nem pasta de pérola moída: aquilo foi mesmo com tosquiadoras, com martelos pneumáticos e com rectro-escavadoras, em força. Aparentemente, assim, do relance das primeiras páginas dos jornais, enquanto estava a engatar no Colombo, deu-me ideia de que lhe fizeram uma desmatação, tipo o que estão a praticar na Floresta Amazónica, e que repuxaram as crinas todas para trás, nuns ondeados que estão agora na moda, e que me fazem sempre lembrar, o Nuno Rogeiro, na fase terminal da Marquesa de Alorna, em que já fazia subir indiscriminadamente os mulatos ao quarto. Ora, ao desmatarem a Ferreire Leite, aconteceu uma coisa terrível: tudo aquilo que a floresta tropical húmida escondia ficou à vista, as rugas, as estrias, as olheiras, aquela estrutura facial, ditada pela Secção de Ouro dos Equídeos, as manchas de muitos anos de exposição às brumas do PSD profundo, e aquela horrível série de verrugas, que, imediatamente, aproveitaram para dar nas vistas, o Pacheco Pereira, a Marcela, cheia de tesão mental, o Rui Rio, com um cadastro de fazer esvaziar Vale de Judeus, mais uns tarecos que estão lá sempre, muitos deles, da Esquerda e da Extrema-Esquerda reciclada, que é a pior coisa que há, porque são capazes de passar uma estreita parte da vida a gritar umas coisas vermelhas, mas, quando toca a Sineta da Realidade, sentam logo as almôndegas no sofá mais próximo que está perto, e que, geralmente, é uma coisa das tias, mete crucifixos, brocados, reposteiros, rezas, morais e decências, tudo o que é o oposto do meu quotidiano e ideal de vida, que também tenho o direito, não é?...
Aquele repuxar das crinas da Ferreira Leite para trás só me faz lembrar quando descobriram Angkhor Vat, com aquelas carantonhas esfíngicas fabulosas, e trataram de tirar o mato todo, mas as marcas das raízes, os buracos que tinham aberto na zona de ciselamento das pedras, os desmoronamentos, estava lá tudo, como na cara da Ferreira Leite, com a pequena diferença de que a Civilização Khmer foi um ponto alto da História da Cultura, e a Manela não passou de um epifenómeno aqui da taberna, um Khmer Laranja, com ar de Civilização em fase de "rebajas", enfim, uma profetisa da Igreja Universal dos Saldos dos Últimos Dias, e com a caixa de esmolas bem controladinha. Para os mais esqucidos, devemos àquela carranca o primeiro grito de tarzona sobre o "Déficit", e recordo que foi a fase em que mais fiz o contrário e gastei tudo o que tinha e não tinha, só para chatear e as contas dela ainda ficarem mais desiquilibradas: lá terei dado de comer às fiadeiras da Dunhill, da "Richard's", da "Osklen", aos "resorts" do Brasil, às Editoras de Luxo Inglesas, Francesas e Americanas, e aos antiquários de Túnis e Fez. Foi uma alegria, mas a verdade é que começo a ficar preocupado: sendo o Português um povo masoquista, com sexualidade difusa, perturbada e mal assumida; sendo esta gente capaz de se lixar a si própria, desde que, com isso, a vida do parceiro se torne mais difícil, o que eu estou a ver, em hipótese, é um Vigarista da "Independente", sem Maioria Absoluta, em 2009, e uma gaja com cara de cavalo, a dar-lhe imediatamente a mão, e a fazerem a pior das coligações "ever", o Centrão, onde estão alojados 90% dos gajos que destruíram este país desde 25 de Abril, para poder pôr em ordem todas as políticas de contenção, mas a contenção do cidadão comum, claro, nunca, jamais, em incarnação alguma, a dos Grandes Interesses, que esses não se contêm, expandem-se, globalizam-se e oprimem, sem qualquer escrúpulo.
No fundo, o Português, votante e eleitoralista, de 2009, vai ser chamado à Emoção: na Manela reverá a esposa, como muitos gostam, masculinizada, autoritária e frígida, para depois poder ir para a rebaldaria com os amigos e as punhetas virtuais. O Português sentimental vê na Manela a esposa à altura que o Cavaco nunca teve, reduzido à sua fraca Maria corcunda, de chitas de Centro-Esquerda. Talvez tenhamos um "ménage", em Belém, o que não deixaria de ser interessante... Por outro lado, a nível de Governo, Sócrates/Manela seria o equilíbrio dos opostos: a masculinizada e frígida, em conúbio -- hymenaeus -- com o homem-senhora, destravado e com tendências histéricas. Talvez fosse maravilhoso, talvez fosse um belíssimo convite para a Emigração, no fundo, España não está assim tão distante, e ficava o Nuno Rogeiro cá sozinho, para apagar as luzes, depois de ter aviado, no seu avatar de Marquesa de Alorna, o último negrinho do "Rapto no Serralho".
Este texto é apenas metade do que tinha para escrever, mas vai ficar por aqui, porque o próximo vai direitinho ao Acordo Ortográphico, e a todas as benesses e inconvenientes que acarreta.
Obrigado pela atenção.
( Edição em forma de mesa-de-pé-de-galo, simultaneamente no "A Sinistra Ministra", "Democracia em Portugal", "KLANDESTINO" e "The Braganza Mothers" )
terça-feira, 29 de abril de 2008
"O partido que estava a ser abalado nos seus alicerces"

segunda-feira, 28 de abril de 2008
Perseguição selvagem e pidesca!

Um pequeno esclarecimento
domingo, 27 de abril de 2008
O país do faz de conta
sábado, 26 de abril de 2008
Renascer
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Voe para "The Braganza Mothers"

quinta-feira, 24 de abril de 2008
Mais um palhaço para animar o circo

Assim urrava Dona Urraca


Com este Tratado da Carochinha, no fundo, recebemos a derradeira folha onde ainda assinámos com o nome de "Portugal".
Se fizermos as contas a partir do Tratado de Zamora, ainda são menos do que aqueles hipotéticos 318 009 dias de autonomia, para o bem e para o mal, e com o Interregno dos Filipes pelo meio, o que vai arredondar as contas ainda bem mais para baixo.
Como disse a Quarta Classe de Jerónimo de Sousa, que, alguém, pela banda do "Blasfémias", se não me engano, disse que valia bem mais do que a "Licenciatura" do Sócrates, tornámo-nos meros cidadãos-espectadores dos enredos da "Europa dos Interesses". Interesses de Bilderberg, acrescento eu, vivendo no medo, com o Sistema de Ensino destruído, medievais e a mando de Oligarcas, e ao serviço de Plutocratas, ascéticos e punidores, debaixo de uma moral opressiva e de um quotidiano desgastante, meus amigos, vamos ser ainda ser mais "constancianianos", e vamos subtrair a esses milhares de dias de independência aqueles 10, ou 11, que Gregório XIII retirou, por bula, ao calendário, e ainda ficamos com menos tempo de independência.
No tempo do meu paizinho, avô e avoengos, e por aí fora, dava-se a esses cavalheiros o nome de TRAIDORES, e tinham reservada uma sina própria...
Boa Noite.
( Edição simultânea em "A Sinistra Ministra", "As Vicentinas de Braganza" e "KLANDESTINO" )
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Certificação de precariedade
Vieira da Silva "inspira-se" no Livro Branco das Relações Laborais

terça-feira, 22 de abril de 2008
A questão n'As Vicentinas de Braganza

O próprio Blogger explica no ponto 16 das suas condições de utilização: «nós detectamos o número de vezes que um blog é sinalizado como repreensível e utilizamos essa informação para determinar quais as medidas a tomar. Tenha em atenção que os utilizadores podem clicar neste botão uma segunda vez para retirarem a sua sinalização.» Depreende-se que, possivelmente, o Blogger regista os IP de quem sinaliza o blog como sendo «repreensível» (expressão do próprio Blogger!). Assim sendo, há duas explicações para esta situação:
- um grupo de pessoas sistematicamente sinalizou o blog como sendo «repreensível»;
- a mesma pessoa repetidamente clicou no botão em causa mas usando diferentes IP ou, mais realisticamente, usando um IP anonymizer.
Penso, no entanto, que o ponto relevante nesta história toda, e noutras semelhantes, reside no próprio facto do Blogger ter decidido incluir esta funcionalidade na sua plataforma. A equipa do Blogger não quer rever os conteúdos, o que de resto seria impossível. Mas pretende que exista um mecanismo que lhe permita remover conteúdos publicados ou condicionar o respectivo acesso. Isto, sim, é censura.
Uma outra questão associada a este assunto é a dos próprios limites. Até que ponto se pode ser livre para publicar o que se pretender? Liberdade infinita não terá que arrastar consigo a responsabilidade infinita?
Defenestre-se
Para não dizerem que só aqui coloco tralha velha desta vez escolhi um original do nosso Rei Sócretino. Quanto ao texto, devido ao adiantado da hora, fica para quem o desejar fazer.
PS: Amigo Kl@ndestino eu bem avisei que não ia ter tempo para colaborar como gostava e como o blog merecia.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
domingo, 20 de abril de 2008
O recado de Federer e o sorriso amarelo do ministro

Nota Constitucional

No indivíduo paranóico, um sistema delirante amplo e totalmente desfasado da realidade pode coincidir com áreas bem conservadas da personalidade e do funcionamento social do sujeito, pelo que a repercussão da paranóia no funcionamento geral do indivíduo é muito variável - a bizarria dos comportamentos do indivíduo depende do âmbito mais ou menos restrito do sistema delirante, pois a atitude geral é coerente com as convicções e suspeitas; por exemplo, quando o delírio é amplo, integrando todos os familiares ou colegas de trabalho num conflito prejudicial ao sujeito, as suas atitudes de defesa e/ou de vingança tornam-se tão inadequadas e graves que conduzem a graves defeitos pessoais e sociais. Os conteúdos típicos dos delírios incluem a perseguição, o ciúme, o amor (erotomania) e a megalomania (crença na própria posição e poder superiores). [...] A paranóia crónica pode resultar de lesões cerebrais, abuso de anfetaminas ou de álcool, esquizofrenia ou doença maníaco-depressiva. Pode também manifestar-se em pessoas com distúrbio paranóide de personalidade - pessoas desconfiadas e sensitivas que parecem emocionalmente frias e se melindram facilmente.
A paranóia aguda, uma crise com duração inferior a seis meses, pode surgir em indivíduos já com perturbações prévias da personalidade e que sofrem alterações radicais no seu meio ambiente - imigrantes, refugiados, recrutas no serviço militar ou jovens que saem de casa pela primeira vez. Em tais indivíduos, uma personalidade vulnerável e predisposta a um factor de intenso stress vivencial resultam em ruptura psicótica mais ou menos transitória.
Na paranóia partilhada, a chamada «folie à deux», o delírio é partilhado pelos dois parceiros. Trata-se geralmente de um casal no qual um elemento dominante e paranóide incute as suas falsas crenças no parceiro mais fraco, passivo e sugestionável.",
sábado, 19 de abril de 2008
Com um "cromo" destes como braço-direito como é que Menezes podia ir a algum lado?
E ainda esta. Há momentos mesmo infelizes! Oiçam com atenção: "Cheira um bocado a condição africana"...
Na morte do Cónego Melo, estamos todos de luto: logo à noite, Lúcifer terá mais um conviva à mesa...

O lixo residual no futebol
Elogio do Marechal Pétain
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Quem o tramou, Dr.?

quinta-feira, 17 de abril de 2008
Adeus PSD, olá Gaia!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Les amis de Soares

«Querido Camarada Mário Soares,
Como te lembrarás, querido camarada, nas nossas reuniões secretas que tivemos com o camarada Duarte, tu vindo de São Tomé e eu de Genebra, num dos palácios que o nosso amado líder tem em Karlovy-Vary, essa bela estância balnear na Checoslováquia, onde tão bem fomos tratados e em boas farras nos divertimos (melhores as regadas a Pilsen que as de água carbónica com gosto a sabão que disseram serem óptimas para nos curarem o estômago dos excessos gástricos), ficou perfeitamente definida a estratégia secreta que Brejnev, em reunião do Politburo do PCUS, definiu para quando nós os três, os portugueses mais revolucionários, na crista do levantamento popular, com ou sem apoio militar, fizermos a revolução e tomarmos o poder.
Lembras-te decerto, querido camarada, que foi então combinado que eu devo, em data a combinar, aderir ao PS, a organização que tu criaste para servir de capa de fingimento oposicionista ao verdadeiro partido revolucionário, o PCP, e, uma vez ou outra, fazer o papel de adversário do camarada Duarte, na estratégia também secreta em que tu e os outros camaradas da direcção darão mais nas vistas. Nos tempos mais conturbados de conflitos entre as massas populares, uns pela revolução e outros pela contra-revolução, e caso o refluxo se avolume e a reacção decidir aguçar os dentes, tu, querido camarada, deves-me nomear ministro da Agricultura, para, em união de facto com o PCP, liderar um simulacro de ataque à Reforma Agrária, cumprindo um plano que é simultaneamente secreto e simples: eu mando a GNR ocupar as herdades colectivas e entregá-las aos antigos latifundiários, fazendo sempre antes, e caso a caso, dois telefonemas de aviso, um para a CAP e outro para o PCP. Assim, quando se der uma ocupação, encontram-se os soldados da GNR, os latifundiários e a célula local do PCP. Presumindo-se que todos irão armados para as ditas ocupações, teremos os mortos e os feridos que necessitamos para acelerar a revolução e justificar o célebre e secreto “plano x” que prevê a passagem à fase do terror vermelho no Alentejo e que, via Beiras Baixa e Alta, há-de levar à conquista do Norte reaccionário.
Sabendo das dificuldades de memória de que padeces, querido camarada, achei oportuno mandar-te este lembrete do nosso plano, que vai por carta em correio registado com aviso de recepção, não vão as massas populares resolverem de um momento para o outro libertarem-nos do fascismo e tu esqueceres-te da tua missão de me nomeares ministro da Agricultura quando a revolução tiver de ser levada às suas últimas consequências. Como sabes, revolução sem terror, com muitos mortos e estropiados, é, politicamente falando e como Lenine nos ensinou, uma espécie de coito interrompido. E nós, se somos revolucionários também somos muito homens e não fraquejamos no momento do orgasmo.
Viva a violência revolucionária!
Fogo na Reacção!
Genebra, 24 de Abril de 1974
O teu camarada sempre ao dispor para qualquer revolução
(assinatura com aspecto de ser legível)
António Barreto»
E você? Também vai "desinvestir" no Estado?
terça-feira, 15 de abril de 2008
Antecipação do nosso triste fado

(cartoon do Courrier International)
Memórias Kl@ndestinas
Lembro-me de ter feito esta imagem. Foi em Maio de 2006 e ainda andava eu a iniciar-me nesta coisa de fazer estes bonecos. Alguns deles que, à primeira vista podem parecer mais complicado de fazer, não o são podendo ser somente trabalhosos. Outros, ficam bonitinhos e são feitos em cinco minutos sem a menor dificuldade e com pouco trabalho. Esta imagem do Cavaco, foi na altura um desafio (a cor da cara, a consistência da máscara) e, embora hoje olhe para ela como algo de simples e até nem muito bem feita, lembro-me que me senti muito satisfeito com o resultado. É por isso uma recordação que aqui deixo para me lembrar que vale a pena tentar, que a experiência e o fazer torna o que numa altura pareceu complicado em algo que hoje sabemos ser simples. É por isso que acredito que nenhuma causa está irremediavelmente perdida, que não acredito que temos de seguir um destino traçado. Podemos aprender e podemos lutar porque o que hoje parece impossível amanhã pode ser uma realidade.
Breve nota sobre o Dia "D"

(Edição simultânea em "A Sinistra Ministra", o "KL@NDESTINO" e "As Vicentinas de Braganza" )
segunda-feira, 14 de abril de 2008
9 contra 8


A Carta de Guantánamo
